quinta-feira, 28 de março de 2024

Viagem de Macron ao Brasil termina sem avanços no acordo Mercosul-UE

 


Presidente da França encerra visita oficial ao Brasil prometendo apoio a assento brasileiro no Conselho de Segurança da ONU e cooperação nas áreas de defesa e meio ambiente

 

 

Após três dias de agenda oficial, a visita do presidente francês, Emmanuel Macron, ao Brasil se encerrou nesta quinta-feira (28/03), com uma reunião bilateral com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No Palácio do Planalto, em Brasília, os dois assinaram 20 acordos de cooperação nas áreas de meio ambiente, defesa e tecnologia.

“Adotamos hoje um novo plano de cooperação que estende nossa colaboração para novos campos e áreas como financiamento de bioeconomia, agricultura, administração pública, inteligência artificial e direitos humanos, que passarão a ocupar nossa agenda bilateral”, afirmou Lula.

Macron foi recebido com honras de chefe de Estado por Lula, a primeira-dama, Janja da Silva, e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. A presença de Macron no Brasil – há 11 anos um chefe de governo francês não visitava o país – simbolizou a reaproximação da diplomacia dos dois países após anos de afastamento desde o governo de Michel Temer e da intensa turbulência durante o mandato de Jair Bolsonaro. Na pauta da reunião, os líderes discutiram temas como as guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza, as eleições na Venezuela, a crise noHaiti e a reforma de instituições bilaterais. Um dos temas principais e mais aguardados, o acordo comercial entre Mercosul e a União Europeia, porém, não esteve em pauta.

Macron segue reticente

Em sua primeira visita ao Brasil desde que foi eleito em 2017, Macron desembarcou no país em meio ao mal-estar diante da recusa da França de fazer avançar as negociações pela aprovação do acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul, cujas discussões se arrastam há mais de duas décadas.

Mesmo com as conversas com o homólogo brasileiro, o francês manteve a posição negativa sobre o acordo, que considera antiquado. Lula negou impasse com a França sobre o tema. “O Brasil não está negociando com a França, é o Mercosul que está negociando com a União Europeia, é um acordo comercial entre dois conjuntos de países. Estou muito tranquilo de que o acordo proposto agora é muito mais promissor de assinar”.

Em janeiro, agricultores franceses paralisaram as atividades, protestando contra a concorrência com produtos estrangeiros. Em seguida, Macron alegou que o acordo seria antiquado por não levar em conta a proteção ao meio ambiente.

“Tomei uma posição que não tem nada a ver com acordo bilateral, e sim de princípios, e tem a ver com o que o Brasil vai defender no G20 [em novembro] e na COP de Belém[em 2025]”, ponderou Macron. “Esse acordo foi feito há 20 anos, mas agora estamos fazendo um esforço de retirar o carbono de nossas economias e vamos abrir o mercado para produtos que não respeitam esses acordos? Seriamos loucos”, disse o líder francês.

Cadeira no Conselho de Segurança da ONU

O França é um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas, e defende a entrada do Brasil no seleto grupo. Lula há muito almeja um assento no colegiado para ampliar o protagonismo do Sul Global em negociações de paz, já que os integrantes têm poder de veto nas votações.

“A França vai contribuir com suas ideias [do Brasil] para o Conselho de Segurança da ONU, o FMI [Fundo Monetário Internacional] e o Banco Mundial”, disse Macron.

Guerra na Ucrânia

Em relação ao conflito na Ucrânia, o presidente francês voltou a afirmar que poderia enviar tropas ao país para enfrentar a Rússia.

“Temos que ser responsáveis. A França quer o diálogo, mas se houver uma escalada do conflito, temos que nos organizar para depois não ter que lamentar”.

“Estou a tantos quilômetros de distância da Ucrânia que não tenho os mesmos nervosismos que o povo francês e alemão”, respondeu Lula. “Está virando rotina os países que fazem parte do Conselho de Segurança da ONU tomarem decisões unilaterais sem consultar ninguém. Nós resolvemos não tomar lado para votar uma solução”.

Em novembro, o Rio de Janeiro sediará a reunião da cúpula do G20. Neste ano, o Brasil detém a presidência rotativa do grupo, e vai coordenar os trabalhos. Macron afirmou que vai retornar ao país para participar do evento. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, foi convidado por Lula para integrar as reuniões, já que o país também é membro do grupo.

Perguntado sobre o que achava sobre a presença do russo no Brasil, o mandatário francês respondeu que o convite é de responsabilidade brasileira.

“O presidente Lula sabe quem ele convida, é sua responsabilidade”. O petista disse que fóruns internacionais são espaço de discussão democrática. “Temos que respeitar o direito de cada fazer o que quiser em seu país”.

No ano passado, em visita a Berlim, o presidente brasileiro disse que convidaria homólogo russo para o encontro no Brasil, mas que chefe do Kremlin teria “que aferir as consequências”, referindo-se a um mandado de prisão expedido pelo Tribunal Penal Internaciona (TPI).

Instabilidade na América

Outro foco de discussão entre os dois presidentes foi a instabilidade política em países americanos, como a crise no Haiti e as eleições na Venezuela. O Brasil expressou preocupação com o processo eleitoral venezuelano, mas repudiou sanções ao país vizinho. A pré-candidata Corina Yoris, da Plataforma Unitária Democrática (PUD), maior aliança de oposição da Venezuela, foi impedida de registrar sua candidatura antes do final do prazo. Por essa razão o cientista político e ex-embaixador Edmundo González Urrutia foi registrado como “candidato tampão”.

Lula comparou o episódio ao fato de que também foi impedido de disputar as eleições em 2018 por uma decisão judicial. O presidente da França disse que seu país faz esforços para convencer Maduro a reintegrar todos os candidatos e que admita observadores nacionais e internacionais na votação. “Condenamos firmemente terem retirado uma boa candidata do processo. Não nos desesperemos, mas a situação é grave e piorou”.

Sustentabilidade

A visita de Macron começou pela região Norte, depois de passar pela Guiana Francesa, território que faz fronteira com o Amapá. Na terça-feira (26/03), em Belém (PA), Lula e Macron divulgaram o acordo “Apelo de Belém”, para ações de apoio à agenda climática na região amazônica e combate ao garimpo ilegal.

O presidente francês anunciou um programa para captação de investimentos públicos e privados da ordem de 1 bilhão de euros (R$ 5,4 bilhões) para preservação da biodiversidade na Amazônia brasileira e guianense. “Queremos ao mesmo tempo desenvolver uma bioeconomia que permita atividades econômicas sustentáveis, que respeitam a floresta amazônica”, disse nesta quinta.

A iniciativa envolve ainda uma parceria técnica e financeira entre bancos públicos brasileiros, como BNDES e o Banco de Desenvolvimento da Amazônia, e a Agência Francesa de Desenvolvimento. O fundo será destinado a ativos verdes e aplicado na preservação da floresta.

Lula reforçou a intenção de zerar o desmatamento na região até 2030. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o índice de desmatamento da Amazônia entre agosto de 2022 e julho de 2023 foi de 9.001 km², menor valor desde 2019.

Submarinos

No Rio de Janeiro, na quarta-feira (27/03) Macron e Lula participaram dolançamento do submarino Tonelero, parte do Projeto Submarino. A iniciativa é uma parceria de cooperação franco-brasileira para a produção de submarinos, inclusive de propulsão nuclear, para o patrulhamento da costa. Helicópteros também foram incluídos na cooperação.

Lula afirmou que o objetivo de desenvolver equipamentos militares com energia nuclear é para reforçar a defesa do país e participar de negociações de paz. “Nós queremos ter o conhecimento para garantir, a todos os países que querem paz, que saibam que o Brasil estará ao lado de todos, porque a guerra não constrói, a guerra destrói”, disse o petista.

“As grandes potências pacíficas, como a França e o Brasil, devem reconhecer que, nesse mundo cada vez mais desorganizado, nós temos que falar com firmeza e força, porque somos as potências que não querem ser os lacaios de outros. Nós temos que saber defender com credibilidade a ordem internacional”, declarou Macron.

 

 https://istoedinheiro.com.br/viagem-de-macron-ao-brasil-termina-sem-avancos-no-acordo-mercosul-ue/

DoJ: Trafigura se declara culpada por esquema de corrupção envolvendo a Petrobras

 


 

 

Uma das maiores empresas de negociações de commodities do mundo, a suíça Trafigura se declarou culpada das acusações relacionadas a um esquema de corrupção com autoridades do Brasil e a Petrobras que durou mais de uma década, informou o Departamento de Justiça dos EUA (DoJ, na sigla em inglês) nesta quinta-feira, 28.

O processo alega que a Trafigura subornou integrantes do governo brasileiro entre os anos de 2003 e 2014 para garantir o fechamento de negócios com a Petrobras, de acordo com comunicado do DoJ. A empresa fechou acordo de US$ 126 milhões para encerrar as investigações do departamento americano.

“A declaração de culpa de hoje ressalta que, quando as empresas pagam subornos e prejudicam o Estado de direito, enfrentarão sanções significativas”, afirmou a chefe da divisão Criminal do DoJ, Nicole Argentieri, enfatizando que a pasta continua determinado a combater práticas de suborno e a responsabilizar os que violam a lei.

A acusação sustenta que a Trafigura teria lucrado cerca de US$ 61 milhões com o esquema. O comunicado relata que, a partir de 2009, a empresa e associados concordaram em fazer pagamentos de suborno de até US$ 0,20 por barril de produto de petróleo negociado entre a Trafigura e a Petrobras. Os envolvidos teriam disfarçado os pagamentos de suborno através de empresas de fachada, canalizando as transações por meio de intermediários que usavam contas bancárias offshore para entregar dinheiro às autoridades brasileiras.

O primeiro IPO de 2024 vem aí? O que esperar sobre possível abertura de capital da Compass


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Aquele gás: para a Terra Investimentos, controladas como a Comgás ajudam a melhorar o valor da Compass em eventual IPO (Imagem: Divulgação/ Comgás)

 

 

A holding Cosan (CSAN3), que já conta com a Raízen (RAIZ4) e Rumo (RAIL3) listadas na Bolsa brasileira, estuda uma oferta pública inicial (IPO) para a Compass, empresa do grupo que atua na distribuição de gás natural .

Na avaliação de Regis Chinchila, head de research da Terra Investimentos, o lucro líquido da Compass teve um aumento significativo de 32,1% no terceiro trimestre de 2023 (3T23), para R$ 1,275 bilhão, indicando uma saúde financeira sólida e um potencial atrativo para investidores.

Para ele, a companhia conta com ativos valiosos, incluindo a Comgás e outras distribuidoras de gás, o que pode contribuir para o valor de mercado da Compass. 

A tentativa anterior de IPO em 2020 foi cancelada devido às condições de mercado. No entanto, o desejo de Rubens Ometto, empresário por trás da Compass, em realizar o IPO permanece, especialmente com a perspectiva de um mercado favorável. Embora o IPO seja considerado, Ometto está explorando outras opções, como parcerias estratégicas, o que pode indicar uma estratégia cautelosa em relação ao timing do IPO”, avalia Chinchila. 

Potencial de mercado e expectativa de valorização para a Compass

O mercado segue interessado no IPO da Compass como um sinal de retomada e para testar o interesse dos investidores, especialmente devido ao potencial de dividendos e geração de caixa da empresa.

“As fontes indicam que Ometto espera uma avaliação da Compass em mais de R$ 30 bilhões, o que reflete a confiança na empresa e seus ativos”, pontua. 

A Terra conta com recomendação da compra para o Grupo Cosan, sugerindo um otimismo em relação ao potencial de valorização. A Cosan comunicou nesta semana que a auditoria das demonstrações financeiras de 2023 da Cosan não será concluída no prazo legal.

Apesar disso, a Cosan divulgará nesta quarta (27) informações financeiras não auditadas, realizando também uma teleconferência pública nesta quinta-feira (28)

“No geral, a Compass parece estar em uma posição favorável para um possível IPO, mas o timing e a estratégia exata dependerão das condições de mercado e das negociações em andamento com potenciais parceiros estratégicos. A empresa parece estar sendo observada de perto pelos investidores, especialmente dada a expectativa de um mercado mais favorável”, finaliza Chinchilla. 

 

 

 
Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil, que cobre o ciclo da oleaginosa do plantio à colheita, e do Agro em Campo, programa exibido durante a Copa do Mundo do Catar e que buscava mostrar as conexões entre o futebol e o agronegócio.
pasquale.salvo@moneytimes.com.br 
 
 
 https://www.moneytimes.com.br/o-primeiro-ipo-de-2024-vem-ai-o-que-esperar-sobre-possivel-abertura-de-capital-da-compass/
 

Petrobras estima que contratará cerca de 200 embarcações de apoio no período 2024-2028

 

A Petrobras informou nesta quinta-feira, 28, ter autorizado processos de contratação de embarcações de apoio para a logística de exploração e produção para atender a demanda de curto prazo, em 2025 e 2026. Até 2028, o plano também é contratar cerca de 200 barcos de apoio, disse a empresa em nota.

Os processos de contratação, informou a Petrobras, serão divulgados “nos próximos dias”. Na primeira licitação, voltada à construção de novos barcos, está prevista a contratação de 12 embarcações de apoio do tipo PSV (Platform Supply Vessel, em inglês), que são barcos de suprimento às plataformas.

A Petrobras também aprovou o início da contratação de novos barcos de apoio para demandas de longo prazo. Segundo a estatal, o movimento marca o início de uma série de contratações que servirão ao cumprimento de seu Plano Estratégico para os próximos cinco anos.

Projeção

A Petrobras formalizou na nota a projeção de contratar cerca de 200 embarcações de apoio no período até 2028, tanto para a substituição de contratos vigentes, quanto para o incremento da frota. Desse total, estima-se que serão construídos até 38 novos barcos para atender demandas novas ou substituir parte da frota existente com equipamentos mais “modernos e sustentáveis”.

Também está prevista a contratação de navios de cabotagem, FPSOs, embarcações para execução de atividades submarinas e de poços, além da atividade de descomissionamento de plataformas.

Detalhamento

Como já é conhecido, até 2028, a estatal espera ter 14 novos navios-plataformas. Atualmente, considerando o “cenário 2028+”, a Petrobras conduz seis processos de contratação de navios-plataforma do tipo FPSO: quatro relacionados a afretamentos e dois para unidades próprias, com demandas para construção de módulos no Brasil.

Em 2024, a Petrobras vai contar com uma frota de 25 navios-sonda, usados em atividades de pesquisa de petróleo. Até 2028, a companhia prevê que essa frota chegue a 30 sondas.

Sobre barcos relacionados a atividades submarinas, informou em nota a Petrobras, as contratações para o período 2024-2027 estão “em fase avançada de negociação” e já existe avaliação de oportunidades para o longo prazo.

Na cabotagem, o transporte de carga feito por navios nos limites da costa brasileira, existem estudos para aquisição de novas unidades para além dos tradicionais processos competitivos de afretamento, com a finalidade de recompor a frota. Hoje, os navios de cabotagem da Petrobras somam 26 unidades. São estudados mais 16 delas, entre diversos tipos, com potencial para serem construídos até 2028.
Com relação a descomissionamento, atividade que também gera demanda para a indústria nacional, a estatal reiterou que, até 2028, prevê descomissionar 23 plataformas, sendo 9 fixas e 14 flutuantes.

No documento, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, diz que a empresa está em contato permanente com o mercado fornecedor e tem estudado “as melhores estratégias de contratação” para suprir sua demanda, sempre mantendo a competitividade dos processos.

“Estamos também comprometidos com o desenvolvimento do nosso mercado fornecedor local, promovendo iniciativas que possam criar oportunidades para a indústria nacional”, disse Prates na nota.

A diretoria da Petrobras já havia apresentado esse plano de contratação de embarcações ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a membros do governo semanas atrás. Nos bastidores, fala-se em resposta da companhia às pressões do governo por projetos capazes de gerar renda e emprego no País.

 

 


Lula concede a Macron a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul

 Presidente Lula concede a Emmanuel Macron a medalha da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, mais alta condecoração a estrangeiros 3


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva concedeu a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul ao presidente da França, Emmanuel Macron, que cumpre visita de Estado ao país essa semana. O decreto de condecoração foi publicado na edição do Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira (28), dia que Macron está em Brasília para reunião e almoço com Lula e autoridades da República. Instituída pelo imperador D. Pedro I, ainda em 1822, como Ordem Imperial do Cruzeiro, a honraria é, desde 1932, destinada exclusivamente a personalidades estrangeiras, sendo a mais alta condecoração concedida a um cidadão não-brasileiro.

Macron chegou ao Palácio do Planalto no início da tarde desta quinta. Recebido com honras de chefe de Estado, ele caminhou pela Praça dos Três Poderes e subiu à rampa da sede do governo federal, onde foi recebido por Lula e pela primeira-dama Janja da Silva. Em seguida, eles participaram de uma reunião bilateral. A imposição da honraria ocorreu logo após a reunião. Depois disso, foi o presidente francês que concedeu, desta vez à primeira-dama Janja da Silva, a insígnia da Legião de Honra no grau de oficial. A principal honraria francesa já foi recebida por Lula no passado. Na sequência, os dois presidentes fizeram uma declaração à imprensa. O compromisso seguinte de Macron e Lula é um almoço no Palácio do Itamaraty.

Lula e Macron deverão assinar uma série de atos conjuntos. O líder francês chegou ao Brasil na terça-feira (26), em Belém, onde visitaram a Ilha do Combú, em plena Floresta Amazônica, e participaram de uma reunião com indígenas e uma cerimônia na qual o cacique Raoni Metuktire, líder do povo kayapó e um dos representantes indígenas mais reconhecidos internacionalmente, foi condecorado com a ordem do cavaleiro da Legião de Honra da França, principal honraria concedida pela França a seus cidadãos e a estrangeiros que se destacam no cenário global.

No dia seguinte, os dois participaram da cerimônia de batismo e lançamento do submarino Toneleiro no Complexo Naval de Itaguaí, no Rio de Janeiro. A embarcação é fruto de uma parceria entre Brasil e França, no âmbito do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (ProSub).

Na sequência, Macron foi à cidade São Paulo, onde participou do Fórum Econômico Brasil-França, organizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Após o evento, o presidente francês fez críticas à tentativa de acordo que vem sendo costurado entre os países do Mercosul e a União Europeia.

Macron: Ninguém está salvo de forças extremas que estremecem a democracia, e Brasil resistiu

 Ricardo Stuckert/PR


O presidente da França, Emmanuel Macron, elogiou o trabalho do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, na reconstrução da democracia brasileira e citou os ataques de 8 de janeiro de 2023 às sedes dos Três Poderes em Brasília. Na avaliação do líder francês, o governo brasileiro conseguiu “resistir” às forças extremas.

“A maneira como o Brasil conseguiu reconstituir os equilíbrios da democracia e levar a cabo esse combate internacional significa muitíssimo para nós”, disse, em declaração à imprensa após reunião bilateral com Lula nesta quinta-feira, 28. O encontro ocorreu no Palácio do Planalto. De acordo com Macron, há admiração e amizade por parte da França em relação ao Brasil.

“Ninguém está a salvo de forças muito extremas que vêm estremecer a democracia, e a força da democracia do Brasil foi de resistir a isso”, complementou. “Me sinto imensamente honrado de estar aqui ao seu lado”.

Macron disse que a França irá se reunir às iniciativas contra garimpo ilegal e contrabando de ouro. Na esteira de um trabalho em conjunto entre os dois países, o líder francês convidou Lula para uma visita de Estado à nação europeia em 2025.

"Jornalismo profissional": VEJA diz que Tarcísio “é centro” e é massacrada

 

Revista com histórico de antipetismo patológico chamou extremista bolsonarista de moderado em reportagem sobre pesquisa que mostraria candidatos avaliados para enfrentar Lula

 

Créditos: Reprodução/Facebook Tarcísio Gomes de Freitas


A revista VEJA, ao que consta, passou todos os limites da desinformação ao publicar uma reportagem na manhã desta quinta-feira (28) sobre um levantamento do instituto Paraná Pesquisas que teria avaliado quais candidatos seriam os mais bem colocados para enfrentar o presidente Lula (PT) nas eleições de 2026. No título da matéria, o fanzine que alimenta o antipetismo patológico afirma que Tarcísio de Freitas (Republicanos), que é governador de São Paulo, “é o nome de centro” com mais potencial para bater o petista.

Tarcísio é um expoente, se não o maior entre os políticos elegíveis, da extrema direita brasileira. O ex-ministro é um bolsonarista aguerrido e faz uma gestão ultrarreacionária no estado mais populoso e rico do país, disparando discursos assassinos para endossar o morticínio que sua PM promove na Baixada Santista, repetindo chavões infantis anticomunistas e mudando até o nome de um assentamento de reforma agrária no Pontal do Paranapanema, batizado há décadas de Che Guevara, que agora passará a se chamar Irmã Dulce.

“O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é o político de centro com maior potencial para derrotar o presidente Luiz Inácio Lula na eleição presidencial de 2026, segundo vários cenários testados pelo instituto Paraná Pesquisas em um levantamento feito entre os dias 18 e 22 de março, contratado pelo partido PP”, diz o primeiro parágrafo da risível reportagem.

Nas redes sociais, a aberração jornalística ganhou contornos de revolta e de sarro. "Tarcísio de centro?", questionou um internauta no 'X' (antigo Twitter). Já outro implorou à revista: "Não jogue sujo, VEJA". Teve ainda quem aproveitou a situação para fazer piada: "Se o Tarcísio é de centro, eu sou a Madona".

Na ficha corrida da VEJA, que sustenta junto com outros veículos da imprensa hegemônica que só eles fazem “jornalismo profissional”, estão dezenas de capaz do mais puro macartismo, com muita demonização, insultos e acusações contra Lula, a ex-presidenta Dilma Rousseff e ao PT de forma geral, além de “reportagens” escandalosamente desconectadas da verdade como “os dólares do PT recebidos de Cuba” e o “dinheiro das Farc para campanha eleitoral”, que já se tornaram parte do anedotário nacional.  

 

 https://revistaforum.com.br/politica/2024/3/28/jornalismo-profissional-veja-diz-que-tarcisio-e-centro-massacrada-156408.html