quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

Dona de novos jatos da Embraer, Helvetic Airways terá também quatro Embraer E195 de primeira geração

 


Companhia aérea suíça é única no mundo a voar com os modelos E190-E2 e E195-E2 e decidiu reforçar sua frota com a maior versão da família E1 
 
 
Do Fokker 100 para o Embraer E190 e daí para os novos jatos E2: a Helvetic Airways empreendeu anos atrás uma grande renovação da sua frota de aeronaves que parecia um caminho sem volta.

Mas a transportadora suíça que oferece voos regulares, charter e wet-lease mudou seus planos e agora está reforçando a frota com os E-Jets de primeira geração da Embraer.

Após receber dois E190-E1 no ano passado, a Helvetic anunciou nesta segunda-feira (15) que fechou um contrato de leasing para receber quatro jatos E195-E1 da empresa de leasing Azorra.

As aeronaves de segunda mão construídas em 2011 serão entregues a partir do segundo trimestre de 2024 e terão uma configuração de 122 assentos, disse a empresa em comunicado.

Com os E195-E1, a frota da empresa aérea chegará a 22 aviões, sendo 12 dos modelos E2 (oito E190-E2 e quatro E195-E2), seis E190 além dos quatro jatos da Azorra.

A Helvetic possui 12 jatos E2 novos (Embraer)

“As quatro aeronaves completamente reconfiguradas e modernizadas complementarão idealmente a nossa frota existente. Elas nos permitirão manter um cronograma de voo estável mesmo nas atuais condições desafiadoras e garantirão aos nossos clientes um alto nível de confiabilidade, segurança de planejamento e, acima de tudo, pontualidade”, disse o CEO da Helvetic Airways, Tobias Pogorevc.

O plano da empresa é dar conta da grande demanda esperada para as férias de verão na Europa, o que explica a decisão de contar pela primeira vez com o E195-E1 em sua frota.

A Helvetic tem como principal cliente a Swiss, que faz parte do grupo Lufthansa e faz o wet-leasing de ao menos seis jatos E2 – a modalidade de arrendamento inclui tripulação e serviços realizados pela empresa.

 

https://www.airway.com.br/dona-de-novos-jatos-da-embraer-helvetic-airways-tera-tambem-quatro-embraer-e195-de-primeira-geracao/


INSS divulga novos valores para aposentados e pensionistas em 2024; veja de quanto será o aumento

 

Calendário de pagamento do INSS segue o final da carteirinha do benefício; veja cronograma

 

INSS: aposentados e pensionistas terão reajuste nos valores (Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

INSS: aposentados e pensionistas terão reajuste nos valores (Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) divulgou a nova tabela de valores para aposentados e pensionistas. O cálculo para o reajuste acompanha o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) que registrou, no acumulado de 2023, alta de 3,71% segundo a divulgação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na última quinta-feira, 11.

Os novos valores foram publicados oficialmente no Diário Oficial da União (DOU) na sexta-feira, 12, e já valem para o primeiro pagamento de 2024 (confira o calendário abaixo).

Além do reajuste, o piso e o teto do INSS também sofreram alterações. Com o aumento do salário mínimo de 2024, o novo piso será de R$ 1.412, um aumento de 8,4% acima do salário mínimo do mesmo período em 2023, de R$ 1.302. Já o teto subiu de R$ 7.507,49 para R$ 7.786,01 em 2024.

 Novos valores da aposentadoria

Os benefícios acima do piso do INSS acompanham o INPC acumulado do ano de forma proporcional. Sendo assim, para descobrir qual será o novo valor, basta saber qual foi o mês que foi recebido o primeiro benefício e aplicar a alíquota de acordo com a tabela abaixo.

Por exemplo, se uma pessoa recebe R$ 2.300 de benefício e começou a recebê-lo em maio de 2023, o novo valor passa a ser de R$ 2.328,98, já que a alíquota de reajuste proporcional é de 1,26%.

 

Reajuste do INSS em 2024


Até janeiro de 20233,71%
Em fevereiro de 20232,23%
Em março de 20232,44%
Em abril de 20231,79%
Em maio de 20231,26%
Em junho de 20230,89%
Em julho de 20230,99%
Em agosto de 20231,08%
Em setembro de 20230,88%
Em outubro de 20230,77%
Em novembro de 20230,65%
Em dezembro de 20230,55% 

 

Ao todo, 39 milhões de pessoas recebem algum auxílio do INSS, sendo que 5,6 milhões são benefícios assistenciais e 33,3 milhões são previdenciários, de acordo com a folha de pagamento de novembro. Dos 39 milhões, 12,8 milhões recebem acima de um salário mínimo e 26,1 milhões recebem o piso.

 

 https://exame.com/invest/minhas-financas/inss-divulga-novos-valores-para-aposentados-e-pensionistas-em-2024-veja-de-quanto-sera-o-aumento/


O BBB 24 e a reforma do ensino jurídico

 

 

Spacca

 

1. Por que o BBB interessa tanto?

O que interessa mesmo aos estudantes e bacharéis em Direito? Há nove anos, no BBB 2015, a notícia da ConJur mais lida tratou do afastamento de uma conciliadora do TJ-RS por causa do Big Brother Brasil (BBB). Isso, já na época, dava uma boa amostra daquilo que mais interessa à média dos leitores de Pindorama. Talvez a saída esteja em estocar comida.

Na época escrevi contestando um artigo na ConJur sobre ensino jurídico (ler aqui). Dizia eu há nove anos: quem assiste ao BBB por certo não passa no Exame da OAB. Ou consegue escrever algum texto reflexivo. É incompatível. Trabalhei isso com uma crítica irônica e alegórica. Complementei: para ver BBB, bastam dois neurônios (mesmo sendo um acarunchado); já para fazer reflexões, são necessários bem mais.

2. A crise do ensino jurídico e a prova da OAB

O tema de minha coluna era a prova da OAB e a crise do ensino jurídico. Acrescentava: não há como aprender Direito sem que os alunos leiam… livros. Sim, livros-a-mancheias… e não resumos de livros ou livros orelhados. É lendo livros — e não os resumos de livros — que os candidatos conseguirão responder perguntas longas (sic) ou curtas (sic) do exame de Ordem (mais detalhes, leiam o artigo do link acima).

Já em 2024, por estes dias, o MEC lança uma tentativa de reforma do currículo dos cursos de Direito. É bem heterogênea a lista dos participantes. Tem para todos os gostos e ideologias. Não sei como funcionará. A ver.

3. Do que necessitamos para uma reforma?

De todo modo, escrevo sobre isso há “apenas” 30 anos. Em 2015, escrevi algumas observações sobre o que é e como pode(ria) ser o ensino jurídico. Assim, disse então que precisaríamos:

a) reformular as grades curriculares, dando ênfase às disciplinas formativas e não às meramente informativas;

b) pois passados esses anos, vejo que acontece o contrário: as disciplinas reflexivas estão sendo chutadas para fora dos currículos. O que será que a Comissão da Reforma do MEC pensa disso?

c) quando me refiro à formação, quero dizer que, inclusive nas cadeiras de processo, deve o aluno compreender os acessos filosóficos ao processo de formação da prova; e estudar os paradigmas filosóficos que estão por trás dos procedimentos; estudar processo não é saber fazer petição (há modelos no Google…); e agora há o ChatGPT (quando escrevi em 2015 nem se falava disso);

d) disciplinas formativas — Filosofia do Direito, Hermenêutica, Introdução etc. — devem ser ministradas por professores com formação em Teoria do Direito e não por biqueiros (quebradores de galho), que chegam na aula dizendo: regras é no tudo ou nada, princípios é na ponderação…; ou professores que dizem: agora ensinarei Direito, porque há pouco vocês tiveram Introdução ou Filosofia do Direito… e ainda ri;

e) as faculdades devem fazer um processo de seleção acerca do tipo de bibliografia que está sendo indicada pelo professor. Não estou aqui a pregar uma espécie de index sobre o que não deve ser lido; mas a coordenação ou os órgãos deliberativos do curso (colegiados de curso e núcleos docentes estruturantes) deveriam, no mínimo, estimular os professores das respectivas áreas a debater a literatura utilizada em aula. Não parece razoável que professores utilizem literatura pequeno-gnosiológica tipo “Direito facilitado” e similares;

f) é comum, nestes dias (vejam que escrevi há nove anos), mencionar a falta de “espírito crítico” (sic) por parte dos alunos. Pois é. Isso todo mundo fala. Mas, cabe perguntar: como cobrar algum tipo de postura investigativa por parte do discente se, na maioria dos casos, os professores colocam-se passivamente diante dos conteúdos que existem na literatura standard sobre o Direito? Deve haver, no mínimo, uma recomendação por parte dos órgãos deliberativos no sentido de serem evitados resumos-tipo-puxadinho-da-laje, resumões-tipo-gambiarra, plastificações-tipo-piscina (existem resumos plastificados), e resumos feitos pelo vigarista do ChatGPT [1];

g) de sua parte, o acadêmico de Direito precisa também operar um processo de autoanálise para colocar em questão o tipo de atitude por ele assumida com relação à própria formação.

4. A forma(ta)ção do aluno

Nesse aspecto desenvolvido acima, algumas questões são fundamentais:

4.1. deve-se abandonar a postura do acadêmico-consumidor que se relaciona com o curso de direito do mesmo modo que cuida de seus interesses nos supermercados ou no âmbito de uma megastore. Ora, a educação não é um bem de consumo. O que está em jogo aqui não é um produto estragado ou com mau funcionamento. É da própria formação que estamos falando.

4.2. é preciso livrar-se das “muletas” utilizadas para apoiar algum tipo de deficiência na própria formação em algum elemento institucional. De se registrar: é claro que as demandas dos discentes por melhoras na infraestrutura do curso são salutares. Todavia, deficiências ou falhas institucionais não são motivos para, a priori, justificar gaps formativos. Exemplos: se na sua faculdade não existe pesquisa institucionalizada, procure um professor-mestre-ou-doutor que possa lhe orientar e busque financiamento de sua pesquisa em algum órgão de fomento à pesquisa; se sua faculdade não produz eventos científicos interessantes, tente viabilizá-los juntos aos órgãos de representação acadêmica (DAs; CAs etc..). Não incentive showmícios pequeno-epistêmicos feitos por professores mais preocupados em vender seu “peixe” de cursinho ou coisas similares. E incentive os seus colegas a, antes de frequentarem congressos, pesquisarem acerca do curriculum dos palestrantes. Alguns congressos de direito podem ser prejudiciais à saúde cultural dos acadêmicos.

4.3. aprenda a usar a biblioteca; faça o uso devido de sua autonomia intelectual. Ali você vai descobrir um universo muito além da sala de aula e de seu professor. Faça um exercício consigo mesmo e se pergunte: quantas vezes você, desde que começou a frequentar o curso de Direito, foi até a biblioteca despido de alguma obrigação institucionalQuantos livros você tomou emprestado que não foram indicados pelo professor? É importante ir a uma biblioteca e não simplesmente requerer ao bibliotecário ou a quem responda por ele o exemplar que você procura.

4.4. e por fim, mas não menos importante, leia livros de literatura. Leia aos montes… Você terá, além de um contato com a língua na sua forma mais emblemática, a possibilidade de se deparar com personagens fictícios que enfrentam dramas da vida próximos daqueles que os cientistas sociais enfrentam; próximo daqueles que os juristas enfrentam. Frustrações, paixões, um desfile de dilemas morais, tudo que nos leva a sentirmos mais humanos, menos bestializados.

5. Tópicos indispensáveis em uma reforma

Desse modo, necessitamos transformações:

5.1. Uma de ordem estrutural institucional: cursos que apresentem currículos mais consistentes e que busquem um material adequado para trabalhar os conteúdos. Há coisas que necessariamente devem ser abordadas e há livros que fazem isto melhor do que outros;

5.2. Na contramão do “império do simples” e da massificação, precisamos fugir das simplificações, das facilitações; façamos o seguinte raciocínio: fosse o Direito um saber como a Medicina, perguntemo-nos: você se operaria com um médico que estudou em livros como “operação cardíaca facilitada ou resumida”? A partir dessa resposta comecemos uma reflexão profunda sobre “o que fizemos do Direito”.

5.3. Por outro lado, é necessário que os discentes deixem a passividade de lado e passem a ser mais ativos com relação à própria formação. Não para, simplesmente, reivindicar “os seus direitos” (sic), mas, muito além, por estarem conscientes dos deveres que possuem para com a sua própria formação.

5.4. Devemos levar em conta a advertência de Raymundo Faoro, em livro em homenagem a Roberto Lyra Filho, no ano de 1986, no artigo chamado O Jurista “Marginal”: a atividade do advogado, do juiz e do jurista não há de permanecer um adestradamento, uma mera especialização. Antes de tudo, preparar no aspirante aos nossos círculos a consciência, que se perdeu, de que um profissional do Direito é um intelectual, com a incumbência primeira e fundamental de atuar na sociedade, para, ao conhecê-la, levar a ela o inconformismo da necessária mudança. E nem a atividade do estudante deve ser um adestramento.

5.5. Finalmente, atenção alunos: se o professor que leciona na graduação não conseguiu lhe passar um leque de saberes (não meras informações tipo-estão-no-google) em cinco anos, não será em alguns meses que um cursinho conseguirá essa façanha e muito menos se o docente for o mesmo ou do mesmo-tipo-que-lhe-deu-aulas-na-graduação. No máximo você ficará treinado. Mas treino é treino e jogo é jogo. E o jogo da vida é mais duro que fazer um jogral para decorar o conceito de legítima defesa ou usar truques para memorizar a Constituição. Fuja disso. Por mais tentador que seja.

Post Scriptum: esta coluna de 2015 foi escrita em homenagem aos que sofrem cinco anos na faculdade estudando em (e por) resumos e resumões e depois… Bom, todos sabem. E depois vem o Exame da Ordem. E concursos. E advocacia. Mas a vida real não é um quiz show. Não tem múltipla escolha.

Por isso, não me parece que o busílis do problema seja “saber escolher ou não o que fazer na segunda fase” (o artigo que critiquei tratava disso). Também não adianta estar “focado” ou estar repleto de autoconfiança se só sabe superficialidades. Autoajuda não encurta orelha. O resto são consequências, que, como dizia o insigne Conselheiro Acácio, “vem sempre depois”.

Vejam: escrevi isso em 2015. Em breve tudo isso sai atualizado no livro Ensino Jurídico e(m) Crise – uma radiografia da graduação e da pós-graduação em direito.

Isso. E o BBB? Bom, o Big Brother Brasil está bem na altura da época que vivemos. O BBB, como diz a jornalista Mariliz Pereira Jorge (FSP), o BBB é “o suco do Brasil”. Bingo! E eu acrescento: o BBB é o Brasil em que o sujeito que nada tem para fazer na vida ou fracassou, inventa de ser influencer. Dali é um passo para participar de BBB. Ou ser comentarista de BBB. Ou fazer fofoca sobre BBB. Quanto mais audiência tiver o BBB, mas exsurge a certeza de nosso fracasso. Certa vez Pedro Bial, querendo filosofar, chegou a dizer que o BBB seria algo como Guimarães Rosa… É. Pois é.

E o que o BBB tem a ver com o ensino jurídico?

O que você acha? Leiam a nota no rodapé da coluna. Eis o sintoma.


[1] O mundo jurídico virou terra sem lei. Inúmeros truques de memorização, picaretagens das mais variadas pululam nas redes. A mais recente é de um causídico que nunca foi causídico (como se diz no jargão popular, quem sabe, sabe; quem não sabe, ensina!) lançou um novo elixir da felicidade: você pega uma palestra do YouTube sobre Direito, clica num link que transcreve a palestra e já resume para o preguiçoso ler. Esse é o suco do Direito brasileiro. O estudante médio quer isso. Nirvana. Como disse meu amigo Mário Barbosa, lá de Nazaré da Mata, grande causídico, “não bastasse a técnica para passar no concurso, agora temos a técnica para ter técnica para estudar para passar no concurso”. E piora dia a dia.

Isto é, fracassamos totalmente. Retumbante fracasso.

Brave

é professor, parecerista e advogado. Sócio fundador do Streck & Trindade Advogados Associados: www.streckadvogados.com.br


O mercado está avesso à China — e isso pode ser bom para o Brasil

 


Contexto geopolítico, cerco a grupos econômicos e desaceleração têm influenciado desinvestimentos no país asiático

 


Bolsa de valores da china: mercado vê em aversão à China vantagem para o Brasil (MARK RALSTON/AFP/Getty Images)

Bolsa de valores da china: mercado vê em aversão à China vantagem para o Brasil (MARK RALSTON/AFP/Getty Images)

A China esteve há décadas entre as apostas de grandes investidores, como Ray Dalio e Mark Mobius. Mas todo aquele brilho que saltava aos olhos do mercado vem sendo ofuscado. Instabilidades causadas pelo governo, como o recente cerco a grandes grupos econômicos, como Ant e Alibaba, vem mantendo investidores mais cautelosos. E o crescimento, que era pujante, está cada vez mais fraco.

Entre os grandes defensores da tese de investimento no país, Dalio já desembarcou de pelo menos dez empresas da região, segundo o jornal SCMP, e Mobius já se queixou de que sequer conseguiu tirar seu dinheiro da China. Os desinvestimentos levaram a China a registrar sua primeira perda líquida de investimento estrangeiro da história, com a saída de US$ 12 bilhões no terceiro trimestre. Os dados do quarto trimestre ainda não foram divulgados.

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Mais do que os desafios internos, analistas do BNP Paribas avaliam que a política externa da China se tornou um fator de aversão ao risco no mercado. "A queda do investimento estrangeiro direto indica que os investidores estão retirando seu dinheiro da China como resposta ao conflito entre Ucrânia e Rússia e ao aumento das tensões em torno de Taiwan", avaliam os analistas em relatório.

O clima é exatamente o oposto de um ano atrás, quando os processos de reabertura mais ampla aumentaram as expectativas de aquecimento econômico.

Apesar da tese favorável aos investimentos na China, a bolsa de Xangai fechou 2023 com 6,3% de queda, enquanto os principais índices de ações do mundo fecharam o ano com fortes altas. A perda foi ainda maior em dólar, dada a desvalorização de 8% do iuane frente à moeda americana em 2023. Essa desvalorização, inclusive, estaria travando mais incentivos monetários, ainda com incertezas sobre o início dos cortes de juros nos Estados Unidos.

"A decisão de manter as taxas é negativa para o sentimento do mercado e para o crescimento econômico, sugerindo que as autoridades não estão se esforçando muito para apresentar uma mensagem coordenada e forte pró-crescimento no início do ano", avaliou Wei He, analista da Gavekal, em relatório.

Embora a bolsa chinesa esteja em um patamar mais baixo do que no início de 2023, o J.P. Morgan avalia que os níveis de preços apenas parecem estar baratos. Mas seriam, na verdade, uma "armadilha". "Na minha experiência, a maioria das armadilhas de valor acaba. Achei que estávamos próximos no ano passado, mas eu estava errado. As enormes taxas de poupança de 40% da China representam munição potencial para uma recuperação do mercado de ações, mas ainda não existe um catalisador."

Ruim para a China, bom para o Brasil?

Diante desse cenário, parte dos investidores acredita que o Brasil pode se beneficiar de uma melhor posição relativa entre os emergentes. Em painel com investidores no fim do ano passado, Emy Shayo Cherman, estrategista de ações para a América Latina do J.P. Morgan, chegou a afirmar que o Brasil tem o potencial de se tornar uma "Miss Universo" dos mercados emergentes.

Alguns fatores favorecem o Brasil, como não estar inserido em contextos bélicos, a melhor perspectiva de crescimento e os níveis de preços relativamente atrativos. Essa posição, segundo a BlackRock, maior gestora do mundo, deve levar os fundos emergentes a aumentarem a porção de ativos brasileiros em seus portfólios.

"Minha visão é otimista em relação aos fluxos para o Brasil. O investidor emergente não quer mais a China, que concentrava 40% desses fluxos. Esse dinheiro será redirecionado para Índia, México e o Brasil. E o Brasil, nessa lista, aparece em posição de vantagem", afirmou Karina Saade, CEO da BlackRock Brasil, em coletiva realizada em dezembro.

Somente no ano passado, os estrangeiros aportaram R$ 56 bilhões na bolsa brasileira.

Embora a China seja a principal parceira comercial do Brasil, a maior aversão de investidores e a desaceleração econômica não devem impactar os fluxos para o Brasil, na avaliação de Walter Maciel, CEO da AZ Quest. "O Brasil é o celeiro do mundo e a China vai continuar precisando de comida. O que deverá acontecer na China será uma transição do modelo econômico, de incentivo à infraestrutura para mais consumo local", afirmou em entrevista recente à Exame Invest. Maciel, no entanto, não descartou impactos em setores específicos, como no mercado de minério de ferro.

 

 https://exame.com/invest/mercados/o-mercado-esta-avesso-a-china-e-isso-pode-ser-bom-para-o-brasil/

 


"O Brasil será irreconhecível daqui a 5 anos", diz Walter Maciel, CEO da AZ Quest


Em entrevista à Exame, economista diz que o mercado está subestimando o potencial de crescimento do país e que o real pode passar por supervalorização

 

Walter Maciel, CEO da AZ Quest, avalia que um dos maiores erros do mercado tem sido subestimar o potencial de crescimento do Brasil. Para este ano, a projeção da gestora de mais de R$ 24 bilhões em investimentos, é de que a economia brasileira terá uma expansão acima de 2%. O consenso do boletim Focus é de 1,59% de alta no Produto Interno Bruto (PIB) deste ano e de 2% para os anos seguintes. "Tenho certeza que o Brasil vai crescer muito mais que o projetado", afirma Maciel em entrevista à EXAME Invest.

Entre os fatores que sustentam a visão do economista estão as reformas realizadas durante os governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro e o aumento de produção da petróleo e do agronegócio. "O Brasil daqui a cinco anos será irreconhecível", diz.

"Real deve se valorizar"

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Com uma balança comercial cada vez mais robusta, Maciel vê alta probabilidade de o dólar perder ainda mais força localmente, chegando próximo de R$ 4,30 no fim do ano."A minha preocupação para daqui a cinco anos é nós exportarmos tanto que o real poderá se valorizar demais e o Brasil perder competitividade internacional. Mas aí seria um problema bom, daria para aumentar as reservas para desvalorizar o real ou montar um fundo soberano. Acho que estamos em um caminho espetacular."

Mas para isso se concretizar, Maciel alerta que não pode haver grandes problemas fiscais. Pelo cenário-base, ao menos, a perspectiva é otimista. Parte da solução, afirmou, veio com o novo arcabouço fiscal, o qual considera mais eficaz que o teto de gastos implementado pelo governo de Michel Temer, por ter mais flexibilidade.

"Não é um mundo ideal, mas é muito melhor do que se esperava na época da eleição. Na época da eleição, o mercado precificou o Brasil para aquilo que esperava. Quando passa a ter uma surpresa imensa positiva, tem que mudar de cabeça. E o mercado só mudou agora porque apanhou no ano passado", diz Maciel.

"Bolsa pode subir bastante"

Com o Brasil voltando aos trilhos, Maciel vê grandes oportunidades no mercado local. "A bolsa aqui pode subir bastante. A relação preço/lucro hoje está mais barata do que em 2020, quando os jornais diziam que seria a maior recessão da história. O único período recente que a bolsa estava mais barata que agora foi na eleição de 2002, quando achávamos que o PT faria tudo que dizia que iria fazer. Então, o medo era justificado. Hoje, a bolsa está barata. Então, deve haver uma reprecificação muito forte."


https://exame.com/invest/mercados/o-brasil-sera-irreconhecivel-daqui-a-5-anos-diz-walter-maciel-ceo-da-az-quest/amp/

TJ determina que Prefeitura de SP volte a oferecer procedimento de aborto legal em hospital

 

Apresentação

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) determinou nesta quarta-feira, 17, que a Prefeitura da capital volte a fornecer o serviço de aborto legal realizado no Hospital Maternidade Vila Nova Cachoeirinha, na zona norte da cidade. A oferta do procedimento havia sido suspensa em dezembro pela prefeitura.

Na decisão, o juiz Adler Batista Oliveira Nobre determinou ainda que o hospital faça uma busca ativa para que todas as pacientes que tiveram o procedimento cancelado sejam atendidas. O hospital, tido como referência e que oferece a realização do aborto legal há cerca de 30 anos, fica proibido de negar o agendamento do serviço para novas pacientes.

Procurada pelo Estadão, a Prefeitura de São Paulo disse em nota que o serviço de aborto legal segue disponível às gestantes em outros quatro hospitais municipais “independentemente do período gestacional”, e que o procedimento também é feito em hospitais estaduais (leia a íntegra da nota abaixo).

Já sobre a decisão do TJ-SP diz que, “ainda que o Município tenha mantido/disponibilizado o serviço e a realização do procedimento em outras unidades de saúde após a suspensão”, o Hospital Vila Nova Cachoeirinha é o único da cidade de São Paulo que não impunha limite de idade gestacional.

O processo de interrupção da gravidez no Brasil é previsto na Constituição em três casos: caso haja risco de vida para a mulher, em caso de estupro e quando o feto é anencéfalo.

A decisão liminar respondeu a uma ação popular movida pela deputada federal Luciene Cavalcante, pelo deputado estadual Carlos Giannazi e pelo seu irmão, o vereador Celso Giannazi, todos do PSOL.

O juiz também dá a opção do serviço não ser reativado na unidade, com a condição de que a Prefeitura providencie que as novas pacientes e aquelas que tiveram o acesso negado sejam atendidas por outros hospitais. O reagendamento deve ser feito em no máximo dez dias.

Em ambas as opções, a Prefeitura de São Paulo deve se encarregar de procurar a paciente que teve o serviço negado pelo hospital. O juiz dá o prazo de cinco dias para a Prefeitura decidir qual das opções vai acatar.

“O aborto legal constitui, logicamente, um direito, e a criação de obstáculos para sua realização, além de simbolizar retrocesso, representa grave violação aos direitos e à dignidade da mulher”, diz trecho da decisão.

Na última semana, o Ministério Público Federal (MPF) solicitou informações sobre interrupção do atendimento hospital em questão. O órgão questionou o porquê de a unidade de saúde não oferecer o serviço desde dezembro, sendo que é especializado no atendimento de mulheres com mais de 22 semanas de gravidez.

Na ocasião, MPF também pediu informações aos hospitais municipais do Tatuapé, do Campo Limpo, do Jardim Sarah e Tide Setúbal, para averiguar se a oferta do procedimento está regular, independentemente da idade gestacional, conforme prevê a legislação.

Se não respeitar a decisão do TJ-SP, a administração municipal terá que pagar multa diária de R$ 50 mil. A prefeitura não respondeu se acatará a decisão, nem quais das opções propostas pelo juiz vai seguir, caso acate.

O que diz a Prefeitura

“O serviço de aborto legal segue disponível às gestantes no município de São Paulo, independentemente do período gestacional, conforme estabelece a legislação em quatro hospitais: Hospital Municipal Dr. Cármino Caricchio (Tatuapé), Hospital Municipal Dr. Fernando Mauro Pires da Rocha (Campo Limpo), Hospital Municipal Tide Setúbal e Hospital Municipal e Maternidade Prof. Mário Degni (Jardim Sarah). Lembrando que o procedimento também é feito em hospitais estaduais. A reorganização do Hospital Municipal e Maternidade da Vila Nova Cachoeirinha tem como objetivo realizar no local mutirões de cirurgia, como de endometriose e histerectomia, e outros procedimentos envolvendo a saúde da mulher a fim de atender à demanda necessária.”

Decreto delega competência à ministra do Planejamento para atos no âmbito do Orçamento

 Simone Tebet - Simone Tebet adicionou uma nova foto.


O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, editou Decreto, publicado no Diário Oficial da União desta quinta-feira, 18, que delega à ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, competência para prática de atos, no âmbito dos orçamentos fiscal e da seguridade social.

Entre esses atos, está a alteração de Grupos de Natureza de Despesa (GNDs); abertura de crédito suplementares autorizados na Lei Orçamentária de 2024; reabertura de créditos especiais em favor de órgãos do Executivo; reabertura de créditos extraordinários; transposição, remanejamento ou transferência de dotações orçamentárias aprovadas na Lei Orçamentária de 2024.