terça-feira, 21 de novembro de 2023

Alckmin anuncia R$ 270 milhões para inovação na cadeia automotiva em evento na CNI

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, oficializou, em evento realizado nesta terça-feira, 21, na Confederação Nacional da Indústria (CNI), a destinação de R$ 270 milhões para inovação e eficiência energética na cadeia de autopeças e demais fornecedores automotivos. “Um recurso não reembolsável que será importante para a indústria brasileira”, disse Alckmin.

Os recursos serão destinados pelo Senai e pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), em iniciativa que faz parte do Programa Rota 2030, destinado ao setor automotivo com apoio ao desenvolvimento tecnológico, de inovação, eficiência energética e a qualidade dos automóveis.

Entre as iniciativas previstas está o lançamento de um edital de R$ 133 milhões para projetos estruturantes que envolvam alianças entre empresas e institutos de pesquisa.

Outro investimento será feito em projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação, junto a alianças industriais estabelecidas com empresas habilitadoras de tecnologias 4.0 para acelerar a inovação nas fornecedoras das grandes montadoras automotivas e para estimular projetos de pesquisa e desenvolvimento em toda a cadeia. O investimento do Senai será de R$ 70,4 milhões, sendo R$ 44 milhões voltados para projetos já em fase de contratação.

A Embrapii está disponibilizando cerca de R$ 30 milhões. Chamada de excepcional, essa modalidade garante aporte de 100% no projeto, com recursos não reembolsáveis até R$ 500 mil, e foco em tecnologias para o setor automotivo.

Por fim, outro ponto de investimento são as consultorias hands on. Voltadas para aumentar a digitalização e a produtividade das empresas da cadeia automotiva, que precisam alcançar as novas exigências tecnológicas do setor, as consultorias contarão com investimento de R$ 34 milhões. A meta é alcançar pelo menos 285 empresas.

Este é o segundo aporte para o setor em um mês. No dia 24 de outubro, o MDIC assinou Acordo de Cooperação Técnica com o BNDES, incluindo o banco de desenvolvimento entre os operadores dos fundos dos Programas Prioritários do Rota 2030. Na ocasião, foram anunciados R$ 200 milhões para descarbonização automotiva.

Para o presidente da CNI, Ricardo Alban, o Brasil tem grande potencial de fortalecer a indústria automotiva a partir da inovação. “Para termos uma indústria automotiva cada vez mais sustentável é preciso investir em inovação e tecnologia, além de fomentar uma cadeia produtiva que trabalhe de forma integrada”, disse.


Para Fazenda, tudo indica que País fechará ano dentro da meta superior da banda de inflação

O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, destacou nesta terça-feira, 21, a nova projeção para o nível de inflação para o fim de 2023, atualizada pela SPE de 4,85% para 4,66%, dentro do intervalo da meta, que é de 4,75%. “Neste ano tudo indica fecharemos ano dentro da banda superior da meta, e no ano que vem iniciaremos processo de convergência para aproximar a inflação verificada do centro da meta estabelecida em 3%”, disse Mello em coletiva de imprensa sobre o novo Boletim Macrofiscal do órgão.

Mello também destacou que há uma “melhoria expressiva” na curva de juros, comparativamente aos números de setembro e outubro com os dados de novembro, em que há “queda em todos os vencimentos”.

“Isso mostra também uma melhoria nas condições de financiamento da dívida pública e também impacta nesse processo o início da queda das treasuries americanas”, pontuou o secretário. “O benchmark livre de riscos de títulos do mundo é o americano, quando iniciaram processo de queda, isso afetou os juros do Brasil”, explicou. “As nossas projeções para o crescimento permaneceram razoavelmente estáveis, enquanto que para inflação e curva de juros fecharam”, pontuou o secretário.

Na nova grade de parâmetros, a estimativa para a expansão da atividade em 2023 passou de 3,2% para 3%. Para 2024, a revisão também foi para baixo, e a projeção para a expectativa de crescimento foi para 2,2%, ante 2,3% – estimativa usada na elaboração da peça orçamentária do próximo ano, que aguarda aprovação no Congresso Nacional.

 

Lula diz que falou com von der Leyen sobre ‘pontos nervosos’ de Mercosul-UE e aguarda reunião

Entenda sobre o Mercosul » Conexão Aduanas

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou nesta terça-feira, 21, que repassou “pontos nervosos” do acordo entre Mercosul e União Europeia à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em conversa na segunda-feira, 20. De acordo com o brasileiro, está sendo articulada uma reunião com von der Leyen durante a COP-28 para ser apresentada uma resposta definitiva do bloco europeu.

“Ontem, liguei para a Ursula von der Leyen, que é presidente da Comissão Europeia, para dizer a ela que estou querendo negociar o acordo UE-Mercosul ainda na minha presidência e gostaria que a gente conseguisse fazer o acordo”, declarou o presidente do Brasil na transmissão semanal ao vivo nas redes sociais Conversa com o Presidente, que nesta terça-feira contou com a participação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Lula afirmou que passou à presidente da Comissão Europeia “todos os pontos nervosos” do acordo e que ela “ficou de me dar uma resposta”.

Segundo o brasileiro, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, está em contato com o chefe de gabinete de von der Leyen para analisar os “pontos mais problemáticos.”

“Ela (von der Leyen) ficou de tentar, quem sabe, lá na COP 28, fazer uma reunião comigo e apresentar a resposta definitiva dele sobre nossa demanda”, comentou Lula.

A conversa entre ambos ocorreu um dia após a vitória do novo presidente da Argentina, Javier Milei, no domingo, 19.

Conforme mostrou o Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), apesar da vitória do ultradireitista, o governo brasileiro vê que a relação entre Brasil e Argentina é forte o suficiente para resistir a uma gestão declaradamente contra à de Lula.

A preocupação está concentrada, neste momento, com a integração regional, que pode ser enfraquecida. Um dos pontos de atenção é o acordo entre Mercosul e União Europeia, defendido por Lula.

A vitória de Milei pode frear as negociações.

 

Lula formaliza indicação de quatro nomes para tribunal do Cade

Lula divulga nova foto oficial como presidente da República | Exame

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva formalizou nesta terça-feira, 21, no Diário Oficial da União (DOU) a indicação de quatro nomes para vagas no tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que está sem quórum e já teve cancelamento de julgamentos por falta de membros suficientes do colegiado para deliberação. A última sessão do tribunal com quórum foi realizada em 25 de outubro.

As indicações de Lula, que confirmam os nomes antecipados pelo Estadão/Broadcast semana passada e foram anunciados oficialmente na segunda-feira, 20, pela Secretaria de Comunicação da Presidência, são:

– O ex-advogado-geral da União José Levi Mello do Amaral Júnior, que entra na vaga decorrente do término do mandato de Luiz Augusto Azevedo de Almeida Hoffmann;

– A economista Camila Cabral Pires Alves, na vaga decorrente do término do mandato de Sérgio Costa Ravagnani;

– O superintendente adjunto do Cade, Diogo Thomson de Andrade, na vaga decorrente do término do mandato de Luis Henrique Bertolino Braido;

– O consultor legislativo do Senado Carlos Jacques Vieira Gomes, na vaga decorrente do término do mandato de Lenisa Rodrigues Prado.

Os nomes dos indicados seguem agora para apreciação do Senado Federal, que os submeterá a uma sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e fará votação das escolhas tanto na comissão quanto no plenário da Casa. Se aprovados, eles serão então nomeados pelo presidente Lula para mandato de quatro anos cada um.

 

Milei na Argentina traz riscos futuros a exportações brasileiras, diz Icomex, da FGV


Milei na Argentina traz riscos futuros a exportações brasileiras, diz Icomex, da FGV

"A vitória de Milei poderá trazer riscos para o comércio bilateral do Brasil com o país. Mesmo que não cumpra a ameaça de sair do Mercosul, a Argentina não deverá colaborar para facilitar acordos que procurem melhorar os canais de comércio de bens e serviços na região", resumiu a FGV. (Crédito: AFP)

A vitória do libertário Javier Milei nas eleições para a presidência da Argentina não afeta, no curto prazo, as trocas comerciais do Brasil com o país, mas traz riscos futuros. Uma eventual saída dos argentinos do Mercosul prejudicaria o desempenho das exportações brasileiras, avaliou o relatório do Indicador de Comércio Exterior (Icomex) divulgado pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

“A vitória de Milei poderá trazer riscos para o comércio bilateral do Brasil com o país. Mesmo que não cumpra a ameaça de sair do Mercosul, a Argentina não deverá colaborar para facilitar acordos que procurem melhorar os canais de comércio de bens e serviços na região”, resumiu a FGV.

O comércio com a Argentina rendeu um superávit de US$ 4,7 bilhões para a balança comercial brasileira no acumulado de janeiro a outubro deste ano, apesar da crise econômica que assola aquele país. O resultado é mais que o dobro do superávit de US$ 2,3 bilhões obtido pelo Brasil nas trocas comerciais com a Argentina de janeiro a outubro do ano passado.

“A vitória de Milei na Argentina levanta preocupações para o comércio externo brasileiro. Nada que afete no curto prazo o intercâmbio comercial, que já estava desacelerando com a crise argentina. Os riscos surgem com as incertezas trazidas por pronunciamentos durante a campanha presidencial. A saída do país do Mercosul, se ocorrer, traz impactos negativos para as exportações brasileiras beneficiadas com acordos (caso automotivo) e tarifas preferenciais. Além disso, poderá afetar o término das negociações com a União Europeia previstas para 7 de dezembro, que, mesmo sendo antes da posse do novo presidente, poderá ser contaminado com um cenário desfavorável”, avaliou a FGV.

O Icomex prevê um superávit recorde para a balança comercial brasileira em 2023, podendo chegar a US$ 100 bilhões. No relatório anterior, referente a setembro, a previsão era mais modesta, de um superávit de pouco mais de US$ 90 bilhões.

No acumulado do ano até outubro, o saldo da balança comercial alcançou um recorde de US$ 80,2 bilhões, sendo 53% desse superávit proveniente das trocas comerciais com a China, US$ 42,3 bilhões.

“Com esses resultados, o superávit de 2023 deverá ficar entre US$ 95 bilhões e US$ 100 bilhões”, previu a FGV.

Além de Argentina e China, houve também superávit para o Brasil no acumulado do ano no comércio com os demais países da América do Sul (US$ 9,0 bilhões) e com a Ásia excluindo a China (US$ 7,7 bilhões). Por outro lado, o Brasil acumula um déficit de US$ 2,3 bilhões de janeiro a outubro nas trocas comerciais com os Estados Unidos, e déficit de US$ 100 milhões no comércio com a União Europeia.

De janeiro a outubro de 2023, o volume exportado pelo Brasil para a China cresceu 29,3% ante o mesmo período do ano anterior; para os Estados Unidos, 4,6%; para a Argentina, 11,5%; e para a Ásia excluindo a China, 3,7%. Houve queda no volume exportado pelo Brasil para a União Europeia, -3,5%, e para os demais países da América do Sul, -3,9%.

“As projeções do Fundo Monetário Internacional são de desaceleração do crescimento dos Estados Unidos e de leve recuperação da União Europeia, mas em cenário incerto. Para o Brasil, o crescimento da China, que explica 30% das exportações, é o principal determinante. E, nesse caso, as previsões de menor crescimento do país poderão reduzir o aumento das exportações brasileiras. No tocante às importações, se confirmado o menor crescimento do PIB brasileiro em 2024, seria um fator a atenuar a redução do superávit comercial”, estimou o relatório do Icomex.

A expansão do superávit da balança comercial brasileira neste ano tem sido explicada pelo aumento do volume exportado e redução no volume importado, enquanto os preços têm recuado para os dois fluxos, observou o Icomex.

De janeiro a outubro de 2023, o volume exportado pelo Brasil cresceu 9,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já o volume importado caiu 2,7%. Os preços das exportações recuaram 7,4%, e os das importações caíram 9,2%. Em valores, as exportações sobem 0,9% no acumulado do ano, enquanto as importações recuam 11,8%.

 

sexta-feira, 17 de novembro de 2023

BNDES tem aumento de 18,4% no desembolso no 3º trimestre, para R$ 34,8 bi

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O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) registrou aumento de 18,4% no desembolso do terceiro trimestre do ano, para R$ 34,8 bilhões, informou o diretor do banco, Alexandre Abreu. Ele destacou o resultado obtido com a carteira de crédito, que chegou a R$ 495,2 bilhões de julho a setembro deste ano.

“A carteira de crédito vinha diminuindo ao longo dos últimos anos e demos uma virada, esse é um excelente sinal”, afirmou Abreu. “É a maior desde o primeiro trimestre de 2019”, completou.

Considerando os nove meses acumulados em 2023, houve aumento expressivo em todas as fases de operação do Banco comparativamente a 2022, como consultas (R$ 199,2 bilhões, alta de 94%), contratações (aumento de 43%, atingindo R$ 94,2 bilhões) e desembolsos (crescimento de 20%, ao atingir R$ 75,4 bilhões). “Se compararmos com outros anos, vemos que essa sequência de aumento é inédita nos últimos anos”, afirmou.

Ele destacou ainda que os desembolsos para o setor de infraestrutura subiram 7,2, enquanto para o agronegócio a alta foi de 23%.

Na indústria, os desembolsos do banco aumentaram 34% e no comércio e serviços, 31% no terceiro trimestre do ano.

O lucro recorrente no terceiro trimestre de 2023 foi 21,3% maior em um ano, e chegou a R$ 2,9 bilhões, informou Abreu.

 

Mudanças climáticas influenciam mandato do BC, afirma Campos Neto

Campos Neto reconhece esforço de Haddad, mas evita comentar novo arcabouço  | VEJA

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reforçou nesta sexta-feira, 17, que o número crescente de desastres climáticos influencia o mandato da autoridade monetária. “Os desastres climáticos geram grande instabilidade de preços em energia e alimentos. O que o BC puder fazer para ter direcionamento de financiamentos ou transparência de informações sobre o que é financiado em termos de agricultura sustentável, devemos fazer, sim. Tenho uma preocupação com esse tema maior que a média de outros BCs”, afirmou, durante participação no evento “E Agora, Brasil?”, promovido pelos jornais O Globo e Valor Econômico.