segunda-feira, 24 de junho de 2024

Ultrapassada por rivais, Bob’s mira crescer em SP e chegar primeiro em novas cidades

 


A rede Bob’s iniciou seu negócio de franquias com uma unidade na cidade de Vitória (ES) há 40 anos. De 1984 para cá, a pioneira em fast-food no Brasil ganhou mais concorrentes e tem agora o desafio de voltar a aumentar seu número de restaurantes. A expectativa é abrir 120 pontos de venda ainda este ano.

Atualmente, são 105 unidades próprias e 940 unidades franqueadas. A rede alcança 250 municípios e tem a meta de ser o primeiro grande fast-food em diversas cidades. “Temos plena capacidade de estar em 2.500 municípios do Brasil”, afirma Antônio Detsi, diretor-geral da empresa.

Em 2016, o Bob’s contava com 1.056 estabelecimentos. Logo antes da pandemia, em 2019, o total já tinha caído para 1047. Após despencar para 977 em 2021, o número voltar a crescer e chega a 1.002 restaurantes no final de 2023. A empresa está posicionada como a quarta maior rede de fast-food no Brasil.

Os dados foram levantados pela Associação Brasileira de Franchising (ABF). Segundo os mesmos estudos, entre 2016 a 2023, o total de unidades do McDonald’s, líder do segmento, foi de 1.916 para 2.662. O Burguer King ultrapassou o Bob’s, ao sair de 980 para 1.331 lojas. Já o vice-líder Subway também apresentou um encolhimento: passou de 2.094 para 1.574 restaurantes.

Pioneirismo

O primeiro restaurante fast-food no Brasil foi o Bob’s inaugurado em Copacabana, no Rio de Janeiro, no ano de 1952. O McDonald’s só chegaria ao país em 1979.

Tenista estadunidense casado com uma mulher brasileira, Robert “Bob” Falkenburg buscou inspiração em seu país para empreender com um tipo de negócio inédito no Brasil. O plano era justamente oferecer alimentos até então pouco conhecidos por aqui, como hambúrguer, cachorro-quente, sundae, milkshake. Surge então o Bob’s.

Em 1974, Falkenburg vende a marca à Libby. No final da década, o Bob’s é comprado pela Nestlé, responsável pela implementação do modelo de franquias. Posteriormente, em 1996, a Brazil Fast Food Corporation adquire parte da empresa e passa a aumentar sua participação acionária até assumir o controle da companhia em 2000.

Em 2005, a empresa também foi a primeira a associar seu milkshake à marca Ovomaltine. Em 2016, apesar de manter a mesma receita do sorvete, ela perdeu o uso da marca como selo de sua bebida mais popular para o McDonald’s.

Prejuízos da pandemia

Para evitar o fechamento de mais unidades durante a pandemia, o Bob’s decidiu abrir mão de R$ 100 milhões em receita, segundo Detsi. As renúncias incluíram taxas, prorrogações de prazo de contrato de franquia, royalties, marketing, entre outras.

Agora, o Bob’s avalia que precisa investir na transformação digital e em compreender a Geração Z para garantir sua expansão. “Se a gente não tiver o desafio de entender essa nova geração de consumidores, a gente está fora do jogo”, diz Detsi.

Também será lançado em breve o Potencializa São Paulo, um plano para crescer no estado considerado ainda o mais resistente ao Bob’s. Segundo o site da rede, hoje são 66 unidades na Grande São Paulo. “A gente quer quintuplicar o tamanho do Bob’s em cinco anos no estado”, afirma Detsi.

Para abrir uma franquia do restaurante, o valor inicial estimado é de pouco mais de R$ 1 milhão no modelo “store in store”, ou seja, em que a loja é aberta dentro de outro estabelecimento comercial, de segmento diferente, por exemplo, um supermercado.

Onde a concorrência ainda não chegou

O Bob’s informa que tem hoje 280 franqueados com uma média de quatro unidades por vendedor. Conta ainda com um programa de sucessão, para facilitar o processo de tornar os filhos dos atuais empresários em donos de novas unidades. Além disso, tenta ser sempre a primeira grande rede de fast-food em novas localidades.

Presente na companhia desde 1990, Detsi recorda que a estratégia de ser pioneira nas cidades não é nova. Nos anos 1990, a empresa tinha a meta de chegar a todas as capitais brasileiras, enquanto o próprio McDonald’s ainda não havia conseguido.

“Ninguém conhece mais o Brasil do que o Bob’s. A gente se aventurou a abrir uma primeira loja em Boa Vista, em Rio Branco, em Macapá”, afirma Detsi. “Muitas pessoas falavam ‘nossa, que loucura, como vai levar o produto lá?’ E nós abrimos e vamos muito bem.”

Segundo Detsi, o Norte é justamente um dos pontos fortes da empresa. São 117 lojas na região. O Rio de Janeiro, local de nascimento da rede, é outro local de destaque. Hoje, 43% dos pontos de venda do Bob’s estão na região Sudeste.

Versatilidade

O modelo do Bob’s aposta em uma alta capacidade de adaptação em diferentes espaços, explica Detsi. “A gente faz eventos. Faz Carnaval, Fórmula 1, Rock´n Rio, agropecuária, show de sertanejo, estádio de futebol, parque aquático.”

Há franqueados especializados em adaptar a estrutura do restaurante a estes espaços. Também há lojas em formatos diferentes, como uma unidade “pé na areia”, na praia em Morro de São Paulo (BA), e uma construída em um antigo boliche que preservou as pistas, na cidade de Vassouras (RJ).

A empresa também busca promover ações específicas para trabalhar em diferentes espaços. “A gente entende que cabem questões locais, cabem sazonalidades”, afirma Detsi, que exemplifica com a atenção dada a ações de marketing durante o Círio de Nazaré, em Belém (PA), época de maiores vendas no local.

Após queda, confiança do consumidor volta a melhorar em junho, mostra FGV

 


A confiança dos consumidores brasileiros voltou a melhorar em junho depois de forte queda no mês anterior, mostraram dados da Fundação Getúlio Vargas divulgados nesta segunda-feira.

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da FGV teve no mês alta de 1,9 ponto, chegando a 91,1 pontos, embora não tenha sido suficiente para recuperar a perda de 4,0 pontos vista em maio.

“(Os) resultados refletem a dificuldade em alcançar níveis mais satisfatórios de confiança e parecem estar vinculados às limitações financeiras das famílias e às taxas de juros elevadas, evidenciada pelos indicadores de situação financeira atual e de intenção de compra de duráveis”, disse Anna Carolina Gouveia, economista do FGV IBRE.

Houve em junho melhora tanto da percepção sobre a situação atual quanto das expectativas para os próximos meses.

O Índice de Situação Atual (ISA) teve alta de 1,0 ponto, chegando a 81,6 pontos, maior nível desde novembro de 2023. O Índice de Expectativas (IE) avançou 2,6 pontos, para 98,1 pontos.

Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu manter a taxa básica de juros Selic em 10,5%, interrompendo o ciclo de afrouxamento monetário depois de sete reduções consecutivas.

BRAZIL JOURNAL: Haddad precisa de apoio para ancorar meta fiscal, diz brasileiro em Cambridge

 


Haddad precisa de apoio para ancorar meta fiscal, diz brasileiro em Cambridge

Haddad precisa de apoio para ancorar meta fiscal, diz brasileiro em Cambridge (Crédito: Brazil Journal)

Por uma decisão política, o Brasil decidiu gastar mais.  “A questão é como fazer esse ajuste, dado que houve toda essa demanda de gastos adicionais,” diz Tiago Cavalcanti, que acaba de se tornar o primeiro brasileiro a conquistar uma cátedra de Economia em Cambridge.

Em entrevista ao “Brazil Journal”, o economista diz que o governo precisa conquistar a confiança na política fiscal e, para isso, será necessário aumentar receitas e reavaliar despesas, o que vai “mexer com grupos de interesse.”

Para ele, o essencial é ancorar as expectativas dos agentes do mercado. “Se ancorar as expectativas, pronto: o dólar cai, ajuda a inflação, e a taxa de juros pode cair”, avalia.

Leia mais o Brazil Journal.

 

 https://istoedinheiro.com.br/brazil-journal-haddad-precisa-de-apoio-para-ancorar-meta-fiscal-diz-brasileiro-em-cambridge/

Magalu e Aliexpress anunciam parceria para ampliar oferta de produtos em seus marketplaces

 


O Magazine Luíza e o AliExpress, do grupo chinês Alibaba, anunciaram nesta segunda-feira, 24, uma parceria para disponibilizarem produtos em seus respectivos marketplaces. Enquanto a linha Choice da chinesa aparecerá nas plataformas de venda do Magalu, a linha 1P da empresa dos Trajano será vendida no aplicativo e site da AliExpress Brasil.

Segundo representantes das empresas, os produtos disponibilizados no AliExpress serão bens duráveis, que incluem eletrodomésticos pesados hoje não comercializados na plataforma, como geladeira e fogão.

Já no Magalu, a linha adicionada pela chinesa inclui produtos premium, com entrega mais rápida e melhor custo-benefício. Serão ampliadas as opções de produtos diversos como itens de beleza e acessórios de informática.

Os produtos do AliExpress contarão com os benefícios da Remessa Conforme, que isenta de impostos importações com valor inferior a US$ 50. Também poderão ser comercializados nas mais de 1.250 lojas físicas do Magalu.

A expectativa é de que as vendas estejam ao alcance dos consumidores ainda no 3º trimestre de 2024.

A remuneração das empresas será feita através de uma taxa sobre os valores dos produtos nas próprias plataformas, um “take-rate” combinado pelas duas companhias ao longo dos últimos sete meses. A entrega dos produtos permanecerá a cargo de cada plataforma separadamente por ora, porém uma futura parceria logística não é descartada.

Segundo o CEO da Magazine Luiza, Frederico Trajano, as plataformas contam juntas com mais 700 milhões de visitas por mês, além de possuírem mais de 60 milhões de clientes ativos. “As chances de conversão dos dois canais é enorme. (…) Estamos muito animados com a potência da parceria”, disse.

As conversas para a parceria iniciaram no final de 2023 e contaram com diálogos de diversas áreas das empresas, incluindo o time de tecnologia. Informações sobre as expectativas de ganhos financeiros das companhias ainda não foram divulgadas, porém foi anunciado o objetivo é ampliar a frequência de compra em ambas as plataformas.

Mercado eleva projeção para inflação e dólar em 2024 e 2025, mostra Focus

 


Analistas consultados pelo Banco Central voltaram a elevar as perspectivas para a inflação e para o dólar na pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira, 24, mantendo o cenário para a política monetária.

O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, apontou que as expectativas para a alta do IPCA subiram a 3,98% e 3,85% respectivamente em 2024 e 2025. Na semana anterior, as contas estavam em 3,96% e 3,80%.

O centro da meta oficial para a inflação em 2024, 2025 e 2026 é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

A perspectiva para o dólar este ano subiu pela segunda semana seguida e foi a R$ 5,15, de R$ 5,13 antes, depois de a moeda norte-americana ter acumulado na semana passada alta de 1,12%, chegando a uma elevação de 12,15% em 2024. Em 2025 o dólar passou a ser calculado em R$ 5,15, de R$ 5,10 na semana anterior.

Para o Produto Interno Bruto (PIB), a estimativa de crescimento este ano subiu para 2,09%, com ajuste para cima de 0,01 ponto percentual. A estimativa para o crescimento da economia em 2025 segue sendo de expansão de 2,0%.

Mercado vê Selic parada em 10,5% até o fim do ano

A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda manutenção da perspectiva de que a taxa básica de juros Selic terminará este ano a 10,5% e o próximo a 9,5%.

Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu manter a taxa básica de juros Selic em 10,5%, interrompendo o ciclo de afrouxamento monetário depois de sete reduções consecutivas.

Nesta terça-feira, 25, o BC divulgará a ata da reunião que decidiu pelo pausa nos cortes na Selic.

domingo, 23 de junho de 2024

Entrevista coletiva do BC sobre Relatório de Inflação será realizada em São Paulo no dia 27

 


Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto (Crédito: REUTERS/Brendan McDermid)

O Banco Central informou na quinta-feira, 20, que a entrevista coletiva do Relatório de Inflação será realizada em São Paulo, às 11 horas da quinta-feira, 27. A coletiva contará com as participações do presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, e do diretor de Política Econômica, Diogo Guillen.

De acordo com o BC, a capital paulista foi escolhida por uma questão de agenda de Campos Neto.

O presidente do BC tem agendas em Portugal e na Suíça a partir da semana que vem.

O Relatório de Inflação será publicado pelo Banco Central às 8 horas do mesmo dia. A coletiva do RTI de março também foi realizada em São Paulo.

Barroso lista benefícios em IA, mas se diz preocupado com massificação da desinformação

 Luís Roberto Barroso – Wikipédia, a enciclopédia livre

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, afirmou neste domingo, 23, que é um “otimista e preocupado” com a ascensão no uso da inteligência artificial (IA). Segundo o magistrado, essa tecnologia garante uma lista ampla de benefícios à sociedade, mas traz riscos que precisam estar na mesa de debate, como a massificação da desinformação. A declaração foi dada durante o evento “Brazil Forum UK 2024”, em Oxford.

De acordo com Barroso, a IA tem capacidade de tomada de decisão melhor que o ser humano em algumas matérias, já que pode processar mais informações em uma velocidade maior. Ele disse também que a tecnologia traz outras vantagens, como a capacidade de automação de atividades e de geração de linguagem, conteúdos, textos e imagens.

O magistrado ponderou, por outro lado, que há uma preocupação quanto ao impacto da IA no mercado de trabalho, com perda de profissões existentes hoje, além da utilização da tecnologia para fins bélicos, violação da privacidade devido ao amplo uso de dados e a discriminação algoritmica. Ele citou ainda que o risco da massificação da desinformação, com uso de fake news e deep fakes, é um dos maiores receios.

“Há o risco da massificação da desinformação, e essa preocupação, do ponto de vista de um juiz preocupado com a democracia, é uma das principais preocupações, o uso das fake news e da deepfake, alguém me colocar aqui dizendo coisas que eu nunca disse, sem que seja possível identificar a distinção e o real”, afirmou Barroso.

O ministro disse ainda ter esperança de que a IA possa derrotar preconceitos e discriminações das pessoas humanas se for programada de uma forma adequada. “Eu tenho uma certa expectativa real, vivendo no mundo real, juízes, como todas as pessoas humanas, tem opiniões, preconceitos, tem ideologia, não no sentido de esquerda, de direita, mas de saber a sua visão do que é certo, bem, o que é legítimo, juízes têm interesses, podem sofre pressões políticas, a IA você pode programar para evitar isso”, avaliou.

Ele afirmou que a IA pode ainda trazer proveitos no Judiciário em termos de celeridade, eficiência e isonomia, mas garantiu que não tira o papel do “juiz responsável”. A tecnologia, na sua visão, é uma linha auxiliar e não autônoma.

“Eu vejo, sem muito preconceito, essa ascensão da IA também no processo decisório desde que exista um juízo humano responsável, porque juízes não são eleitos. O que dá legitimidade à decisão de um juiz é a sua capacidade de, racionalmente, demonstrar que aquela solução é justa e constitucionalmente adequada e deste dever ele não se desobriga mesmo que a decisão seja tomada por um processo de IA”, disse.