sexta-feira, 5 de julho de 2024

Lula tem responsabilidade com as contas públicas, afirma Haddad

 

O presidente Lula e o ministro Fernando Haddad

Em um discurso rápido em que falou basicamente de educação, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse no final que Luiz Inácio Lula da Silva, presente no mesmo palanque, tem responsabilidade fiscal e sabe unir responsabilidade ambiental e social com a responsabilidade com as contas públicas.

“O presidente Lula fez os dois maiores governos certamente dos últimos 40 ou 50 anos do Brasil”, disse Haddad, em cerimônia de inauguração do câmpus de Osasco da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

“Eu tenho certeza que com a sua sabedoria de unir responsabilidade social, responsabilidade ambiental, responsabilidade com as contas públicas, ele vai fazer um grande terceiro mandato marcando a história do Brasil pra todos sempre na área da educação”, disse nesta sexta-feira, 5, ao fechar o discurso.

Haddad disse que Lula, entre 2003 e 2010, entregou 126 novos câmpus universitários no Brasil. “Universidade não é um prédio. Universidade é uma obra que não tem fim.”

Segundo Haddad, hoje existem mais de 50 novas universidades previstas no Brasil, 38 em funcionamento. “Nós criamos a ideia do anel universitário. Porque em São Paulo só se falava do rodoanel. Era rodoanel pra cá, rodoanel pra lá, até hoje não está concluído. Apesar do financiamento, apesar de tudo. Vamos criar o anel universitário.”

Protesto

No final do discurso de Haddad, um pequeno grupo de pessoas ao lado do palco começou a gritar palavras de protesto contra o arcabouço fiscal.

Relatório da reforma reduz imposto para construção civil e setor imobiliário

 


O grupo de trabalho que prepara a regulamentação da reforma tributária na Câmara dos Deputados decidiu reduzir a taxação sobre o setor de construção civil e imobiliário. As alíquotas cobradas de incorporadoras e construtoras terão uma redução de 40% em relação à tributação de referência, estimada em 26,5% pelo Ministério da Fazenda.

Já nas operações de aluguel, cessão onerosa e arrendamento – sempre entre pessoas jurídicas -, haverá uma redução de 60% em relação à alíquota-padrão. Pela proposta original elaborada pelo Ministério da Fazenda, a redução para ambas as modalidades era de 20%.

Os deputados também decidiram incluir a construção civil dentro do regime diferenciado do setor imobiliário, o que não havia sido previsto pelo Ministério da Fazenda. As medidas atenderam ao segmento produtivo, que alegou que a tributação, como proposta pelo Executivo, iria elevar o preço dos imóveis.

A tributação será calculada sobre o valor da operação, e não mais com base no valor de referência do imóvel. Mas as construtoras e incorporadoras não poderão se apropriar de créditos do IBS e da CBS – novos tributos que serão criados com a reforma – gerados pelo fornecedor de serviços nas aquisições de materiais de construção.

O relatório também ampliou os redutores sociais. Na versão enviada pela Fazenda, seria aplicado um redutor de R$ 100 mil por bem imóvel. Os deputados criaram um redutor extra de R$ 30 mil para a compra de terrenos que tenham como destino o loteamento para a construção de residências populares, além de um redutor de R$ 400 para aluguéis. Esses redutores descontam o valor sobre o qual será calculada a tributação. O parecer da Câmara dos Deputados estabeleceu que eles deverão ser corrigidos pela inflação (IPCA).

Segundo o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Renato Corrêa, houve avanço em alguns pontos do texto. “Porém, em relação à carga de impostos, a regulamentação se mostra insuficiente para a obtenção da neutralidade tributária, o que deve impactar o acesso à habitação, por exemplo”, disse.

Dúvida

 Quanto ao pagamento de IVA sobre a locação de imóveis por pessoas físicas, o projeto prevê a não incidência, desde que o imóvel não seja utilizado predominantemente em suas atividades econômicas.

“A locação normal não está sujeita ao IBS e ao CBS”, afirma Marcel Alcades, sócio da área tributária do escritório Mattos Filho. No entanto, ele aponta que essa redação gera dúvidas, especialmente para aqueles cuja maior fonte de renda são os aluguéis de imóveis. “Por exemplo: um aposentado que recebe R$ 2 mil por mês de aposentadoria, mas tem cinco imóveis alugados. Logicamente que a maior parte da renda dele vem dos imóveis. Do jeito que o texto está redigido, ele abre caminho para essa pessoa ser tributada”, diz Alcades, alertando que esse ponto pode gerar judicialização.

Texto cria a figura do ‘nanoempreendedor’

Os deputados do grupo de trabalho para regulamentação da reforma tributária decidiram criar mais um limite de isenção tributária, desta vez voltada aos “nanoempreendedores” – aqueles que faturam até R$ 40,5 mil de receita bruta por ano.

“Criamos novas possibilidades. O nanoempreendedor é uma inovação. Hoje, o MEI é isento até R$ 81 mil. O nanoempreendedor ficará isento até R$ 40,5 mil”, disse o deputado Moses Rodrigues (União Brasil-CE).

“Muitas pessoas defenderam que os nanoempreendedores, aqueles que vendem de porta em porta, não fossem tributados pelo IVA (Imposto sobre Valor Agregado, que unificará cinco tributos). Aqueles que vendem produtos da Avon e da Natura, por exemplo. Isso foi atendido”, disse Hildo Rocha (MDB-MA).

Segurança

O principal objetivo da mudança, de acordo com técnicos da consultoria da Câmara, foi dar maior segurança às pessoas físicas que atuam como revendedoras. Isso porque o Fisco, ao verificar a contabilidade da empresa, poderia chegar ao empreendedor e isso poderia gerar uma autuação. Com a nova isenção do IVA, eles alegam que não haverá esse risco.

Segundo o deputado Cláudio Cajado (PP-BA), outro integrante do grupo de trabalho, após a entrega desse texto inicial começará o diálogo dentro das bancadas partidárias para a alteração do parecer.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

quarta-feira, 3 de julho de 2024

Americanas encerra sites e apps do Submarino e Shoptime e integra serviços à marca principal

 

Americanas S.A. – brand center americanas


A Americanas, em recuperação judicial, decidiu integrar os sites e os aplicativos do Shoptime e do Submarino à marca principal da companhia. A iniciativa faz parte da nova estratégia digital da empresa, que tem a intenção de fazer de seu shopping virtual um ambiente de lojas oficiais de grandes marcas.

Segundo a companhia, a decisão contemplou o alinhamento com a nova estratégia de negócios, que foca em uma operação mais ágil, rentável e eficiente. “A companhia ressalta que a integração acelera seu plano de transformação e foco, oferecendo novas possibilidades para clientes, parceiros, fornecedores, acionistas e investidores”, diz a varejista em nota.

A marca Americanas, sob a qual o Shoptime e o Submarino serão integradas, carrega maior tráfego, volume de clientes, lojas e lojas virtuais. A empresa reduziu substancialmente seu comércio eletrônico após a nova gestão da companhia adotar uma postura voltada para a rentabilidade. A visão, daqui para frente, é que a operação digital deva ficar em cerca 20% das vendas da companhia, ainda queimando um pouco de caixa nos próximos anos. No passado, o braço virtual chegou a representar até mais de 50% do negócio.

Na nova estratégia, segundo pessoas que participam do redesenho do negócio, o esperado é que as mercadorias de terceiros representem 95%, ou mais, das vendas digitais, com foco em lojas oficiais de grandes marcas que são fornecedoras chave da varejista. Os grandes lojistas, como Samsung e Nestlé, devem ser cerca de três quartos ou mais do shopping virtual da Americanas.

No último balanço divulgado, que soma os dados dos primeiros 9 meses de 2023, as vendas digitais foram cerca de 29% do total da varejista, com R$ 4,8 bilhões de volume bruto de mercadorias (GMV, na sigla em inglês). Trata-se de uma grande mudança em relação ao período anterior à crise na empresa. Na comparação com o mesmo período de 2022, o resultado representa uma queda de 77% no volume.

O encolhimento da operação digital é uma virada de chave relevante para o negócio. Assim como na maior parte das varejistas pelo mundo, a iniciativa era uma das maiores apostas do grupo, que tem como acionistas de referência os bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira.

Em 2006, uma fusão entre a Americanas.com e o Submarino criou a B2W, que foi listada separadamente da Lojas Americanas na B3 até julho de 2021. Com dificuldade de se tornar rentável e com a pressão do mercado para que a empresa integrasse as operações físicas e digitais, a B2W foi então incorporada à Americanas S/A.

Reformulação

Segundo dados de mercado que mesclam diferentes fontes de pesquisa, a Americanas passou de uma fatia de 18% do mercado de marketplace (modelo em que a companhia cede seu espaço virtual para a venda de lojistas terceiros), para 2%, no período de 2020 a 2024.

Em recuperação judicial e após descobrir uma fraude de resultados que maquiava uma queima de caixa gigantesca na operação digital, a empresa já não teria condições de competir nesse segmento. A ideia, então, foi buscar um formato parecido com o do Tmall, do grupo chinês Alibaba, que abriga as lojas oficiais de marcas relevantes. Nesse sentido, a Americanas tem buscado fornecedores chave e oferecido a eles um novo tipo de contrato para vender seus produtos diretamente ao consumidor, por meio da plataforma da varejista.

Plano Safra Familiar: governo cria linha para máquinas de pequeno porte com juro de 2,5% ano

 


Como era esperado pelo setor, o governo federal criou uma nova linha para investimento em máquinas e implementos agrícolas de pequeno porte dentro do programa Mais Alimentos. A linha de crédito vai financiar aquisição de microtrator, motocultivador e roçadeira. A linha terá juros de 2,5% ao ano e será destinada a famílias com renda anual de até R$ 100 mil para financiamento de máquinas de até R$ 50 mil.

Os detalhes foram anunciados pelo Palácio do Planalto. O Plano Safra da Agricultura Familiar 2024/25 será lançado em cerimônia às 11h desta quarta-feira no Palácio do Planalto, em Brasília (DF). “O objetivo é aumentar a tecnificação da agricultura familiar, tornando o trabalho no campo menos penoso e aumentando a produtividade das famílias”, diz o Planalto na nota.

O Programa Mais Alimentos terá ao todo R$ 12 bilhões em recursos para compra de máquinas para agricultura familiar na safra 2024/25 com juros de 5% ao ano. Segundo o Planalto, na temporada anterior, o programa financiou 10 bilhões, 29% a mais que na safra anterior, entre tratores, colheitadeiras e outros implementos agrícolas. Para as máquinas de maior porte, o que inclui tratores de até 70 cavalos, o limite é será de R$ 250 mil com prazo de pagamento de sete anos.

‘Novo RG’: 8 milhões de brasileiros já têm a Carteira de Identidade Nacional; saiba como tirar

 



Carteira de Identidade Nacional

Somente 3 estados não começaram a emitir o documento (Crédito: Divulgação/ Ministério da Gestão)

A nova Carteira de Identidade Nacional (CIN) já pode ser obtida em 23 estados e do Distrito Federal. De acordo com o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, mais de 8 milhões de brasileiros já possuem o novo documento.

O estado que mais emitiu o documento é o Rio Grande do Sul (RS), com mais de um milhão de unidades. Em segundo lugar está Santa Catarina (SC), com cerca de 900 mil, seguido por Minas Gerais (MG), com mais de 850 mil.

O “Novo RG” será o único documento de identificação de brasileiros aceito em território nacional a partir de 28 de fevereiro de 2032. Até lá, ainda poderá ser utilizado o RG dos estados.

Os estados que já estão emitindo o documento são: Acre, Alagoas, Amazonas, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins.

Segundo o governo federal, há previsão da Bahia, de Roraima e de Amapá aderirem ainda no mês de julho.

O estado de São Paulo anunciou que segunda-feira, 1º, não irá mais emitir no estado o antigo Registro Geral (RG), e que passará a emitir somente a nova Carteira de Identidade Nacional.

Onde emitir a CIN?

A Carteira de Identidade Nacional é emitida pelos estados, por meio dos seus respectivos institutos de identificação, como Poupatempo e delegacias, da mesma forma que ocorre atualmente.

O que muda com o novo documento?

A nova Carteira de Identidade Nacional segue o disposto na Lei nº 14.534/2023, sancionada pelo presidente Lula, que determina o CPF como número único para identificação do cidadão nos bancos de dados de serviços públicos. O documento será integrado nacionalmente já que antes cada cidadão poderia ter até 27 RGs diferentes, um por unidade da federação.

Até quando eu preciso emitir a Carteira de Identidade Nacional?

O RG antigo é válido até o dia 28 de fevereiro de 2032.

O novo documento vai valer como Carteira Nacional de Habilitação?

O documento poderá, a pedido, conter outros números de documentos, os quais poderão ser verificados a partir da leitura do QR code. Em seu formato digital, os documentos estarão concentrados no aplicativo GOV.BR. Ressalte-se que não haverá revogação dos outros documentos, entretanto a nova Carteira de Identidade estará apta a ser o documento único no Brasil.

Documento será impresso?

Sim, além da emissão do modelo físico, o modelo digital da nova Carteira de Identidade estará disponível no aplicativo GOV.BR. Saiba mais sobre o “novo RG” na página da Carteira Nacional de Habilitação.

terça-feira, 2 de julho de 2024

O multimilionário mercado das camisas de futebol

 

Empresas de material esportivo como Adidas gastam milhões todos os anos em patrocínios nos uniformes de futebol. Mas será que isso vale a pena?O futebol é uma gigantesca máquina de dinheiro que vale bilhões, começando com a venda de camisas. Para algumas empresas, usar o futebol para projetar sua marca é algo que vale muito dinheiro.

O objetivo é tornar as marcas mais conhecidas e melhorar a imagem junto aos clientes.

Por exemplo, os principais fornecedores de material esportivo, como a Adidas ou a Nike, pagam centenas de milhões para equipar as equipes. Em troca, sua logomarca aparece nos uniformes, o que pode impulsionar as vendas de outros produtos esportivos produzidos por elas.

Adidas e Nike disputam seleção alemã

O marketing esportivo nos uniformes é uma fonte bastante lucrativa de renda para os times de futebol. “As camisas são os itens mais adquiridos pelos torcedores. É por isso que elas possuem o papel mais proeminente nas vendas de mercadorias associadas aos times e seleções nacionais”, explica o consultor de marketing esportivo Peter Rohlmann. Segundo diz, nenhuma outra seleção recebe valores tão altos de patrocínio de material esportivo como a da Alemanha.

A Adidas fornece material esportivo para a Associação Alemã de Futebol (DFB) há 70 anos. Após a Nike se prontificar a gastar muito mais com a equipe alemã do que sua concorrente, a empresa americana venceu a concorrência e substituirá a Adidas como fornecedor oficial a partir de 2027.

Não está claro quão altos serão os valores envolvidos. As partes optaram por manter a confidencialidade, segundo afirma o portal de internet da DFB. No entanto, o diretor da DFB Andreas Rettig disse que a oferta da Nike era impossível de ser rejeitada.

Segundo relatos de veículos como a revista empresarial alemã Handelsblatt, a Adidas teria pago recentemente 50 milhões de euros (R$ 305 milhões) à DFB, sendo que a Nike deverá investir o dobro disso no futuro.

Contratos com valor recorde

Valores ainda mais altos são pagos para os grandes times, diz Rohlmann. A Adidas ampliou seu contrato de dez anos com o Manchester United da Inglaterra por um valor estimado em 120 milhões de euros, sendo que, no caso do Real Madrid, a empresa paga em torno de 150 milhões.

Essas somas tão altas se devem ao fato de os clubes jogarem ao menos quatro vezes mais do que as seleções nacionais, o que faz com que suas camisas sejam vistas com frequência maior nos campos de futebol.

“Nenhum fornecedor de material esportivo estará apto a ganhar esse valor somente com as vendas”, observa Rohlmann, Trata-se, amplamente, de melhorar sua visibilidade, uma vez que as seleções nacionais estão particularmente arriscadas de serem eliminadas no início dos torneios dos quais participam.

“O que é mais questionável do que nunca é se esse patrocínio vale mesmo a pena para as empresas”, avalia o professor Markus Voeth, da Universidade de Hohenheim. “Isso raramente gera qualquer efeito direto sobre as compras. Apenas cerca de 12% de pessoas pesquisadas buscam primeiramente as marcas que patrocinam a Eurocopa ao consumir produtos ou serviços.”

As parcerias com as grandes associações de futebol não satisfizeram as expectativas dos fabricantes num período de 15 anos. O CEO da Adidas, Bjørn Gulden, afirmou em junho ao jornal alemão Frankfurter Sonntagszeitung que “todos os fornecedores têm prejuízos com esses contratos, se observamos do ponto de vista comercial. Anteriormente, pensava-se que as vendas de camisas iriam disparar, o que não aconteceu”, diz Gulden.

“Isso é algo lógico. Presumamos que a Alemanha vença a Eurocopa. Isso quer dizer que o mundo inteiro comprará camisas da seleção alemã? Não, são principalmente os alemães que as compram.”

Estratégia de marketing fura bolha da Adidas

A plataforma alemã de comparação de preços de produtos e serviços Check24 não é um dos maiores patrocinadores da Eurocopa. Sem pagar dinheiro algum a DFB, o portal conseguiu se envolver nos negócios do futebol com uma ideia é bastante simples: distribuir camisas da seleção alemã, não importando o fato de elas não terem o logo da DFB. Essas camisas possuem a águia símbolo da República Federal da Alemanha e o logo da empresa de materiais esportivos Puma. No peito, em tamanho grande, aparece a logomarca do Check24.

Os interessados pagaram pelas camisas com seus dados pessoais – endereço, telefone e email – ao baixarem o aplicativo da plataforma em seus celulares. Depois de receber as informações, a empresa enviava as camisas. Após distribuir em torno de cinco milhões de unidades, a Check24 encerrou a campanha.

O fundador da plataforma, Henrich Blase, afirmou à revista Finance Forward que esta foi a maior campanha de marketing já realizada pela empresa.

Sascha Raithel, professor de marketing da Universidade Livre de Berlim, calcula que a produção e o envio tenham custado ao menos dez euros por camisa. “Por cinco milhões de camisas, podemos calcular algo como 50 milhões de euros apenas com a produção das camisas e logística.”

O Check24 também realizou uma campanha publicitária, inclusive com comerciais em vários canais de televisão. Segundo Raithel, isso pode ter aumentado os custos para até 100 milhões de euros.

Dados, downloads e atenção da mídia

Em troca, o Check24 passou a ser comentado em todo o país, inclusive na imprensa. O aplicativo do site se tornou o mais baixado em todo o país durante semanas. A plataforma coletou uma quantidade enorme de dados que pode utilizar para atingir potenciais clientes. Esses dados podem facilmente ser vendidos a outras empresas, diz Rohlmann.

O Check24 oferece comparações de preços para serviços financeiros, seguradoras, empresas de energia, telecomunicações, viagens, compras e outros. O serviço é livre de taxas para os usuários. A empresa se financia através de comissões dos acordos fechados por ela.

Raithel avalia que o maior perigo para a plataforma será a falta de novas promoções. “Se não tiverem uma promoção sensível para manter os clientes, haverá um alto risco de que uma grande parte desse investimento acabe sendo jogado pela janela. As pessoas poderão esquecer a coisa toda e não haverá lealdade por parte dos clientes”, alertou.

Vendas da Adidas em alta

Segundo uma pesquisa da Universidade de Hohenheim, uma em cada cinco pessoas na Alemanha deseja comprar uma camisa da seleção alemã. É questionável, porém, se a Adidas teria vendido menos camisas em razão da campanha do Check24.

O mais item vendido pela empresa até o momento é a camisa branca da seleção alemã. “A camisa rosa é o uniforme número 2 mais vendido na história dos uniformes da DFB”, confirmou o porta-voz da Adidas, Oliver Brüggen à emissora alemã ZDF. O fato de alguns modelos terem se esgotado significa que a demanda pode ter sido maior do que o esperado.

Fintech Revolut chega a 45 milhões de clientes no mundo e quer dar passos mais largos no Brasil

 

Revolut: Fintech Inglês, Rodadas de Investimento e IPO | Tag ...

A fintech inglesa Revolut chegou a 45 milhões de clientes no mundo em junho, acima dos 38 milhões que fechou 2023, mostra balanço divulgado nesta terça-feira, 2. O banco digital, que começou a operar no Brasil no começo do ano passado, não revela números do mercado local, mas afirma passar por um momento “bastante positivo” no mercado brasileiro e quer dar “passos mais largos”.

“Estamos entusiasmados ao ver a adoção de nossos produtos no Brasil e a enorme oportunidade que ainda existe para nós no mercado”, afirma o CEO da Revolut no Brasil, Glauber Mota, em nota à imprensa. No ano passado, o Revolut recebeu autorização do Banco Central para ser uma Sociedade de Crédito Direto, ficando assim regulada no mercado brasileiro. “Estamos preparados para darmos passos mais largos”, completa o executivo.

A fintech teve um receita de US$ 2,2 bilhões em 2023, crescimento anual de 95%, enquanto o lucro antes dos impostos chegaram a US$ 545 milhões. No ano passado, o banco digital adicionou 12 milhões de novos clientes e teve aumento de 38% nos depósitos, para US$ 23 bilhões.

Além dos mercados europeus, o Revolut afirma ver “grande potencial” em novos mercados, como nos Estados Unidos, Austrália, Cingapura, Japão, Nova Zelândia e Brasil. O mercado brasileiro foi o primeiro do grupo na América do Sul. Com isso, a fintech chegou a 38 países.

O Revolut prepara lançamento de operações na Índia e México, este último mercado aliás disputado pelo Nubank, o maior concorrente do Revolut na região, onde é bem maior. O Nubank chegou recentemente a 100 milhões de clientes nos países que opera – Brasil, México e Estados Unidos.

Assim como no Nubank, o marketing ‘boca a boca’ tem funcionado no Revolut: “70% dos nossos clientes chegaram até nós de forma orgânica ou foram indicados por alguém que eles conhecem”, ressalta o banco inglês em seu balanço. Em pequenas empresas, foram adicionadas 20 mil clientes. Ao todo, os clientes fizeram US$ 870 bilhões em transações em 2023, aumento de 58%.