quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

Contra Google e Microsoft, Zoho aposta no longo prazo

 


Sridhar Vembu, da Zoho, durante evento Zoho Day 24 em McAllen (Crédito: Divulgação)

 

De McAllen, Texas (EUA) *

 

A lista de empresas que fracassaram ao tentar concorrer com Google e Microsoft é grande. Lotus, Netscape, Novell, Sun, Altavista e Lycos são apenas algumas das empresas que – ao longo de décadas – acabaram falindo ou sendo compradas.

Uma exceção a essa lista é a Zoho, que há quase 30 anos oferece apps na nuvem para usuários individuais e pequenas e médias empresas. A companhia de origem indiana concorre diretamente com os pacotes Microsoft 365 e Google Workspace, que dominam o mercado.

Apesar da força dos rivais, a Zoho tem uma trajetória sólida e fechou 2022 com receita bruta de US$ 1 bilhão. É pouco quando comparado aos mais de US$ 200 milhões que empresas como Google e Microsoft faturam por dia. Mas é suficiente para manter uma companhia de 15 mil funcionários, mais de 100 milhões de usuários registrados e mais de 700 mil clientes empresariais pagantes. Segundo Sridhar Vembu, fundador e CEO da Zoho, a receita para se manter saudável em um mercado tão disputado é apostar no “jogo longo”.

“Quando a Zoho começou, em 1994, Microsoft e Apple já eram empresas grandes e com muito poder em seus mercados. E hoje, 30 anos depois, mesmo vivendo períodos de altos e baixos, elas estão entre as maiores empresas do mundo. A Apple domina a área de computação pessoal, enquanto a Microsoft é a mais forte na área de software para empresas. Isso ocorre pois ambas fazem apostas de longo prazo. E isso é o que fazemos na Zoho”, disse Vembu durante o evento ZohoDay, voltado para analistas que ocorreu na semana passada em McAllen (EUA).

Para Vembu, as empresas que dão certo são aquelas que apostam em inovação e mantêm seus custos sob controle. “Vemos muitas startups que têm vida curta. Elas criam serviços totalmente dependentes de grandes plataformas de nuvem, gastam muito em marketing e aquisição de usuários. Tudo na esperança de serem compradas por alguma Big Tech. Mas no fim das contas essas empresas não criam nada de novo, nenhuma tecnologia relevante. E por isso não são compradas por ninguém”, afirmou.

Uma empresa diferente

A Zoho tem algumas características que a diferenciam da maioria das empresas de tecnologia. Para começar, o fundador continua à frente da empresa após 28 anos. Vembu, um indiano de fala calma que usa trajes tradicionais de seu país em apresentações corporativas, não mora no Vale do Silício, mas em uma vila no interior da Índia.

Outra grande diferença entre a Zoho e outras empresas de software é a total ausência de anúncios em seus produtos. Nem mesmo as versões grátis têm publicidade. Essa escolha permitiu que a empresa passasse ao largo das polêmicas sobre privacidade dos últimos anos e mantivesse seu seu modelo de negócio após as aprovações de leis de proteção de privacidade, como a GDPR europeia e a LGPD brasileira.

A Zoho se diferencia ainda por manter seus próprios data centers em tempos de nuvem pública. A empresa tem atualmente 14 data centers e pretende expandir esta área, inclusive com um data center a ser construído neste ano na América Latina, possivelmente no Brasil.

Por fim, enquanto muitas startups procuram um sucesso rápido para fazer seu IPO e lucrarem com venda de ações, a Zoho é uma empresa de capital fechado e pretende continuar assim. “Muitas empresas de capital aberto se submetem a pressões do mercado e acabam não buscando projetos de longo prazo e inovadores”, explica Vembu.

Disputa pelo escritório

O mercado de software de produtividade para empresas fechou o ano de 2022 com US$ 53 bilhões em investimentos em todo o mundo, e deve crescer em média 14% ao ano até 2030, de acordo com dados da consultoria Grand View Research. Este mercado inclui aplicativos de e-mail, comunicação, planilhas, programas de controle financeiro e relacionamento com clientes (CRM), entre outros. Entre as gigantes desse setor estão Microsoft, Google, Salesforce e Intuit.

Com mais de 50 aplicativos online, a Zoho compete com todos esses gigantes. A companhia tem foco maior em empresas de pequeno e médio porte, e trabalha com preços mais acessíveis em relação a concorrentes maiores. O Zoho Workplace, pacote básico de software de produtividade, tem preço de R$ 30 por mês por usuário na sua versão profissional. Para efeito de comparação, pacotes similares da Microsoft e do Google ficam entre R$ 70 e R$ 80.

“Na Zoho privilegiamos a flexibilidade, todos os aplicativos podem ser contratados separadamente ou em pacotes. Não há contratos com multas para saída nem outros mecanismos que ‘prendam’ os clientes aos nossos serviços”, ressaltou Vijay Sundaram, chefe global de estratégia da Zoho.

Por enquanto a cobrança dos produtos da Zoho é feita em dólar, e a cobrança em reais é um dos projetos deste ano da Zoho Brasil. O principal escritório da empresa no Brasil fica em Florianópolis (SC) e comporta cerca de 100 funcionários.

Cautela com IA

Como outras empresas do ramo, a Zoho também investe em integrar recursos de Inteligência Artificial em seus produtos. Mas as soluções são implementadas de forma cautelosa, a fim de evitar brechas de dados dos clientes. “Mesmo nos anos 1990 quando lançamos nossos primeiros produtos, não incluímos anúncios neles por respeito à privacidade dos clientes. E mantemos essa mesma abordagem no uso da IA”, afirma Ramprakash Ramamoorthy, diretor de Pesquisa de IA da Zoho.

Ramamoorthy explica ainda que, como parte da filosofia verticalizada da empresa, a Zoho não usa o ChatGPT nem outros modelos de linguagem natural (LLM) em seus produtos. “Todos os nossos modelos de IA são feitos internamente. Já temos modelos pequenos e médios para executar tarefas mais simples, e estamos desenvolvendo um LLM de maior porte para integrar em nossas ferramentas. Também estamos investindo em processadores e data centers para rodar esse modelo”, diz.

* O jornalista viajou a convite da Zoho

Conselho de Segurança deve ser pacifista e não fomentar guerras, diz Lula no Egito

 


Lula cumprimenta Abdel Fattah al-Sisi , presidente do Egito, durante visita diplomática (Crédito: AFP) 

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quinta-feira (15), que os membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) devem ser atores pacifistas e não atores que fomentam guerras.

Em visita ao Cairo, capital do Egito, Lula voltou a defender mudanças na governança global, durante declaração à imprensa ao lado do presidente do país, Abdel Fattah Al-Sisi.

Desde que assumiu o mandato, no ano passado, em discursos em diversas instâncias internacionais, Lula vem defendendo que o modelo atual de governança, criado depois da Segunda Guerra Mundial, não representa mais a geopolítica do século 21.

Para o presidente, é preciso uma representação adequada de países emergentes, como da África e América Latina, em órgãos como o Conselho de Segurança da ONU.

Atualmente, esse conselho reúne apenas Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido – países que podem vetar decisões da maioria. Outros países também participam como membros rotativos, mas sem poder de veto.

“É preciso que tenha uma nova geopolítica na ONU. É preciso acabar com o direito de veto dos países. E é preciso que os membros do Conselho de Segurança sejam atores pacifistas e não atores que fomentam a guerra. As últimas guerras que nós tivemos, a invasão ao Iraque não passou pelo Conselho de Segurança da ONU, a invasão à Líbia não passou pelo Conselho de Segurança da ONU, a Rússia não passou pelo Conselho de Segurança para fazer guerra com Ucrânia e o Conselho de Segurança não pode fazer nada na guerra entre Israel e Faixa de Gaza”, disse Lula.

Crise no Oriente Médiio

O presidente falou ainda sobre o conflito entre Israel e o grupo palestino Hamas. Para Lula, os israelenses tradicionalmente não cumprem decisões da ONU.

No dia 7 de outubro, o Hamas, que controla a Faixa de Gaza, lançou um ataque surpresa de mísseis contra Israel, com incursão de combatentes armados por terra, matando cerca de 1,2 mil civis e militares e fazendo centenas de reféns israelenses e estrangeiros.

Em resposta, Israel vem bombardeando várias infraestruturas do Hamas, em Gaza, e impôs cerco total ao território, com o corte do abastecimento de água, combustível e energia elétrica. Os ataques israelenses já deixaram mais de 22 mil de mortos, sendo a maioria mulheres e crianças, além de feridos e desabrigados.

A guerra entre Israel e Hamas tem origem na disputa por territórios que já foram ocupados por diversos povos, como hebreus e filisteus, dos quais descendem israelenses e palestinos.

“Eu não encontro uma explicação porque que a ONU não tem força suficiente para evitar que essas guerras aconteçam, antecipando qualquer aventura. Porque a guerra não traz benefício a ninguém, ela traz morte, destruição e sofrimento”, disse Lula. O Brasil defende um cessar-fogo imediato e sustentável na região e a criação de um Estado Palestino.

“O Brasil foi um país que condenou de forma veemente a posição do Hamas no ataque a Israel e ao sequestro de centenas de pessoas. E nós condenamos e chamamos de ato terrorista. Mas não tem nenhuma explicação o comportamento de Israel, a pretexto de derrotar o Hamas, estar matando mulheres e crianças”, argumentou o presidente, reforçando que o Brasil está empenhado em fazer as mudanças necessárias nos órgãos de governança global.

“A única coisa que se pode fazer é pedir paz pela imprensa, mas ao que me parece, Israel tem a primazia de descumprir, ou melhor, de não cumprir nenhuma decisão emanada da direção das Nações Unidas, então é preciso que a gente tome decisão”, acrescentou.

Até dezembro deste ano, o Brasil ocupa a presidência do G20, grupo das 20 maiores economias do mundo, e uma das prioridades é discutir a atuação das instâncias internacionais.

Durante a declaração à imprensa, Lula ainda agradeceu o presidente egípcio pela colaboração na retirada de brasileiros e seus familiares da Faixa de Gaza, via Rafah, cidade palestina que faz fronteira com o Egito. Foram quatro missões de repatriação específica com pessoas que estavam no lado palestino do conflito, quando 149 brasileiros e parentes próximos foram resgatados.

O presidente brasileiro está em visita ao Egito e hoje participou de reunião com o presidente Abdel Fattah Al-Sisi e assinatura de atos bilaterais em agricultura e ciência e tecnologia. Ainda nesta quinta-feira, Lula terá agenda na sede da Liga dos Estados Árabes.

Ao fim do dia, a comitiva brasileira embarca para Adis Abeba, capital da Etiópia, onde o presidente Lula participará, como convidado, da Cúpula de Chefes de Estado e Governo da União Africana, nos dias 16 e 17.



 

Petrobras inaugura novo polo de venda de combustíveis no Centro-Oeste

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O aumento da demanda por combustível do agronegócio no Centro-Oeste brasileiro levou a Petrobras a inaugurar mais um polo de comercialização de diesel e gasolina em Rio Verde, em Goiás, informou a estatal. Atualmente, o combustível que chega até Rio Verde é transportado pelas distribuidoras por caminhões, a partir de Paulínia (SP) ou de municípios mais distantes

A logística do novo polo utiliza uma combinação do modal dutoviário (OSBRA), a partir da Refinaria de Paulínia – Replan, em São Paulo, até o município de Senador Canedo, em Goiás, e o modal rodoviário até Rio Verde.

“O novo polo de vendas tem potencial de crescimento e a Petrobras estuda alternativas logísticas que possibilitem maior competitividade ao seu produto”, disse a estatal em nota.

Esta é a segunda base de entrega na região Centro-Oeste que a companhia inaugurou em menos de um ano. Um polo em Rondonópolis (MT) foi inaugurado em março do ano passado.

Antes disso, a Petrobras já possuía duas bases de entrega de combustíveis no Centro-Oeste: os terminais de Brasília e Senador Canedo, também em Goiás. Para essas localidades, os produtos também têm origem na Refinaria de Paulínia (Replan), mas são transportados pelo oleoduto OSBRA.

“A região Centro-Oeste é a que mais cresce no País, muito em função do agronegócio. Por conta disso, a demanda por combustíveis tem aumentado muito, o que nos fez decidir por abrir este polo, mantendo nosso posicionamento como principal supridor”, informou em nota o diretor de Logística, Comercialização e Mercados da Petrobras, Claudio Schlosser.

E completou: “A criação dos polos de venda de Rio Verde e Rondonópolis está alinhada à estratégia de aprimorar o acesso a mercados do interior do país, uma oportunidade de melhorar nossa cadeia logística, em diálogo constante com nossos clientes.”

Governo se alia ao Serasa para ampliar alcance do Desenrola Brasil

 


O Ministério da Fazenda anunciou hoje (15), em São Paulo, uma parceria com a Serasa para aumentar o alcance e facilitar o acesso ao Desenrola Brasil – programa para renegociação de dívidas do governo federal.

Com essa parceria, em funcionamento desde a última sexta-feira (9), as pessoas que entrarem no sistema da Serasa poderão ser direcionadas ao site do programa Desenrola. Antes, o acesso ocorria apenas pela plataforma Desenrola.Gov.br.

“Isso tem o intuito de facilitar o acesso de quem já é cliente de outros parceiros. A gente abriu essa possibilidade para que a pessoa faça o login no parceiro do Desenrola e aí ele será direcionado para o ambiente da plataforma, sem precisar fazer novo login”, explicou Alexandre Ferreira, coordenador-geral de Economia e Legislação do Ministério da Fazenda.

“Nesse ambiente ele vai ter acesso às mesmas condições de renegociação – com pagamento que pode ser à vista ou parcelado, sem entrada e início do pagamento em 60 dias – e com os mesmos descontos que temos até aqui”, completou.

Os usuários que fizerem o login com CPF e senha no site ou no aplicativo da Serasa poderão clicar em Negociar Dívidas. Na aba Minha Dívidas, vai aparecer uma lista de propostas para negociação da dívida.

Com a parceria, o governo pretende ampliar o acesso das pessoas ao Desenrola, já que a plataforma da Serasa tem hoje 88 milhões de brasileiros cadastrados e cerca de 26 milhões de acessos mensais.

Até este momento, a plataforma do Desenrola Brasil já beneficiou cerca de 12 milhões de brasileiros, somando R$ 35 bilhões em dívidas renegociadas. O programa termina em 31 de março.

CNH reporta lucro de US$ 617 milhões no 4º tri; alta é de 4% ante 4º tri de 2022

 

CNH Industrial – Wikipédia, a enciclopédia livre

A fabricante norte-americana de máquinas CNH Industrial, dona de marcas como Case IH e New Holland, registrou lucro líquido de US$ 617 milhões, ou US$ 0,46 por ação, no quarto trimestre de 2023, informou a empresa nesta quarta-feira. O resultado representa alta de 4% na comparação com igual período de 2022, quando a companhia obteve lucro líquido de US$ 592 milhões, ou US$ 0,43 por ação.

O lucro ajustado avançou 14,6% na mesma base comparativa, para US$ 557 milhões no período, ou US$ 0,42 por ação.

A receita recuou 5% em relação ao quarto trimestre de 2022, para US$ 6,018 bilhões. O Ebit (lucro antes de juros e impostos) ajustado de atividades industriais na companhia no período chegou a US$ 696 milhões, alta de 2,35% ante igual intervalo de 2022.

As vendas de equipamentos agrícolas da CNH caíram 8% no trimestre, de US$ 5,369 bilhões para US$ 4,947 bilhões. O Ebit ajustado do segmento ficou em US$ 669 milhões, perda de 4,6% ante os US$ 701 milhões obtidos em igual intervalo do ano anterior.

Na América do Norte, o volume da indústria cresceu 19% no quarto trimestre de 2023 em relação ao ano anterior. Na Europa, Oriente Médio e África, a demanda por tratores e colheitadeiras aumentou 5% e diminuiu 20%, respectivamente.

Segundo a companhia, na América do Sul, a demanda por tratores diminuiu 8%, enquanto a procura por colheitadeiras diminuiu 13%.

Acumulado de 2023

Para o acumulado do ano fiscal de 2023, a CNH Industrial elevou o lucro líquido de US$ 2,039 bilhões de 2022 para US$ 2,383 bilhões em 2023. O lucro líquido ajustado foi de US$ 2,313 bilhões, aumento de 15% em relação ao ano anterior. Já a receita subiu 3% na mesma comparação, para US$ 22,08 bilhões. O Ebtida no ano fiscal ficou em US$ 2,73 bilhões, alta de 12,2% ante 2022.

“Há dois anos, estabelecemos metas ambiciosas de margem para nossos segmentos de Agricultura e Construção, as quais alcançamos mais cedo do que o planejado”, disse em comunicado o CEO Scott W. Wine. “Com mercados finais mais desafiadores no quarto trimestre, contribuições robustas do nosso foco na redução de custos e execução comercial disciplinada impulsionaram a expansão das margens, e continuaremos agressivos nessas frentes no futuro”, acrescentou.

Para 2024, a empresa disse que espera um volume de vendas mais baixos no varejo ante o ano anterior, tanto no mercado de equipamentos agrícolas quanto no de construção. Para o segmento agrícola, as vendas líquidas devem cair entre 8% e 12%, enquanto a margem Ebit ajustada do segmento foi prevista entre 14% e 15%.

Quanto ao fluxo de caixa livre, a projeção é de geração de caixa está entre US$ 1,2 bilhão e $1,4 bilhão no ano.

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

Mapfre tem lucro de 233 mi de euros no Brasil em 2023, alta de 62% em 1 ano

 mapfre-logo | Revista Insurance Corp | PT-BR


A seguradora Mapfre teve lucro líquido de 233 milhões de euros no Brasil em 2023, o equivalente a R$ 1,237 bilhão e um crescimento de 62% na comparação com 2022. Em arrecadação, a companhia obteve 5,1 bilhões de euros no País, o equivalente a R$ 27,1 bilhões, e uma alta de 5,9% em relação ao ano anterior.

No Brasil, a Mapfre opera em segmentos como o seguro rural, que cresceu 7,4%, e de vida, em que o aumento foi de 5,6%.

A companhia é ainda sócia da BB Seguridade, holding controlada pelo Banco do Brasil, na Brasilseg, seguradora que é líder em diversos ramos de mercado.

A empresa espanhola destaca ainda que a carteira do seguro automotivo teve alta menor, de 0,9% no ano passado, após um período de mudanças de tarifa. O seguro auto foi reajustado pelas empresas do setor para repassar ao consumidor os maiores custos associados à inflação, que aumenta o valor indenizado, e dos juros.

A empresa destaca que o índice combinado, que reflete o custo dos seguros em relação à arrecadação obtida com eles, foi de 69,8% nos seguros gerais, refletindo a melhoria nas condições do seguro rural.

O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) da Mapfre no Brasil subiu mais de 6 pontos porcentuais e atingiu 24,3%, o maior entre as unidades regionais da companhia no mundo.

“Com uma estratégia claramente definida, a Mapfre está bem posicionada para explorar novas oportunidades de crescimento no mercado brasileiro, especialmente nos segmentos de seguros automotivo, de vida e agrícola, que consideramos áreas-chave para a expansão em 2024”, disse em nota o CEO regional da empresa no Brasil, Felipe Nascimento.

Ele destacou ainda a oferta multicanal e a parceria com o BB na distribuição de seguros como alavancas para a Mapfre. A unidade brasileira respondeu por um terço do lucro líquido do grupo no mundo, e por quase 19% da arrecadação.

No mundo, a Mapfre teve lucro líquido de 691,8 milhões de euros (o equivalente a R$ 3,682 bilhões), alta de 7,7% em um ano. A receita global foi de 32,2 bilhões de euros, ou R$ 171,4 bilhões, crescimento de 7,7% ante 2022.

Fundecitrus mantém previsão de produção de 307,22 milhões de caixas de laranja

 Fundecitrus lança nova marca em evento de 40 anos da ...


São Paulo, 14 – A safra de laranja 2023/24 do cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro deve ser de 307,22 milhões de caixas de 40,8 kg, mesmo volume da previsão anterior, de dezembro passado, e uma redução de apenas 0,7% em comparação com a projeção inicial de maio de 2023. O número faz parte do terceiro levantamento do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), em parceria com a Markestrat, FEARP/USP e FCAV/Unesp.

Segundo comunicado do Fundecitrus, “considerando que mais de 95% da produção já foi colhida, os números dessa reestimativa refletem com precisão a atual situação da safra, com pouca margem para mudanças até o seu encerramento”.

A atual reestimativa não teve alteração em comparação com a anterior por causa das condições climáticas desfavoráveis que persistiram nos dois meses seguintes à última revisão, com chuvas abaixo da média histórica e temperaturas elevadas, disse o fundo. “Enquanto a colheita das variedades precoces encerrou com um aumento de 2,27 milhões de caixas, graças às chuvas abundantes no primeiro semestre de 2023, as projeções para as variedades de meia-estação e tardias ainda indicam uma queda de 4,39 milhões de caixas.”

Outros fatores que influenciaram a diminuição da safra incluem a incidência de greening, que continua crescendo nas propriedades do cinturão citrícola e o ritmo mais acelerado da colheita nesta temporada, reduzindo o tempo disponível para o desenvolvimento dos frutos.

De acordo com o coordenador da Pesquisa de Estimativa de Safra (PES) do Fundecitrus, Vinícius Trombin, a interação desses fatores resultou em frutos de tamanhos menores do que o esperado nas variedades de meia-estação e tardias, o que culminou na redução da produção dessas variedades. “Embora tenha prejudicado o crescimento das laranjas, o ritmo mais acelerado de colheita ajudou a reduzir a perda de frutos causada por queda prematura e atenuou a redução da produção”, afirmou na nota.

A projeção da taxa de queda de frutos permanece em 19,0%, em média, considerando todas as variedades. Na distribuição da taxa de queda entre as variedades, as precoces Hamlin, Westin e Rubi encerraram em 10,8%, enquanto as outras variedades precoces atingiram 12,1%. A Pera Rio registrou 19,0%, enquanto Valência e Valência Folha Murcha mantiveram-se em 22,0%, e a variedade Natal em 28,9%.

Considerando todas as variedades, são necessários 255 frutos para compor uma caixa de 40,8 kg, oito frutos a mais em comparação com o avaliado em maio. Assim, o peso das laranjas permanece projetado em 160 gramas, contrastando com o peso médio inicialmente projetado em 165 gramas. Essa medida representa um peso inferior ao da média dos últimos 10 anos, que é de 163 gramas.