Atuação:
Consultoria multidisciplinar, onde desenvolvemos trabalhos nas seguintes áreas: fusão e aquisição e internacionalização de empresas, tributária, linhas de crédito nacionais e internacionais, inclusive para as áreas culturais e políticas públicas.
Mercado volta a elevar projeções de inflação e vê menos afrouxamento em 2025 (Crédito: Rafa Neddermeyer/ Agência Brasil)
Da redação com Reutersi
A
expectativa do mercado para a inflação voltou a subir na pesquisa Focus
divulgada pelo Banco Central nesta segunda-feira, 10, com os
especialistas vendo também menos afrouxamento na taxa básica de juros em
2025.
O levantamento, que capta a percepção do mercado para
indicadores econômicos, apontou que a expectativa para a alta do IPCA
passou a 3,90% em 2024 e 3,78% em 2025, de 3,88% e 3,77% antes.
Na
sexta-feira, o diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo,
ressaltou que o Brasil tem tido surpresas positivas no desempenho do
mercado de trabalho, mas alertou que evidências mostram que esse cenário
pode gerar um processo de desinflação mais custoso e lento.
Para
2026 e 2027, a conta permaneceu respectivamente em 3,60% e 3,50%. O
presidente do BC, Roberto Campos Neto, enfatizou no fim de semana a
importância de se observar as expectativas para os preços à frente na
condução da política monetária.
O centro da meta oficial para a
inflação em 2024, 2025 e 2026 é de 3,00%, sempre com margem de
tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
Trajetória da Selic
A
pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda que eles
seguem vendo a taxa básica de juros em 10,25% ao final deste ano, com um
último corte na reunião deste mês do Comitê Política Monetária, de 0,25
ponto percentual. A Selic está atualmente em 10,50%.
Mas
para 2025 as indicações são de menos afrouxamento, com a Selic estimada
agora em 9,25%, de 9,18% na mediana das projeções da semana passada.
Já
a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024
melhorou em 0,04 ponto percentual, a 2,09%, permanecendo em 2,0% em
2025.
Câmbio
A estimativa para a cotação do dólar no fim
de 2024 seguiu em R$ 5,05, ante R$ 5,00 de um mês antes. Para 2025, por
sua vez, a mediana passou de R$ 5,05 para R$ 5,09. A projeção anual de
câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no
mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de
cada ano, como era até 2020
A
Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) convocou neste sábado, 8,
por meio de comunicado em seu site, as Bolsas de Mercadorias para que
comprovem a capacidade técnica e financeira das empresas que arremataram
as 263,7 mil toneladas de arroz importado, em leilão realizado na
quinta-feira, 6, pela companhia.
Segundo nota da estatal, as
empresas foram representadas pelas Bolsas de Mercadorias, e, diante das
“dúvidas e repercussões” a partir do resultado do leilão, o presidente
da Conab, Edegar Pretto, resolveu tomar a medida. “A transparência e a
segurança jurídica são princípios inegociáveis e a Conab está atenta
para garantir segurança jurídica e solidez nessa grande operação”,
afirmou Pretto, na nota.
Após
o leilão, opositores ao governo, sobretudo a ex-ministra da Agricultura
Tereza Cristina, atualmente senadora pelo Partido Progressistas, por
Mato Grosso do Sul, levantaram suspeitas sobre a participação de
empresas desconhecidas do mercado e que arremataram alguns lotes. Como
mostrou o Estadão, das quatro companhias vencedoras, apenas uma –
a Zafira Trading – é uma empresa do ramo. Também arremataram o leilão
uma fabricante de sorvetes, uma mercearia de bairro especializada em
queijoe uma locadora de veículos.
Em sua conta no X (ex-Twitter),
Tereza Cristina divulgou, inclusive, que pediu ao Tribunal de Contas da
União (TCU) para que fiscalizasse o leilão que qualifica como
“milionário” realizado pela Conab. A senadora comentou ainda que “nunca
usou” recursos públicos para comprar arroz. O TCU foi acionado pelo
partido Partido Novo para apurar e suspender o resultado do leilão.
Ainda
na sexta-feira, 7, diante da polêmica em torno do leilão, a Conab
divulgou um esclarecimento em seu site, dizendo que o formato do leilão
do arroz importado “utiliza as Bolsas de Mercadorias como
intermediárias”. E prossegue: “Elas são previamente cadastradas e
certificadas pela Companhia e se responsabilizam, sob as penas da lei,
pelas propostas que apresentam em nome de seus clientes”.
Além
disso, a Conab disse que “cabe a cada uma das Bolsas analisar a
capacidade daqueles que representam em leilões oficiais, que são
normativamente responsáveis pelos lances que realizam”. Esclareceu,
ainda, que “qualquer desrespeito à legislação e às regras do leilão
atrai punições”. Advertiu, também, que as Bolsas de Mercadorias “são
responsabilizadas caso permitam a participação de empresas que não
atendam às exigências do aviso e outras exigências que estão previstas
no Contrato de Prestação de Serviço firmado com a Conab”.
“No
dia 13 (quando as empresas terão de depositar uma garantia), a gente
vai saber exatamente de quem nós estamos falando. Agora, eu não posso
falar sobre quem vai ou quem não vai entregar o produto. Eu só tenho uma
certeza que eu posso falar para você: a Conab vai fazer três
fiscalizações. Prejuízo financeiro para o governo não vai ter nenhum”,
afirmou ao Estadão o diretor de Operações e Abastecimento da Conab,
Thiago dos Santos.
Também em nota divulgada no sábado, 8, a
empresa Wisley A de Sousa Ltda., que foi a maior arrematadora dos lotes,
com aquisição de 147,3 mil toneladas das 263,7 mil vendidas, lamentou
que “grupos com interesses contrariados” estejam tentando afetar a
imagem da empresa de Macapá (AP) e “deturpar a realidade num momento em
que é essencial o País encontrar formas de assegurar o abastecimento de
arroz para a população”, disse, a companhia, que atua no Norte do País,
acrescentando ainda que tem mais de 17 anos de experiência no comércio
atacadista de alimentos e faturamento de R$ 60 milhões no ano passado.
A
companhia garantiu, também, que vai fornecer o arroz importado
adquirido no leilão “dentro do cronograma estabelecido pela Conab e
cumprindo rigorosamente as normas de controle e qualidade”.
Como mostrou o Estadão,
quando foi fundada, em setembro de 2006, a mercearia Queijo Minas
possuía capital social de apenas R$ 80 mil. No mesmo dia do anúncio do
leilão pelo governo, em 29 de maio deste ano, a empresa alterou seu
capital social para R$ 5 milhões, e deixou de ser uma microempresa, de
acordo com informações da Junta Comercial do Amapá.
Na próxima
quinta-feira, 13, a Conab vai reofertar as 36,63 mil toneladas de arroz
importado remanescentes do lote inicial de 300 mil toneladas leiloadas
no leilão de quinta-feira, 6. Os leilões têm sido realizados pelo
governo federal para fazer frente à especulação de preços do grão após
as enchentes no Rio Grande do Sul, o maior produtor de arroz do País.
Emmanuel Macron, presidente francês, foi o único nome de primeira linha
entre os políticos. Saem de cena a pauta global e a questão climática.
Entra a tecnologia (Crédito:Halil Sagirkaya/Anadolu/AFP)
AFPi
O
presidente da França, Emmanuel Macron, convocou neste domingo (9)
eleições legislativas antecipadas para 30 de junho e 7 de julho no país,
após a vitória da extrema direita na votação para o Parlamento Europeu.
“Dentro
de instantes assinarei o decreto de convocação das eleições
legislativas cujo primeiro turno vai acontecer em 30 de junho e o
segundo turno em 7 de julho”, anunciou Macron em uma mensagem
televisionada, na qual qualificou o “aumento dos nacionalistas e
demagogos” como “perigo”.
O
ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno
Porte, Márcio França, disse em viagem à sede do Alibaba, na China, que
vai assinar um convênio para a exportação de produtos de empresas
brasileiras por meio da plataforma de comércio eletrônico da companhia. O
movimento acontece após a aprovação no Senado, na última semana, do fim
da isenção do imposto de importação para compras internacionais de
brasileiros de até US$ 50 em sites de comércio eletrônico. A matéria
agora voltará para Câmara.
Na visita à sede da companhia
ontem, França afirmou que o convênio a ser assinado deve mostrar como os
comerciantes brasileiros poderão vender pequenos produtos, em pequenas
quantidades, na China, com o incentivo do governo brasileiro.
Em
vídeo compartilhado no X (antigo Twitter) França cita que o braço de
logística do Alibaba entrega 5 milhões de pacotes por dia para todos os
lugares do mundo. “Estamos buscando fortalecer as relações Brasil-China,
encontrando ferramentas de cooperação para impulsionar o
empreendedorismo no Brasil. Liderados pelo presidente Lula, estamos no
rumo certo para impulsionar o crescimento do nosso setor!”, escreveu o
ministro em sua página no X.
No Brasil, a plataforma do
Alibaba de importação para pessoas físicas, o AliExpress, se posicionou
de maneira contrária ao fim da isenção de importações de até US$ 50. No
fim de maio, em entrevista ao Broadcast, a diretora-geral do
AliExpress no Brasil, Briza Bueno, afirmou que, com o fim da isenção do
imposto de importação para compras de até US$ 50, a carga tributária
estimada sobre os produtos deveria ficar em cerca de 44,5%.
“Claro
que vamos continuar comprometidos com o país. Continuamos fazendo os
investimentos que temos no País, mas fomos bem surpreendidos com essa
decisão. Esse tipo de decisão tem que ser tomada com cuidado, no sentido
de ouvir o consumidor, que é o mais afetado nesse momento”, afirmou a
executiva.
Ela disse que a companhia estudava quais seriam
os movimentos dali em diante, caso a taxação fosse aprovada nas demais
instâncias do Poder Legislativo. “Temos feito vários investimentos
olhando para os sellers (vendedores) locais. Seguimos. Somos a
plataforma que mais incentiva o seller com a comissão mais baixa do
mercado: de 5% a 8%”, disse Briza, em maio.
Sociais
democratas, verdes e liberais, que governam a Alemanha desde 2021,
devem fazer 30 dos 96 assentos no Parlamento Europeu – um a menos que os
conservadores. Populistas AfD e BSW registraram crescimento notável.Com
a votação na Alemanha encerrada às 18h do horário local (13h de
Brasília) deste domingo, os conservadores dos partidos irmãos União
Democrata Cristã (CDU) e União Social Cristã (CSU) devem manter a
dianteira no Parlamento Europeu com 29,5% dos votos, o que garantiria a
eles 29 dos 96 assentos na câmara baixa da União Europeia (UE), segundo
pesquisas de boca de urna.
O resultado é idêntico ao da eleição
anterior, em 2019, quando a CDU fez 23 cadeiras e o CSU, 6, e está em
linha com os 30% projetados por pesquisas anteriores.
O
segundo grande vencedor das eleições europeias deve ser a
ultradireitista Alternativa para a Alemanha (AfD), com 17 assentos – um
crescimento de mais de 50% em relação a 2019, quando a sigla elegeu 11
eurodeputados.
Atrás da AfD vem o Partido Social Democrata (SPD),
do chanceler federal Olaf Scholz, com 14 cadeiras pelas pesquisas de
boca de urna – duas a menos que em 2019.
Já os outros dois membros
da coalizão governista, o partidos dos Verdes e o Partido Liberal
Democrático (FDP), também registraram baixas. Os Verdes sofreram o maior
tombo, e devem perder quase metade das 21 cadeiras conquistadas em
2019, encolhendo sua bancada para 12 eurodeputados. O FDP deve perder um
assento e ficar com quatro parlamentares.
Juntos, os partidos da
coalizão de governo alemã têm, segundo as pesquisas de boca de urna, 31%
dos votos – longe da maioria necessária que viabilizou a aliança que
gere o país desde 2021, e que hoje é aprovada por apenas 22% do
eleitorado.
Eleição é vista como teste eleitoral para Scholz
A
eleição europeia é vista como um teste eleitoral para Scholz, cujo
partido assumiu o posto máximo de governo do país em 2021 com 25,7% dos
votos.
Diante da guerra na Ucrânia e no Oriente Médio, mas também
do fraco desempenho da economia alemã, a popularidade do chanceler
federal vem caindo junto com a de seus parceiros de governo.
A
paz, a estabilidade social e a migração são considerados temas
prioritários em detrimento da agenda climática, que em 2019 favoreceu
uma expansão do partido verde alemão no Parlamento Europeu.
A
discussão da proteção do clima tornou-se polarizada, e muitas medidas –
como o banimento de carros novos com motor a combustão na UE a partir de
2035 – não são endossadas pela maioria do eleitorado alemão.
Novo partido emerge como 5ª maior força e desbanca esquerda
A
julgar pelas pesquisas de boca de urna, o partido A Esquerda também
deve diminuir sensivelmente, de cinco para três assentos – a sigla
parece ter perdido uma parte do eleitorado que migrou para a
recém-fundada Aliança Sahra Wagenknecht (BWS), ex-Esquerda, que faria,
segundo as pesquisas, outros cinco eurodeputados.
O BWS é um
partido populista que combina a defesa de políticas sociais a uma visão
eurocética e anti-imigração. Seu reduto eleitoral é o leste alemão –
ali, em setembro, três estados realizarão eleições regionais:
Brandemburgo, Saxônia e Turíngia.
Siglas nanicas registraram uma leve expansão, e devem levar 11 assentos, dois a mais que em 2019.
Eleição não é muito popular entre os alemães
Com
mais de 84 milhões de habitantes, a Alemanha é o país mais populoso da
UE e detém, por isso, o maior número de assentos no Parlamento Europeu,
seguida de França (86), Itália (76) e Espanha (61). Destes, 60,9 milhões
alemães estavam aptos para votar, sendo que 4,8 milhões podiam fazê-lo
pela primeira vez.
Esta é também a primeira eleição europeia
aberta na Alemanha a jovens a partir dos 16 anos – esse direito, até
então, era restrito a jovens a partir dos 18 anos.
A taxa de
comparecimento às urnas, porém, ainda não foi divulgada. Até o início da
tarde (horário local), 32% dos eleitores haviam comparecido às urnas –
as eleições europeias têm tradicionalmente uma baixa taxa de
comparecimento, mas o interesse do eleitorado vem aumentando desde 2014.
Eleições municipais em oito estados
Paralelo
às eleições europeias, nove estados alemães realizam eleições
municipais: Baden-Württemberg, Brandemburgo, Hamburgo,
Meclemburgo-Pomerânia Ocidental, Renânia-Palatinado, Sarre, Saxônia,
Saxônia-Anhalt e Turíngia, que volta às urnas para o 2º turno.
Ainda
não se sabe como a AfD pontuará nas eleições regionais. Os resultados
só devem ser conhecidos a partir de segunda-feira, após a contagem dos
votos ao Parlamento Europeu.
Empresa investiu R$ 100 milhões em nova fábrica em Itapecerica da Serra (Crédito: Divulgação Dengo)
Bruno Pavani
Fundada
em 2017, a Dengo investiu no mercado de chocolates premium sendo uma
empresa 100% brasileira. A empresa agora quer pisar no acelerador com a
inauguração de uma nova fábrica e saltar de um total de 40 para 250
lojas até 2030.
Para
conseguir fazer essa conta fechar, a empresa investiu R$ 100 milhões em
uma nova fábrica, na cidade de Itapecerica da Serra, para aumentar a
produção e conseguir suprir a demanda cada vez mais crescente de
chocolates premium no país. Além do mais, também vai lançar o modelo de
franquia para acelerar a expansão.
“Nós
estamos fazendo um piloto do modelo de franquias desde fevereiro. No
momento contamos com duas e pretendemos fechar o ano com quatro a seis
franquias. Estamos estudando e definindo qual vai ser o perfil do nosso
franqueado. Esse piloto dando certo, nós já pretendemos lançar a partir
do ano que vem”, afirmou o co-CEO da empresa Tulio Landin.
De
acordo com o projeto da empresa, das cerca de 100 lojas previstas para
até 2026, metade será franquia. Ainda não há informações de valores
envolvidos no negócio.
A
empresa não conta com nenhum fundo de investimento e ainda mantém o
mesmo quadro societário de quando nasceu, com Landin, Estevan Sartoreli e
Guilherme Leal, co-presidente do Conselho da Natura, como o maior
investidor.
Questionado
sobre como a empresa vai sustentar um aumento tão grande de lojas
mantendo a qualidade do produto, o executivo explicou que a estratégia
dessa expansão foi pensada há alguns anos e que mudanças no portfólio de
produtos oferecidos pode variar de loja para loja.
“Eventualmente
a gente pode mudar o mix de produtos de acordo com a loja. De repente a
gente pode oferecer produtos mais simples, como novos sabores de trufas
ou barras de chocolate menores. Isso vai depender de ajustes e de
identificar quais os hábitos dos clientes de determinada região do
país”, explicou.
Programa de fidelidade visa entender o público
Recentemente
a empresa também lançou um programa de fidelidade, chamado de Meu
Dengo. Para incentivar os clientes a realizarem o cadastro de clientes, a
empresa está oferecendo agrados como cafés grátis e trufas grátis no
mês de aniversário.
Túlio
afirma que a necessidade de conhecer melhor os clientes aumentou depois
do salto de 30 para 40 lojas em 2023 e da maior participação nas vendas
via ecommerce.
“Nos
últimos dois anos a gente aplicou bastante tecnologia, coleta de dados,
e começamos a ver que tínhamos clientes extremamente fiéis, mas
queríamos entender melhor o que a gente poderia fazer pra que mais
pessoas voltassem. Então a gente tinha algumas iniciativas em lojas e no
ecommerce, mas agora a gente acabou centralizando isso nesse programa”,
explicou.
Nova fábrica
Atualmente
a fábrica da Dengo funciona na zona sul da capital paulista, no bairro
de Santo Amaro, mas isso está prestes a mudar. A companhia adquiriu um
terreno na cidade de Itapecerica da Serra pensando em aumentar a
produção para dar suporte ao crescimento do número de lojas pelo país.
“A
ideia é quintuplicar a nossa produção para dar vazão às novas lojas e
ecommerce”, reforçou Landin, que espera que em maio de 2025 a fábrica já
esteja funcionando.
Relação com os produtores
Um
dos pilares da empresa é a sustentabilidade e isso se dá também pela
relação com os produtores de cacau principalmente no sul da Bahia, em
que a marca paga valores maiores que as concorrentes. Em 2023 a empresa
contou com mais de 200 famílias fornecedoras de cacau. Tulio conta que a
ampliação das lojas terá que vir com um aumento no número de famílias,
mas que a política da remuneração mais justa vai seguir.
“Hoje
a gente tem muitos produtores mapeados e já sabemos em quem podemos
contar quando precisarmos da ampliação maior. Nossa ideia, no futuro, é
chegar a 3 mil famílias associadas”, encerrou.
Dois
empreendimentos em construção na Zona Sul vão oferecer areia e piscina
com ondas de olho em famílias de alta renda e na maior comunidade de
surfistas fora do litoral de SP
Beyond the Club: novo clube paulistano que deve abrir em 2025 com
promessa de areia e ondas (Crédito: Divulgação/Beyond the Club)
Thaís Matosi
A
Marginal Pinheiros na cidade de São Paulo – uma via expressa de grande
circulação de veículos – será, em breve, o caminho da praia. Não se
trata de uma nova rota para o litoral, mas o endereço de dois
empreendimentos que prometem areia e ondas no meio da metrópole.
O
Beyond the Club, em Santo Amaro, e o São Paulo Surf Club, no Brooklin,
ambos bairros da Zona Sul da cidade e ao lado da Marginal Pinheiros, têm
perfis semelhantes: oferecem piscinas com ondas para a prática de surf,
o grande atrativo desses empreendimentos. Mas, como os clubes, também
há espaços tradicionais como quadras de tênis, academia, spa, salão de
beleza, bar, e outros mais que em linha com o “novo normal”, como salas
de reuniões e coworkings.
O
valor para colocar de pé empreendimentos de alto padrão é bilionário.
Segundo o Beyond the Club (BTC), o investimento previsto é de R$ 1,1
bilhão. Segundo a empresa, são mais de 70 mil m² de terreno e 100 mil m²
de área construída. Já o São Paulo Surf Club (SPSC) não divulga o valor
investido.
Os acessos aos espaços vão funcionar exclusivamente pela compra de títulos.
O
SPSC tem previsão de ser inaugurado ainda neste ano, segundo Augusto
Martins, presidente da JHSF. A empresa atua nos setores de shopping
centers, incorporação imobiliária, hotelaria e gastronomia e é
responsável pela construção e gestão do São Paulo Surf Club.
Já o
BTC vai ser inaugurado em 2025 e é bancado por três empresas: a gestora
de investimentos imobiliários KSM Realty, a empresa de varejo e
investimento Realty Properties, e a distribuidora de valores e títulos
imobiliários BTG Pactual Asset Management, do banco BTG Pactual.
Ser sócio de clube custa a partir de R$ 605 mil
Para
comprar uma filiação ao SPSC, uma família precisa desembolsar R$ 900
mil. A compra dá direito à titularidade de sócios ao casal e seus
dependentes. Também é possível comprar um título individual, no valor de
R$ 605 mil. Além disso, os associados pagam uma anuidade de R$ 25 mil.
No
BTC, os títulos são familiares e contemplam o casal, filhos e
ascendentes acima de 70 anos, sem limite para o número de agregados.
Embora não divulgue o valor cobrado, a empresa diz que mais de um terço
dos 3 mil títulos previstos já foram vendidos.
Os
acessos aos espaços vão funcionar exclusivamente pela compra de
títulos. Os clubes não planejam atividades de day use, por exemplo.
Segundo o Beyond the Club, o plano é vender três mil títulos familiares.
Já
o São Paulo Surf Club diz que não tem ainda uma quantidade
estabelecida. Segundo o presidente da JHSF, a limitação do número de
sócios visa oferecer conforto aos associados. “Queremos garantir
qualidade para os clientes surfistas, então vamos modular isso de acordo
com a frequência e o hábito de uso dos membros, vamos sentir mês a
mês”, diz Martins.
Mercado de luxo em São Paulo
A proposta
do SP Surf Club já existe no interior do estado, na cidade de Porto
Feliz. O Boa Vista Village, também administrado pela JHSF, foi lançado
em julho do ano passado e é frequentado pelos moradores da Fazenda Boa
Vista, condomínio residencial de luxo no campo.
A
expansão do modelo pra São Paulo surgiu da identificação de uma demanda
crescente pela prática de surf na capital, segundo Martins. “São Paulo é
a cidade que não tem acesso à praia com a maior quantidade de surfistas
do mundo, essa é uma particularidade importante. Então o crescimento da
prática do surf no segmento de alta renda nos motivou”, conta.
O
mercado de luxo e super luxo na capital de São Paulo se mostrou aquecido
em 2023. No ramo imobiliário, as vendas cresceram 40% no ano passado
frente ao crescimento geral de 12% do setor, segundo um levantamento
feito pela consultoria Brain.
Os executivos do BTC dizem que “no
plano de crescimento, está a replicação do projeto e do conceito em
cidades como Rio de Janeiro, Brasília, Miami, Madri e Dubai”, e o
objetivo é criar “uma comunidade ‘Beyond’ em vários países do mundo”.