quinta-feira, 28 de março de 2024

Startups israelenses apresentam soluções para energias renováveis no Sul

 


Estudos revelam que o investimento para descarbonizar a indústria brasileira deve alcançar US$ 40 bilhões até 2050 
 
 
José Eduardo Fiates (ao centro), Anastasiya Litvinenko e Juliano Froehner na abertura do evento promovido pela Fiesc

 

 

Uma das bandeiras da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), a descarbonização, esteve no centro do evento que reuniu indústrias catarinenses e startups israelenses na quarta-feira (27). A Câmara de Assuntos de Energia da Fiesc, em conjunto com a Câmara de Comércio SC-Israel e a Missão Econômica e Comercial de Israel no Brasil, viabilizaram a apresentação de soluções inovadoras na geração e conservação de energias renováveis desenvolvidas por empresas do país do Oriente Médio. A chefe da missão israelense, Anastasiya Litvinenko, explicou que Israel destaca-se em projetos inovadores na área de energias limpas dada sua necessidade de ser autossustentável na produção.

"Somos considerados uma ilha de eletricidade, já que temos pouquíssima integração com sistemas de países vizinhos. Temos a necessidade de aumentar nossa eficiência energética e a meta de sermos cada vez menos dependentes de combustíveis fósseis", destaca. Segundo ela, o país está revisando sua meta de produção de energias renováveis de 17% da matriz até 30% em 2030. O diretor de inovação e competitividade da Fiesc, José Eduardo Fiates, avalia que as similaridades entre Israel e Santa Catarina no que se refere ao ecossistema de inovação de ambos favorecem o desenvolvimento de parcerias de negócio e de novas tecnologias. "Temos muito o que aprender com Israel. Essa aproximação entre o estado de SC e Israel tem potencial para se transformar rapidamente em projetos concretos", afirma.

O evento DemoDay Descarbonização contou com a apresentação de seis empresas de Israel, com soluções inovadoras como a transformação, armazenamento e transporte de hidrogênio, redução de emissões e transformação de metais, produção de amônia com emissão zero de carbono e, ainda, a captura de carbono e sua conversão em gás natural. A Electriq apresentou o primeiro gerador de energia movido a hidrogênio em pó. A solução transforma o hidrogênio em um combustível em pó, facilitando o transporte e o armazenamento do insumo, reduzindo riscos ambientais e de explosões, por exemplo. A inovação apresentada pode ser usada para abastecer canteiros de obras, como backup para infraestruturas críticas, a exemplo de hospitais, geração auxiliar e projetos de microgrid e ainda como postos de abastecimento de veículos elétricos.

A Nitrofix trouxe sua solução para a produção de amônia com emissão de carbono zero. Usada largamente como fertilizante e nas indústrias alimentícia, de produtos de limpeza e higiene e também de equipamentos de refrigeração, a produção atual de amônia é responsável por cerca de 2% da emissão global de gases do efeito estufa. O processo de produção apresentado usa água e ar em vez de combustíveis fósseis, e reduz o gasto de energia pela metade em relação ao método atual. A Helios apresentou sua tecnologia para refinar minério de ferro com emissão direta de carbono zero, reduzindo o consumo de energia em 50% e de custos de produção em 20%. Armazenamento e transporte de hidrogênio também é o foco da tecnologia desenvolvida pela HydroX. Para isso, criou uma solução líquida não-tóxica, não-inflamável e não-explosiva para o armazenamento e transporte de hidrogênio. A H2Pro criou um processo que usa eletricidade para dividir a água em oxigênio e hidrogênio em duas etapas diferentes, sendo a primeira eletroquímica e a segunda baseada em um processo químico termo ativado. A inovação apresentada pela Standard Carbon usa a captura de carbono de emissões por meio de um solvente químico e o transforma em gás natural.

 

Descarbonização

 
Estudos da CNI revelam que o investimento para descarbonizar a indústria brasileira deve alcançar US$ 40 bilhões até 2050. Investir em projetos de descarbonização pode ser uma alternativa para as indústrias catarinenses gerarem receitas, além de reduzirem suas emissões. Pesquisa da Allied Market Research aponta que o mercado de hidrogênio limpo deve movimentar US$ 5,9 bilhões em 2030, enquanto o mercado de captura, uso e armazenagem de carbono deve alcançar US$ 7 bilhões no mesmo ano. Atenta a essas oportunidades, a federação catarinense lança durante a programação do Radar Reinvenção, em 3 de abril, o Hub de Descarbonização Fiesc. A iniciativa inédita visa mobilizar os setores produtivos, governo, universidades e centros de pesquisa para alcançar uma economia de baixo carbono. O evento DemoDay Descarbonização realizado nesta quarta-feira também contou com a participação do secretário de articulação internacional do governo do estado, Juliano Froehner, do presidente da Câmara de Comércio Santa Catarina-Israel, Daniel Leipnitz, e do presidente da Câmara de Assuntos de Energia da Federação, Manfredo Gouvea Junior.

 

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Lactec e Parque Tecnológico Itaipu Paraguai assinam convênio de cooperação

 


Parceria vai explorar possibilidades para realizar consultorias técnicas 
 
 
Acordo de colaboração vai estimular o desenvolvimento do setor elétrico no Brasil e no Paraguai

 

 

O  centro de pesquisa, tecnologia e inovação Lactec, do Paraná, recebeu na semana passada, a visita da comitiva do Parque Tecnológico Itaipu Paraguai (PTI-PY). O objetivo foi a assinatura de um convênio de cooperação internacional que visa fortalecer o ecossistema de inovação em energia no país vizinho, marcando um importante passo rumo ao avanço tecnológico da região.O objetivo principal das visitas foi explorar oportunidades de colaboração para a realização de consultorias técnicas especializadas, testes, ensaios entre outros serviços envolvendo o setor, além de fornecer suporte técnico à Administración Nacional de Eletricidad (Ande). Durante as reuniões e visitas, o presidente do Lactec, Luiz Fernando Vianna, os diretores Carlos Eduardo Ribas e Kátia Peroni, juntamente com toda a equipe de alta tensão do Lactec, recepcionaram a comitiva.

Na opinião de Vianna, as discussões evidenciam o comprometimento das duas instituições em promover a inovação e o desenvolvimento tecnológico na área de energia. "A cooperação é o caminho mais eficiente para o avanço tecnológico, especialmente entre nações vizinhas e entidades historicamente ligadas, como acontece neste cenário", avaliou. O encontro do PTI-PY com a equipe do Lactec foi um momento de estreitamento de laços e colaboração entre as instituições. Entre os visitantes estavam Carolina Villasanti, diretora técnica do PTI Paraguai, Frankz Peter Lindstrom, chefe de laboratório do PTI Paraguai, Oswaldo Martinez, da superintendência de manutenção de transformadores da Itaipu, Mírian Medina, chefe de departamento de normatização da Ande e Hugo Yedros, do departamento de manutenção da Ande.

 

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Fabricante chinesa de automóveis planeja ter filial em Santa Catarina

 


Além de estabelecer uma unidade para distribuição de veículos, a GWM visa criar uma sede estratégica para a importação de peças automotivas e a montagem local de componentes 
 
 
O encontro foi mais um espaço para atrair a empresa chinesa para Santa Catarina

 

 

Uma reunião entre o governador Jorginho Mello (foto) e representantes da fabricante de automóveis Great Wall Motors (GWM) selou a intenção da companhia chinesa em ter uma filial em Santa Catarina. Além de estabelecer uma unidade para distribuição de veículos, a GWM visa criar uma sede estratégica para a importação de peças automotivas e a montagem local de componentes. Estavam no encontro o diretor de relações institucionais da GWM, Ricardo Bastos, o diretor financeiro da GWM, Wayne Chien, além dos secretários de Estado da Fazenda, Cleverson Siewert, de Ciência Tecnologia e Inovação, Marcelo Fett, e o presidente da SCPar, Renato Lacerda.

A escolha de Santa Catarina como localização para a nova filial se deve à sua infraestrutura robusta, mão de obra qualificada e ambiente favorável aos negócios. A proximidade com portos e aeroportos facilitará o processo de importação de peças, enquanto a presença de empresas do setor automotivo na região abrirá oportunidades para parcerias e colaborações. Além dos benefícios econômicos, a chegada da GWM, que é referência ainda em veículos elétricos, promete fortalecer a cadeia de suprimentos local, gerando empregos diretos e indiretos e promovendo o desenvolvimento tecnológico na área de autopeças. A iniciativa também reforça o compromisso da empresa com a sustentabilidade, incentivando práticas de produção mais eficientes.

"Esse encontro é mais um espaço para atrair a empresa chinesa para Santa Catarina. Ano passado estive com outros colegas do governo no escritório em São Paulo e convidei os diretores para virem conhecer de perto o potencial logístico e de ambiente de negócio do estado", conta Fett. "Sob a liderança do governador Jorginho Mello temos como uma das missões fortalecer o desenvolvimento estadual e gerar oportunidades de emprego e renda para os catarinenses. A vinda da GWM tem muita conexão a nova política de desenvolvimento centrada na descarbonização, transição energética e mobilidade elétrica do governo estadual", complementa.

"A GWM é uma empresa que já tem alguns investimentos no Brasil, mas pensamos numa estratégia de longo prazo. Então vemos Santa Catarina como uma oportunidade muito importante. Viemos agradecer o governador sobre a primeira visita que o secretário Marcelo Fett nos fez ano passado em São Paulo e também conhecer as oportunidades e as facilidades existentes aqui. Santa Catarina hoje é referência na venda de veículos eletrificados no Brasil. É um estado que tem feito movimentos muito importantes. A gente sabe que aqui existem a preocupação ecológica e ambiental, conhecemos a infraestrutura, o setor portuário, que fazem de Santa Catarina um local com oportunidades", destaca o diretor de relações institucionais da GWM, Ricardo Bastos.

 

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Lucro operacional da Azul sobe 68,3% no 4º trimestre ante um ano, para R$ 883,2 milhões

 


Cerca de metade das viagens terá como destino cidades da Região Nordeste

Avião da azul (Crédito: Divulgação)

 

O lucro operacional da Azul somou R$ 883,2 milhões no quarto trimestre de 2023, uma alta de 68,32% na comparação anual. Com isso, a margem operacional atingiu 17,6% no período, uma elevação de 5,8 pontos porcentuais (p.p) na mesma base de comparação.

Importante ressaltar que, segundo a companhia, os números divulgados não foram auditados, uma vez que o trabalho dos auditores independentes em relação à revisão de tais demonstrações ainda não foi concluído.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da companhia foi de R$ 1,46 bilhão no trimestre, valor 33,65% maior do que o mesmo intervalo de 2022. Com isso, a margem Ebitda ficou em 29,2%, uma alta de 4,5 pontos porcentuais (p.p) na mesma base de comparação.

A receita líquida teve alta de 13% no trimestre na comparação anual, para R$ 5,03 bilhões, refletindo o aumento robusto na receita de passageiros, apoiado pela forte contribuição de outros negócios, segundo a companhia.

No período, os custos e despesas operacionais subiram 5,6% na base anual, para R$ 4,147 bilhões. A Azul registrou um fluxo de caixa livre de R$ 300 milhões no período, após o pagamento de R$ 797,2 milhões em arrendamentos de aeronaves, R$ 499,1 milhões em capex e R$ 438,2 milhões em juros.

Ao final do trimestre, a dívida líquida somava R$ 19,367 bilhões, valor 1,2% menor que o mesmo período do ano anterior. A alavancagem, medida pela relação dívida líquida por Ebitda, era de 3,7 vezes.

Por fim, o resultado financeiro líquido, que não inclui o operacional, ficou negativo em R$ 440,3 milhões, uma alta de 50% na base anual.

Biocombustível: BNDES aprova financiamento para fábrica de etanol da Be8

 

São Paulo, 28 – O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento no valor de R$ 729,7 milhões para a Be8, para a construção de fábrica de etanol e farelo a partir do processamento de cereais (trigo, triticale e milho, entre outros) em Passo Fundo (RS). Do total, R$ 500 milhões são provenientes do Programa BNDES Mais Inovação, informa a Be8, em comunicado.

A usina será flexível para a produção de etanol anidro (que pode ser adicionado na gasolina), ou hidratado (consumo direto), e terá capacidade de 209 milhões de litros/ano, o que equivale a 20% da demanda do Rio Grande do Sul, que hoje tem que importar o produto de outros estados. A nova fábrica vai processar 525 mil de toneladas por ano de cereais para produção de etanol e farelo DDGS (Distiller’s Dried Grains with Solubles) ou Grãos Secos de Destilaria com Solúveis (em português).

O presidente da Be8, Erasmo Carlos Battistella, disse na nota: “Este financiamento pelo Programa BNDES Mais Inovação é muito importante por reconhecer este investimento como uma iniciativa arrojada, com muita inovação, que também vai representar um incremento na oferta de farelo DDGS para as cadeias produtivas de proteínas animais, além de promover investimento em desenvolvimento de tecnologia genética para produção de trigo específico para matéria-prima de etanol”. Ele destacou, ainda, ser essa também uma oportunidade viável de renda para o agricultor com a cultura de cereais de inverno.

Campos Neto/Selic: posição de diretores sobre reduzir corte não é especificamente sobre junho

 

 

 


O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, explicou nesta quinta-feira, 28, que a posição, manifestada por alguns diretores da autarquia, sobre a necessidade de reduzir o ritmo do ciclo de flexibilização monetária não se refere especificamente à reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) marcada para junho, nos dias 18 e 19.

Como revelado na última ata do Copom, referente à reunião da semana passada, alguns membros do colegiado argumentaram que, se a incerteza permanecer elevada no futuro, um ritmo mais lento de corte de juros pode se tornar apropriado.

Nesta quinta, na coletiva à imprensa do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), Campos Neto disse que esse trecho da ata decorre da intenção do BC de aumentar a transparência dos debates que acontecem no Copom. Ele esclareceu que a discussão sobre o ritmo se deu em torno do horizonte, e não especificamente sobre a reunião de junho.

“Houve um questionamento sobre o ritmo e o caminho do ciclo que nos levaria mais longe e com maior certeza”, comentou o presidente do BC.

Ele pontuou que quando se refere na ata a “alguns membros”, o BC está indicando que o argumento foi colocado por dois ou mais de seus diretores. Campos Neto enfatizou que, ainda que em uma reunião longa os diretores do BC não convirjam em todos os temas, as decisões do Copom, incluindo a última, têm sido unânimes.

“O Copom não está dividido, a decisão foi unânime. Tentamos abrir na ata um debate sobre visões futuras, em que existiam opiniões diferentes”, comentou o presidente do BC. “A gente tentou ser mais transparente”, reiterou.

Campos Neto reforçou a visão no BC de que as incertezas, tanto domésticas quanto externas, aumentaram, o que leva a autoridade monetária a ser mais dependente de dados. Apesar disso, ele disse que o cenário base do BC não mudou substancialmente.

Ao falar sobre a retirada, motivada pelas incertezas, da indicação sobre o ritmo de corte de juros a partir de junho, o chamado forward guidance, o presidente do BC afirmou que o instrumento tem benefícios, mas também custos. A vantagem, explicou, é guiar as expectativas do mercado quando há convicção sobre o ambiente econômico. Por outro lado, quando as incertezas aumentam, o valor do forward guidance diminui, trazendo também um custo para o BC mudar a sua comunicação no meio do caminho, ponderou.

quarta-feira, 27 de março de 2024

Para Fiesp, acordo Mercosul-UE seria benéfico para ambas regiões, especialmente a França

 

Federação das Indústrias do Estado de São Paulo

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes, defendeu nesta quarta-feira, 27, que um acordo entre Mercosul e União Europeia seria muito benéfico para ambas as regiões, “especialmente para a França”. Ele afirmou, durante a abertura do Fórum Econômico Brasil-França, que a vinda do presidente francês Emmanuel Macron para o Brasil com visitas a diferentes regiões demonstra o interesse das duas sociedades em fortalecer as relações comerciais e políticas.

“Nossas relações vão se estreitar cada vez mais”, disse Gomes.

O acordo entre Mercosul e UE esteve próximo de um desfecho em 2023, mas encontrou resistência por parte do presidente Macron, que alegou riscos de uma invasão de alimentos exportados pelos países sul-americanos para a Europa.

Nos últimos meses, produtores rurais de ao menos sete países (Alemanha, Bélgica, França, Grécia, Itália, Romênia e Polônia) fizeram protestos contra acordos de livre comércio com países fora do bloco.

Em fevereiro, o Ministério das Relações Exteriores do Paraguai (atual presidente do Mercosul) disse que as negociações estão suspensas até as eleições para o Parlamento Europeu, que ocorrem em junho.

Vanguarda da transição energética

O diretor-presidente da Engie e presidente do Conselho de Empresas França-Brasil, do MEDEF Internacional, Jean-Pierre Clamadieu, afirmou que a França e o Brasil estão na vanguarda da transição energética, devido à matriz energética particularmente favorável dos dois países.

Clamadieu frisou que o caminho, no entanto, ainda é complexo e com muitas ambições, mas destacou que os dois países podem aprender juntos. “Temos convicção de que o Brasil tem muito a nos ensinar, com o uso do vegetal e florestal, mas também amplamente com o que a terra pode produzir.”

Também participante da mesa de abertura do Fórum Econômico Brasil-França, Clamadieu celebrou a presença de representantes de pouco mais de 80 empresas francesas no fórum.