domingo, 23 de junho de 2024

Scholz e Milei concordam com conclusão do acordo entre Mercosul e União Europeia

 


O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, e o presidente da Argentina, Javier Milei, trataram do acordo entre Mercosul e União Europeia em encontro neste domingo, 23, durante visita do presidente argentino à Alemanha. De acordo com comunicado à imprensa do porta-voz do governo federal, Steffen Hebestreit, Milei e Scholz “concordaram que as negociações sobre o acordo deveriam ser concluídas rapidamente”. O acordo, finalizado em 2019, precisa ainda ser ratificado pelos blocos.

Milei e Scholz discutiram sobre a possível adesão da Argentina à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Segundo o comunicado, o governo alemão apoia a entrada da Argentina no bloco.

Os líderes também abordaram no encontro as relações bilaterais entre os países e debateram economia, comércio, energias renováveis e proteção climática global.

“A Argentina é um dos parceiros econômicos mais importantes da Alemanha na América Latina. A Alemanha e a Argentina estão ligadas por relações estreitas e de longa data, inclusive no G20”, destacou o porta-voz no comunicado.

Scholz e Milei conversaram ainda sobre os planos de reformas da Argentina e o impacto da reforma na população. “O chanceler (alemão) sublinhou que, na sua opinião, a tolerância social e a proteção da sociedade deveriam ser critérios importantes”, destacou o comunicado oficial.

Ainda conforme o comunicado do governo alemão, o chanceler alemão e o presidente argentino “concordaram que a Rússia tem nas mãos o fim da guerra contra a Ucrânia”.

A visita oficial de Milei a Scholz foi reduzida, sem declaração conjunta ou coletiva de imprensa. Milei foi recebido com protestos no sábado em Hamburgo, após receber homenagem de uma fundação liberal ligada à extrema direita.

Do Peru à Rússia, crises nacionais afetam arbitragem, dizem advogados

 CLA 2024 - Centro de Arbitragem e Mediação Brasil-Canadá

As câmaras de arbitragem oferecem soluções para disputas entre partes que escolhem não judicializar conflitos e podem envolver empresas de um mesmo país, de países diferentes ou mesmo contratos com o Poder Público. É por isso que crises políticas, guerras e impasses diplomáticos têm afetado a forma de arbitrar, dizem advogados.

Da troca de presidentes no Peru a uma norma que submete todos os contratos com empresas russas à jurisdição de Moscou, a interferência política nos acordos corporativos foi um dos temas mais abordados no primeiro dia da 14ª edição da Conferência Latino-Americana de Arbitragem (CLA), que teve início na quinta-feira, 20, no Rio de Janeiro.

“No final de 2022 e começo de 2023, no Peru, tivemos três meses de protestos que impactaram vários contratos do Estado com as concessionárias. Os manifestantes tomaram aeroportos e estradas, mas eram aeroportos e estradas em contratos de concessão”, disse María del Carmen Tovar, sócia do escritório peruano Estudio Echecopar. Isso resultou, segundo ela, em uma série de controvérsias dentro desses contratos.

As manifestações a que se referiu Tovar vieram após a presidente Dina Boularte tomar posse no lugar de Pedro Castillo, que tentou dissolver o Congresso.

Na arbitragem, isso ganhou relevância sobretudo porque, como explicou Diego Duran de la Vega, especialista em disputas latino-americanas e sócio do escritório internacional Hughes Hubbard, há uma regra peruana que diz que todos os contratos com o governo devem ter necessariamente cláusulas de arbitragem. Ou seja: todos possuem dispositivos determinando que, em caso de disputas, elas serão levadas aos tribunais arbitrais.

De la Vega também chamou atenção para uma nova norma russa que, de acordo com ele, é sem precedentes. Em 2020, o país determinou que, sempre que houver conflitos envolvendo empresas russas submetidas a alguma sanção, a controvérsia será necessariamente julgada pelas cortes Russas, ainda que os contratos comerciais assinados tenham previsto a escolha pela arbitragem internacional.

A lei veio como uma tentativa de defesa do Kremlin em meio às crescentes sanções que a Rússia passou a sofrer pela invasão da Crimeia e pela guerra na Ucrânia. “A lei russa ignora o que foi acordado entre as partes, então você imagina a surpresa. Como encontrar uma solução?”, questionou o advogado.

Conferência

A CLA foi organizada pelo Centro de Arbitragem e Mediação da Câmara de Comércio Brasil-Canadá (CAM-CCBC) junto com o Centro de Estudios de Derecho, Economia Y Política (CEDEP), do Paraguai.

O evento reuniu participantes do mundo todo e tem como objetivo fortalecer a prática da arbitragem para a resolução de conflitos dentro dos próprios países e internacionalmente.

*A repórter viajou a convite do Centro de Arbitragem e Mediação da Câmara de Comércio Brasil-Canadá (CAM-CCBC)

Brasileiro lança concorrente nacional do Franuí, doce argentino que viralizou nas redes sociais

 


Potes de berrybites, o competidor nacional do Franuí

Diferente do Franuí, o Berry Bites tem outros sabores de fruta e zero açucar

O Franuí, doce argentino que ficou conhecido no Brasil após viralizar nas redes sociais ano passado, acaba de ganhar um concorrente brasileiro: o BerryBites. O novo doce nacional já é vendido em mercados focados em público de classe alta em São Paulo e Rio de Janeiro e deve chegar a outras capitais em breve.

O viral do Franuí ocorreu em meio à crise econômica argentina, que levou milhares de turistas brasileiros ao país. Influenciadores digitais passaram então a compartilhar nas redes sociais suas experiências conhecendo e provando o doce: uma framboesa congelada banhada com duas camadas de chocolate, nos sabores branco/ao leite ou branco/amargo.

O BerryBites é semelhante, porém se diferencia por utilizar chocolate sem açúcar. “Eu queria fazer uma comida indulgente, mas que não desse peso na consciência”, explica Ricardo Cotrim, dono da empresa brasileira. Além disso, o doce nacional estreia com duas opções de fruta, framboesa e mirtilo, e com o projeto de lançar novos sabores em breve.

Outra diferença é o tamanho, de 100 gramas por pote contra 150 gramas por embalagem de Franuí. A ideia foi deixar o produto como uma porção individual, além de reduzir custo. Enquanto o pote de Franuí é vendido por cerca de R$ 35, o Berrybytes sai por R$ 25.

A escolha dos mercados onde o produto começou a ser comercializado – São Paulo e Rio de Janeiro – não foi aleatória. “Eles [os mercados] têm um público jovem, preocupado com saúde, classes A e B, que priorizam produtos de qualidade”, explica o empreendedor.

A ideia

Em meio à “viralização” do Franuí, Ricardo conta que foi abordado pelo dono de uma rede de supermercados. “Foi este cliente que me pediu, porque ele tinha dificuldade para comprar o Franuí”, diz. “Eu estava estudando uma empresa de alimentos, então eu pensei: dá pra fazer.”

Contrim era então CEO de uma distribuidora de frutas, a BeBerry, que planta mirtilos em uma fazenda na cidade de Amparo, interior de São Paulo. Na mesma fazenda, havia uma estrutura fabril parada da Búfalo Dourado, outra empresa de Cotrim, uma produtora de laticínios vendida há dois anos para o fundo de investimentos Aqua Capital.

“Já tinha câmara fria, a parte elétrica, a hidráulica, muito do investimento já estava lá”, diz Cotrim. “A gente fez uma mini fábrica, um ‘laboratóriozinho’ para testar fazer o produto. Conseguimos fazer mil potes por dia naquele momento.”

Com investimento de cerca de R$ 2 milhões, foi possível entregar na metade de maio de 2024 um lote de 20 mil BerryBites para os mercados Zona Sul, do Rio de Janeiro, e para as redes Casa Santa Luzia e St. Marche, em São Paulo.

Próximos passos

Em junho novos equipamentos começaram a chegar à fábrica e, até o mês de agosto, Ricardo acredita que terá capacidade de produção de 80 mil unidades por mês.

Também já foram iniciadas conversas com outras redes de supermercados. Até o fim de julho, o produto deve estar disponível em Curitiba (PR) e, pouco depois, será lançado em Belo Horizonte (MG).

A expectativa de Ricardo Cotrim é ter um faturamento entre R$ 1,5 milhão a 1,8 milhão até dezembro. “É um caminho longo até lá”, afirma. No primeiro mês, ele diz que faturou R$ 100 mil.

Quanto aos investimentos, ele planeja chegar a R$ 10 milhões nos próximos dois anos em itens como equipamentos e logística.

Para o marketing, a BerryBites aposta em campanhas com influencers em redes sociais e em degustação e material de divulgação nos pontos de venda. “Para esse tipo de produto, é o que mais tem adequação”, diz Cotrim.

 

 https://istoedinheiro.com.br/brasileiro-lanca-concorrente-nacional-do-franui-doce-argentino-que-viralizou-nas-redes-sociais/

Fábrica da Amyris no Brasil é leiloada por R$ 2,8 milhões

 

Amyris Files For Bankruptcy as Part of Its Strategic Transformation Plan -  SynBioBeta

Depois de dois leilões sem vencedores, a fábrica da Amyris no Brasil, localizada em Vinhedo, no interior de São Paulo, foi arrematada pela brasileira Kagepar Holdings S/A, de Jundiaí, por R$ 2,8 milhões.

O terceiro leilão aconteceu na última sexta-feira, com a venda de 650 itens que pertenciam à empresa de biotecnologia americana, que decretou falência no país em fevereiro deste ano. Um pedido similar já havia sido feito nos EUA em agosto de 2023.

O leilão foi conduzido pela Positivo Leilões e incluía bens da empresa no Brasil, sob o nome Interfaces Indústria de Cosméticos, como itens de laboratório, maquinários, escritório, refeitório e tudo que pertencia à fábrica.

Fundada em 2003, nos Estados Unidos, a Amyris é especializada em biotecnologia e recebeu um aporte inicial da Fundação Bill & Melinda Gates.

Após o pedido de recuperação judicial, a empresa vem se desfazendo de ativos para o abatimento de dívidas e reestruturação do negócio.

Apple e Meta discutem integração de modelo de inteligência artificial

 


Ilustração com o logotipo da Apple

A Meta Platforms, controladora do Facebook, discutiu a integração de seu modelo de IA generativa ao sistema de IA para iPhones anunciado recentemente pela Apple, informou o Wall Street Journal neste domingo.

A mudança ocorre em um momento em que a Apple planeja agregar tecnologia de outras empresas de IA em seus dispositivos em meio a relatos de que avalia possível parceria com  o parceiro de pesquisa de longa data da Alphabet Google.

A fabricante do iPhone também deve discutir parcerias com outras empresas de IA em diferentes regiões, como a China, onde o chatbot  OpenAI ChatGPT, apoiado pela Microsoft, é proibido.

A startup de IA Anthropic está em discussões com a Apple para levar sua IA generativa para a Apple Intelligence, informou o jornal, citando fontes familiarizadas com o assunto.

A Meta e a Anthropic preferiram não comentar, enquanto a Apple não respondeu imediatamente a um pedido de comentário fora do horário comercial.

As discussões não foram finalizadas e podem fracassar, informou o WSJ, acrescentando que os acordos com a Apple ajudariam as empresas de IA a obter uma distribuição mais ampla de seus produtos.

O volume do potencial ganho financeiro não está claro, mas as conversas envolveram empresas de IA que vendem assinaturas premium para seus serviços por meio da Apple Intelligence, disse a reportagem.

A startup de busca de IA Perplexity também esteve em discussões com a Apple sobre trazer sua tecnologia de IA generativa para a Apple Intelligence, disse à Reuters uma fonte familiarizada com o assunto .

A Apple anunciou a tão esperada estratégia de IA neste mês, dizendo que integraria a nova tecnologia Apple Intelligence em seu conjunto de aplicativos, incluindo o Siri, e levaria o ChatGPT para seus dispositivos, enquanto sinalizou que planeja se diferenciar dos rivais Microsoft e Google, colocando a privacidade “no centro” de seus recursos.

(Reportagem de Gursimran Kaur em Bengaluru)

 


sexta-feira, 21 de junho de 2024

Lula diz que leilão foi anulado por falcatrua de empresa e confirma nova disputa

 

 Lula divulga nova foto oficial como presidente | Política | G1

 

 

Brasília, 21 – O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou, nesta sexta-feira, 21, que o leilão de importação de arroz para recompor o estoque depois da tragédia do Rio Grande do Sul foi anulado, em 11 de junho, pela “falcatrua de uma empresa”. Mesmo assim, ele disse que o País terá de comprar o produto de fora para não provocar um aumento muito grande no preço para a população.

“Por que vou importar? Porque o arroz tem de chegar na mesa do povo no mínimo a R$ 20 um pacote de cinco quilos. Que compre a R$ 4 um quilo de arroz, mas não dá para ser um preço exorbitante”, disse Lula, em entrevista à Rádio Meio, no Piauí.

A decisão de anular o leilão para a compra de arroz importado ocorreu no início do mês. Na ocasião, o governo informou que o objetivo era buscar assegurar que as empresas “tenham a solidez que uma operação deste porte exige”. O leilão envolvia a compra de 300 mil toneladas de arroz beneficiado.

Como mostrou o Estadão, das quatro companhias vencedoras, apenas uma – a Zafira Trading – é uma empresa do ramo. Também arremataram o leilão uma fabricante de sorvetes, uma mercearia de bairro especializada em queijo e uma locadora de veículos.

“A partir da revelação de quem são essas empresas, começaram os questionamentos se verdadeiramente essas empresas teriam capacidade técnica e financeira de honrar os compromissos de um volume expressivo de dinheiro público”, afirmou o presidente da Conab, Edegar Pretto, na época.

O episódio provocou a saída do secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller. Ele deixou o cargo após as denúncias de ligação dele e do filho com envolvidos no leilão de arroz da Conab.

Na quarta-feira, 19, o governo se encontrou com representantes do setor e manteve a posição de realizar a importação do cereal em leilão público. Mas sinalizou que vai aguardar uma nova reunião com os produtores para lançar o edital do novo certame e que pode considerar as sugestões do setor para construção das normativas do edital, relataram pessoas a par das discussões ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

O próximo encontro entre governo e arrozeiros está previsto para depois do lançamento do Plano Safra 2024/25, provavelmente na quinta-feira, 27.

O presidente afirmou também que o governo vai financiar regiões produtivas de arroz de outros Estados brasileiros, além do Sul, para evitar a dependência de apenas uma área. Com a tragédia no Rio Grande do Sul, a produção do arroz foi comprometida. “Vamos, inclusive, financiar áreas de outros Estados, produtivas de arroz, para não ficar dependendo de apenas uma região.”

Segundo Lula, o governo vai oferecer uma garantia de preço para que os produtores de arroz não tenham prejuízo. “Vamos financiar e oferecer direito do pessoal plantar arroz”, afirmou.

Anatel divulga lista de sites de comércio eletrônico que mais vendem celulares irregulares

 

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) divulgou uma lista dos sites de comércio eletrônico que foram fiscalizados e apresentaram anúncios de celulares sem certificação oficial do órgão regulador e que entraram no País de forma irregular, como, por exemplo, via contrabando. Esses sites foram alvos da medida cautelar publicada nesta sexta-feira, 21, com novas regras para o combate à pirataria.

A Amazon e o Mercado Livre ficaram nas piores colocações. Na Amazon, 51,52% de todos os anúncios de celulares se referem a produtos não homologados, de acordo com fiscalização da Anatel. No Mercado Livre, o patamar foi de 42,86%.

Desta forma, Amazon e o Mercado Livre foram classificadas como “não conformes” por descumprirem a legislação, que proíbe a venda de itens não homologados. Portanto, precisam excluir os anúncios e implantar as medidas determinadas pela Anatel. Caso contrário, ficarão sujeitas a multa e até ter os sites tirados do ar.

A Lojas Americanas (22,86%) e o Grupo Casas Bahia (7,79%) foram classificados como “parcialmente conformes” e também precisarão realizar ajustes.

O melhor desempenho foi do Magazine Luiza, que não teve registros de anúncios de celulares ilegais na sua plataforma. Portanto, foi determinada “conforme” com os preceitos da Anatel.

A Shopee e o Carrefour não tiveram porcentuais divulgados, mas foram listadas como “conformes” pelo fato de as empresas já terem assumido compromissos com a Anatel de implantarem as medidas de combate à pirataria. Neste momento, a Anatel está apurando os resultados.

A fiscalização nos sites aconteceu entre os dias 1º e 7 de junho. A ferramenta de varredura da Anatel tem um grau de precisão de 95%.

Em entrevista coletiva à imprensa para apresentar os resultados, o presidente da Anatel, Carlos Baigorri, afirmou que as conversas com os sites de comércio eletrônico para banir as vendas de celulares ilegais têm sido feitas há cerca de quatro anos. “Buscamos um processo colaborativo com as empresas. Algumas delas se engajaram mais e hoje estão conformes. Outras não”, disse.

“O Mercado Livre e a Amazon em nenhum momento se engajaram nesse processo colaborativo. Elas têm uma proporção claramente absurda de produtos que atentam contra a lei, a segurança e a vida das pessoas”, enfatizou o presidente da Anatel.

O superintendente de Fiscalização da Anatel, Marcelo Silva, explicou que a citação de sete varejistas na medida cautelar se deve ao fato de que estas são as maiores empresas do ramo no País. Outras empresas, entretanto, também estão sujeitas às mesmas exigências. “A cautelar está sujeita a ser ampliada, considerando os novos marketplaces que estão surgindo. Mas todos estão sujeitos às mesmas regras.”

O superintendente de Outorga e Recursos à Prestação da Anatel, Vinícius Caram, acrescentou que a medida cautelar publicada nesta sexta veio após boa parte das negociações com as varejistas serem consideradas infrutíferas. “A fiscalização mostrou um número reiteradamente elevado de celulares não homologados. Estamos dando mais uma oportunidade de se chegar a compliance, começando por telefones celulares.”

Depois dos celulares, a Anatel vai se debruçar em outros casos de produtos comercializados ilegalmente, sem homologação.