quarta-feira, 29 de março de 2023

Ministro da Agricultura encerra visita à China comemorando resultados

Carlos Fávaro será ministro da Agricultura de Lula

Estadão Conteúdo

 

 O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, encerrou nesta quarta-feira, 29, a missão oficial na China. No “Seminário Econômico Brasil-China”, com autoridades e empresários dos dois países, ele comemorou os resultados da visita, em especial a retomada das importações de carne bovina brasileira pelo país anfitrião.

Os embarques estavam suspensos desde fevereiro por causa de um caso atípico do mal da vaca louca no Pará, e foram retomadas após 29 dias de negociação, com o cumprimento dos protocolos por parte do Brasil.

“Essa rapidez, não precarizando em hipótese alguma a qualidade e a segurança necessária para a relação comercial, mostra a relação afetuosa e profícua entre os dois países”, disse o ministro, em nota de sua assessoria.

Durante a visita na China, a delegação do Ministério recebeu uma carta da Administração Geral de Alfândegas da China (GACC) “reconhecendo a qualidade, a segurança e a credibilidade do sistema de defesa brasileiro”, disse a pasta.

Fávaro disse que a carta será entregue ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.Ele citou ainda a habilitação de quatro novas plantas frigoríficas brasileiras para exportar para a China, o que não ocorria desde 2019, além da retomada de duas plantas frigoríficas que estavam suspensas.

Conforme o ministro, também houve avanços na negociação de produtos como algodão, milho, uva fresca, noz pecã, sorgo e gergelim.


 

Missão empresarial anuncia 21 acordos com parceiros chineses

 

Por que ataques de Bolsonaro à China não prejudicaram comércio com o Brasil  - BBC News Brasil


 

 

Na matéria publicada anteriormente, havia duas informações incorretas referentes aos acordos da Suzano. A empresa informou que o acordo com a Cosco envolve cinco navios, não 17 conforme mencionado. E o acordo do memorando de entendimento é com a empresa China Forestry Group, não com a China Paper Company. Segue a versão corrigida:

A missão empresarial que seguiu em Pequim mesmo após o cancelamento da visita de Estado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta quarta-feira, 29, 21 acordos, memorandos ou assinaturas de parcerias com empresas chinesas.

A lista vai de apoio a startups à construção de navios e investimentos fora dos países, além de pesquisa e desenvolvimento. Inclui também a adesão ao sistema de pagamentos interbancário da China para que o intercâmbio de produtos e investimentos possa ser feito em moeda local – ou seja, sem a necessidade de compra de dólares.

Os acordos foram anunciados durante seminário empresarial organizado pelos governos do Brasil e da China, que se tornou a agenda mais importante da delegação brasileira após o anúncio de que Lula não poderia viajar nesta semana a Pequim por conta do quadro de pneumonia e influenza A.

Só da Vale, foram anunciados sete acordos com parceiros chineses, incluindo intercâmbio técnico e pesquisas científicas em siderurgia de baixo carbono com universidades chinesas e o desenvolvimento com a XCMG, do setor de bens de capital, de motoniveladoras de emissão zero.

A relação enviada pela mineradora prevê também acordos de aplicação de biocarvão, de modo a reduzir o impacto ambiental da produção siderúrgica, bem como linhas de crédito com bancos chineses para grandes projetos ao redor do mundo e um acordo de investimento, junto com Baowu e Xinhai, na construção de uma usina de processamento de níquel na Indonésia.

A Suzano assinou três acordos com parceiras chinesas, sendo o primeiro com a Cosco para a construção de cinco navios para o transporte de celulose e produtos de base biológica. Foi firmado também um memorando de entendimento com a China Forestry Group visando cooperação em materiais de base biológica e carbono, assim como investimentos e pesquisa e desenvolvimento. O terceiro anúncio da Suzano é o centro de inovação inaugurado na semana passada em Xangai.

Veja abaixo os demais acordos anunciados pela missão brasileira no penúltimo dia da agenda em Pequim. Na quinta-feira, 30, os empresários ainda têm visitas técnicas a sedes de empresas chinesas.

– A Comexport realizou acordo com a Furui para a venda de produtos e soluções da empresa no mercado brasileiro.

– A Motrice Soluções em Energia e a China Gansu International Corporation for Economic and Technical Cooperation (CGICO) firmaram memorando na área de energias renováveis, com foco na importação e execução de serviços e investimentos.

– A Sinomec e a Sete Partners firmaram parceria nas áreas de energia renovável, agricultura e outros setores.

– A empresa brasileira BMV global constituiu dois acordos com empresas chinesas para a comercialização de créditos de biodiversidade.

– A Apex e a Venture Cup China formalizaram parceria para apoiar startups brasileiras que desenvolvem negócios na China. Também vão organizar, em conjunto, uma semana de inovação, cujo foco serão soluções de economia de baixo carbono, sustentabilidade aplicada ao agronegócio e digitalização.

– O banco Bocom BBM anunciou a adesão ao sistema de pagamento interbancário da China (CIPS, na sigla em inglês), com o objetivo de permitir o câmbio direto entre reais e renminbi. O banco será o primeiro participante direto desse sistema na América do Sul.

– A sucursal brasileira do Industrial and Commercial Bank of China passa a atuar como banco de compensação do renminbi no Brasil. O uso da moeda chinesa visa a facilitar o comércio e os investimentos entre os países.

– A Odebrecht Engenharia e Construção, a Power China e a Sete Partners firmaram parceria para soluções conjuntas a projetos de infraestrutura no Brasil.

– A Sete Partners e a Tianjing Food Group se associaram para a criação de uma empresa binacional, com a meta de ampliar investimentos na cadeia agrícola brasileira em diversas áreas, inclusive logística.

– A Apex e a Beijing Hycore Innovation assinaram instrumento de cooperação com o objetivo de apoiar startups brasileiras a estabelecer negócios com a China.

 

Microsoft demite toda sua equipe de ética em inteligência artificial


Microsoft demite toda sua equipe de ética em inteligência artificial

A Microsoft afirma que os escritórios de IA responsável continuam ativos, e são eles que criam as regras a serem aplicadas em toda a empresa.

A Microsoft demitiu toda sua equipe de ética e sociedade no setor de inteligência artificial, de acordo com o site especializado Platformer. As demissões fazem parte do corte de 10 mil funcionários anunciado em janeiro.

A equipe de ética e sociedade era responsável por aplicar regras em soluções de inteligência artificial, fazendo com que elas não fossem lançadas com problemas que poderiam afetar a sociedade. “Nosso trabalho era criar regras em áreas onde não havia nenhuma”, disse um ex-funcionário ao Platformer.

A Microsoft afirma que os escritórios de inteligência artificial responsável continuam ativos, e são eles que criam as regras a serem aplicadas em toda a empresa. “A Microsoft está comprometida em desenvolver produtos e experiências de IA com segurança e responsabilidade, e o faz investindo em pessoas, processos e parcerias que priorizam isso”, disse a companhia.

Segundo os ex-funcionários, porém, essas regras só eram aplicadas por conta da existência da equipe de ética e sociedade.

Atualmente, uma das grandes discussões no setor de inteligência artificial é justamente a ética com a qual os sistemas são desenvolvidos. Como as soluções aprendem através de bancos de dados, elas podem copiar viéses existentes na sociedade, propagando discurso de ódio, desinformação e preconceitos.

Equipes de ética geralmente são responsáveis por garantirem que os produtos com inteligência artificial não gerem danos como esses à sociedade.

Atualmente, a Microsoft está investindo fortemente na OpenAI, empresa criadora do ChatGPT, para distribuir ainda mais recursos de inteligência artificial aos usuários. Sem uma equipe de ética, esses softwares podem chegar com problemas graves ao mercado.

Em uma reunião com a equipe de ética no ano passado, cujo áudio foi obtido pelo Platformer, John Montgomery, vice-presidente corporativo de inteligência artificial da Microsoft, disse que os líderes da empresa instruíram que a velocidade dos processos fosse aumentada. “A pressão de Kevin [Scott, CTO] e Satya [Nadella, CEO] é muito, muito alta para pegar esses modelos openAI mais recentes e os que vêm depois deles e movê-los para as mãos dos clientes em uma velocidade muito alta”, disse ele.

Por conta dessa pressão, Montgomery propôs que funcionários da equipe de ética fossem transferidos a outras áreas. Os membros da equipe questionaram a decisão, mas o líder não mudou de ideia. Algumas pessoas foram, de fato, transferidas para outras áreas da Microsoft. Os funcionários restantes, porém, foram demitidos meses depois.

 

 https://www.istoedinheiro.com.br/microsoft-demite-toda-sua-equipe-de-etica-em-inteligencia-artificial/

 

Grupo que inclui Elon Musk pede pausa em inteligência artificial, cita “riscos à sociedade”



Crédito: NTB/Carina Johansen via REUTERS

Elon Musk assina carta que pede pausa no desenvolvimento de IA (Crédito: NTB/Carina Johansen via REUTERS)

 

(Reuters) – O bilionário Elon Musk, um grupo de especialistas em inteligência artificial e executivos do setor estão pedindo uma pausa de seis meses no desenvolvimento de sistemas mais poderosos que o recém-lançado GPT-4 da OpenAI. O pedido consta de uma carta aberta que cita potenciais riscos para a sociedade e a humanidade.

A carta, emitida pela organização sem fins lucrativos Future of Life Institute e assinada por mais de mil pessoas, incluindo Musk, pede uma pausa no desenvolvimento avançado de inteligência artificial até que protocolos de segurança compartilhados para tais projetos sejam desenvolvidos, implementados e auditados por especialistas independentes.

“Poderosos sistemas de inteligência artificial devem ser desenvolvidos apenas quando estivermos confiantes de que seus efeitos serão positivos e seus riscos serão administráveis”, afirma o grupo na carta.

A OpenAI, que tem a Microsoft um de seus principais apoiadores, não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

A carta detalha os riscos potenciais para a sociedade e a civilização na forma de problemas econômicos e políticos e convoca os desenvolvedores a trabalharem com formuladores de políticas e autoridades reguladoras sobre governança.

Os co-signatários incluem Emad Mostaque, presidente-executivo da Stability AI; pesquisadores da DeepMind, de propriedade da Alphabet; e os pesos pesados do setor, Yoshua Bengio, muitas vezes referido como um dos “padrinhos da inteligência artificial”, e Stuart Russell, um pioneiro da pesquisa no campo.

De acordo com dados da União Europeia, o Future of Life é financiado principalmente pela Fundação Musk, bem como pelo grupo pelo grupo britânico Founders Pledge e pela Silicon Valley Community Foundation.

TRANSPARÊNCIA

Sam Altman, presidente-executivo da OpenAI, não assinou a carta, disse um porta-voz da Future of Life à Reuters.

“A carta não é perfeita, mas o espírito está certo: precisamos desacelerar até entendermos melhor as ramificações”, disse Gary Marcus, professor da Universidade de Nova York e um dos signatários da carta. “As grandes empresas estão se tornando cada vez mais secretas sobre o que estão fazendo, o que torna difícil para a sociedade se defender contra quaisquer danos que possam se materializar.”

Críticos acusaram os signatários da carta de promover o “o frenesi da inteligência artificial”, argumentando que as afirmações sobre o atual potencial da tecnologia foram muito exageradas.

“Esse tipo de declaração visa aumentar o frenesi. Serve para deixar as pessoas preocupadas”, Johanna Björklund, pesquisadora e professora associada da Universidade de Umeå, na Suécia. “Não acho que haja necessidade de puxar o freio de mão.”

Em vez de interromper a pesquisa, disse ela, os pesquisadores devem ser submetidos a maiores requisitos de transparência. “Se você faz pesquisa de inteligência artificial, deve ser muito transparente sobre como faz isso”, disse Björklund.


Pepsi divulga novo logotipo no 125º aniversário da marca


Crédito: Pepsi/Divulgação

Segundo a Pepsi, objetivo do novo logo é projetar "energia, confiança e ousadia" (Crédito: Pepsi/Divulgação)

A PepsiCo decidiu atualizar o logotipo antecipando seu 125º aniversário, que será comemorado dia 28 de agosto, em substituição ao que era usado desde 2008. O novo logo mostra o nome da marca de forma mais acentuada, usando uma fonte preta e densa, ao contrário da anterior, que era branca e mais delgada.

A posição do logotipo também foi alterada, passando a ocupar o centro do refrigerante e no meio do logotipo clássico azul, branco e vermelho. As letras aparecem todas em caixa alta (maiúsculas), ao contrário da anterior.

De acordo com a Pepsi, o objetivo do novo logo é projetar “energia, confiança e ousadia”.

A PepsiCo começará a usar o novo logotipo nos EUA e no Canadá em setembro, em latas azuis e pretas e em promoções. O lançamento internacional ocorre em 2024.

 

 https://www.istoedinheiro.com.br/pepsi-divulga-novo-logotipo-em-ano-que-marca-125o-aniversario-da-marca/

 


segunda-feira, 27 de março de 2023

Incerteza e juro travam investimentos



 

As incertezas em relação ao rumo da política econômica e o efeito do juro alto devem travar os investimentos no Brasil neste ano e dificultar uma recuperação mais robusta da economia.

Desde o fim de 2022, essa piora da conjuntura já se refletiu num financiamento mais caro para as companhias. Excluindo Vale, Petrobras e Eletrobras, o custo de captação das empresas no mercado financeiro subiu para 15%, ficando acima do retorno a ser obtido com o investimento, mostra levantamento do coordenador do Centro de Estudos de Mercado de Capitais da Fipe (Cemec-Fipe), Carlos Antonio Rocca.

Isso significa que, para boa parte das empresas, sobretudo as médias e as pequenas, não vale mais a pena tomar recursos para fazer novas obras e ampliar a capacidade produtiva. Sem uma mudança no cenário, a tendência é de que projetos permaneçam engavetados. “A expectativa neste ano é de que o investimento privado enfrente um baixo crescimento por causa do custo maior aliado a fatores como PIB mais fraco, estabilização dos preços das commodities e aumento do custo de mão de obra”, diz Rocca.

A decisão de investimento depende da estabilidade macroeconômica e de um bom ambiente de negócios. No País, há dúvidas sobretudo no campo das contas públicas – se o arcabouço fiscal a ser apresentado pelo Ministério da Fazenda estancará o endividamento da economia brasileira. O embate entre o governo e o Banco Central sobre o nível dos juros é mais um ponto de incógnita.

“Quando você começa a chacoalhar demais o ambiente macroeconômico e de negócios, você começa a afetar a taxa de investimento”, diz Cláudio Frischtak, fundador da consultoria Inter.B.


Cadeia do agro e setores de infraestrutura tendem a destoar da estagnação

Os investimentos no Brasil já vinham dando sinais de perda de fôlego no ano passado. A chamada formação bruta de capital fixo cresceu apenas 0,9%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e chegou a cerca de 19% do Produto Interno Bruto (PIB). Neste ano, a projeção do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) é de estagnação. De forma geral, a leitura dos analistas é a de que, se não vai haver um grande avanço, pelo menos não deve existir um grande retrocesso.

Apesar das dificuldades, ainda existem investimentos esperados para algumas áreas, que vão ignorar o cenário macroeconômico difícil e sair do papel. “Tem uma parte do investimento que acaba vindo. É aquele investimento para modernizar, reduzir custos e ganhar eficiência. Isso vai continuar existindo. É uma estratégia de sobrevivência, para que as empresas consigam se manter no mercado”, afirma Silvia Matos, economista do Ibre/FGV.

Na lista de setores que devem sobressair neste ano, estão a cadeia produtiva que envolve o agronegócio e a própria necessidade de modernização das empresas e setores de infraestrutura com obrigações contratuais.

No setor de energia elétrica, por exemplo, cuja aposta é de longo prazo, os investimentos em projetos renováveis devem seguir em alta, sobretudo nas áreas de eólica e solar. Em saneamento, os recursos injetados no setor referem-se aos 22 leilões dos últimos três anos, desde o novo marco regulatório.

“A previsão é de termos mais investimentos neste ano e menos contratações novas”, afirma o diretor executivo da Associação e Sindicato Nacional das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (Abcon Sindcon), Percy Soares Neto. Ele diz que as empresas estão em compasso de espera para o novo decreto envolvendo o setor, previsto ainda para este mês. “O setor está parado, travado, dependendo das novas medidas (sobre a participação das estatais no setor).”

Há uma expectativa também de que, se o governo conseguir virar a página das incertezas na economia, pode acelerar o ingresso de recursos de fora do País. Com o fim do governo de Jair Bolsonaro, houve uma melhora na percepção externa sobre o Brasil em vários aspectos, sobretudo nas questões institucionais e de meio ambiente. “No governo Lula, isso melhorou muito”, afirma Cláudio Frischtak, fundador da consultoria Inter.B. “Mas, agora, há um ruído na parte macro, e ele está piorando.”

TERMÔMETRO.

No setor de máquinas e equipamentos – um importante termômetro do investimento no País -, o ano começou com a receita em queda. Em janeiro, o faturamento recuou 14% em relação a dezembro e 6,4% na comparação com o mesmo mês do ano passado.

“O investimento do País está abaixo da depreciação dos ativos. É como se o Brasil estivesse sendo sucateado por falta de investimento”, diz José Velloso, presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

Na Solotest, que fornece equipamentos para laboratórios de construção civil, os sinais de que o cenário está mais difícil começaram a se materializar. A perda de ritmo com a demanda menor fica evidente na redução do prazo de entrega. Antes, levava em torno de 60 a 90 dias. Agora, está em cerca de 30 dias.

“O ano de 2022 foi muito bom. Nós conseguimos sair do prejuízo. Acabamos 2022 muito bem”, afirma Luiz Barella, sócio da empresa. Com sede em São Paulo, a companhia tem quase 100 funcionários. “Pode ser algo passageiro. Começamos a trabalhar em novos produtos para tentar exportar um pouco mais”, diz.

 

 https://fusoesaquisicoes.com/hr/incerteza-e-juro-travam-investimentos/?mc_cid=894d880995&mc_eid=cca20f1b20

 

Sólides vai às compras e avança no segmento de PMEs um ano após aporte de R$ 530 milhões

 Após aporte Sólides anuncia compra


A Sólides conseguiu aproveitar o fim da janela de oportunidades para as startups antes do aperto monetário em escala global jogar as empresas de tecnologia e crescimento em um forçado “inverno”.

Os cheques ficaram escassos desde fevereiro de 2022, quando a startup voltada a ferramentas de recursos humanos para pequenas e médias empresas (PMEs) levantou US$ 100 milhões (R$ 530 milhões na cotação da época) com a gestora Warburg Pincus.

Para Mônica Hauck, CEO e fundadora da Sólides, além do timing, o dinheiro representou o reconhecimento de uma tese que ia na contramão do consenso de anos anteriores. “Eles nos viram como o melhor player posicionado para PMEs e mostrou que nossa visão de apostar em uma solução única era a vencedora”, diz.

Com o cheque em mãos, a startup listou alguns objetivos centrais: realizar aquisições para aumentar o portfólio de serviços, aumentar a carteira de clientes PMEs, investir em soluções de inteligência artificial e dobrar de tamanho ao fim de 2022.

“Nós cumprimos todos os objetivos”, garante Hauck, sem abrir os números. Em M&A, a empresa comprou a Tangerine, uma plataforma voltada ao departamento pessoal. Nele, a Sólides conseguiu passar a oferecer também gestão de ponto, férias e documentos dos funcionários. Eles se juntaram à oferta de serviços, como perfil dos funcionários, onboarding pesquisa de clima e controle de metas, por exemplo.

Criada em 2010 como empresa que produzia relatórios de perfil comportamental, a Sólides ‘pivotou’ em 2015 para soluções de recursos humanos para empresas de pequeno e médio porte porque via uma necessidade – ou “dor” no vocabulário das startups – que não era atendida por nenhuma outra plataforma.

“Estamos falando de um período em que existiam menos startups. Mas a tese da época era de soluções fragmentadas. Nós não concordávamos e acabamos pegando o caminho mais difícil para receber qualquer aporte”, reconhece.

O racional dela e do cofundador Alessandro Garcia é de que as PMEs mal tinham orçamento para contratar uma solução, o que dirá de mais uma. “É difícil vender para o pequeno e por isso que as concorrentes não focam no mercado, prefere um grande cliente”, prossegue a CEO da Sólides.

Somente quatro anos depois que o primeiro cheque chegou à Sólides, o fundo DGF aportou R$ 14 milhões na empresa. “Sempre vivemos no ‘inverno’, então tínhamos que gerar caixa sempre. Isso nos deu disciplina para não queimar caixa a qualquer custo”, aponta Hauck.

Para 2023, a empresa vê espaço para avançar em regiões para além do Sudeste. “É um mercado gigante, existem empresas do Nordeste, Norte e Centro-Oeste que não são vistas. No segmento do agronegócio, por exemplo, há muitas empresas que buscam nossas soluções – e são empresas forte que voam abaixo do radar das concorrentes”, avalia a executiva.

Segundo cálculos da empresa, de dez contratações que ocorrem no Brasil, pelo menos oito são feitas por pequenas e médias empresas. Isso demonstra que o grosso do mercado é pulverizado e necessita de atenção.