Atuação:
Consultoria multidisciplinar, onde desenvolvemos trabalhos nas seguintes áreas: fusão e aquisição e internacionalização de empresas, tributária, linhas de crédito nacionais e internacionais, inclusive para as áreas culturais e políticas públicas.
A
mediana das estimativas do mercado financeiro no relatório Focus do
Banco Central para a taxa Selic no fim de 2024 subiu de 11,50% para
11,75%, indicando que os analistas aguarda, dois aumentos de 0,5 ponto
porcentual (pp) nos juros este ano.
Em 2025, a projeção é de que a taxa chegue a 10,75%, ante 10,50% há uma semana.
Na
última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o colegiado
elevou os juros em 0,25 ponto porcentual, de 10,5% para 10,75%, e
informou que vê uma assimetria altista no seu balanço de riscos para a
inflação.
O Copom realiza mais duas reuniões em 2024, em novembro e em dezembro.
Já
as expectativas para a inflação e para o crescimento do PIB (Produto
Interno Bruto) em 2024 foram mantidas em 4,37% e 3%, respectivamente.
Para
2025, a projeção para o PIB em 2025 foi elevada de 1,90% para 1,92%,
enquanto que para o IPCA foi mantida a expectativa de taxa de 3,97%.
O centro da meta oficial para a inflação é de 3%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
Para o câmbio, a projeção para a cotação do dólar segue em R$ 5,40 ao fim de 2024 e em R$ 5,35 em 2025.
Haddad diz que Brasil crescerá 2,5% ou mais em 2025
O
ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira que o
Brasil vai crescer 2,5% ou mais em 2025, alertando ainda que o aumento
dos gastos públicos é uma preocupação bastante incisiva de sua pasta.
Em
entrevista à rádio CBN, Haddad ainda afirmou que o governo vai adotar
todos os mecanismos socialmente aceitáveis para controlar as “bets”,
afirmando que a publicidade de sites de apostas está completamente fora
de controle.
O
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
regulamentou as regras para contratação da linha de capital de giro para
produtores rurais, cooperativas de produção agropecuária, cerealistas e
fornecedores de insumos agrícolas do Rio Grande do Sul afetados pelas
enchentes de maio deste ano. De acordo com circular enviada pelo banco
de fomento às instituições financeiras, a linha poderá ser contratada a
partir de 11 de outubro. Os pedidos de financiamento devem ser
protocolados pelos mutuários junto aos agentes financeiros repassadores.
A
linha de capital de giro para cooperativas integra o pacote de medidas
do governo federal de socorro à agropecuária gaúcha com recursos do
Fundo Social e foi criada por meio da Resolução 5.172/2024 do Conselho
Monetário Nacional (CMN). Os financiamentos terão prazo total de 96
meses (oito anos) para cooperativas e produtores rurais de municípios
gaúchos com situação de emergência ou estado de calamidade pública
reconhecido pelo governo federal de 26 de abril até 31 de julho de 2024.
Para
acessar o financiamento, produtores rurais terão de comprovar perda
igual ou superior a 30% na renda esperada da produção em decorrência dos
efeitos climáticos adversos com atestado de laudo técnico. O limite de
crédito não pode ultrapassar a soma das parcelas vencidas ou com
vencimento em 2024 e 2025 devidas pelo mutuário em operações de crédito
rural e cédulas de produto rural (CPRs).
As cooperativas de
produção agropecuária, cerealistas e revendas terão de apresentar
declaração sobre necessidade de crédito para continuidade das operações,
indicando dificuldade para recebimento de valores devidos por
produtores rurais em operações financeiras e comerciais. Cooperativas,
revendas e cerealistas que acessarem a linha de crédito precisarão
destinar no mínimo 70% do valor financiado para refinanciar as dívidas
de produtores rurais e comprovar a renegociação da dívida original dos
produtores.
As
cooperativas da agricultura familiar devem ainda ter mais de 70% dos
cooperados em municípios com a emergência ou calamidade reconhecida e no
mínimo 30% da produção prevista para ser beneficiada, processada ou
comercializada nos meses de abril e maio de 2024 tenha sido perdida, não
tenha sido comercializada pelas cooperativas ou não tenha sido entregue
pelos associados à cooperativa em decorrência das enchentes,
alagamentos, chuvas intensas, enxurradas, vendavais, deslizamentos ou
inundações. Elas também devem apresentar declaração sobre o porcentual
mínimo de perda ou prejuízo econômico e da necessidade de crédito para a
continuidade da operação.
Cinquenta
e quatro empresas brasileiras, lideradas pelo Conselho Empresarial
Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds), assinaram um
pacto global por metas climáticas mais ambiciosas, informou a entidade
nesta sexta-feira. Batizado de “Chamada à Ação”, o documento faz parte
dos esforços globais para fortalecer as Contribuições Nacionalmente
Determinadas (NDCs), e foi divulgado pelo Cebds durante a Semana do
Clima em Nova York.
A iniciativa defende políticas de
implementação mais claras, estímulo a investimentos e a ampla
participação do setor privado, além de destacar demandas específicas
para a NDC brasileira. Entre as empresas estão Natura, Nestlé, Siemens
Energy e Itaú, membros do Cebds, além de Vale, Braskem, JBS, B3, Eneva,
entre outras.
O
objetivo é convocar as empresas a intensificarem seus esforços com
planos de transição corporativa ousados, destacou o Cebds, estabelecendo
metas claras e investindo no futuro “para alcançar objetivos climáticos
e de preservação da natureza ambiciosos.”
“Como presidente do G20
e anfitrião da COP 30, o Brasil tem o papel de liderar esforços em
direção à ambição climática global. Precisamos agir agora para
estruturar políticas como o Plano de Transformação Ecológica, o Plano
Clima, o Mercado de Carbono Regulado e a Política Nacional de Transição
Energética, garantindo que estejam alinhadas com a próxima NDC”, afirmou
em nota a presidente do Cebds, Marina Grossi.
A
iniciativa das empresas brasileiras apoia um movimento global por NDCs
ambiciosas e que possibilitem maior investimento, e que tem o apoio do
Cebds em colaboração com o Conselho Empresarial Mundial para o
Desenvolvimento Sustentável (WBCSD) e a Coalizão We Mean Business
(WMBC).
NDCs
Segundo
o Global Stocktake (GST), uma avaliação global da ONU para monitorar e
avaliar a implementação dos objetivos de longo prazo do Acordo de Paris
(2015), as NDCs atuais, mesmo se implementadas, não são capazes de
alcançar a meta mínima de limitar o aumento da temperatura global a
1,5ºC.
A proposta atual do Brasil é reduzir as emissões de Gases
de Efeito Estufa (GEE) em 48% até 2025 e 53% até 2030, em comparação com
as emissões de 2005. Novas metas devem ser apresentadas até fevereiro
de 2025.
Apenas
13% das NDCs atualizadas em 2021 mencionaram a participação do setor
privado, informou o Cebds. Segundo a entidade, a revisão das NDCs é “uma
oportunidade única” para as empresas se associarem aos governos e
criarem planos sólidos e viáveis.
“O Cebds defende políticas e um
ambiente regulatório que ofereçam estabilidade, previsibilidade e uma
direção clara para inspirar o setor empresarial a se comprometer e
investir cada vez mais em iniciativas climáticas e de natureza,
possibilitando uma transição justa e equitativa para uma economia de
carbono zero”, finalizou a entidade.
Brasília,
27 – O Brasil poderá exportar erva-mate, DDGs (grãos secos de
destilaria, subproduto do etanol de milho) e ração compactada de feno
para novos mercados, informaram os Ministérios da Agricultura e das
Relações Exteriores, em nota conjunta. As aprovações sanitárias foram
recebidas pelo governo brasileiro nesta sexta-feira, 27.
“Essas
aberturas de mercado contribuirão para aumentar o fluxo comercial com
esses três importantes destinos e reafirmam a confiança internacional no
sistema de controle sanitário do Brasil”, destacaram as pastas.
Angola
e Coreia do Sul abriram seus mercados para a erva-mate brasileira. A
Rússia autorizou a entrada de embriões ovinos do Brasil.
O Reino
Unido e o México liberaram a importação de DDGs do Brasil. Para o
México, o Brasil poderá exportar também farinha e “pellets” (ração
compactada) de feno para alimentação animal.
Além
disso, Angola, Coreia do Sul, México e Reino Unido deram aval para flor
seca de cravo da Índia e fibra de coco do Brasil – utilizado na
indústria da construção e da manufatura.
No ano, o País acumula 138 aberturas de mercado para produtos agropecuários, chegando a 216 desde 2023.
São
Paulo, 27 – A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de
São Paulo assinou, na noite de da quinta-feira, 26, protocolo de
intenções com o Instituto Presbiteriano Mackenzie com o objetivo de
incrementar a pesquisa agrícola paulista e desenvolver o setor
agropecuário.
Entre as ações previstas estão um projeto de
qualificação e formação especializada de estudantes universitários para
atender as demandas do setor agrícola e a transferência de conhecimento
por meio de estágio, disse a pasta em nota.
Conduzir
a empresa ao protagonismo na produção de metais que farão a transição
energética, com a sustentabilidade integrada aos processos, e buscar
novos mercados para reduzir a dependência da economia chinesa estão
entre as prioridades de Gustavo Pimenta, novo CEO da empresa
Gustavo Pimenta, CEO da Vale (Crédito: José Palma)
Editora Trêsi
Por Regina Pitoscia
Gustavo Pimenta é
um mineiro de 46 anos, casado, pai de dois filhos e torcedor do
Atlético Mineiro. O perfil poderia ser o de um cidadão comum, mas não é.
Em 1º de outubro ele assume a posição de presidente da Vale, a terceira maior empresa privada do País e uma das maiores mineradoras do planeta. A posse antecipada em
três meses demonstra seu prestígio junto ao Conselho de Administração,
que aprovou seu nome por unanimidade e tratou de encurtar o processo de
sucessão, como forma de fazer frente às pressões políticas de grosso
calibre. O presidente Lula tentou sem sucesso emplacar Guido Mantega, ministro da Fazenda em seus dois primeiros mandatos, no comando ou como conselheiro da companhia.
A
mineradora trata o tema com tranquilidade. Afirma que o executivo foi
eleito após um rigoroso processo de seleção, calcado em padrões
internacionais e seguindo o Estatuto Social da empresa, as políticas
corporativas, o regulamento interno e a legislação cabível. Tudo dentro
de “alto nível de integridade, transparência e robustez da governança da
Vale”.
O currículo de Pimenta, que contempla experiência
global nos setores financeiro, de energia e mineração em grandes
empresas, e sua atuação na empresa, desde 2021, como vice-presidente
executivo de finanças e relações com os investidores,
permitiram tratar de assuntos centrais a questões espinhosas da Vale e o
credenciam para o cargo. A antecipação de sua posse sinaliza que ele
está preparado e traz segurança. Como vem de dentro, não terá de passar
por períodos de adaptação. A vida da empresa deve passar a fluir melhor.
Mas nem por isso espera-se que ele vá navegar por águas calmas. • Ao
contrário, de imediato terá de colocar um ponto final a um capítulo
triste e trágico na história da Vale, que se arrasta por quase nove
anos: o rompimento da barragem do Fundão em Mariana, em novembro de
2015, que causou mortes – além de prejuízos ambientais incalculáveis (a
Vale era sócia do empreendimento). • Agora, empresa e governo parecem estar prestes a fechar um acordo de repactuação da reparação dos danos. • O governo espera receber, no mínimo, R$ 100 bilhões no prazo de 12 anos. • Mas
as condições não estão costuradas, porque a companhia ofereceu um valor
inferior e propôs um prazo de liquidação mais elástico, de 20 anos.
Especialistas
não consideram essa dívida uma preocupação do ponto de vista
financeiro, já que a empresa tem histórico de boas condições de caixa e
não deverá ter problemas em quitar os pagamentos. Entendem, no entanto,
que o acerto já passou da hora pelo passivo de imagem que isso traz à
companhia diante do mercado, de investidores e do próprio governo. “A
finalização dessa questão pode ser vista como um ponto de partida para o
retorno de novos investimentos na Vale nos próximos anos”, afirma Bruno Carlos de Souza, doutor em controladoria e ciências contábeis e CEO da consultoria Souza Maas.
As
questões dos passivos ambientais, relativos tanto a Mariana como a
Brumadinho (barragem que se rompeu em 2019), não são riscos relevantes
na opinião de João Daronco, analista da Suno. Ele é um
especialista no tema desde a época de faculdade, sua tese versa sobre
barragens de minério de ferro. Segundo ele, a Vale vem fazendo pesados
investimentos no descomissionamento das barragens, quer dizer,
construindo novas estruturas de modo a torná-las mais seguras e evitar
novos desastres. “Vejo a empresa preocupada com esse aspecto, mais
bem preparada e embasada cientificamente com o objetivo de reduzir esse
tipo de risco nos últimos anos. Mas ele ainda existe, porque são
barragens construídas há décadas e o processo não é simples.”
Outro assunto urgente e que deve ser definido até o fim do ano refere-se às negociações,
também com o governo, para a renovação da concessão de ferrovias. A
discussão gira em torno de R$ 10 bilhões para a manutenção de contratos
que permitam o escoamento de seus produtos sem entraves. Como se vê,
existe uma necessidade premente para que Pimenta e sua direção crie
canais de interlocução com o governo de forma a garantir andamento dos
negócios da companhia.
“Ele
vai precisar de um jogo de cintura para lidar com o governo, porque a
atividade de mineração depende de concessões públicas, ambientais, de
exploração e operação de ferrovias, e acredito que ele tenha essa
habilidade”, afirma Rafael Panonko, consultor independente.
Até porque algumas arestas devem ser aparadas com o próprio presidente
Lula, que não consegue mais influenciar como gostaria nas decisões
internas da companhia, como já foi no assado.
A Vale não tem um acionista majoritário que concentre o poder de tomadas unilaterais de decisão: • 91,3% do capital da empresa está nas mãos do setor privado, • e 8,7% pertencem ao fundo de pensão do Banco do Brasil, a Previ. • Além do que 73% estão pulverizados entre acionistas na bolsa de valores.
O RISCO CHINA
A
maior ameaça às operações e resultados da companhia vem da China, seu
principal e maior comprador do minério de ferro. Panonko estima que mais ou menos 50% da produção da Vale é consumida pelos chineses especialmente
na construção civil. Como a atividade econômica do país asiático vem
desacelerando nos últimos dois anos, com empresas do setor imobiliário
em situação difícil, a incerteza é grande em relação aos desdobramentos
para a companhia brasileira.
Paulo Vicente, doutor em Administração de Empresas, mestre em Administração Pública e professor da Fundação Dom Cabral,
alerta que metade do aço produzido no mundo vem dos chineses. “Se a
China entra em crise, todo mundo entra em crise, se ela espirrar é
preciso dizer saúde!”
O professor explica que a população chinesa
parou de crescer, está na descendente. De 1,4 bilhão de pessoas,
atualmente, o país deve chegar a 600 milhões até o fim deste século. “As
mulheres pararam de ter filhos, com um encolhimento muito forte da
população. E aí não haverá mais tanta necessidade de projetos de
infraestrutura nem de casas, com queda na demanda de ferro.” Além
disso, o professor pontua que a China está ficando cada vez mais
beligerante e agressiva com seus vizinhos. De uma hora para outra,
poderá entrar em guerra com um deles. Taiwan e Filipinas são dois alvos possíveis.
Tanto Daronco, da Suno, como Panonko acreditam que esse risco está superdimensionado. É clara a dependência da Vale em relação à China,
concordam todos eles, mas o analista da Suno afirma que hoje há uma
migração no consumo de aço pela China – de vergalhões usados na
construção para aço plano, empregado na produção no setor automotivo,
bens de consumo, geladeira e eletrodomésticos entre outros. “Pode haver um impacto sim nos resultados da empresa, mas marginal”, pondera Daronco.
Para
contornar e neutralizar eventual queda da economia chinesa, o professor
da FDC acredita que a saída é a Vale encontrar novos clientes
potenciais. “Para reduzir o risco, é preciso diversificar o
portfólio de cliente. Mas onde se achará outra China? Não tem. Tem a
Índia, que está crescendo, mas ela terá de promover uma reurbanização e
não será o que a China foi nos últimos 25, 30 anos.”
O
crescimento do PIB chinês em 2024 deve ficar em 4,9%. Em2025, será de
4,4%. Depois, deve ficar ao redor de 4%, nos cálculos da economista e consultora da Tendências Yasmin Riveli.
São números mais baixos do que os registrados pelo país entre 2021 e
2019 (acima de 7% ao ano). Ela relata que as mineradoras surfaram e
foram beneficiadas pelas altas ondas de crescimento chinês, e chama a
atenção para outro fator de relevância para a Vale: a produção do minério de ferro de qualidade.
Especialmente o minério de ferro extraído de Carajás, no Pará, é de
muito boa qualidade, acima da média de mercado de 62%. E,
principalmente, como é compatível com métodos de produção mais limpos,
essa extração exige menos carvão para a produção de ferro e aço. Por
isso mesmo, sua demanda tem potencial de crescimento. É mais indicado na
transição energética.
Esse diferencial coloca a Vale e o País em vantagem competitiva em relação à Austrália,
que tem as maiores mineradoras, mas conta com um minério de ferro de
qualidade inferior. Daronco aponta para o desafio de longo prazo para a
Vale é ajustar sua dinâmica de atuação: entrar em novos mercados, que
estão na Ásia, como Índia e Indonésia.
A Austrália leva vantagem na logística pela
proximidade geográfica com esses países, mas a Vale deve ganhar na
qualidade de sua commodity e cobrar um prêmio por isso – o que tende a
influenciar os seus resultados.
Para a transição energética, a Vale já se encontra bem posicionada em dois dos principais metais – ferro e níquel –,
pontua Vicente, da FDC. Mas terá de olhar ainda para o lítio e cobalto
usados em baterias, além de cobre, que vai nos condutores. Também deverá
se voltar para o alumínio. São os seis principais metais que levarão a
uma energia mais limpa.
ENTREVISTA Gustavo Pimenta, CEO da Vale
“A demanda global por aço continuará aumentando com o crescimento da população e da economia”
Gustavo
Pimenta se preparou nos últimos dias para assumir a cadeira de CEO da
gigante Vale, que deve acelerar a produção de minerais que vão fazer a
transição energética. Nessa entrevista concedida com exclusividade à
DINHEIRO, por escrito, ele conta quais serão suas estratégias para
manter a companhia como protagonista no setor global de mineração.
O que considera ser seu principal desafio ao assumir o comando da empresa?
A Vale tem uma posição única como provedora de minério de ferro de alta
qualidade e de minerais críticos, ambos fundamentais para a transição
energética global. Nesse sentido, um dos principais desafios
será acelerar o desenvolvimento do nosso portfólio de produtos para
atendar a essa demanda crescente. E isso só será possível com
um olhar muito integrado sobre a sustentabilidade e uma relação de
confiança e parceria com nossos diversos públicos de relacionamento. Não
tenho dúvida de que seremos capazes de alcançar tais objetivos e, com
isso, reposicionar a Vale novamente como um grande orgulho nacional.
Quais são as estratégias para contornar o desaquecimento da economia chinesa? A China seguirá sendo o maior produtor de aço do mundo e um grande parceiro comercial da Vale. O
que observamos neste momento é uma mudança no padrão de demanda por aço
e, consequentemente, de minério de ferro, com uma redução da
participação do mercado imobiliário chinês e um crescimento relevante da
demanda para manufatura. Isso tem ajudado a suavizar o efeito sobre os preços internacionais.
Mas estão em busca de outros mercados?
Temos visto uma crescente demanda em novos mercados, tanto no Sudeste
Asiático quanto no Oriente Médio, esse último se beneficiando de acesso a
gás natural competitivo. Nossa visão é de que, no médio e longo prazos,
a demanda global por aço seguirá crescendo com aumento populacional e o
desenvolvimento econômico. E esse crescimento será voltado a uma produção de aço com menor pegada de carbono, o que para a Vale é muito benéfico, uma vez que continuamos a ter o minério de ferro de melhor qualidade do mundo.
Como a empresa deve se posicionar na corrida de metais para a transição energética?
No ano passado, tomamos a decisão de dar mais autonomia e foco no nosso
negócio de metais de transição energética. Estou muito animado com o
resultado dessa decisão e a evolução da Vale Base Metals de lá para cá.
Nosso grande objetivo é crescer esse negócio, de forma sustentável e
competitiva, principalmente no cobre, em que temos muitos recursos e
reservas a serem desenvolvidos. A demanda por esses minerais de transição será enorme e o maior desafio está no crescimento da oferta. Temos
uma oportunidade única de nos posicionar como um dos grandes produtores
de metais de transição energética do mundo, e essa será uma prioridade
da companhia nos próximos anos.
Como a empresa deve se engajar nas iniciativas que o governo propõe para enfrentar o agravamento da crise climática? Sem mineração não existe transição energética.
Todas as soluções que hoje conhecemos para reduzir a pegada de carbono
do mundo passam pelo minério de ferro de alta qualidade e por minerais
críticos. Nosso grande risco, como indústria, é não conseguir ofertar
esses minerais no tempo e na forma que o mundo necessita. Isso passa,
necessariamente, por acelerarmos nossa jornada em direção à mineração do
futuro, fortalecendo nossas ações sustentáveis e auxiliando nossos
clientes com produtos que reduzam a pegada de carbono na produção do
aço.
A empresa já iniciou esse caminho? Essa
tem sido uma grande prioridade dentro da Vale. No ano passado, por
exemplo, demos um passo importante ao garantir 100% de energia renovável
para produção de eletricidade e seguimos trabalhando fortemente para
acelerar a redução da pegada de carbono na própria operação e na cadeia
de produção.
Quanto
menor for a taxa de juro, melhor será para todas as áreas da economia. A
afirmação é do presidente da República em exercício e ministro do
Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, ao ser
perguntado, na sede da B3, se a elevada taxa de juro impacta
negativamente o setor de infraestrutura e a participação de interessados
nos leilões de privatização e concessões que o País pretende fazer.
“Quanto à taxa de juros, quanto menor ela for, melhor para todo mundo”,
reforçou Alckmin, que esteve na sede da B3 nesta quinta-feira, 26, para
acompanhar o leilão da Rota dos Cristais.
O leilão foi vencido pela francesa Vinci Highways, estreante em concessões de rodovias federais no Brasil.
A
empresa arrematou a concessão da BR-040/GO/MG, conhecida como Rota dos
Cristais em um leilão com quatro participantes, acima da média recente,
ao fazer uma oferta que embute desconto de 14,32% sobre a tarifa básica
de pedágio estipulada. O valor base era de R$ R$ 0,1447/km para pista
simples e R$ 0,1882/km para pista dupla, com date base de julho de 2023.
Alckmin
comemorou o resultado, prevendo melhoras no trecho concedido, futuro
aumento no escoamento de produtos para exportação e mais ingresso de
divisas para o País.
Ainda
sobre a taxa de juro, Alckmin disse que o governo está fazendo a parte
dele para criar condições para que a Selic possa cair a patamares
menores e repetiu o que disse na Fiesp na segunda-feira: “O governo está
comprometido com o arcabouço fiscal e isso nos levará a taxa de juros
menores.”