sexta-feira, 30 de agosto de 2024

Campos Neto repete que há percepção de que está para começar período de desaceleração global

 Campos Neto reconhece que juros são altos

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, repetiu nesta sexta-feira que há uma percepção no mercado financeiro de que está para começar um processo de desaceleração da economia global. Ele citou sinais de desaceleração nos Estados Unidos e na China, com potencial impacto no ritmo de desinflação global, para explicar a postura do BC de ganhar tempo para decidir qual será o próximo passo da política monetária.

“Hoje, tempo é importante para entender como o processo de desinflação está se dando”, comentou Campos Neto, em participação na Expert, evento da XP Investimentos. “Há uma percepção de que vamos entrar em um período de desaceleração global”, acrescentou o banqueiro central, emendando que o mercado passou a esperar que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) comece a cortar sua taxa de juro em setembro. “O mercado espera cortes do Fed em setembro, de 0,25 ou 0,50 ponto porcentual. O mundo se prepara para a queda dos juros americanos”, disse.

Assimetria em balanço de riscos não é guidance

O presidente do Banco Central disse ainda que a assimetria no balanço de riscos para a inflação mencionada por vários membros do Comitê de Política Monetária (Copom) na ata da reunião de julho não equivale a uma sinalização sobre a decisão que será tomada a respeito da Selic em setembro.

Campos Neto reiterou que o Banco Central “fará o que for preciso para levar a inflação para a meta”, mas destacou que o Copom preferiu não apresentar guidance – ou seja, sinalizar qual será sua próxima decisão – “por entender que o momento requer flexibilidade”.

“É importante que o guidance tenha um valor esperado positivo e quando o Banco Central está muito dependente de dados é importante às vezes ter mais flexibilidade”, acrescentou. “Assimetria não é guidance. Nós dependemos de dados”, insistiu o banqueiro central.

Shopping Iguatemi entra com ação de despejo contra a Americanas

 

americanas – brand center americanas

O Shopping Iguatemi entrou com uma ação de despejo na Justiça contra as Americanas, para reaver dívidas de aluguéis. A ação envolve a loja da varejista no endereço do Iguatemi na avenida Brigadeiro Faria Lima, na capital paulista, e seu valor é de R$ 2.978.737,80. Desde o início de 2023, a Americanas está em recuperação judicial.

O processo, proposto pela Condomínio Shopping Center Iguatemi, que administra as comercializações de espaços do empreendimento, tramita na 33ª Vara Cívil do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).

O pedido teve entrada no dia 2 de julho deste ano, e, segundo a última movimentação, de quarta-feira, 28, está pronto para análise do juiz.

A loja em questão fica em um dos pontos mais valorizados pelo comércio na cidade de São Paulo.

O contrato de aluguel é de 1981 e a loja fica logo na entrada do shopping, à direita de quem acessa o empreendimento à pé, em um modelo conhecido no mercado como “âncora”, devido à sua grande metragem.

Embora a Americanas seja alvo de vários processos de despejo por falta de pagamento de aluguéis, segundo consulta feita pela reportagem no site do TJ-SP, o ponto do Shopping Iguatemi não possui dívidas dessa natureza atualmente, diz a varejista.

“A Americanas segue pagando seus fornecedores rigorosamente em dia e sem atrasos”, disse a Americanas, em nota.

A varejista diz que a unidade do Shopping Iguatemi permanece aberta e que já apresentou a sua defesa na ação de despejo.

“A Americanas reitera que os créditos concursais referentes à recuperação judicial estão devidamente endereçados no cronograma de pagamentos já em execução”, informa a empresa.

A lista de credores divulgada em junho pela Americanas indica oito créditos devidos a CNPJs atrelados a Condomínio Shopping Center Iguatemi. Além da Faria Lima, existem pendências em Campinas, São José do Rio Preto e Ribeirão Preto (no Estado de São Paulo), além do Rio de Janeiro (RJ), Campina Grande (Paraíba), Fortaleza (Ceará) e Maceió (Alagoas). O montante chega a R$ 1,081 milhão, sendo que o maior valor é o da loja da Faria Lima, de R$ 662.273,73.

Procurado, o Shopping Iguatemi informou que não comenta processos em andamento.

Recuperação judicial

A Americanas entrou com pedido de recuperação judicial em 19 de janeiro de 2023. A dívida da empresa é de aproximadamente R$ 43 bilhões. Essa dívida é composta por obrigações com uma variedade de credores, incluindo bancos, fornecedores e detentores de títulos de dívida.

Entre os principais credores bancários estão instituições financeiras de grande porte, como o Banco do Brasil, Bradesco, Itaú Unibanco e Santander, além de outros bancos e instituições financeiras nacionais e internacionais.

A dívida com fornecedores também representa uma parcela significativa do passivo da empresa.

Pablo Marçal é multado em R$ 30 mil por associar Guilherme Boulos a cocaína, sem provas

 

Foto do(a) deputado(a) Guilherme Boulos

O empresário e influenciador Pablo Marçal (PRTB), candidato à Prefeitura de São Paulo, foi multado pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) em R$ 30 mil por associar, sem provas, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), também candidato, ao uso de cocaína. Procurada para comentar a decisão, a assessoria do candidato do PRTB não respondeu.

Na decisão desta quarta-feira, 28, o juiz Rodrigo Marzola Colombini, da 2ª Zona Eleitoral da capital paulista, afirmou que Marçal utilizou as redes sociais para espalhar propaganda eleitoral negativa e inverídica contra o oponente.

A ação foi apresentada por Boulos e por sua coligação à Prefeitura, a “Amor por São Paulo”, formada pelo PSOL e mais sete partidos, entre os federados à sigla e coligados. O pedido se baseia em um vídeo publicado no perfil do Instagram do ex-coach no qual ele diz que Boulos “é um drogado” e que “já foi preso portando droga”.

Além do processo que originou a multa, tramita no TRE-SP uma ação em que Guilherme Boulos solicita direito de resposta nas redes sociais de Marçal pela insinuação de que seria usuário de drogas. O pedido de Boulos para aparecer nas redes do ex-coach, por ora, está suspenso.

Na decisão, Colombini ressaltou que a liberdade de expressão é assegurada pela Constituição, mas não é um direito absoluto e se limita ao “campo da crítica de índole política”.

Segundo o juiz, “mensagens com conteúdo dessa natureza devem ser desestimuladas, pois reduzem o debate político à violência verbal, ao invés de incentivar um ambiente saudável de discussão baseada em fatos e propostas construtivas para a sociedade”.

O vídeo citado na ação não foi a única ocasião em que Marçal insinuou que Guilherme Boulos é usuário de cocaína. No dia 8 de agosto, durante o primeiro debate entre candidatos à Prefeitura, promovido pela TV Band, Marçal precedeu uma pergunta ao deputado federal com um gesto no nariz, insinuando o uso da substância.

Antes do encontro, ele havia prometido que, durante o programa, exibiria as provas de que dois candidatos na disputa eleitoral em São Paulo eram usuários de drogas. Nenhuma prova, contudo, foi apresentada durante a exibição do debate da Band.

No embate entre candidatos seguinte, promovido pelo Estadão, Marçal voltou a fazer a insinuação, replicando os trechos em suas redes sociais. Guilherme Boulos falou sobre os ataques durante sua participação no programa Roda Viva na segunda-feira, 26, indo às lágrimas ao citar que suas filhas foram afetadas com a insinuação de que o pai era usuário de drogas.

“Eu nunca usei e eu desafio o Pablo Marçal, que diz que tem prova, a presente agora”, afirmou Boulos. “Olha o nível que chega, olha o esgoto que chega. Foi nesse contexto que eu mencionei as minhas filhas”, completou o candidato do PSOL.

BC vende U$1,5 bi em leilão à vista e Campos Neto atribui intervenção a fluxo atípico

 


Sede do Banco Central, em Brasília

Por Fernando Cardoso

 

(Reuters) – O Banco Central vendeu 1,5 bilhão de dólares nesta sexta-feira em leilão à vista da moeda norte-americana realizado entre as 9h30 e 9h35, informou a autarquia em comunicado, com o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmando que a ação se deu para lidar com um “fluxo atípico” de dólares decorrente de um rebalanceamento de índice do mercado.

O BC havia anunciado a realização do leilão na véspera, acrescentando que a venda seria referenciada na taxa Ptax e que seriam vendidos até 1,5 bilhão de dólares.

O leilão ocorreu após quatro dias de forte alta do dólar à vista, que chegou a 5,6227 reais na quinta-feira, acumulando elevação de 2,61% nas últimas quatro sessões.

Em evento promovido pela XP Investimentos, Campos Neto disse que as atuações ocorrem em momentos de disfuncionalidade no mercado, indicando ainda que se for preciso fazer mais intervenções no câmbio, “assim faremos”.

“A gente está tendo um movimento de fluxo atípico por um rebalanceamento de um índice… cabe ao BC mapear qual o tamanho desse desbalanceamento, quanto precisa para suprir esse fluxo que é atípico, e a gente também está olhando a diferença do que a gente entende que é um descolamento muito grande dos fundamentos, às vezes por critério de liquidez, às vezes por ruídos de curto prazo”, disse.

A afirmação se deu em meio ao rebalanceamento do Morgan Stanley Capital International, um dos principais índices de referência para investidores que aplicam em bolsas de valores internacionais.

Campos Neto ressaltou que o Banco Central tem reservas suficientes para fazer intervenções cambiais quando for necessário.

Esta foi a segunda intervenção no câmbio realizada pelo BC desde o início do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sendo a primeira no mercado à vista.

O BC não interveio no mercado quando o dólar chegou a superar os 5,85 reais durante a sessão de 5 de agosto.

A instituição, por outro lado, entrou no mercado em 1º de abril deste ano, quando o dólar estava em 5,0888 reais, ofertando 20.000 contratos de swap cambial (1 bilhão de dólares). Na época, o BC informou que a operação buscava atender parte da demanda gerada pelo resgate do título NTN-A3, previsto para 15 de abril.

Como a NTN-A3 era indexada ao dólar, o vencimento estava gerando demanda adicional por hedge (proteção) no mercado de câmbio. A venda de swap cambial é uma operação cujo efeito é equivalente à oferta de dólares no mercado futuro.

Após iniciar a sessão desta sexta em tendência de queda, refletindo certa cautela no exterior e na espera do leilão, o dólar passou a disparar novamente frente ao real.

A moeda norte-americana atingiu a mínima da sessão logo após o fim do leilão, às 9h40 (-0,72%), mas não sustentou a queda e passou a avançar logo depois, chegando a subir mais de 1% em um determinando momento.

Às 12h57, o dólar à vista subia 0,19%, a 5,6333 reais na venda.

Desemprego cai para 6,8% em julho, menor taxa da história para o mês

 


Pessoas olham avisos de vagas de emprego no centro de São Paulo

A taxa de desemprego caiu para 6,8% em julho, segundo divulgou o IBGE nesta sexta-feira, 30. Essa foi a menor taxa para um trimestre encerrado em julho na série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua do IBGE, iniciada em 2012.

O desemprego recuou 0,7 ponto percentual em relação ao trimestre de fevereiro a abril (7,5%) e caiu 1,1 ponto percentual frente ao mesmo trimestre móvel de 2023 (7,9%).

O número de desempregados no país caiu para 7,4 milhões, menor contingente de pessoas procurando por uma ocupação no país desde o trimestre encerrado em janeiro de 2015.

O número total de trabalhadores bateu novo recorde, chegando a 102,0 milhões. Houve recordes tanto no número de empregados com carteira quanto no contingente dos sem carteira de trabalho assinada: 38,5 milhões e 13,9 milhões, respectivamente.

O resultado foi idêntico à mediana das previsões de analistas colhidas pelo Projeções Broadcast. O intervalo das estimativas ia de 6,7% a 7,0%.

A menor taxa de desemprego de toda a série histórica foi registrada em 2014, quando chegou a 6,5%. Veja gráfico abaixo:

A taxa de desocupação (6,8%) no trimestre encerrado em julho de 2024
A taxa de desocupação ficou em 6,8% no trimestre encerrado em julho de 2024

Massa de rendimentos cresce

O rendimento médio real das pessoas ocupadas foi de R$ 3.206, com estabilidade frente ao trimestre móvel anterior e alta de 4,8% na comparação anual.

Já a massa de rendimentos, que é a soma das remunerações de todos os trabalhadores, chegou a R$ 322,4 bilhões, mostrando altas de 1,9% no trimestre e de 7,9% na comparação anual.

O resultado evidencia a força do mercado de trabalho no país em um momento em que o Banco Central tem reiterado surpresa com a força da atividade econômica.

O BC tem reforçado em sua comunicação que o mercado de trabalho tem apresentado dinamismo maior do que o esperado. Nesta semana, o presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, apontou que já há sinais “ainda incipientes, mas mais claros” de que o aperto no emprego possa estar sendo transmitido para os preços de serviços “de uma forma mais prolongada”.

O BC se reunirá em meados de setembro para deliberar sobre os juros e a aposta do mercado é de alta da taxa Selic, atualmente em 10,5% ao ano.

quinta-feira, 29 de agosto de 2024

PF vê indícios de empresa de ônibus ser cliente de fintech usada pelo PCC para fugir de penhora

 

UPBus Qualidade em Transportes

A empresa UPBus, que presta serviço de transporte público na capital paulista, é suspeita de ser cliente de uma fintech para escapar de possíveis penhoras, aponta trecho da Operação Concierge, deflagrada nesta quarta-feira, 28, pela Receita Federal, Polícia Federal e Ministério Público Federal (MPF). A empresa já é investigada no âmbito da Operação Fim da Linha por suposta lavagem de dinheiro para o Primeiro Comando da Capital (PCC) e está sob intervenção da Prefeitura de São Paulo, ao lado de outra empresa, a Transwolff, depois de determinação das 1ª e a 2º Varas de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital.

De acordo com a investigação da PF, pessoas físicas e jurídicas teriam criado contas invisíveis nas operadoras de pagamentos T10 Bank e I9Pay para evitar rastreamento das autoridades públicas, o que permite lavagem de dinheiro e evita bloqueio de valores. As fintechs, segundo a PF, mantinham-se hospedadas em instituições financeiras de grande porte autorizadas pelo Banco Central (Bonsucesso e Rendimento). O método é chamado de “conta bolsão”, o que era utilizada pela facção criminosa PCC. Procuradas, a T10 Bank não respondeu até a publicação desta matéria. A I9Pay negou as acusações. Os bancos afirmaram que colaboram com as autoridades (leia mais abaixo). O Estadão não conseguiu contato com a defesa da UPBus. O espaço está aberto para manifestação.

A motivação para criação de subconta junto ao T10 Bank, suspeitam os investigadores, é a dívida milionária da empresa com a União. A operação financeira, portanto, seria para evitar possíveis bloqueios judiciais. “O fato de a empresa UPBus possuir mais de R$ 61 milhões em débitos tributários inscritos em dívida ativa da União, justificaria (indícios) a utilização dos ‘serviços’ fornecidos pela T10 Bank, de ‘impenhorabilidade’ de suas contas bancárias”, diz trecho da investigação citada na decisão da juíza Valdirene Ribeiro de Souza Falcão, da 9ª Vara Criminal Federal de Campinas, que determinou prisões preventivas, temporárias e buscas e apreensões.

“A autoridade policial explica que por se tratar de uma conta bolsão, a seguinte informação deve ser entendida como: a empresa UPBus Qualidade em Transportes S.A. enviou, por meio de suas contas, R$ 3.011.419,98 para clientes que mantêm uma subconta na T10 Bank. Além disso, a UPBus recebeu, nas contas referidas, R$ 1.554.231,00 que tiveram como origem clientes da T10 Bank. Essas transações ocorreram no curto período de tempo de 14 de setembro de 2023 a 30 de novembro de 2023?, cita trecho da decisão.

A UPBus é apontada como a 11ª no ranking de maiores remetentes da T10 Bank. “Observou-se, portanto, que ao que tudo indica a subconta da UPBus no T10 Bank serviu como intermediária à movimentação dos recursos, quebrando a cadeia de análise do percurso dos recursos, considerando que, para o sistema financeiro oficial, a conta era titularizada pelo T10 Bank e não pela UPBus”, diz trecho do documento.

Como funcionava suposto esquema, segundo a investigação

De acordo com a Receita Federal, uma pessoa física A tem uma conta de pagamento garantida aberta com a fintech e comanda suas operações através de um aplicativo digital. A fintech, por sua vez, tem uma conta corrente, do tipo bolsão, em seu próprio nome em um banco comercial. A pessoa física A, de seu aplicativo, comanda uma transferência de R$150 mil para pessoa física B. Como a pessoa física A não tem vínculo com o banco comercial, seu nome não aparecerá no extrato, mas sim a fintech, titular da conta. A transferência para pessoa física B aparece no extrato tendo como origem a fintech e não a pessoa física A. Neste esquema, a pessoa física A é invisível a um bloqueio judicial e pode manter seu patrimônio livre de restrições.

Quando a Justiça determinava bloqueio de bens de um investigado, por exemplo, não havia como rastrear contas pelo fato de ficarem invisíveis. “As fintechs serviram aos interesses de pessoas jurídicas sonegadoras contumazes que, por causa de suas altas dívidas tributárias, fraudavam a execução fiscal usando as fintechs especialmente pelo oferecimento de uma ‘conta garantida'”, diz a Receita.

A Operação Concierge atingiu pessoas físicas e jurídicas localizadas nas cidades de São Paulo, São Caetano do Sul, Osasco, Barueri, Santana de Parnaíba, Embu-Guaçu, Jundiaí, Valinhos, Paulínia, Campinas, Americana, Sorocaba, Votorantim, Ilhabela e Belo Horizonte (MG).

A UPBus foi alvo da operação Fim da Linha deflagrada em abril último, ao lado da Transwolff. As empresas são acusadas de serem criadas com o dinheiro do PCC. A operação do primeiro semestre deste ano foi a maior já feita até hoje contra a infiltração do crime organizado no poder público municipal no País. Trata-se do resultado de uma investigação de quatro anos feita pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), pela Receita Federal e pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Na ocasião, foi decretado o bloqueio de R$ 684 milhões em bens dos investigados para o ressarcimento das vítimas e em razão de danos coletivos provocados pela atuação das empresas. À época, a defesa da UPBus informou que a origem financeira é lícita e comprovaria o fato no decorrer das investigações.

Com a palavra, a Inove Global Group

Os advogados do Inove Global Group ainda não tiveram acesso integral ao conteúdo da investigação. A empresa nega veementemente ter relação com os fatos mencionados pelas autoridades policiais e veiculados pela imprensa. Também ressalta total disposição em colaborar com as investigações. Importante ressaltar que o Inove Global Group é uma empresa de tecnologia ligada a meios de pagamento. E não uma Instituição financeira e nem banco digital.

Com a palavra, o BS2 (antigo Banco Bonsucesso)

O Banco BS2 informa que está colaborando com fornecimento de informações à Polícia Federal e Receita Federal relativas a movimentações financeiras de um cliente. Estamos prestando todos os esclarecimentos demandados pelas autoridades competentes e reafirmamos nossa atuação em conformidade com a regulamentação vigente.

Com a palavra, o Banco Rendimento

O Banco Rendimento segue todas as regulamentações do Banco Central e órgãos competentes, também aplicadas desde o início da relação com a T10 Bank, onde todas as avaliações recomendadas foram executadas. No momento da operação realizada hoje, o Banco Rendimento já não prestava mais os serviços mencionados para a T10 Bank. O Banco Rendimento está colaborando com as investigações.

BNDES assina contrato com organizações negras para financiar ‘Pequena África’, no Rio

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O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) assinou na quarta-feira, 28, um contrato com um consórcio de organizações negras para financiar de forma não reembolsável e capitalizar projetos de valorização da região conhecida como “Pequena África”, na região central do Rio de Janeiro. Serão R$ 10 milhões aportados pelo BNDES e advindos do seu Fundo Cultural, e outros R$ 10 milhões captados com instituições privadas.

O consórcio em questão é formado pelo Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (CEAP), pela PretaHub e pela Diaspora.Black. Participaram do evento, na sede do BNDES no Rio, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, a diretora Socioambiental do Banco, Tereza Campello, e o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, além do Conselheiro Estratégico do Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (Ceap), Ivanir dos Santos e representantes das referidas organizações.

A iniciativa está inserida em um plano de ação proposto pelo BNDES no Grupo de Trabalho Interministerial, coordenado pelos ministérios da Cultura e da Igualdade Racial, e motivado pelo reconhecimento do sítio arqueológico Cais do Valongo como Patrimônio Cultural Mundial pela Unesco em 2017. O Brasil recebeu cerca de quatro milhões de africanos escravizados, durante os mais de três séculos de escravização de pessoas negras.

Além da proposta de ações de fortalecimento da memória africana na região, o projeto vencedor do edital irá articular uma rede de instituições do território e mapear outros territórios representantes da memória e herança africanas no Brasil para futuras ações. A ideia, segundo Campello, é fortalecer a memória viva. Mas há, também, a intenção de se construir um museu.

A promessa de um museu sobre a herança africana e cultura afro-brasileira foi feita pelo presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, em sua posse no cargo ainda em fevereiro de 2023. Pouco mais de dois meses depois, em maio daquele ano, a instituição anunciou que a inauguração do centro cultural está prevista para 2026.

“As pessoas nos perguntam muito sobre o museu. Vamos fazer toda uma discussão sobre o museu vivo e reforma arquitetônica. A gente acaba ficando congelado na discussão estrutural, que tem que ser feita e está em processo de construção. Mas queria lembrar que começamos algo muito inovador, que vai mudar totalmente o resultado final, que é escutar a região. Estamos entregando hoje, ao assinar o contrato, o que a gente chama de primeira fase”, disse Tereza Campello.