Atuação:
Consultoria multidisciplinar, onde desenvolvemos trabalhos nas seguintes áreas: fusão e aquisição e internacionalização de empresas, tributária, linhas de crédito nacionais e internacionais, inclusive para as áreas culturais e políticas públicas.
Uma
pesquisa do Mercado Pago mostrou que 50,5% dos brasileiros acreditam
que o papel moeda vai acabar em 10 anos, mas há ainda incerteza sobre os
meios de pagamento pela frente: 46% dizem não saber se vão migrar
rapidamente para o Drex, o sistema em criação pelo Banco Central que
traz o real digital. Outros 39% não conseguem prever se as criptomoedas
vão substituir o papel moeda como unidade de troca.
A
criação do real digital é vista por 36,5% das pessoas como benéfica para
o Brasil, mostra a pesquisa. “Ainda há dúvidas, as pessoas estão
começando a formar uma opinião sobre o que vai acontecer no futuro”,
disse o vice-presidente de Banco Digital do Mercado Pago no Brasil,
Ignacio Estivariz, em entrevista à imprensa para apresentar a pesquisa.
A
pesquisa também quis saber das pessoas como veem os bancos digitais.
“Os bancos digitais fizeram transformação gigante no sistema financeiro
nos últimos anos”, disse o diretor executivo do Instituto Brasileiro de
Pesquisa e Análise de Dados (IBPAD), Max Stabile Mendes.
A
principal razão das pessoas (para 34%) para abrir uma conta em uma
fintech ou banco digital é conseguir fazer tudo de forma online, sem
precisar ir a uma agência. Outra razão é que é menos burocrático ser
cliente em um banco digital e fazer serviços como um Pix; 28% argumentam
que não ter que pagar taxas é a principal motivação.
Ainda
entre as razões citadas para ser cliente de um banco digital está a
possibilidade de conseguir um cartão de crédito mais rápido, e sem
anuidade, comentou Stabile na entrevista. Sobre investimentos, a
percepção das pessoas – 58% dos entrevistados – é que aplicações nos
bancos digitais rendem mais do que nos bancos tradicionais.
A
pesquisa apresentada hoje, chamada “Da Cédula ao Drex: a evolução do
real em 30 anos”, foi realizada pelo Mercado Pago em parceria com o
Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados (IBPAD), em
comemoração aos 30 anos do Real. O levantamento foi feito com 2004
pessoas entrevistadas em todo o País.
A
produção agroindustrial no Brasil retraiu em maio de 2024, segundo
pesquisa do Centro de Estudos do Agronegócio (FGVAgro). A queda foi de
1,7% em comparação com abril, com ajuste sazonal, e de 0,4% em relação a
maio de 2023. Apesar do resultado negativo de maio, a agroindústria
acumula crescimento de 3,1% no ano. Porém, até abril de 2024, a expansão
foi de 4,1%.
As enchentes no Rio Grande do Sul foram fundamentais
para a desaceleração, destacou o FGVAgro em nota. Setores nos quais o
Estado tem grande relevância, foram os mais afetados, como o de fumo e o
de insumos agropecuários, que retraiu 8,3% na comparação mensal. Já o
setor de fumo recuou 23,1%, a maior queda desde fevereiro de 2015.
A
queda também foi derivada tanto do segmento de produtos alimentícios e
bebidas, com contração mensal de 1,1%, quanto de produtos
não-alimentícios, com recuo de 2,4%. De acordo com o FGVAgro, outro
fator para a diminuição da produção é a menor quantidade de dias úteis
em maio de 2024 – 21 – em comparação com abril de 2024 e maio de 2023,
ambos com 22.
Analistas
consultados pelo Banco Central reduziram a expectativa para a inflação
ao fim deste ano, após nove semanas seguidas de aumentos, mas voltaram a
subir as projeções para os preços ao fim de 2025 e para a taxa de
câmbio no término de 2024, de acordo com a mais recente pesquisa Focus
divulgada nesta segunda-feira, 15.
O levantamento, que capta a
percepção do mercado para indicadores econômicos, apontou que a
expectativa para a alta do IPCA neste ano caiu para 4,00%, de 4,02% na
semana anterior. Em 2025, por outro lado, a nova projeção é de alta de
3,90%, ante 3,88% há uma semana.
O centro da meta oficial para a inflação é de 3%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
A
redução da expectativa para a alta do IPCA este ano segue a divulgação
de resultados melhores do que o esperado para o índice em junho na
semana passada. O IBGE relatou que o IPCA subiu 0,21% em junho, depois
de um avanço de 0,46% em maio, em resultado que ficou aquém da
expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 0,32%.
A
pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda que a
expectativa para a taxa de câmbio neste ano voltou a subir, agora vista
em 5,22 reais, de 5,20 reais na semana anterior. No próximo ano, a moeda
norte-americana ainda é projetada em 5,20 reais.
As expectativas
para a taxa de câmbio têm subido à medida que aumentaram as preocupações
do mercado com o ajuste das contas públicas brasileiras e a política
monetária local, o que levou a divisa norte-americana a tocar 5,70 reais
há duas semanas.
PIB, Selic e câmbio
Para
o PIB, os analistas elevaram ligeiramente a projeção de crescimento
para este ano, agora em 2,11%, de 2,10% na última semana. Em 2025, a
expectativa foi mantida em 1,97%.
Pela quarta semana consecutiva,
os economistas também mantiveram a expectativa para o patamar da taxa
Selic neste ano e no próximo, a 10,50% e 9,50%, respectivamente.
A
mediana do relatório Focus para a cotação do dólar no fim de 2024
passou de R$ 5,20 para R$ 5,22, contra R$ 5,13 um mês atrás. A
estimativa intermediária para a moeda americana no fim de 2025 continuou
em R$ 5,20, de R$ 5,10 há quatro semanas.
Oportunidades estão disponíveis em 18 estados (Crédito: Freepik)
Da redaçãoi
O
Banco Santander está realizando dois leilões com 273 imóveis ao todo em
diversos estados do Brasil. Os certames estão sendo realizados pela Di
Biasi e pela Superbid Exchange, e vão acontecer nesta terça-feira, 16,
de forma online.
As oportunidades são para casas, apartamentos,
terrenos e salas comerciais e podem chegar a até 55% de desconto. Os
lotes estão localizados nos seguintes estados: Amazonas, Alagoas, Bahia,
Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais,
Paraíba, Paraná, Pará, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro,
Santa Catarina, Sergipe e São Paulo.
No leilão da Di Biasi,
o destaque é uma residência de alto padrão, no bairro Adalgisa, em
Osasco (SP), com área total de 549,9 m², e lance inicial de
R$1.450.000,00. Outro destaque é um apartamento localizado no bairro
Turiaçu, zona norte do Rio de Janeiro/RJ, com área total construída de
49 m² e lance mínimo de R$ 46.872,00.
No certame organizado pela Superbid há
muitas oportunidades para quem deseja a casa na praia no litoral de SP.
Os valores variam entre R$ 130 mil, em uma casa de 142 m², em Mongaguá
(41% abaixo da avaliação) e R$ 790 mil, em uma casa de 648 m², em
Caraguatatuba (40% abaixo da avaliação).
Os
imóveis que tiverem débitos de IPTU e condomínio terão as dívidas
quitadas até a data do leilão. O Banco oferece facilidades de pagamento,
como o uso do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) como parte
do pagamento: para os residenciais, há financiamento de até 80% do valor
do bem, até 420 meses.
Bolsa de Valores de Wall Street, em Nova York, EUA
Estadão Conteúdoi
A
aversão ao risco deve dar a tônica para o mercado americano nesta
segunda-feira (15), refletindo atentado contra o ex-presidente dos EUA
Donald Trump. Mas ainda é difícil de prever a intensidade, duração e os
impactos dessa reação, diante da falta de precedentes. A avaliação é do
economista-chefe da G5 Partners, Luis Otávio de Souza Leal.
“Em
condições normais, uma situação dessas deveria enfraquecer o dólar,
porque foi um tiro no coração da sociedade americana. Mas a aversão ao
risco pode fazer com que haja uma corrida para os ativos americanos, que
são mais seguros”, ele diz. “Mas a aversão ao risco nos Estados Unidos
nunca é boa para países emergentes.”
Para Leal, a primeira
consequência óbvia do atentado é um grande aumento na chance de Trump se
reeleger. O economista traça um paralelo entre o atentado contra o
ex-presidente americano e o ataque contra o ex-presidente Jair
Bolsonaro, que foi alvo de uma facada durante a campanha presidencial de
2018.
Silvio
Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria, aponta que há um natural
receio com a política fiscal em um eventual governo Trump, por receios
de que o republicano tente reeditar cortes vigorosos de impostos em um
país cuja situação fiscal já é ruim. Além disso, há temores com sua
postura mais hostil em temas comerciais e geopolíticos. “Eventualmente
tais preocupações ficam exacerbadas nessa situação”, afirma.
“Mas
não sei dizer exatamente se haverá alguma consequência prática desse ato
na postura dele daqui para frente. Ao menos, é mais um evento que eleva
a instabilidade e a incerteza de um processo eleitoral já complicado”,
acrescenta o sócio da Tendências Consultoria.
Escalada
A
segunda consequência, segundo Luis Otávio de Souza Leal, é que deve
crescer o medo de novos episódios de violência durante as eleições
americanas deste ano, diante da polarização nos Estados Unidos. Isso
deve sinalizar ao mercado o risco de que o atentado seja apenas a “ponta
do iceberg”, alerta Leal.
“Isso veio de onde não se esperava:
você esperava que uma atitude violenta pudesse partir dos apoiadores de
Trump, como ocorreu na invasão do Capitólio. Mas o atentado mostra que o
outro lado – não os democratas, mas os anti-Trump – também estão
dispostos a atitudes desesperadas”, afirma.
Além do ministro, outros políticos e entidades de jornalistas reagiram às revelações da PF sobre esquema de espionagem
Redação
Brasil de Fato | Recife (PE) |
A quebra de sigilo sobre o funcionamento da "Abin paralela" na última quinta-feira (11), investigada pela operação Última Milha,
da Polícia Federal (PF), desencadeou críticas, menção de repúdio e
anúncios de acionamento da Justiça. O governo de Jair Bolsonaro é
acusado de espionar desafetos e ex-aliados políticos, através da atuação
de servidores que trabalhavam na Agência Brasileira de Inteligência
(Abin).
Cinco investigados foram presos na quinta-feira, apontados como
operadores das irregularidades durante a gestão Bolsonaro. Nesta
sexta-feira (12), foi realizada uma audiência de custódia com os
acusados e o Supremo Tribunal Federal (STF) manteve a prisão
de Mateus de Carvalho Sposito, ex-funcionário da Secretaria de
Comunicação da Presidência da República, o empresário Richards Dyer
Pozzer, o influenciador digital Rogério Beraldo de Almeida, Marcelo
Araújo Bormevet, policial federal, e Giancarlo Gomes Rodrigues, militar
do Exército.
Para o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT),
o caso reforça a tese de que a derrota de Jair Bolsonaro nas últimas
eleições presidenciais "preservou a democracia no Brasil". De acordo com
a revista Fórum, a declaração foi dada nesta sexta-feira
(12), durante um evento na Fundação Fernando Henrique Cardoso em São
Paulo (SP), em que o representante do governo lembrou a formação de uma
frente ampla formada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2022.
"Eu não tenho dúvida nenhuma, cada vez mais as evidências reforçam
isso, que a frente ampla liderada pelo presidente Lula, pelo
vice-presidente Alckmin, que no segundo turno teve o apoio de várias
forças democráticas, inclusive do ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso, salvou a democracia no nosso país. A cada semana a gente tem
mais evidências do que significou. Nessa semana, as revelações, as
evidências cada vez maiores do uso do aparato do Estado, da Abin, para
espionar, perseguir, adversários políticos, jornalistas, advogados, e
até aliados políticos, só reforçam isso", declarou.
Na palavras de Padilha, uma "organização criminosa" atuava no
"terceiro andar do Palácio do Planalto". A referência foi feita ao
lembrar a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que se debruçou
sobre os atos golpistas do 8 de janeiro.
CPI da Covid
Já o senador Renan Calheiros (MDB-AL) prometeu ir à Justiça por sugerir que a "Abin paralela" prejudicou o trabalho da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid,
que investigou a atuação do governo Bolsonaro durante a pandemia do
Coronavírus. Em postagem na rede social X, ele aponta a possibilidade de
"reabrir partes engavetadas" sobre o trabalho da Comissão.
"Vou entrar na Justiça, até em cortes internacionais, como assistente
da acusação no escândalo Abin. A grampolândia na cúpula da CPI mostra
que a investigação pode ter sido embaraçada na ação marginal de órgãos
de Estado. Fatos novos para PGR reabrir partes engavetadas por Aras",
publicou o senador alagoano.
O tom de reparação e acionamento judicial também entrou em postagem
feita pelo ex-deputado federal Jean Willys nas redes sociais. Ele afirma
que as intuições de tempos antes sobre espionagem se confirmam com a
quebra de sigilo. Além disso, nas palavras dele, há uma evidência de
"organização criminosa" que não pode ser separada do assassinato de
Marielle Franco.
"A saída para o exílio foi uma recomendação da CIDH
[Comissão Interamericana de Direitos Humanos] da OEA [Organização dos
Estados Americanos] para que eu pudesse sobreviver à violência que esta
organização criminosa perpetrava contra a mim antes mesmo de se
Bolsonaro se eleger, como, por exemplo, me associar de forma caluniosa
ao suposto atentado que o chefe da famiglia sofreu na corrida
eleitoral de 2018. Tudo isto me causou danos morais e materiais
profundos, mas em relação aos quais agora terei formas de exigir
reparação por toda perda e sofrimento", publicou.
Entidades repudiam espionagem de jornalistas
A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) também se posicionou diante do caso. Em nota enviada à Agência Brasil,
a entidade considera a investigação ilegal de profissionais da
categoria um ato de violência e uma tentativa de violar o trabalho dessa
categoria.
"A utilização de maneira ilegal e abusiva de serviços de espionagem
foi uma tentativa explícita do governo Bolsonaro de violar o livre
exercício do Jornalismo e o sigilo da fonte. Já havíamos denunciado essa
situação em janeiro deste ano, quando da realização da Operação Vigilância Aproximada. Tanto que solicitamos na justiça o acesso à lista de espionados à época, mas não obtivemos informações porque o processo estava sob sigilo", diz a entidade, em nota, publicada pela Agência Brasil.
Além da Fenaj, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) também
emitiu nota em repúdio ao uso da Abin para "espionar e monitorar a
atividade profissional de jornalistas e agências de checagem".
"A Comissão de Defesa da Liberdade de Imprensa e Direitos Humanos da
ABI (CDLIDH) repudia o uso de software de propriedade federal para
espionar e monitorar a atividade profissional de jornalistas e agências
de checagem. A CDLIDH repudia esse comportamento inaceitável, que
representa total afronta à privacidade dos profissionais e organizações e
um atentado ao Estado Democrático de Direito", diz a entidade.
Pesquisadores
da Universidade de Berkeley encontraram chumbo e cádmio em diversas
marcas “campeãs de venda”. Porém, ainda não se sabe qual é o risco real
de contaminação do corpo humano através desses produtos.Pesquisadores da
Universidade de Berkeley, na Califórnia, Estados Unidos, encontraram
metais tóxicos em diversas marcas famosas de absorventes internos.
O
estudo, publicado na Environment International, detectou chumbo em
todos os 30 tampões de 14 marcas testadas, algumas delas orgânicas.
Parte da amostra também exibia níveis preocupantes de arsênio e cádmio.
Os
achados se somam a um volume de evidências científicas cada vez mais
robustas sobre a presença de substâncias perigosas em produtos de
higiene íntima.
Os efeitos de metais pesados na saúde já são bem
documentados pela ciência e incluem danos aos sistemas cardiovascular,
nervoso e endócrino; ao fígado, rins e cérebro; bem como maior risco de
desenvolver demência, câncer, diabetes e infertilidade, e de comprometer
a saúde de gestantes e seus fetos.
Os
autores do estudo argumentam que os absorventes internos podem ser
fonte de exposição a substâncias químicas, incluindo metais, porque a
mucosa no interior da vagina é mais permeável do que a pele humana.
Uma
parcela significativa da população dos Estados Unidos utiliza esses
produtos com frequência: entre 50% e 80% das pessoas que menstruam, na
estimativa dos pesquisadores, podendo consumir até 7,4 mil absorventes
internos ao longo de suas vidas.
Tema pouco pesquisado
Principal autora do estudo, Jenni Shearston destaca que, apesar dos
potenciais riscos à saúde pública, a presença de metais tóxicos em
absorventes internos é um tema pouco pesquisado. “Até onde sabemos, esse
é o primeiro estudo publicado a esse respeito”, afirma.
A
equipe liderada por Shearston avaliou a presença de 16 metais nas
amostras: arsênio, bário, cálcio, cádmio, cobalto, cromo, cobre, ferro,
manganês, mercúrio, níquel, chumbo, selênio, estrôncio, vanádio e zinco.
Todos foram testados positivamente, mas chumbo, arsênio e cádmio
estavam presentes em “quantidades elevadas”.
Embora os cientistas
não revelem os nomes das marcas testadas, eles afirmam que a amostra
incluiu produtos listados como “campeões de venda” em um grande site
varejista. Os produtos foram adquiridos tanto pela internet quanto em
lojas físicas em Nova York, Londres e Atenas entre setembro de 2022 e
março de 2023.
O grupo afirma não saber como os metais foram parar
nos absorventes, mas especula que as matérias-primas possam ter sido
contaminadas por agrotóxicos, pela água, ar ou solo, ou que alguns
metais tenham sido adicionados intencionalmente durante o processo de
fabricação para pigmentação e controle odores, ou ainda como agente
antibacteriano.
Não há evidência sobre danos à saúde decorrente do uso desses produtos
Apesar
dos achados, os pesquisadores ressaltam que ainda faltam evidências
sólidas sobre danos à saúde decorrente do uso de absorventes internos, e
que mais estudos são necessários para determinar até que ponto metais
tóxicos presentes nesses produtos podem, de fato, contaminar o corpo
humano.
Para Shearston, porém, uma coisa é certa: a indústria de
produtos menstruais precisa ser melhor supervisionada. “Espero muito que
fabricantes sejam obrigados a testar a quantidade de metais em seus
produtos, especialmente metais tóxicos”, afirma , referindo-se ao
cenário nos Estados Unidos. “Seria animador ver o público exigir isso
[testagem e mais transparência].”
Em entrevista à rádio pública
americana NPR, o ginecologista Nathaniel DeNicola, que não participou do
estudo, ponderou que a questão mais urgente não é a presença de
substâncias químicas em absorventes internos, e sim qual quantidade é,
de fato, perigosa para a saúde.
DeNicola explica que alguns dos
metais detectados no estudo de Shearston, como cobre, cálcio, ferro e
zinco, não são só considerados seguros, mas receitados por vários
médicos. Em baixas quantidades, eles não seriam prejudiciais à saúde,
mas seu acúmulo no organismo poderia impactar as funções hormonais.
Arsênio,
por exemplo, pode ser fatal em altas quantidades. Já no caso do chumbo,
os autores do estudo ressaltam que “não há nível de exposição seguro”.
Ao jornal The New York Times, especialistas disseram que os
resultados do estudo não devem gerar pânico nem levar as pessoas a
pararem imediatamente de usar absorventes internos. Os níveis dos metais
tóxicos detectados, incluindo arsênio e chumbo, foram muito baixos, e
dois estudos anteriores realizados pelo mesmo grupo de pesquisadores não
encontraram níveis significativamente mais altos desses metais no
sangue de pessoas que usam absorventes internos.
Ainda assim,
Shruthi Mahalingaiah, ginecologista e professora de saúde reprodutiva e
da mulher da Universidade de Harvard, disse ao NYT que é preciso
considerar os potenciais riscos cumulativos do uso, ao longo de vários
anos, de absorventes internos.