segunda-feira, 24 de junho de 2024

Mercado eleva projeção para inflação e dólar em 2024 e 2025, mostra Focus

 


Analistas consultados pelo Banco Central voltaram a elevar as perspectivas para a inflação e para o dólar na pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira, 24, mantendo o cenário para a política monetária.

O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, apontou que as expectativas para a alta do IPCA subiram a 3,98% e 3,85% respectivamente em 2024 e 2025. Na semana anterior, as contas estavam em 3,96% e 3,80%.

O centro da meta oficial para a inflação em 2024, 2025 e 2026 é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

A perspectiva para o dólar este ano subiu pela segunda semana seguida e foi a R$ 5,15, de R$ 5,13 antes, depois de a moeda norte-americana ter acumulado na semana passada alta de 1,12%, chegando a uma elevação de 12,15% em 2024. Em 2025 o dólar passou a ser calculado em R$ 5,15, de R$ 5,10 na semana anterior.

Para o Produto Interno Bruto (PIB), a estimativa de crescimento este ano subiu para 2,09%, com ajuste para cima de 0,01 ponto percentual. A estimativa para o crescimento da economia em 2025 segue sendo de expansão de 2,0%.

Mercado vê Selic parada em 10,5% até o fim do ano

A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda manutenção da perspectiva de que a taxa básica de juros Selic terminará este ano a 10,5% e o próximo a 9,5%.

Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu manter a taxa básica de juros Selic em 10,5%, interrompendo o ciclo de afrouxamento monetário depois de sete reduções consecutivas.

Nesta terça-feira, 25, o BC divulgará a ata da reunião que decidiu pelo pausa nos cortes na Selic.

domingo, 23 de junho de 2024

Entrevista coletiva do BC sobre Relatório de Inflação será realizada em São Paulo no dia 27

 


Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto (Crédito: REUTERS/Brendan McDermid)

O Banco Central informou na quinta-feira, 20, que a entrevista coletiva do Relatório de Inflação será realizada em São Paulo, às 11 horas da quinta-feira, 27. A coletiva contará com as participações do presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, e do diretor de Política Econômica, Diogo Guillen.

De acordo com o BC, a capital paulista foi escolhida por uma questão de agenda de Campos Neto.

O presidente do BC tem agendas em Portugal e na Suíça a partir da semana que vem.

O Relatório de Inflação será publicado pelo Banco Central às 8 horas do mesmo dia. A coletiva do RTI de março também foi realizada em São Paulo.

Barroso lista benefícios em IA, mas se diz preocupado com massificação da desinformação

 Luís Roberto Barroso – Wikipédia, a enciclopédia livre

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, afirmou neste domingo, 23, que é um “otimista e preocupado” com a ascensão no uso da inteligência artificial (IA). Segundo o magistrado, essa tecnologia garante uma lista ampla de benefícios à sociedade, mas traz riscos que precisam estar na mesa de debate, como a massificação da desinformação. A declaração foi dada durante o evento “Brazil Forum UK 2024”, em Oxford.

De acordo com Barroso, a IA tem capacidade de tomada de decisão melhor que o ser humano em algumas matérias, já que pode processar mais informações em uma velocidade maior. Ele disse também que a tecnologia traz outras vantagens, como a capacidade de automação de atividades e de geração de linguagem, conteúdos, textos e imagens.

O magistrado ponderou, por outro lado, que há uma preocupação quanto ao impacto da IA no mercado de trabalho, com perda de profissões existentes hoje, além da utilização da tecnologia para fins bélicos, violação da privacidade devido ao amplo uso de dados e a discriminação algoritmica. Ele citou ainda que o risco da massificação da desinformação, com uso de fake news e deep fakes, é um dos maiores receios.

“Há o risco da massificação da desinformação, e essa preocupação, do ponto de vista de um juiz preocupado com a democracia, é uma das principais preocupações, o uso das fake news e da deepfake, alguém me colocar aqui dizendo coisas que eu nunca disse, sem que seja possível identificar a distinção e o real”, afirmou Barroso.

O ministro disse ainda ter esperança de que a IA possa derrotar preconceitos e discriminações das pessoas humanas se for programada de uma forma adequada. “Eu tenho uma certa expectativa real, vivendo no mundo real, juízes, como todas as pessoas humanas, tem opiniões, preconceitos, tem ideologia, não no sentido de esquerda, de direita, mas de saber a sua visão do que é certo, bem, o que é legítimo, juízes têm interesses, podem sofre pressões políticas, a IA você pode programar para evitar isso”, avaliou.

Ele afirmou que a IA pode ainda trazer proveitos no Judiciário em termos de celeridade, eficiência e isonomia, mas garantiu que não tira o papel do “juiz responsável”. A tecnologia, na sua visão, é uma linha auxiliar e não autônoma.

“Eu vejo, sem muito preconceito, essa ascensão da IA também no processo decisório desde que exista um juízo humano responsável, porque juízes não são eleitos. O que dá legitimidade à decisão de um juiz é a sua capacidade de, racionalmente, demonstrar que aquela solução é justa e constitucionalmente adequada e deste dever ele não se desobriga mesmo que a decisão seja tomada por um processo de IA”, disse.

Scholz e Milei concordam com conclusão do acordo entre Mercosul e União Europeia

 


O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, e o presidente da Argentina, Javier Milei, trataram do acordo entre Mercosul e União Europeia em encontro neste domingo, 23, durante visita do presidente argentino à Alemanha. De acordo com comunicado à imprensa do porta-voz do governo federal, Steffen Hebestreit, Milei e Scholz “concordaram que as negociações sobre o acordo deveriam ser concluídas rapidamente”. O acordo, finalizado em 2019, precisa ainda ser ratificado pelos blocos.

Milei e Scholz discutiram sobre a possível adesão da Argentina à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Segundo o comunicado, o governo alemão apoia a entrada da Argentina no bloco.

Os líderes também abordaram no encontro as relações bilaterais entre os países e debateram economia, comércio, energias renováveis e proteção climática global.

“A Argentina é um dos parceiros econômicos mais importantes da Alemanha na América Latina. A Alemanha e a Argentina estão ligadas por relações estreitas e de longa data, inclusive no G20”, destacou o porta-voz no comunicado.

Scholz e Milei conversaram ainda sobre os planos de reformas da Argentina e o impacto da reforma na população. “O chanceler (alemão) sublinhou que, na sua opinião, a tolerância social e a proteção da sociedade deveriam ser critérios importantes”, destacou o comunicado oficial.

Ainda conforme o comunicado do governo alemão, o chanceler alemão e o presidente argentino “concordaram que a Rússia tem nas mãos o fim da guerra contra a Ucrânia”.

A visita oficial de Milei a Scholz foi reduzida, sem declaração conjunta ou coletiva de imprensa. Milei foi recebido com protestos no sábado em Hamburgo, após receber homenagem de uma fundação liberal ligada à extrema direita.

Do Peru à Rússia, crises nacionais afetam arbitragem, dizem advogados

 CLA 2024 - Centro de Arbitragem e Mediação Brasil-Canadá

As câmaras de arbitragem oferecem soluções para disputas entre partes que escolhem não judicializar conflitos e podem envolver empresas de um mesmo país, de países diferentes ou mesmo contratos com o Poder Público. É por isso que crises políticas, guerras e impasses diplomáticos têm afetado a forma de arbitrar, dizem advogados.

Da troca de presidentes no Peru a uma norma que submete todos os contratos com empresas russas à jurisdição de Moscou, a interferência política nos acordos corporativos foi um dos temas mais abordados no primeiro dia da 14ª edição da Conferência Latino-Americana de Arbitragem (CLA), que teve início na quinta-feira, 20, no Rio de Janeiro.

“No final de 2022 e começo de 2023, no Peru, tivemos três meses de protestos que impactaram vários contratos do Estado com as concessionárias. Os manifestantes tomaram aeroportos e estradas, mas eram aeroportos e estradas em contratos de concessão”, disse María del Carmen Tovar, sócia do escritório peruano Estudio Echecopar. Isso resultou, segundo ela, em uma série de controvérsias dentro desses contratos.

As manifestações a que se referiu Tovar vieram após a presidente Dina Boularte tomar posse no lugar de Pedro Castillo, que tentou dissolver o Congresso.

Na arbitragem, isso ganhou relevância sobretudo porque, como explicou Diego Duran de la Vega, especialista em disputas latino-americanas e sócio do escritório internacional Hughes Hubbard, há uma regra peruana que diz que todos os contratos com o governo devem ter necessariamente cláusulas de arbitragem. Ou seja: todos possuem dispositivos determinando que, em caso de disputas, elas serão levadas aos tribunais arbitrais.

De la Vega também chamou atenção para uma nova norma russa que, de acordo com ele, é sem precedentes. Em 2020, o país determinou que, sempre que houver conflitos envolvendo empresas russas submetidas a alguma sanção, a controvérsia será necessariamente julgada pelas cortes Russas, ainda que os contratos comerciais assinados tenham previsto a escolha pela arbitragem internacional.

A lei veio como uma tentativa de defesa do Kremlin em meio às crescentes sanções que a Rússia passou a sofrer pela invasão da Crimeia e pela guerra na Ucrânia. “A lei russa ignora o que foi acordado entre as partes, então você imagina a surpresa. Como encontrar uma solução?”, questionou o advogado.

Conferência

A CLA foi organizada pelo Centro de Arbitragem e Mediação da Câmara de Comércio Brasil-Canadá (CAM-CCBC) junto com o Centro de Estudios de Derecho, Economia Y Política (CEDEP), do Paraguai.

O evento reuniu participantes do mundo todo e tem como objetivo fortalecer a prática da arbitragem para a resolução de conflitos dentro dos próprios países e internacionalmente.

*A repórter viajou a convite do Centro de Arbitragem e Mediação da Câmara de Comércio Brasil-Canadá (CAM-CCBC)

Brasileiro lança concorrente nacional do Franuí, doce argentino que viralizou nas redes sociais

 


Potes de berrybites, o competidor nacional do Franuí

Diferente do Franuí, o Berry Bites tem outros sabores de fruta e zero açucar

O Franuí, doce argentino que ficou conhecido no Brasil após viralizar nas redes sociais ano passado, acaba de ganhar um concorrente brasileiro: o BerryBites. O novo doce nacional já é vendido em mercados focados em público de classe alta em São Paulo e Rio de Janeiro e deve chegar a outras capitais em breve.

O viral do Franuí ocorreu em meio à crise econômica argentina, que levou milhares de turistas brasileiros ao país. Influenciadores digitais passaram então a compartilhar nas redes sociais suas experiências conhecendo e provando o doce: uma framboesa congelada banhada com duas camadas de chocolate, nos sabores branco/ao leite ou branco/amargo.

O BerryBites é semelhante, porém se diferencia por utilizar chocolate sem açúcar. “Eu queria fazer uma comida indulgente, mas que não desse peso na consciência”, explica Ricardo Cotrim, dono da empresa brasileira. Além disso, o doce nacional estreia com duas opções de fruta, framboesa e mirtilo, e com o projeto de lançar novos sabores em breve.

Outra diferença é o tamanho, de 100 gramas por pote contra 150 gramas por embalagem de Franuí. A ideia foi deixar o produto como uma porção individual, além de reduzir custo. Enquanto o pote de Franuí é vendido por cerca de R$ 35, o Berrybytes sai por R$ 25.

A escolha dos mercados onde o produto começou a ser comercializado – São Paulo e Rio de Janeiro – não foi aleatória. “Eles [os mercados] têm um público jovem, preocupado com saúde, classes A e B, que priorizam produtos de qualidade”, explica o empreendedor.

A ideia

Em meio à “viralização” do Franuí, Ricardo conta que foi abordado pelo dono de uma rede de supermercados. “Foi este cliente que me pediu, porque ele tinha dificuldade para comprar o Franuí”, diz. “Eu estava estudando uma empresa de alimentos, então eu pensei: dá pra fazer.”

Contrim era então CEO de uma distribuidora de frutas, a BeBerry, que planta mirtilos em uma fazenda na cidade de Amparo, interior de São Paulo. Na mesma fazenda, havia uma estrutura fabril parada da Búfalo Dourado, outra empresa de Cotrim, uma produtora de laticínios vendida há dois anos para o fundo de investimentos Aqua Capital.

“Já tinha câmara fria, a parte elétrica, a hidráulica, muito do investimento já estava lá”, diz Cotrim. “A gente fez uma mini fábrica, um ‘laboratóriozinho’ para testar fazer o produto. Conseguimos fazer mil potes por dia naquele momento.”

Com investimento de cerca de R$ 2 milhões, foi possível entregar na metade de maio de 2024 um lote de 20 mil BerryBites para os mercados Zona Sul, do Rio de Janeiro, e para as redes Casa Santa Luzia e St. Marche, em São Paulo.

Próximos passos

Em junho novos equipamentos começaram a chegar à fábrica e, até o mês de agosto, Ricardo acredita que terá capacidade de produção de 80 mil unidades por mês.

Também já foram iniciadas conversas com outras redes de supermercados. Até o fim de julho, o produto deve estar disponível em Curitiba (PR) e, pouco depois, será lançado em Belo Horizonte (MG).

A expectativa de Ricardo Cotrim é ter um faturamento entre R$ 1,5 milhão a 1,8 milhão até dezembro. “É um caminho longo até lá”, afirma. No primeiro mês, ele diz que faturou R$ 100 mil.

Quanto aos investimentos, ele planeja chegar a R$ 10 milhões nos próximos dois anos em itens como equipamentos e logística.

Para o marketing, a BerryBites aposta em campanhas com influencers em redes sociais e em degustação e material de divulgação nos pontos de venda. “Para esse tipo de produto, é o que mais tem adequação”, diz Cotrim.

 

 https://istoedinheiro.com.br/brasileiro-lanca-concorrente-nacional-do-franui-doce-argentino-que-viralizou-nas-redes-sociais/

Fábrica da Amyris no Brasil é leiloada por R$ 2,8 milhões

 

Amyris Files For Bankruptcy as Part of Its Strategic Transformation Plan -  SynBioBeta

Depois de dois leilões sem vencedores, a fábrica da Amyris no Brasil, localizada em Vinhedo, no interior de São Paulo, foi arrematada pela brasileira Kagepar Holdings S/A, de Jundiaí, por R$ 2,8 milhões.

O terceiro leilão aconteceu na última sexta-feira, com a venda de 650 itens que pertenciam à empresa de biotecnologia americana, que decretou falência no país em fevereiro deste ano. Um pedido similar já havia sido feito nos EUA em agosto de 2023.

O leilão foi conduzido pela Positivo Leilões e incluía bens da empresa no Brasil, sob o nome Interfaces Indústria de Cosméticos, como itens de laboratório, maquinários, escritório, refeitório e tudo que pertencia à fábrica.

Fundada em 2003, nos Estados Unidos, a Amyris é especializada em biotecnologia e recebeu um aporte inicial da Fundação Bill & Melinda Gates.

Após o pedido de recuperação judicial, a empresa vem se desfazendo de ativos para o abatimento de dívidas e reestruturação do negócio.