quarta-feira, 8 de novembro de 2023

Família Magalhães Pinto quer elevar capital do Banco Nacional em até R$ 1,5 bi e negocia venda ao BTG

BTG Pactual vê 3º trimestre ainda fechado para oferta de ações

Fundado em 1944 pelo ex-governador de Minas Gerais José de Magalhães Pinto e seu irmão Valdomiro, banco está em liquidação extrajudicial desde 1996.

A família Magalhães Pinto, controladora do Banco Nacional – que está em liquidação extrajudicial desde 1996 – propôs à administração da massa falida realizar um aumento de capital de R$ 1,529 bilhão na instituição. Ao mesmo tempo, está negociando a venda para o BTG Pactual.

 A família Magalhães Pinto foi, até o início dos anos 90, uma das mais ricas e poderosas do Brasil. Seu banco, o Nacional, era um dos maiores do país, com 1,2 milhão de clientes, quase 400 agências (incluindo pontos em Nova York e Miami) e mais de 40 000 funcionários, o dobro do que tem o Santander hoje.

 Família Magalhães Pinto quer elevar capital do Banco Nacional em até R$ 1,5 bi e negocia venda ao BTG
Fundado em 1944 pelo ex-governador de Minas Gerais José de Magalhães Pinto e seu irmão Valdomiro, banco está em liquidação extrajudicial desde 1996.

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Mais países anunciam hospitais de campanha em Gaza


Depois de Emirados Árabes e França, Itália e Holanda anunciam ajuda a civis. Em Tóquio, G7 engrossa coro por “pausas humanitárias” e pede a viabilização de apoio humanitário à região “sem impedimentos”.A Itália anunciou nesta quarta-feira (08/11) o envio de um navio médico à costa da Faixa de Gaza, no Mar Mediterrâneo, para prestar ajuda humanitária à região.

A bordo do Vulcano estão 170 pessoas, entre militares e profissionais da saúde, além de equipamentos e medicamentos, segundo o ministro italiano da Defesa, Guido Crosetto. Ele disse que o envio da embarcação é um sinal concreto do país de apoio ao povo palestino e de “distância dos terroristas do Hamas”, e acrescentou que o governo está avaliando a possibilidade de abrir um hospital de campanha dentro de Gaza.

Também nesta quarta, a Holanda anunciou que enviaria, “quando for possível”, um navio da Marinha à região, carregado de mantimentos para civis. A informação foi dada pelo primeiro-ministro Mark Rutte antes de ele partir para um encontro com seu homólogo israelense, Benjamin Netanyahu.

Um oficial da Marinha holandesa afirmou à agência de notícias AFP que a embarcação zarparia em meados de novembro e chegaria até o fim do mês ao Chipre, país da União Europeia mais próximo de Gaza.

“Na verdade, trata-se de pré-posicionar o navio em caso de necessidade de ajuda humanitária ou evacuação”, afirmou o oficial, acrescentando ainda que a entrada de apoio por terra ou mar dependeria de uma “decisão a nível internacional”.

A Holanda tem mantido conversas com o Catar, país que assumiu as mediações entre Israel e o grupo radical islâmico Hamas na guerra.

Segundo o primeiro-ministro holandês, o Catar – país onde vive o líder do Hamas, Ismail Hannyeh – fez algumas propostas para o estabelecimento de pequenas pausas no conflito, de modo a permitir a entrada de ajuda humanitária em Gaza.

Chipre negocia corredor marinho humanitário

Os anúncios de Itália e Holanda vêm após o presidente do Chipre, Nikos Christodoulides, declarar que o país estava “pronto para desempenhar um papel substancial” no conflito com o estabelecimento de um corredor humanitário marítimo.

Também vieram após os Emirados Árabes Unidos afirmarem que abririam um hospital de campanha em Gaza com 150 leitos, um departamento cirúrgico e UTIs para adultos e crianças.

O país do Golfo Pérsico também já havia prometido anteriormente 20 milhões de dólares em ajuda a civis e o transporte de 1.000 crianças palestinas e seus familiares para tratamento médico em seu território.

Os Emirados Árabes Unidos foram os principais articuladores dos Acordos de Abraão, que em 2020 restabeleceu as relações diplomáticas de quatro países árabes – os Emirados, o Bahrain, o Marrocos e o Sudão – com Israel.

Segundo o jornal israelense The Times of Israel, o país apoia o estabelecimento de hospitais de campanha em Gaza e arredores porque isso facilitaria o rastreamento do Hamas em hospitais já construídos na região, que abrigam pacientes e civis desabrigados, mas que estariam sendo usados por terroristas para propósitos militares.

O Egito já estaria construindo um hospital de campanha a 15 km da Passagem de Rafah, na fronteira com o enclave, e a França também estaria avaliando uma medida semelhante – o país também anunciou, no final de outubro, o envio de um navio da Marinha para apoiar hospitais em Gaza.

Situação humanitária “catastrófica” em Gaza

Organizações internacionais de ajuda humanitária têm seguidamente alertado sobre condições humanitárias “catastróficas” no enclave palestino, que está sob bombardeio constante desde a eclosão da guerra. Segundo essas entidades, faltam água potável, comida e medicamentos na região, e hospitais e profissionais de saúde estão à beira do colapso.

No lado palestino, mais de 10 mil pessoas morreram em 32 dias de conflito, segundo dados do Ministério da Saúde em Gaza, órgão controlado pelo Hamas.

A guerra foi deflagrada após o Hamas invadir Israel e promover uma série de atentados terroristas, matando ao menos 1.400 pessoas e sequestrando outras mais de 240.

G7 engrossa coro internacional por “pausas humanitárias”

No mesmo dia em que o secretário geral das Nações Unidas, António Guterres, declarou à agência de notícias Reuters que o saldo de vítimas na Faixa de Gaza aponta para algo “claramente errado”, os países do G7 endossaram o coro por “pausas humanitárias” no conflito para viabilizar o envio de assistência a civis.

Tais pausas já foram defendidas pela União Europeia e, mais recentemente, também pelos Estados Unidos.

“O Hamas comete violações [do direito internacional] quando usa escudos humanos”, afirmou Guterres à Reuters. “Mas quando você olha para o número de civis mortos nas operações militares, há algo que está claramente errado.”

“É importante fazer Israel entender que é contra seus próprios interesses ver todos os dias as imagens terríveis das necessidades humanitárias dramáticas da população palestina”, continuou o chefe da ONU. “Isso não ajuda Israel perante a opinião pública global.”

Já o G7 reforçou, em sua declaração final após um encontro em Tóquio, no Japão, o apelo para que “todas as partes” permitam, “sem impedimentos, o envio de ajuda humanitária à população civil, incluindo comida, água, assistência médica, combustível e alojamentos, bem como o acesso para os trabalhadores humanitários”.

O grupo, que reúne Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, também condenou os atentados de 7 de outubro cometidos pelo Hamas, exigiu a soltura imediata dos reféns mantidos em cativeiro em Gaza e defendeu a solução de dois Estados para a paz na região.

ra (Lusa, AP, AFP, DW, ots)

 

Santos Brasil tem lucro líquido de R$ 139 Mi no 3º trimestre, alta anual de 31%

Santos Brasil - Home

A Santos Brasil reportou lucro líquido de R$ 139 milhões no terceiro trimestre de 2023. O montante representa alta de 31,2% ante igual período de 2022. O Ebitda da companhia subiu 18,9% na mesma base comparativa, para R$ 257,8 milhões. Já a margem Ebitda ficou em 48,3%, 6,7 pontos porcentuais acima da registrada um ano antes.

Entre julho e setembro, a receita líquida somou R$ 533,7 milhões, crescimento de 2,3% em relação ao terceiro trimestre do ano passado.

Os crescimentos nas cifras refletem principalmente dois fatores segundo o CFO da Santos Brasil, Daniel Dorea. O primeiro deles é a trajetória de recomposição de preços, que vem ocorrendo principalmente no Porto de Santos.

Apesar da melhora, o executivo destaca que os preços ainda estão aquém, já que só após as recomposições recentes, começaram a se aproximar dos valores praticados há 10 anos. “Agora estamos conseguindo atingir patamares minimamente saudáveis”, afirma, reforçando não se tratar de aumento de preços, mas sim um realinhamento.

Dorea cita também a busca por maior eficiência e controle de custos e despesas como outros fatores que contribuíram para os resultados. Em relação ao segundo trimestre de 2023, as despesas operacionais da companhia caíram 10,6%, para R$ 73,2 milhões, “evidenciando rigor contínuo no controle de despesas”, segundo o relatório de resultados. Na comparação anual, a cifra representa alta de 1,5%.

Investimentos e dívida

A Santos Brasil investiu R$ 235,6 milhões no acumulado de 2023, 37% a mais do montante do que o aportado no mesmo período do ano passado. De acordo com o CFO, a companhia segue investindo em todos os ativos, principalmente em Santos. Como exemplos, cita esforços para ampliação da capacidade, aquisição de equipamentos e transição energética.

Dorea pondera que apesar da agenda forte de investimentos, a empresa segue “muito desalavancada”. A Santos Brasil encerrou o terceiro trimestre de 2023 com uma alavancagem, medida em dívida líquida sobre Ebitda, de 0,23 vez. Enquanto isso, a dívida líquida da companhia recuou 65,6% no terceiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2022, para R$ 147,3 milhões.

Ainda assim, o executivo considera que a companhia tem “amplo acesso ao mercado de capitais” caso queira fazer alguma emissão de dívidas em algum momento. No entanto, isso não está no radar da Santos Brasil atualmente. “Continuamos tendo mais caixa do que dívida. Não tivemos necessidade de reestruturar ou captar em um cenário de juros mais elevados”, diz Dorea.

Comissão da Câmara convoca ministros por ‘discriminação’ e ‘perseguição’ ao agro

Goiás sedia Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular com  participação de Marina Silva e Camilo Santana | Goiás | G1

A Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira, 8, a convocação dos ministros Camilo Santana (Educação) e Marina Silva (Meio Ambiente) para prestar esclarecimentos sobre posturas de “discriminação” e “perseguição” feitas ao agronegócio, segundo os proponentes dos requerimentos. A ofensiva do colegiado ocorreu após a polêmica das questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que foram desaprovadas pela bancada que defende o setor.

Os deputados aprovaram a convocação do ministro da Educação para que ele preste esclarecimentos sobre a “politização” do Enem, que foi aplicado no último domingo, 5. O ministro deve comparecer ao colegiado no dia 22 de novembro.

Na segunda-feira, 6, a Frente Nacional da Agropecuária (FPA), que conta a participação de 347 congressistas, pediu a anulação de três questões do exame, que abordaram os efeitos do agronegócio no Cerrado e na Floresta Amazônica e a nova corrida espacial feita por bilionários. A FPA também exigiu o comparecimento de Santana em audiências na Câmara e no Senado Federal.

“É inacreditável o governo federal se utilizar de desinformação em prova aplicada para quase 4 milhões de alunos brasileiros que disputam uma vaga nas universidades do Brasil. A anulação das questões é indiscutível, de acordo com literaturas científicas sobre a atividade agropecuária no Brasil e no mundo, em respeito à academia científica brasileira”, afirmou a FPA em nota divulgada na segunda.

O requerimento de convocação de Camilo Santana é de autoria do deputado Evair Vieira de Melo (PP-ES), que disse que o agro reagiu com repúdio às questões do Enem. Segundo o parlamentar, o setor não pode ser simplificado como uma “força exclusivamente negativa” nas discussões sobre a preservação ambiental.

“As perguntas em questão representam um perigoso desserviço à nação, dada a apresentação de uma abordagem unicamente crítica em relação à atividade agropecuária no Brasil, bem como uma escolha clara de uma corrente ideológica”, afirmou Evair no requerimento.

O parlamentar solicita esclarecimentos “a respeito da politização das provas do Enem de 2023, em especial sobre a discriminação do setor agropecuário da região Centro-Oeste e seus habitantes”.

Ao Estadão, o presidente da comissão Tião Medeiros (PP-PR) afirmou que a convocação do ministro da Educação busca entender o objetivo das questões criticadas pelo setor. “O convite foi para falar sobre o quanto essa prova do Enem está avaliando os alunos ou ideologizando eles”, afirmou.

Marina é convocada para explicar ‘clara perseguição’ ao agro

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, foi convocada para prestar esclarecimentos sobre supostas medidas adotadas pela pasta que representam uma “clara perseguição a agropecuária brasileira e aos produtores rurais do Brasil”.

O requerimento de convocação da ministra é de autoria do deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS), que não citou a prova do Enem aplicada no domingo. Porém, conforme mostrou a Coluna do Estadão, nos bastidores, sabe-se que o pedido só foi aprovado por causa da polêmica.

Segundo Tião Medeiros, a data do comparecimento de Marina ainda será discutido com a pasta do Meio Ambiente, mas deve ocorrer entre os dias 21 e 22 deste mês.

Rodolfo Nogueira citou uma reportagem, publicada pelo Estadão, que mostra que o governo federal havia escalado Marina para apresentar medidas de combate à crise das queimadas que ocorrem no Amazonas. Uma das propostas idealizadas pelo governo foi a suspensão do registro do Cadastro Ambiental Rural (CAR) de imóveis com focos de calor e incêndio sem autorização.

“É de extrema importância que se esclareça de forma transparente e clara qual é a verdadeira intenção do Ministério do Meio Ambiente ao adotar essa estratégia, bem como quais impactos foram considerados na elaboração da proposta. Isso é fundamental para garantir a confiança da sociedade nas políticas ambientais e agrícolas do Brasil”, afirmou Nogueira.

A Coluna também mostrou que parte da bancada do agronegócio tenta arrastar o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, para a crise causada pelo Enem. O deputado Evair de Melo quer convocá-lo para depoimento tanto na Comissão de Agricultura quanto na de Fiscalização Financeira e Controle.

O Estadão procurou os ministros Camilo Santana e Marina Silva, mas não obteve retorno até a publicação deste texto.

GM volta a produzir em São Paulo após cancelar demissões


GM volta a produzir em São Paulo após cancelar demissões

Funcionários da GM que tiveram as demissões canceladas entrarão em licença remunerada, enquanto sindicatos e montadora seguem negociando alternativas. (Crédito: Divulgação)

 

A General Motors (GM) voltou a produzir nesta quarta-feira, 8, no Estado de São Paulo, após a montadora cancelar, cumprindo determinação da Justiça do Trabalho, as demissões de 1,2 mil trabalhadores das fábricas de automóveis em São Caetano do Sul e São José dos Campos, além da unidade de Mogi das Cruzes, que produz componentes.

A greve contra os desligamentos, que já durava 16 dias, foi suspensa nesta quarta-feira. No acordo com os sindicatos, a GM desistiu de descontar dos salários os dias parados.

Os funcionários que tiveram as demissões canceladas entrarão em licença remunerada, enquanto sindicatos e montadora seguirão negociando alternativas às demissões. Entre elas, a abertura de um programa de demissões voluntárias – opção que chegou a ser rejeitada pelos trabalhadores antes do anúncio das demissões – e a suspensão temporária de contratos de trabalho, o layoff.

A montadora aponta a necessidade de reestruturar as operações em São Paulo em razão da perspectiva de vendas e exportações menores não só no fim deste ano, mas também em 2024.

Em São José das Campos, a GM produz a picape S10 e o utilitário esportivo TrailBlazer, enquanto em São Caetano do Sul são fabricados os modelos Montana, Spin e Tracker.

Ineep: Petrobras deve lucrar R$ 26,2 bi no 3º tri por alta na produção de petróleo e derivados

petrobras-logo-png-836 - Registro de Marca em São Paulo

Relatório divulgado nesta quarta-feira, 8, pelo Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Bicombustíveis (Ineep) estima lucro líquido de R$ 26,2 bilhões para a Petrobras no terceiro trimestre. Esse resultado esperado, definido como “positivo”, se deve ao crescimento da produção e comercialização de petróleo e derivados no período.

O Ineep estima, também, receita líquida de R$ 126,2 bilhões e Ebitda ajustado de R$ 63,7 bilhões.

A companhia divulga o balanço financeiro do período na quinta-feira, 9, após o fechamento do mercado financeiro.

As estimativas do Ineep para os três indicadores vêm abaixo das médias de cinco instituições financeiras apuradas pelo Prévias Broadcast (lucro de R$ 31,1 bilhões, Ebitda de R$ 73 bilhões e receita de R$ 136,8 bilhões).

Segundo o Ineep, apesar de números sólidos e produção crescente, o resultado financeiro fica abaixo do registrado um ano atrás em função da queda dos preços do barril de petróleo do tipo Brent e dos derivados no período.

Na comparação entre o terceiro trimestre de 2023 e igual período de 2022, os preços médios dos Brent e dos derivados caíram, em média, 14,4% e 31,0% respectivamente. E os valores médios dos derivados no mercado interno saíram de R$ 687,00 por barril para R$ 474,00 na mesma base de comparação.

“Nem mesmo os aumentos de 4,5% no volume de produção e de 1,3% na comercialização de derivados compensaram os menores preços”, diz o pesquisador do Ineep Mahatma dos Santos.

Vendas

Segundo o Ineep, dos R$ 126,2 bilhões estimados como receita total do terceiro trimestre, 74% ou R$ 93,8 bilhões vieram de vendas ao mercado interno, entre petróleo e derivados.

A receita de vendas de derivados deve alcançar, segundo os pesquisadores, R$ 77,6 bilhões de junho a setembro, queda de 30,2% ante um ano atrás.

“As receitas com derivados foram impactadas pela robusta queda de 31,0% nos preços médios dos derivados na comparação anual. As maiores quedas estimadas foram nos preços do GLP (gás de botijão), cerca de 42,5%, seguido pelo diesel (34,3%) e a gasolina (12,2%)”, anota Santos.

Segundo ele, a decisão da gestão de ampliar o fator de utilização de seu parque de refino, que alcançou média de 96% no terceiro trimestre, resultou no aumento de 4,5% da produção de derivados e permitiu um incremento de 1,3% no volume de vendas da estatal em âmbito nacional, na comparação com o terceiro trimestre do ano passado. “Esse esforço operacional, no entanto, não foi suficiente para compensar a queda nos preços (dos derivados)”, diz.

Pelo lado do óleo cru, as vendas foram incrementadas pela recuperação expressiva (65%) das exportações para China e Europa na passagem do segundo para o terceiro trimestre do ano. “O boom das exportações no 3T23 significou forte recuperação do segmento, mas ainda em nível 6,1% inferior ao apurado no 3T22”, aponta o Ineep.

 

Após novas concessões, projeto de reforma tributária passa pela CCJ do Senado

 


Economistas e empresários defendem texto da reforma tributária

O texto endossa a proposta apresentada pelo relator Eduardo Braga (MDB-AM), que deve ser analisada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado nesta terça, 7. (Crédito: Roque de Sá/Agência Senado)

 

A reforma tributária avançou no Senado nesta terça-feira, 7, após novas concessões feitas pelo relator, Eduardo Braga (MDB-AM), que acatou mais de 30 emendas apresentadas de última hora pelos parlamentares. As sugestões aumentam o número de setores com tratamento diferenciado, ampliam o uso do cashback (sistema de devolução de imposto à baixa renda) e atendem a interesses de governadores do Centro-Oeste e Nordeste.

Após seis horas de deliberações e tentativas de obstrução por parte da oposição, que tentou adiar a votação, o texto foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado por 20 votos a favor e 6 contra. O líder da oposição, senador Rogério Marinho (PL-RN), foi o único a orientar de forma contrária à proposta. O Podemos liberou a bancada. Todos os destaques foram rejeitados pelo colegiado.

A próxima etapa será a votação da proposta no plenário da Casa, prevista para hoje. Por se tratar de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), será necessário o apoio de três quintos dos parlamentares em dois turnos de votação – ou seja, 49 votos favoráveis num universo de 81 senadores. Se aprovada, a matéria terá de seguir para uma segunda análise na Câmara já que sofreu modificações no Senado.

Nas emendas acatadas antes da votação na CCJ, Braga atendeu, por exemplo, a pleitos de governadores do Centro-Oeste (que poderão criar um novo tributo sobre matérias-primas produzidas em seus territórios) e do Nordeste (com a permissão para prorrogar incentivos fiscais concedidos à indústria automobilística).

As modificações também atendem o setor financeiro e beneficiam as chamadas Sociedades Anônimas de Futebol. O senador incluiu ainda a previsão de cashback obrigatório para famílias de baixa renda na compra de botijão de gás. O relatório inicial de Braga já previa cashback no pagamento da conta de luz para as famílias mais vulneráveis.

O relator também retomou a redução de alíquota para atividades de recuperação de zonas históricas, que estava prevista no texto aprovado pela Câmara, mas que havia sido retirada na primeira versão do parecer. E incluiu a aquisição de medicamentos e dispositivos médicos pela administração pública e entidades de assistência social sem fins lucrativos na alíquota zero.

Defesa

Apesar da ampliação dos tratamentos diferenciados, o relator defendeu que os fundamentos da reforma foram preservados e que as mudanças foram discutidas com o governo e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. “Nós procuramos ouvir todos os segmentos e procuramos, na medida do possível, representar essas pretensões sem perder o horizonte dos fundamentos da nossa emenda constitucional, que são: a simplificação, a neutralidade, a transparência, a segurança jurídica e o equilíbrio federativo”, afirmou Braga.

Durante as deliberações na CCJ, a oposição se uniu para tentar aprovar uma emenda apresentada por Rogério Marinho que alterava a trava para a carga tributária. Líder da oposição na Casa, Marinho propôs que, a partir de 2033, a alíquota do novo Imposto sobre Valor Agregado (IVA, que vai substituir os atuais tributos sobre o consumo de produtos e bens) fosse limitada a 20%. O destaque, porém, não obteve os votos necessários e foi rejeitado.

Na ocasião, Marinho afirmou que o Congresso vai “oferecer ao Brasil o maior IVA do mundo”, e que “alguns (setores) serão ‘excepcionalizados’ e outros, sobrecarregados”.

IVA

Marinho fez ressalvas à trava para aumento de carga tributária criada por Braga, que não estipula um porcentual máximo de cobrança do IVA. O texto do relator aprovado na CCJ institui apenas um teto de referência, com base na média da receita no período de 2012 a 2021, apurada como proporção do PIB.

Segundo o líder da oposição, essa fórmula cria um “piso” para a cobrança de impostos que pode gerar, logo na largada do sistema, um aumento de R$ 55 bilhões de carga. “Cai por terra a afirmação do governo de que não haverá aumento de carga, de que ela será neutra”, disse.

Em meio à pressão, Braga anunciou que, após a votação da proposta no plenário do Senado, vai solicitar um novo estudo à equipe econômica sobre o impacto das mudanças na alíquota do IVA.

“Da mesma forma que fui ao Ministério da Fazenda pedir que apresentasse um estudo sobre a alíquota com base no texto aprovado pela Câmara, nós vamos pedir também um estudo sobre a alíquota do texto aprovado no Senado”, afirmou. O último estudo da Fazenda, com base na versão anterior do parecer de Braga, já previa que a alíquota do novo tributo poderia chegar a 27,5%, figurando, assim, entre as maiores do mundo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.