quarta-feira, 11 de outubro de 2023

Se os homens são de Marte, as mulheres são da paz: seria esta também uma questão de gênero?


Pessoas de todos os gêneros podem contribuir para a violência. Talvez nós, mulheres, não sejamos exatamente pacíficas. Mas somos agentes da paz – e são muitos os estudos que comprovam esta reflexão.

 

Autorretrato com colar de espinhos e beija flor- Frida Kahlo 1940

Somos chamadas de “guerreiras” com certa frequência, talvez pela capacidade de resiliência em momentos que muitos fraquejam. Mas a paz seria mesmo uma questão de gênero?

De 2019 a março de 2022, mais de 400 mil novas armas de fogo foram registradas no país, segundo dados da Polícia Federal (portal de transparência “Fiquem Sabendo”), sendo 96% das armas registradas em nome de homens e 4% em nome de mulheres. Pesquisa em setembro de 2022 (Genial∕Quaest), revelou que 82% das mulheres eram contra armar a população, enquanto apenas 63% dos homens expressavam esse posicionamento.

Pessoas de todos os gêneros podem ser agentes de alguma forma de violência e de paz. Talvez nós, mulheres, não sejamos exatamente pacíficas. Que diga quem já conheceu a nossa ira. Porém, somos mais frequentemente vítimas do que agressoras. E, reconhecidamente, agentes de paz.

Se dependesse das mulheres possivelmente haveria menos guerras no mundo, menos conflitos armados. Em situação de guerra e conflitos violentos as mulheres e meninas são, desproporcionalmente, expostas a violência sexual endêmica (Mirjana Spoljaic, presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha).

E conhecemos as consequências familiares, sociais, econômicas que duram para além dos conflitos e das guerras, mesmo se estivermos do lado vencedor. Sabemos o que significa tratar de pessoas feridas no corpo e na alma, dos que ficam incapacitados por atos de violência. Sabemos o que significa manter os filhos em ambientes de conflitos violentos, do medo de mandá-los para a escola ou comprar pão, onde “balas perdidas” e a crueldade podem alcançá-los. Nossos guris, olha aí…

A violência que está nas ruas, nas instituições, nas casas, escorre também pelas redes sociais onde se observam ataques às mulheres, expressões de misoginia por vezes apoiadas por outras mulheres, ainda na teia da submissão, discursos perigosos que incitam vários tipos de violência.

A violência de gênero permanece bastante naturalizada entre nós. Ela se refere às relações de poder e à diferença entre as características culturais atribuídas a cada um dos sexos que, nem sempre, são identificadas como tal. Suas raízes moram na dominação masculina, patriarcal e relacional. persistente na sociedade.

Se as mulheres estão aprisionadas a formas de submissão, os homens, por sua vez, estão enclausurados em formas de dominação. A quem interessa ambas as sujeições?
A violência contra as mulheres é considerada um indicador de se uma sociedade é propensa a conflitos violentos.

O papel das mulheres para a paz social seria, então, apenas um atributo da sua frequência infinitamente menor de práticas violências explicitas, da sua condição de vítima ou da sua justificada aversão às violências? É mais potente do que isso.

Investigação sobre mulheres, paz e segurança, publicada em documento de referência para o estudo das Nações Unidas e do Banco Mundial, em 2017, forneceu fortes evidências de que o empoderamento das mulheres e a igualdade de gênero estão associados a resultados mais pacíficos e estáveis

⦁ A inclusão das mulheres nos processos de paz tem um impacto positivo na durabilidade dos acordos de paz, evitando assim a recorrência de conflitos.

⦁ Incluir mulheres como negociadoras, mediadoras, signatárias e testemunhas aumenta em 20% a probabilidade de um acordo durar pelo menos dois anos, e em 35% a probabilidade de durar pelo menos 15 anos.

⦁ Existe uma relação positiva entre a participação de grupos de mulheres e os resultados do acordo de paz. Quando as mulheres estão menos envolvidas, os acordos são alcançados com menos frequência e a probabilidade de se chegar a um acordo é ainda menor quando os grupos de mulheres não estão envolvidos.

A ONU reconhece que as mulheres são parceiras cruciais na consolidação de três pilares de uma paz duradoura: recuperação econômica, coesão social e legitimidade política. E indica que maior igualdade de gênero corresponde a menor probabilidade de um país utilizar a força militar para resolver disputas com outros países e em conflitos internos.

Se a gravidade da violência utilizada em conflitos externos e internos tende a diminuir com uma maior igualdade de gênero, como demonstram as investigações, parece fundamental continuarmos firmes na conquista de igualdade de direitos, para garantir uma presença equilibrada de mulheres em espaços de tomada de decisões na sociedade, no Estado, nas empresas, nas organizações sociais, nas comunidades.

E que, ocupando esses espaços de poder, possamos nos livrar das armadilhas do modelo patriarcal e colonialista que conforma a sociedade e contribuir na construção da coesão social necessária para vivermos em paz e solidariamente.

*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do IstoÉ.

 

terça-feira, 10 de outubro de 2023

Inditex, que controla a Zara, fecha temporariamente suas 84 lojas em Israel


Logo Inditex de 1000logos.net


A companhia espanhola Inditex, que controla uma série de franquias incluindo a Zara, fechou temporariamente suas 84 lojas em Israel devido aos conflitos iniciados no último sábado no país. O aviso sobre as condições da varejista consta nas páginas israelenses das franquias.

Além da informação sobre as unidades físicas, a empresa avisou que os prazos para a devolução de peças serão ampliados.

Em outubro de 2022, palestinos organizaram um boicote contra a empresa depois que o franqueado de suas lojas israelenses recebeu o parlamentar Itamar Ben-Gvir, visto como abertamente anti-Palestina, em sua casa.

Na ocasião, houve manifestações e até queima de peças de roupa da Zara em público.

No caso da concorrente sueca H&M, também há relatos sobre o fechamento de lojas. No entanto, neste momento, o site oficial da empresa em Israel apenas alerta sobre possíveis atrasos nas entregas de produtos.

 

Produção de motos tem melhor setembro em dez anos, revela Abraciclo

A produção de motos alcançou 140,3 mil unidades no mês passado, volume um pouco acima – alta de 0,5% – do total registrado em setembro de 2022 (139,6 mil). Foi assim o melhor setembro em produção de motocicletas desde 2013, quando as fábricas produziram 150,7 mil unidades no mesmo mês.

Frente a agosto, que marcou a maior produção de motos em uma década, houve queda de 14,5% em setembro. Também contribuiu para essa variação negativa o calendário com três dias a menos de trabalho do mês passado.

O balanço foi divulgado nesta terça-feira, 10, pela Abraciclo, a entidade que representa as montadoras de motos instaladas no polo industrial de Manaus (AM), onde está concentrada a maior parte da produção nacional.

De janeiro a setembro, foram produzidas 1,2 milhão de motocicletas, uma alta de 12,3% na comparação com os nove primeiros meses de 2022 e o melhor resultado entre iguais períodos em dez anos. A Abraciclo manteve a projeção que aponta para 1,56 milhão de motos em todo o ano, o que, se confirmado significará um aumento de 10,4% frente a 2022 (1,41 milhão de unidades).

O desempenho é puxado pela expansão dos serviços de entrega (delivery) e a busca dos consumidores por veículos mais baratos e econômicos, em especial modelos de baixa cilindrada, que respondem por 81,7% do mercado.

“Em 2023, estamos experimentando um crescimento consolidado. O segmento apresenta potencial para continuidade no aumento dos volumes da produção”, disse Marcos Bento, presidente da Abraciclo, durante a apresentação dos resultados do mês passado.

Só em setembro, foram vendidas 135 mil motocicletas, 9,2% acima do total comercializado no mesmo mês do ano passado. Na comparação com agosto, no entanto, houve recuo de 5,4% por conta do calendário mais curto de setembro, que teve três dias úteis a menos.

Desde o início do ano, as vendas, de 1,18 milhão de motos, acumulam crescimento de 19,7%, bem acima da expectativa da Abraciclo de aumento de 10,9%, para 1,5 milhão de unidades, em 2023. Conforme o presidente da entidade, o mercado de motos tem potencial de voltar a superar as 2 milhões de unidades em um prazo de até cinco anos.

 

Oncoclínicas adquire 25% de joint ventures de oncologia com Unimed em SP, Brasília e Salvador

 https://grupooncoclinicas.com

A Oncoclínicas anunciou nesta terça-feira, 10, que adquiriu, por meio de suas controladas, 25% do capital social das joint ventures dedicadas ao tratamento ambulatorial oncológico existentes entre a companhia e a Unimed Nacional nas cidades de São Paulo, Brasília e Salvador.

Após a consumação das transações – cujo desembolso será de cerca de R$ 100 milhões em até 12 meses, utilizando recursos próprios -, a Oncoclínicas passará a deter 75% do capital social das joint ventures.

O valor da firma (enterprise value) agregado para as transações (considerando 100%) é de aproximadamente R$ 450 milhões.

“As transações, uma vez concluídas, permitirão à companhia reduzir ainda mais a participação minoritária em seus resultados, em linha com seus objetivos estratégicos. Os fechamentos das transações estão sujeitos à verificação de condições precedentes usuais para transações desta natureza, incluindo a aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade)”, informa a Oncoclínicas.

Intelbras adquire 55% de empresa colombiana por R$ 24 milhões


A Intelbras (INTB3) anunciou nesta segunda-feira (9) que celebrou contrato para a aquisição de 55% do capital social da Allume, holding colombiana que atua nos nos segmentos de segurança eletrônica, redes, comunicação, automação predial e gestão de energia, oferecendo produtos de marca própria e de terceiros.

AAllume  faturou aproximadamente R$ 102 milhões em 2022.  A Intelbras se comprometeu a pagar o montante de aproximadamente R$ 24 milhões1 (USD 4.7 milhões), por 55% do capital social Allume.

A Intelbras tem a opção de comprar ações representativas de  45% do capital social da Allume Holding , que poderá ser exercida  ao longo de cinco anos a contar da data de celebração do Contrato e prorrogada por mais cinco anos.

Intelbras adquire 55% de empresa colombiana

COMUNICADO AO MERCADO Intelbras anuncia a aquisição de 55% do capital social de holding colombiana

A INTELBRAS S.A. INDÚSTRIA DE TELECOMUNICAÇÃO ELETRÔNICA BRASILEIRA (B3: INTB3) (“Companhia” ou “Intelbras”) informa a seus acionistas e ao mercado em geral que celebrou Contrato de Compra e Venda de Ações e Outras Avenças (“Contrato”), por meio do qual adquiriu ações representativas de 55% do capital social da Allume Holding S.A.S., empresa com a qual a Intelbras já mantinha relacionamento comercial.

A Allume Holding S.A.S. atua nos segmentos de segurança eletrônica, redes, comunicação, automação predial e gestão de energia, oferecendo produtos de marca própria e de terceiros. Fundada em 1997 em Cali, Colômbia, onde mantém sua sede, a empresa possui filiais em Bogotá, Medellín e Barranquilla e é uma das líderes do mercado colombiano, reconhecida por sua abrangência e excelência no atendimento a distribuidores e revendedores locais, tendo faturado aproximadamente R$ 102 milhões em 2022

Em contrapartida à aquisição, a Intelbras se comprometeu a pagar o montante de aproximadamente R$ 24 milhões1 (USD 4.7 milhões), sujeito aos ajustes previstos no Contrato, dos quais: 30% foram pagos nesta data mediante transferência bancária, de acordo com taxa de câmbio vigente do dia; 60% serão pagos em parcelas mensais ao longo de um ano, sendo uma delas vinculada ao cumprimento de determinadas metas operacionais e financeiras para 2023; e até 10% serão pagos em parcelas anuais ao longo de três anos. Ainda nos termos do Contrato, a Intelbras tem a opção de comprar ações representativas de 45% do capital social da Allume Holding S.A.S., que poderá ser exercida pela Companhia ao longo de cinco anos a contar da data de celebração do Contrato e prorrogada por mais cinco anos.

A aquisição fortalece a estratégia de internacionalização da Intelbras e a participação de mercado da Companhia na América Latina. As empresas manterão suas operações comerciais independentes e as sinergias serão captadas nos processos internos de gestão.

A Intelbras esclarece que a aquisição foi objeto de autorização por parte da Superintendencia de Industria y Comercio da Colombia – SIC e não está sujeita à aprovação em Assembleia Geral, nos termos do Artigo 256 da Lei 6.404, de 15 de dezembro de 1976, conforme alterada. Rafael Boeing Diretor de Relações com Investidores e Diretor Superintendente Administrativo Financeiro 

 

Leia mais e intelbras 09/10/2023

 

Azevedo & Travassos assina acordo para avaliar possível aquisição da Nion Energy


A Azevedo & Travassos anunciou um acordo com a BTV Capital para explorar a possibilidade de aquisição total ou parcial da Nion Energy, bem como certos ativos operacionais de produção de petróleo e gás.

A Nion Energy é detentora de seis contratos de concessão, referente a campos e blocos em terra, tendo produção aproximada de 230 barris de óleo equivalente por dia e 82 funcionários.

Azevedo & Travassos assina acordo para avaliar possível aquisição da Nion Energy

O acordo dá à Azevedo & Travassos exclusividade sobre a Nion e seus ativos por um prazo de 75 dias, prorrogáveis por igual período, para que a empresa possa aprofundar e finalizar auditoria para uma possível aquisição.

Caso a operação venha a se concretizar, está inserida no plano estratégico da Azevedo & Travassos na retomada da exploração de óleo e gás como uma avenida de crescimento para a companhia.

 

 https://fusoesaquisicoes.com/acontece-no-setor/azevedo-travassos-assina-acordo-para-avaliar-possvel-aquisicao/?mc_cid=e869e4eaf5&mc_eid=cca20f1b20#


Nova Rota da Seda chinesa gera mais de US$ 2 trilhões em contratos

O projeto de infraestruturas da China “Nova Rota da Seda” gerou dois trilhões de dólares (R$ 10,3 trilhões, na cotação atual) em contratos mundiais e uma dívida de US$ 300 bilhões (R$ 1,5 trilhão) contraída pelos participantes em um banco chinês, anunciaram as autoridades do país nesta terça-feira (10).

A China comemora este mês o 10º aniversário da iniciativa Nova Rota da Seda (Belt and Road Initiative, BRI em inglês), na qual Pequim investiu milhões de dólares em projetos de infraestruturas na Ásia, Oriente Médio, Europa e África, em uma estratégica geopolítica do presidente Xi Jinping.

Mas com este dispositivo, o país tem sido acusado de mergulhar nações com poucos recursos em dívidas colossais, oferecendo-lhes empréstimos exorbitantes e proibidos.

De acordo com um documento do Conselho de Estado chinês, os países que participaram da iniciativa devem mais de US$ 300 bilhões ao Eximbank, o Banco de Importação e Exportação da China.

Nesta terça-feira, Pequim indicou que o valor dos contratos de construção firmados com seus parceiros atingiu US$ 2 trilhões, aproximadamente o PIB anual de países como a Rússia ou o Canadá. Além disso, “o volume de negócios atual dos empreiteiros chineses alcançou US$ 1,3 trilhão (R$ 6,7 trilhões)”, acrescentou.

Já o saldo de empréstimos do Eximbank chinês para estes projetos chega a 2,2 trilhões de yuans (US$ 307,4 bilhões ou R$ 1,6 trilhão).

Este montante inclui “mais de 130 países participantes e envolve mais de US$ 400 bilhões (R$ 2 trilhões) em investimentos e mais de US$ 2 trilhões em comércio”, segundo o documento, implicando uma dívida média de cerca de US$ 2,4 bilhões por país.

O texto, no entanto, não detalha quais países possuem maiores valores em aberto, tampouco a taxa de juros que irão pagar.

Alguns especialistas consideram que estes dados estão muito subestimados.

“Existem outros documentos de investigação sobre estas dívidas ocultas que (alegam que) podem totalizar até US$ 800 bilhões (R$ 4,1 trilhões)”, disse à AFP Niva Yau, do Atlantic Council’s Global China Hub.

“Simplesmente não temos informações sobre esses projetos nem como esses dados foram calculados”, completou.

– “Ganhos reais” –

O Eximbank financiou importantes projetos energéticos e de transportes nesta iniciativa e está ligado a programas de empréstimos internacionais na África e na Ásia Central.

Já o Fundo da Rota da Seda da China, criado para financiar os projetos desta iniciativa “firmou acordos sobre 75 projetos com um compromisso de investimento de cerca de US$ 22 bilhões (R$ 114 bilhões)”, segundo o documento.

Nesta terça-feira, o Conselho de Estado chinês afirmou que o programa Nova Rota da Seda “reportou ganhos reais aos países participantes”. No entanto, muitos de seus parceiros têm se mostrado cautelosos quanto aos custos envolvidos na iniciativa.

A Itália, a única representante das principais potências mundiais, disse no mês passado que está considerando abandoná-lo.

Pequim recebe, neste mês, o terceiro Fórum para a Cooperação Internacional das Novas Rotas da Seda, ao qual se espera a presença do presidente russo, Vladimir Putin. Seria a primeira visita do líder da Rússia à China desde o início da invasão da Ucrânia.

Entretanto, o governo chinês ainda não confirmou quando o evento acontecerá.

“Os países e parceiros que participam ativamente na Iniciativa das Novas Rotas da Seda são bem-vindos em Pequim para discutir planos de cooperação e buscar o desenvolvimento comum”, disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, no mês passado.

bur-oho/je/pbt/es-jvb/zm/yr/aa