terça-feira, 30 de janeiro de 2024

Volume exportado da América Latina cresce com mais moderação em 2023, diz BID; Brasil ajuda

 Uma foto aérea de um navio de carga transportando ...


O volume de exportações da América Latina cresceu em 2023, ainda que em um ritmo menos pujante que em 2022, enquanto o Brasil e o México seguiram ajudando a manter o desempenho positivo das vendas externas da região, de acordo com estimativas de um relatório do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Para o BID, o crescimento global mais lento limita o potencial de uma recuperação da demanda real das exportações, enquanto os preços das commodities devem seguir altamente voláteis.

As exportações da América Latina cresceram 1,8% no ano passado, após uma expansão de 5,5% em 2022, considerando o volume, de acordo com o documento do BID elaborado em conjunto com o Instituto para Integração da América Latina e o Caribe (Intal).

Em relação aos valores das exportações da região, houve uma queda de 1,6% no ano passado ante 2022, em razão, sobretudo, da contração dos preços das commodities. O desempenho contrastou com o salto de 16,2% em 2022 ante 2021.

O valor estimado das exportações do Brasil cresceu 1,7% no ano passado, no comparativo anual, um aumento muito mais contido do que a alta de 19% em 2022 ante 2021.

O México registrou alta de 2,9% no ano passado, ante 2022, diante da recuperação de vendas para os Estados Unidos. O Paraguai, por sua vez, registrou um incremento de 19,1% dos valores exportados refletindo as melhores condições climáticas.

Perspectivas

O relatório sugere que, na ausência de novas tensões geopolíticas ou de eventos climáticos adversos, os preços da matéria-primas seguirão uma tendência descendente no atual contexto de procura fraca pelo menor dinamismo da economia global, embora as perspectivas devam continuar altamente voláteis.

“Embora os preços estejam perto das máximas históricas, uma desaceleração no crescimento da China afetaria particularmente metais como o cobre e o minério de ferro”, observa o documento.

As perspectivas para os preços agrícolas também são moderadas. Mas a expectativa é que a produção em vários países-chave em culturas como soja ou café se recupere após os acontecimentos climáticos que limitaram a oferta em 2023.

Os analistas das instituições avaliam que o fenômeno El Niño deve atingir o seu pico no primeiro semestre de 2024, o que, combinado com a possibilidade de novas catástrofes naturais e de um choque nos preços do petróleo como resultado de tensões geopolíticas, poderia empurrar os preços das matérias-primas para cima. “Isto traria benefícios assimétricos para os países da América Latina e Caribe, dependendo da sua exposição a riscos e a estrutura dos seus padrões de exportação”, observam.


O chip anunciado por Elon Musk que conecta cérebro humano a computador

 


Elon Musk

rédito, Getty Images

 

  • Patrick Jackson
  • Role, Da BBC News

O bilionário Elon Musk disse na segunda-feira (29/1) que sua empresa Neuralink implantou com sucesso um chip cerebral sem fio em um ser humano pela primeira vez.

 Os resultados iniciais detectaram picos de neurônios ou impulsos nervosos. O paciente está se recuperando bem, disse Musk.

O objetivo da empresa é conectar cérebros humanos a computadores. Musk disse que quer ajudar a tratar condições neurológicas complexas.

Outras empresas rivais já implantaram dispositivos semelhantes.

A empresa de Musk recebeu permissão do FDA para testar o chip em humanos em maio, após várias tentativas anteriores para obter aprovação.

Isso abriu caminho para o início do estudo de seis anos em que um robô está sendo usado para colocar cirurgicamente 64 fios flexíveis — mais finos que um fio de cabelo humano — em uma parte do cérebro que controla a "intenção de movimento", de acordo com a Neuralink.

A empresa afirma que esses fios permitem que seu implante experimental, alimentado por uma bateria que pode ser carregada sem fio, registre e transmita sinais cerebrais sem fio para um aplicativo que decodifica como a pessoa pretende se mover.

Na rede social X (antigo Twitter), Musk escreveu que o primeiro produto da Neuralink se chamaria Telepathy.

Telepathy, segundo Musk, permitiria "o controle do seu telefone ou computador e, através deles, quase qualquer dispositivo, apenas com o pensamento".

"Os primeiros usuários serão aqueles que perderam o uso dos membros", continuou ele.

"Imagine se Stephen Hawking pudesse se comunicar mais rápido do que um datilógrafo ou leiloeiro. Esse é o objetivo", disse Musk, em referência ao falecido cientista britânico que sofria de uma doença neurológica.

Embora o envolvimento de Musk traga publicidade para o trabalho da Neuralink, sua empresa enfrenta rivais, alguns dos quais têm um histórico de duas décadas.

A Blackrock Neurotech, com sede em Utah, implantou sua primeira de muitas interfaces cérebro-computador em 2004.

A Precision Neuroscience, formada por um cofundador da Neuralink, também visa a ajudar pessoas com paralisia. E seu implante se assemelha a um pedaço muito fino de fita que fica na superfície do cérebro e pode ser implantado através de uma "micro-fenda craniana". A empresa alega que este é um procedimento muito mais simples.

 Os dispositivos existentes também já produziram resultados. Em dois estudos científicos recentes nos EUA, implantes foram usados para monitorar a atividade cerebral quando uma pessoa tentava falar, o que poderia então ser decodificado para ajudá-la a se comunicar.

 

 https://www.bbc.com/portuguese/articles/cd182g1gp27o

Para FMI, BCs devem ser cautelosos ao cortar juros, enquanto fiscal deve focar em consolidação

 

O Fundo Monetário Internacional (FMI) recomenda que os bancos centrais (BCs) ao redor do mundo tenham cautela ao reduzir juros conforme a inflação alcance a meta, para evitar cortes prematuros ou prolongar demasiadamente o aperto monetário. Ao mesmo tempo, a instituição reforça que os governos devem aproveitar este cenário para garantir a consolidação fiscal.

“A prioridade de curto prazo para bancos centrais é entregar um pouso suave”, afirma o FMI, na atualização de janeiro do Relatório de Perspectivas da Economia Mundial, divulgado nesta terça-feira, 30. “Como os fatores e a dinâmica da inflação diferem entre as economias, as necessidades de políticas para garantir a estabilidade de preços são cada vez mais diferenciadas.”

Para o FMI, o equilíbrio está em garantir que as pressões salariais e de preços “estão claramente desaparecendo” para evitar declarar vitória prematura contra a inflação – o que exigiria voltar atrás, caso apareçam surpresas altistas no curto prazo. Assim, a instituição vê espaço para que os BCs globais ajustem gradualmente a política monetária para níveis neutros dos juros, enquanto sinalizam comprometimento com a estabilidade de preços, evitando o risco de pesar demais sobre o crescimento econômico.

E com a materialização de um cenário de pouso suave, o FMI recomenda que a política fiscal também seja calibrada no ritmo apropriado para as “circunstâncias específicas de cada país”. O relatório projeta que uma consolidação fiscal guiada por “planos confiáveis de médio prazo” garantirá a restauração de um espaço de manobra orçamentário para os países que sofrem com níveis elevados de endividamento desde a pandemia.

“Mobilizar a receita doméstica, endereçar rigidez de gastos e reforçar estruturas fiscais institucionais provavelmente apoiarão os esforços de ajustes em economias com necessidades de gastos consideráveis”, aponta o FMI. Já países em alto risco de estresse, será necessária também uma reestruturação da dívida pública, recomenda o relatório.

O FMI também afirma que estas políticas devem ser acompanhadas por reformas estruturais com foco em garantir um crescimento econômico sustentável de médio prazo, fornecer o financiamento para acelerar a transição verde e fortalecer a cooperação internacional. Esta última teria como objetivo mitigar os efeitos da fragmentação da economia global em blocos. “Intensificar a melhora nas cadeias de oferta facilitaria a redução da inflação e da dívida, permitindo um aumento duradouro nos padrões de vida”, conclui a instituição.

Negociações de acordo Mercosul-UE seguem em nível técnico, diz secretária do MDIC

 Logo MERCOSUR/MERCOSUL - MERCOSUL


A secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Tatiana Prazeres, disse nesta terça-feira, 30, que as negociações para o fechamento de um acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia, costurado há mais de 20 anos, seguem em nível técnico. Na segunda-feira, a França disse que as negociações estavam interrompidas, mas o bloco europeu se manifestou nesta terça de forma contrária.

“À luz do entendimento da última reunião do Mercosul, as negociações seguem no nível de negociadores-chefes, em nível técnico. É difícil cravar uma data, não faria isso aqui. O que posso dizer é que as conversas seguem”, disse ela, em entrevista coletiva para comentar sobre o grupo de trabalho de desenvolvimento e investimento do grupo das 20 maiores economias do mundo (G20).

A secretária afirmou que o governo brasileiro não ignora as posições apresentadas de fora do bloco do sul. “O Mercosul negocia com a comissão, não com Estados-membros”, disse após perguntas de jornalistas sobre informações contraditórias sobre o tema na Europa.

O Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) registrou no último dia 22 que, de volta ao ostracismo público após as falas duras da França sobre o acordo, o tema pode surpreender quem apostava em nova hibernação do assunto. Fora dos holofotes, o corpo diplomático dos dois blocos continua a trabalhar diuturnamente por um consenso e começa a ser formada uma expectativa de que o tratado possa ser finalizado ainda no primeiro semestre de 2024.

Já se fala, inclusive, na volta da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ao Brasil nos próximos meses com o objetivo específico de assinar o documento.

Petrobras considera cooperação internacional em novas fronteiras, como a Margem Equatorial

 

Petrobras png | PNGWing

A Petrobras informou, em apresentação para investidores estrangeiros em Nova York, que é possível a participação de empresas internacionais na exploração de novas fronteiras, como a Margem Equatorial, no Norte do País. Sem dar detalhes, a estatal destacou a região como a principal a ser explorada nos próximos anos.

A companhia está realizando o seu primeiro “Deep Dive” (mergulho profundo), para detalhar o Plano Estratégico 2024-28 para investidores internacionais.

O evento conta com a presença do presidente da estatal, Jean Paul Prates, e quase toda a diretoria, e termina na quarta-feira, 31.

Além da Margem Equatorial, onde serão perfurados 16 poços, a estatal disse aos investidores que pretende fazer mais 6 poços na Colômbia até 2028.

Sistema de consórcios cresce 25% e movimenta R$ 316,7 bi em 2023

 


O Sistema de Consórcios movimentou mais de R$ 316,7 bilhões em 2023, um crescimento de 25,6% na comparação com 2022. Os números foram divulgados pela Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC). Segundo a entidade, o volume movimentado representa um recorde no setor.

Já o volume de participantes ativos consolidados no sistema de consórcios chegou a 10,29 milhões, uma alta de 9,4%, tornando-se um resultado inédito no país.

Para o diretor da Multimarcas Consórcios, Fernando Lamounier, o crescimento constante é consequência do cenário econômico, já que, com a alta dos juros, os consórcios representam uma alternativa para quem deseja fazer aquisições de bens ou outros produtos de maior valor agregado.

“Os valores de financiamento e empréstimo se tornam impeditivos para quem realmente coloca o custo da dívida na ponta do lápis. O consórcio, por não contar com juros, mas sim com uma taxa de administração, passa imune a esse fenômeno e se torna cada vez mais atrativo”, explica.

Outro fator atrativo para o cenário, é o fato dos consórcios englobarem diferentes produtos e objetivos, que vão desde imóveis até a aquisição de serviços. Dos seis indicadores analisados pela Abac, quatro registram alta: imóveis (20,8%), veículos leves (13,1%), motocicletas (4,0%) e veículos pesados (2,5%).

O número de contemplações, consorciados que puderam utilizar o crédito, também registraram aumento, chegando a 1,62 milhões, 6,6% maior que em 2022, e o ticket médio mensal passou de R$59,56 mil para R$74,24 mil, uma alta de 24,6%.

“Para fugir do crescente endividamento, os brasileiros buscam alternativas que possibilitem a realização de seus sonhos, sem ônus para as finanças familiares e sem comprometer a renda total. O mercado tradicional é muito complexo e o sistema de consórcios proporciona um maior poder de compra para a aquisição do investimento”, acrescenta o especialista.

Para este ano, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e o mercado financeiro estimam novas reduções da taxa básica de juros, a Selic, chegando a uma suposição de encerramento anual abaixo de 9,25%. No entanto, na avaliação de Lamounier, o número continua alto e por isso o setor de consórcios deve ganhar ainda mais espaço.

“A redução não tem grande interferência no mercado de consórcios, já que os juros ainda continuam elevados, o que tende a atrair mais brasileiros. É esperado que a tendência de crescimento do setor, que vemos ao longo dos anos, permaneça em desenvolvimento e expansão”, complementa.

BNDES anunciará ampliação de recursos ao agronegócio, diz Fávaro, após reunião com Haddad

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O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, confirmou que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciará ampliação de recursos ao agronegócio. “O BNDES está preparando anúncios. No dia 2, deverá ter algum anúncio. Medidas estruturantes virão depois do levantamento da equipe econômica de endividamento do setor e custos”, afirmou Fávaro após reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta terça-feira.

Segundo o ministro, o BNDES também será chamado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, para discutir a crise enfrentada pelo agro.

Fávaro se reunirá com o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, na próxima sexta-feira, 2, no Rio de Janeiro.

Conforme mostrou o Broadcast Agro (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), há expectativa de que o BNDES anuncie novo aporte de R$ 4 bilhões para financiamento de investimentos agropecuários dentro da linha BNDES Crédito Rural, com custo fixo em dólares americanos (TFBD).

O banco de fomento também deve criar uma linha dolarizada para custeio agropecuário, com recursos voltados diretamente a produtores afetados pela quebra de safra ou a revendas para refinanciarem o custeio.