O
Instituto Internacional de Finanças (IIF) aponta que a dívida global
aumentou US$ 10 trilhões no primeiro semestre de 2023, a US$ 307
trilhões, um novo recorde que representa US$ 100 trilhões a mais que uma
década atrás. Segundo o relatório “Monitor da Dívida Global”, divulgado
nesta terça-feira, 19, mais de 80% da acumulação de dívida veio de
mercados desenvolvidos, com os EUA, o Japão, o Reino Unido e a França
registrando os maiores aumentos. Entre emergentes, o aumento foi mais
acentuado na China, na Índia e no Brasil.
Agora,
a proporção da dívida sobre o Produto Interno Bruto global está em
torno de 336%, acima dos 334% do quatro trimestre de 2022 e registrando
uma alta após sete trimestres consecutivos de queda. Segundo análise,
com a moderação das pressões salariais e de preços, a projeção é que a
proporção ultrapasse os 337% até ao final do ano.
Entretanto,
o documento pontua que os encargos das dívidas de consumidores ainda
estão controlados em economias avançadas, especialmente nos EUA, o que
deverá permitir espaço para mais aperto monetário pelos BCs, caso haja
persistência na pressão inflacionária.
O IIF também chama
atenção para a queda acentuada nos empréstimos bancários, evidente entre
governos e instituições financeiras. “Em contraste, os fatores
macroeconômicos adversos prevalecentes, incluindo condições de
financiamento mais restritivas, levaram a uma desaceleração acentuada na
expansão do crédito bancário às famílias e às empresas não
financeiras”.
Entretanto, nos EUA, a expansão contínua dos
mercados de crédito privado “ofereceu um amortecedor para as empresas
que enfrentaram padrões de crédito bancário mais apertados na sequência
da tensão bancária regional do país no início deste ano”.
Já
falando sobre países emergentes, a instituição destaca que as tensões
da dívida interna dos mercados emergentes prejudicam as perspectivas: “à
medida que os custos de financiamento internacional se estabilizam em
níveis mais elevados, a dívida pública nos mercados emergentes (como por
exemplo a China) retomou a sua tendência ascendente no segundo semestre
de 2022, registrando um ligeiro aumento para 57% do PIB”.
No
Brasil, o IFF aponta que a dívida das famílias como proporção do PIB
caiu de 33,6% no segundo trimestre de 2022 para 32,7% igual período
deste ano; a de corporações não financeiras subiu de 51,9% para 52,1%; a
do governo recuou de 88,8% para 86%; e a do setor financeiro caiu de
46,2% para 40,5%.