domingo, 2 de julho de 2023

A longa batalha de Appy pela reforma dos impostos

Consumo não terá carga tributária maior, diz Appy | Brasil | Valor Econômico

O texto da reforma tributária – previsto para ser votado no plenário da Câmara dos Deputados nesta semana, após 35 anos de tentativas frustradas – tem a cara de Bernard Appy, um economista que está debruçado sobre o atual projeto há oito anos ininterruptos.

Escolhido pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para comandar uma secretaria extraordinária criada especialmente para trabalhar pela aprovação da reforma em duas etapas ao longo de 2023, Appy prefere ficar distante desse rótulo e deixar o protagonismo para o Congresso. Mas também está por trás das negociações, seguindo a máxima que é sempre repetida em Brasília: sem a participação do governo, a reforma não avança.

Em Brasília, o apelido “Apinaldo” se tornou a síntese do texto da reforma. Enquanto Appy é o formulador técnico da proposta, o relator, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), faz costuras políticas para criar as condições para aprovação.

O embate com os setores de serviços e do agronegócio e com tributaristas, os mais resistentes desde o início das discussões da reforma, custou a Appy a fama de “intransigente” e de estar sendo “financiado pela indústria”.

Críticas que continuam sendo usadas pelos que querem barrar a reforma, mas que vêm perdendo força à medida que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), pavimenta o caminho para a votação. Os que contavam que a reforma seria barrada agora correm para negociar.

Não é a primeira vez que Bernard Appy comanda as discussões no Poder Executivo para implementação da reforma. Ele começou a se aprofundar no assunto quando estava à frente da Secretaria de Política Econômica, entre 2008 e 2009, no segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Antes de assumir a Secretaria de Política Econômica de Lula, Appy havia passado pelo cargo de secretário executivo da Fazenda, no qual, segundo já afirmou, passava 80% de seu tempo tentando segurar os gastos públicos. Ele chegou ao governo petista graças a uma experiência que havia tido no início da carreira, como assessor econômico da liderança do PT na Câmara dos Deputados, entre 1989 e 1991.

Appy havia sido, nos anos 80, colega na Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária da Universidade de São Paulo (FEA-USP) de Fernando Sampaio, filho de Plínio de Arruda Sampaio. O então deputado petista convidou Appy para trabalhar como assessor na casa. Lá, ele teve contato com os processos de criação de um projeto de lei, o que lhe ajudaria na elaboração do texto da reforma.

CRISE

Appy deixou Brasília em 2009, após ver que a reforma tributária não avançaria e depois de passar 2008, assim como todo o Ministério da Fazenda, focado na crise financeira que abalava o mundo. Ao regressar a São Paulo e após uma breve passagem pela BM&FBovespa, voltou a trabalhar na consultoria LCA, empresa da qual havia sido sócio entre 1995 e 2002.

Até os adversários da reforma destacam o trabalho de persistência de Appy em manter vivo por anos o tema da reforma tributária, enquanto poucos estavam fazendo isso. Para aliados, ele é visto como técnico preparado, que inequivocamente conhece o tema do IVA e encontrou no ministro Haddad o capital político para levar a proposta à frente.

Entre empresários, governadores e prefeitos, a desconfiança que recai sobre ele, Haddad e o presidente Lula segue sendo a do risco de elevação da carga tributária – tema que exigirá mais negociações.

Procurado pelo Estadão para comentar o relatório de Ribeiro, Appy seguiu o script de falar pouco para não se comprometer: “O parecer confirma a manutenção das principais diretrizes de uma reforma da tributação do consumo baseada nas melhores práticas internacionais, respeitando as especificidades do federalismo brasileiro, e que contribuirá para gerar crescimento econômico, emprego e renda”.

Antes mesmo da votação, Appy já está debruçado na regulamentação da PEC e na elaboração da segunda fase da reforma, que vai tratar da tributação do Imposto de Renda. Por uma conjunção de fatores políticos, ele chegou ao centro da reforma quando, em 2019, o então presidente da Câmara, Rodrigo Maia, precisou de uma proposta para modernizar o sistema tributário. Quem tinha uma pronta era ele. Agora, está mais próximo do que nunca nesses últimos 35 anos de vê-la aprovada.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 

terça-feira, 27 de junho de 2023

Aporte na Rede - Tok&Stok renegocia dívidas e fecha 17 lojas

Sócios Fazem A

 

 

 

 

 

 

Sócios Fazem Aporte na Rede
  A Tok&Stok assinou um acordo de renegociação de toda sua dívida bancária e recebeu um aporte de capital de R$ 100 milhões dos seus sócios. Como parte de seu processo de reestruturação, a rede fechou 17 lojas consideradas não rentáveis. Esse movimento manteve a presença física em todos os estados onde já atuava e, segundo a varejista, as 51 lojas restantes operam no positivo. "O aporte fortalece o caixa da companhia em um momento que a dívida bancária de aproximadamente R$ 350 milhões foi reestruturada, liberando os próximos dois anos de pagamento aos bancos e permitindo que a operação volte a ser prioridade", afirma a Tok&Stok em comunicado divulgado ao mercado. 

Processo de reestruturação
 
  A varejista tem focado na redução de despesas e melhoria operacional e, de acordo com informações da empresa, já apresenta geração de caixa positiva em 2023. A Tok&Stok afirma, ainda, que tem buscado desenvolver frentes como simplificação de seu organograma, gestão de processos em lojas, operação no centro de distribuição e transformação digital rentável. 
 
 
 https://www.gironews.com/redes-shopping/socios-fazem-aporte-na-rede-72112/

 

Para dirigente do FMI, inflação demora a voltar à meta no mundo e BCs devem manter compromisso


Gita Gopinath disse que a batalha contra a inflação "está em andamento", com queda no índice cheio da inflação, mas o núcleo se mostrando mais persistente (Crédito: Flickr/ FMI) 

 

Primeira vice-diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Gita Gopinath defendeu, em discurso nesta segunda-feira, 26, que os bancos centrais mantenham a luta contra a inflação “agora”. Ela falou em evento do Banco Central Europeu (BCE) em Sintra, Portugal, e comentou sobre algumas “verdades inconvenientes” do cenário atual.

Gita Gopinath disse que a batalha contra a inflação “está em andamento”, com queda no índice cheio da inflação, mas o núcleo se mostrando mais persistente. Uma “verdade inconveniente” é que a inflação está demorando “muito para voltar à meta”, e com isso os bancos centrais precisam seguir comprometidos em lutar contra a inflação, “apesar dos riscos de um crescimento econômico mais fraco”.

Segundo ela, outro fato “inconveniente” atual é que os estresses financeiros “poderiam gerar tensões entre os preços almejados e os objetivos de estabilidade financeira.

Caso a inflação persista e os bancos centrais tenham de apertar suas políticas bem mais que o mercado espera, as condições financeiras “modestamente apertadas” de hoje poderiam abrir caminho para uma rápida reprecificação de ativos e para um forte avanço nos spreads de crédito. “Temos visto no último ano como, sob certas circunstâncias, o aperto na política pode vir com estresses financeiros significativos, incluindo na Coreia do Sul, no Reino Unido e mais recentemente nos EUA”, apontou.

A terceira “verdade incômoda” destacada por Gopinath em sua fala é que os bancos centrais devem enfrentar mais riscos de alta à inflação que antes da pandemia. Ela menciona questões como mudanças estruturais que afetam a oferta agregada, impulsionadas pela pandemia e pela guerra na Ucrânia, e nota que esses fatores podem gerar “choques mais persistentes”. A autoridade do FMI vê ainda “risco considerável que choques de oferta mais voláteis da época da pandemia persistam”.

Gita Gopinath comenta que muitos países buscam concentrar cadeias em seu próprio território, mas diz que isso tende a elevar custos e, “ironicamente, torna os países menos resistentes e mais suscetíveis a choques do lado da oferta”. Os riscos oriundos da mudança climática também devem amplificar flutuações de curto prazo na inflação e na produção, destaca ela.

Nesse contexto, Gita Gopinath defende cautela nas estratégias políticas de “olhar para além dos choques na oferta”. Os bancos centrais podem ter de agir de modo mais duro, em caso de choques disseminados na oferta, recomenda.

Ela também nota que uma abordagem “preventiva” pode permitir um ritmo mais gradual no aperto, o que reduziria riscos à estabilidade financeira.

 

Copom acena com possibilidade de queda dos juros a partir de agosto


Selic está em 13,75% ao ano desde agosto de 2022 
 
A reunião do Copom ocorreu nos dias 20 e 21 de junho

 

A ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta terça-feira (27) pelo Banco Central, informa que a "avaliação predominante" manifestada durante a última reunião foi de uma expectativa de maior confiança para uma queda da taxa de juros a partir de agosto. A reunião do Copom ocorreu nos dias 20 e 21. O Copom manteve a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano, sob a justificativa de que "é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante". A taxa está nesse nível desde agosto de 2022, e é a maior desde janeiro de 2017.

De acordo com o documento divulgado nesta terça-feira, "a avaliação predominante foi de que a continuação do processo desinflacionário em curso, com consequente impacto sobre as expectativas, pode permitir acumular a confiança necessária para iniciar um processo parcimonioso de inflexão na próxima reunião [em 1 e 2 de agosto]". A ata informa ainda que os membros do Comitê foram unânimes na ponderação de que os passos futuros da política monetária dependerão de fatores relativos à evolução, expectativas e projeções da inflação. Na avaliação manifestada pelo comitê, a conjuntura atual é caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento e por expectativas de inflação desancoradas, o que, segundo o comitê, torna necessário manter "cautela e parcimônia" visando o cumprimento das metas, tendo, na manutenção da taxa da Selic, ferramenta "adequada para assegurar a convergência da inflação". Leia a íntegra da ata clicando aqui.

Com Agência Brasil

 

Designer quer aumentar espaço na classe econômica dos aviões com assentos de dois andares


Designer assentos classe econômica

A "Chaise Longue" é uma maneira de superar dois obstáculos de uma vez: colocar mais passageiros em um avião, reduzindo assim o custo da passagem para todos, e melhorar a experiência de voar. Créditos: divulgação 

 

O designer Alejandro Núñez Vicente, de 23 anos, apresentou em uma feira de inovação na Alemanha uma maneira de acomodar mais pessoas em uma aeronave e, ao mesmo tempo, dar a elas mais espaço para as pernas com acessibilidade.

Seu novo design aprimorado resolve muitos problemas identificados por passageiros, principalmente aqueles relacionados à claustrofobia. Durante anos, diz Vicente, a única consideração que se fez foi como acomodar mais passageiros na classe econômica do avião. A “Chaise Longue”, como é chamado o seu projeto, é uma maneira de superar dois obstáculos de uma vez – colocar mais passageiros em um avião, reduzindo assim o custo da passagem para todos, e melhorar a experiência de voar – pelo menos para os usuários da fila do meio.

A “Chaise Longue” ficaria situada na fileira do meio de grandes aeronaves, com os assentos do corredor e da janela permanecendo inalterados. A inovação, entretanto, provavelmente não será vista a bordo de um voo tão cedo. Ele, por sua vez, está buscando aprovação de todos os principais órgãos reguladores de viagens aéreas.

“Sabemos que isso vai funcionar em algum momento e que as pessoas ficarão gratas por isso. Mesmo que elas não saibam agora, ficarão gratas por alguém estar pressionando por um novo assento na classe econômica”, disse Vicente à CNN Travel.

 

Fonte:  https://www.istoedinheiro.com.br/designer-quer-aumentar-espaco-na-classe-economica-dos-avioes-com-assentos-de-dois-andares/

 

Lula garante que Brasil vai receber os R$ 2 bilhões da carne parada na China

Brazilian President Lula Visits China

Brasília, 27 – O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, garantiu nesta terça-feira, 27, que os produtores brasileiros vão receber R$ 2 bilhões em vendas de carnes brasileiras que ficaram retidas na China por exportação fora do prazo. O presidente se envolveu pessoalmente no tema e chegou a ligar para o presidente da China, Xi Jinping, e conseguiu destravar as 70 mil toneladas apreendidas em contêineres.

Nesta terça, no lançamento do Plano Safra 2023/24, Lula afirmou que foi a ex-presidente da República Dilma Rousseff, hoje presidente do banco dos Brics, quem pediu a ele para tentar interceder junto a Xi Jinping.

“As 70 mil toneladas de carne foram liberadas e o Brasil vai receber os 2 bilhões de reais ou um pouco mais que tem direito. Isso se chama diplomacia”, afirmou o presidente no evento.

No discurso, Lula voltou a dizer que a proximidade do agronegócio com o ex-presidente Jair Bolsonaro não foi impeditivo para a elaboração do Plano Safra, porque o governo “não pensa ideologicamente” ao criar políticas públicas ou ao traçar relações com outros países. O presidente prometeu lançar, a cada ano, um Plano Safra melhor que o do ano anterior.

Em outro aceno ao agro, Lula afirmou que o ministro da Agricultura foi uma boa surpresa do governo, que não é um “clube de amigos” diante da diversidade de partidos e de ideias presentes na equipe. “Tem uma coisa que unifica o governo, é provar que o País pode ser do tamanho que quisermos”, destacou.

Lula ainda declarou que o governo vai criar uma linha de financiamento para quem quiser plantar árvores para fabricação de móveis, de forma a reduzir o desmatamento, e voltou a defender que o Brasil precisa se tornar autossuficiente em fertilizantes nitrogenados. “Vamos fazer a Embrapa voltar a ser empresa para nos dar orgulho”, disse o petista.

 

Cerco a Bolsonaro no TSE põe quase 70 pessoas sob risco de inelegibilidade

 


Jair Bolsonaro - Crédito: Valter Campanato/Agência Brasil

Jair Bolsonaro (Crédito: Valter Campanato/Agência Brasil) 

 

O julgamento em andamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não é o único que ameaça tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível. Outras 15 ações já foram ajuizadas contra ele na Corte Eleitoral e não se resumem ao ex-chefe do Executivo, colocando em risco os direitos políticos de pelo menos mais 68 pessoas, além dos responsáveis por contas no Twitter que ainda devem ser identificados.

Militares, políticos, influenciadores, jornalistas e filhos do ex-presidente estão na lista dos investigados nos diferentes processos, que apuram ataques ao sistema eleitoral e disseminação de fake news. As ações ainda não têm prazo para serem julgadas, mas, se condenadas, essas pessoas devem ter a mesma pena que pode atingir Bolsonaro no julgamento em curso no TSE atualmente: cassação de direitos políticos por oito anos.

MÚSICO

Entre as ações que pesam contra o ex-presidente e seus aliados, está uma que apura o disparo massivo de conteúdos falsos em diferentes perfis nas redes sociais contra a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição do ano passado. No total, são 48 pessoas investigadas por suposta prática de uso indevido dos meios de comunicação, abuso de poder político e abuso de poder econômico.

Entre os alvos estão os três filhos mais velhos do ex-presidente: o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), além do músico Roger Moreira, parlamentares e jornalistas.

Outra ação protocolada pela coligação de Lula na Justiça atribui a Bolsonaro e a apoiadores a tentativa de deslegitimar o processo eleitoral brasileiro. “A demanda abrange atos e declarações ocorridos antes do registro de candidatura, durante o período eleitoral, na data do segundo turno e após a divulgação dos resultados que atestaram a vitória do candidato da coligação autora”, destaca o relatório do corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Benedito Gonçalves.

BICENTENÁRIO

As comemorações do Bicentenário da Independência, no ano passado, também resultaram em ações no TSE. Em um dos processos, a então candidatura petista aponta abuso de poder político e econômico e uso indevido dos meios de comunicação, considerando que a celebração do 7 de Setembro foi custeada com recursos públicos e transmitida ao vivo pela TV Brasil.

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Junto de Bolsonaro e do general Braga Netto – candidato a vice no ano passado -, outras 16 pessoas foram acusadas, incluindo o pastor Silas Malafaia e o empresário Luciano Hang. Uma outra ação protocolada pela senadora Soraya Thronicke (União Brasil-MS) também pede investigação eleitoral sobre suposto uso indevido da comemoração do 7 de Setembro. Bolsonaro e Braga Netto são alvo da ação.

Os dois são ainda investigados em mais três ações por abuso de poder político e econômico que dizem respeito à atuação do então presidente na 77ª Assembleia-Geral da ONU e no velório da rainha da Inglaterra.

‘SUGESTÕES’

O TSE retomará hoje o julgamento de Bolsonaro. O foco desta ação é uma reunião com embaixadores na qual o então presidente questionou, sem provas, a lisura do processo eleitoral. Ontem, em São Paulo, Bolsonaro disse que “sugestões de aperfeiçoamento no sistema eleitoral” não podem ser consideradas “ataque à democracia”.

“É justo cassar os direitos políticos de alguém que se reuniu com embaixadores? Não é justo falar: ‘Atacou a democracia’. Aperfeiçoamento, buscar, colocar camadas de proteção, isso é bom para a democracia”, afirmou.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.