sábado, 5 de outubro de 2024

Peritos da Polícia Civil confirmam que laudo de Marçal contra Boulos é falso

 Guilherme Boulos, político


O Palácio dos Bandeirantes recebeu a informação do Instituto de Criminalística da Polícia Civil que o laudo apresentado por Pablo Marçal (PRTB) contra o adversário Guilherme Boulos (PSOL) é falso. Desde a madrugada desta sábado, 5, uma força-tarefa foi reunida para examinar o documento, Os peritos concluíram pela evidente falsificação do laudo.

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) foi informado sobre o resultado do exame, que deve ser anunciado em breve. A Justiça Eleitoral determinou à Polícia Federal que instaurasse inquérito policial para investigar o caso porque, em tese, Marçal teria cometido quatro crimes.

O primeiro deles é divulgar fatos inverídicos em relação a partidos ou a candidatos capazes de exercer influência perante o eleitorado (pena de 2 meses a 1 ano); difamar alguém na propaganda eleitoral de caráter ofensivo (pena de 3 meses a 1 ano); falsificar documento particular para fins eleitorais (pena de até 5 anos de cadeia); e fazer uso de qualquer documento falsificado para fins eleitorais (pena de até 5 anos de cadeia).

Caixa usa banco de investimentos para ampliar ação na área de imóveis

 Ficheiro:Caixa Econômica Federal logo.svg – Wikipédia, a ...


A Caixa Econômica Federal abrirá uma nova frente de atuação no mercado imobiliário, indo além da concessão de empréstimos para a compra e a construção de imóveis. A instituição planeja usar seu banco de investimento para estruturar operações no mercado de capitais que sirvam como alternativas de crédito para construtoras e que possam ser oferecidas a investidores institucionais especializados no setor.

O objetivo é aproveitar a experiência do banco no setor e preencher algumas lacunas que o financiamento tradicional não contemplava. A Caixa detém a maior carteira nacional de crédito imobiliário, no montante de R$ 780 bilhões, além de uma rede de profissionais treinados na avaliação de projetos, engenharia, fluxo de caixa e comportamento de mutuários, entre outros aspectos.

“Reunimos vários produtos de mercado de capitais já existentes. O foco principal é fechar o ciclo de tudo que envolve financiamento imobiliário”, afirmou o vice-presidente de Negócios de Atacado da Caixa, Tarso de Tassis, em entrevista ao Estadão/Broadcast.

O plano de ação abrange três grandes eixos. Um deles será a emissão de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), que consistem em financiamento com lastro nas receitas das construtoras com vendas de apartamentos, distribuição de dividendos e crédito a clientes, entre outros.

O segundo é a assessoria financeira a empresas de construção na captação de recursos para aquisição de terrenos, conclusão de obras ou empréstimo-ponte, por exemplo. Esse eixo envolve duas principais frentes: uma de desenvolvimento, focada em captar investidor institucional que dê suporte à exposição de caixa inicial para novos lançamentos; e a outra de recuperação, com intuito de resgatar companhias que têm obras não concluídas por dificuldade financeira.

A atuação se dará tanto por meio de dívidas (emissão de títulos no mercado) quanto por busca de investidores que topem aportar capital em troca de participação acionária nos projetos.

Já o terceiro eixo é a assessoria a investidores institucionais na busca de oportunidades de aportes em empresas do segmento, como desenvolvimento de fundos, permuta de terrenos ou injeção de capital em empreendimentos.

“Vamos centralizar todos os produtos já existentes em cada uma dessas áreas para apresentarmos não só a investidores, mas também aos nossos clientes (construtoras)”, disse Tassis. “Muitas vezes, os produtos já estão próximos das construtoras das grandes cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro. Mas a Caixa conhece o mercado imobiliário do País inteiro e pode conectar o capital a empresas de várias regiões.”

A fase de testes já começou. A Caixa tem 19 operações em andamento e uma já concluída. Por ora, o banco não revela o valor movimentado nessas operações de crédito, citando apenas que os empreendimentos têm potencial de vendas estimado em mais de R$ 2,3 bilhões. Para 2025, a previsão é fazer mais 20 operações, e em 2026, mais 40. “Se funcionar, vamos acelerar. Se não funcionar, vamos revisar”, diz o superintendente de Mercado de Capitais, Marco Buzzo.

Esse trabalho começou a ser feito na Caixa há dois anos, quando foram mapeadas 400 gestoras de recursos (assets, no jargão do mercado) que já investem ou têm interesse em investir em ativos do setor. “Nós categorizamos essa turma e passamos a conversar com eles quando encontramos algum tipo de oportunidade de investimento nos ativos que estão dentro do banco”, disse Buzzo.

Segundo ele, o mercado mostrou muito interesse em ouvir o banco, considerando que a experiência no setor significa acompanhamento mais preciso dos riscos dos projetos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Governo propõe criação de empresa aeroespacial brasileira (Alada)

 Luiz Inácio Lula da Silva – Wikipédia, a enciclopédia livre

O Brasil terá sua empresa pública aeroespacial para assegurar a autossuficiência do país em materiais aeronáuticos, espaciais e bélicos. Sob o nome de Alada, a proposta de criação foi enviada ao Congresso Nacional pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta semana.

Subsidiária da NAV Brasil (empresa estatal de serviços de navegação aérea), a nova empresa pública também ficará responsável pela realização de projetos e atividades de apoio ao controle do espaço aéreo.

De acordo com o projeto de lei, o objetivo é explorar economicamente a infraestrutura e navegação aeroespaciais e as atividades relacionadas ao desenvolvimento de projetos e equipamentos aeroespaciais. Outra meta é minimizar a forte dependência de fornecedores estrangeiros, especialmente para materiais que envolvem tecnologias sensíveis e que sofrem restrições para a exportação, por critérios políticos dos governos dos seus fabricantes.

Sob orientação da Estratégia Nacional de Defesa, o PL de criação da Alada atende a diversos critérios de segurança nacional ao apoiar o desenvolvimento científico, a pesquisa, a capacitação científica e tecnológica e a inovação.

Na avaliação do Ministério da Defesa, a Alada contribuirá para a segurança do país, em particular do espaço aéreo, além de promover o desenvolvimento econômico e social da sociedade.

Falta de provas contra Boulos levou advogados a deixarem campanha de Marçal



 Veja imagens de Pablo Marçal durante entrevista à Folha - 07 ...

 

 

Estadão Conteúdoi



A dupla de advogados eleitorais da campanha de Pablo Marçal (PRTB), que deixou de assessorar juridicamente o ex-coach menos de um mês após a contratação, desligou-se da equipe após Marçal não apresentar provas que corroborassem a acusação sobre suposto uso de drogas de Guilherme Boulos (PSOL).

Ao Estadão/Broadcast, o advogado Gustavo Guedes afirmou que o caso foi apenas um de uma sequência de fatos que demonstraram a “falta de importância” que o candidato dá a questões jurídicas.

O advogado conta que, logo após a acusação de Marçal contra Boulos, quando chamou o adversário político de “comedor de açúcar” no primeiro debate eleitoral, promovido pela Band no dia 8 de agosto, a equipe jurídica teria procurado o empresário cobrando provas que fundamentassem a acusação para preparar sua defesa.

Boulos entrou com uma notícia-crime na Justiça Eleitoral, que determinou no dia seguinte ao debate que Marçal excluísse de suas redes sociais o conteúdo em que fazia as insinuações.

“A resposta que tivemos foi que havia um processo de porte de drogas contra o Boulos e que aquilo não seria repassado. E, como aquilo não foi repassado até a abertura do prazo de defesa dessa ação do Boulos, a gente entendeu que deveria sair da campanha, porque não havia como defendê-lo”, disse o advogado, que confirmou que a mesma motivação fez seu colega, Thiago Boverio deixar a campanha junto com ele.

Guedes só soube que o alvo do processo era, na verdade, de um homônimo do psolista quando já havia deixado a campanha, com informações da imprensa. A reportagem foi publicada pelo jornal Folha de S.Paulo em 28 de agosto, afirmando que a ação era, na verdade, endereçada ao empresário Guilherme Bardauil Boulos por ter sido pego portando maconha, não cocaína, em 2001. A campanha de Marçal nunca confirmou se esse era o processo que servia como base da acusação.

Na noite desta sexta-feira, 4, às vésperas do primeiro turno, o ex-coach publicou em suas redes sociais laudo falso que apontaria suposto uso de cocaína pelo deputado federal. Sobre o caso, Guedes analisa que, se ficar comprovada a falsidade do documento, a Justiça eleitoral de São Paulo precisa agir “com muita firmeza”, mas não acredita que isso poderá ocasionar a prisão de Marçal, já que o Código Eleitoral proíbe a prisão nas vésperas da eleição, salvo em flagrante delito.

Além da falta de provas contra Boulos, Guedes cita como outro exemplo o caso em que, logo após o registro de candidatura no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), matérias jornalísticas apontaram que o candidato deixou de fora da declaração de bens ao menos R$ 22 milhões em cotas empresariais.

Após saber do fato pela imprensa, o advogado narra que entrou em contato com a equipe de Marçal para entender que empresas eram essas e avaliar se, de fato, precisariam entrar no registro. “Aí eu soube que logo depois, quando eles souberam da matéria, eles já falaram para a imprensa que eles iriam corrigir, como se de fato houvesse um erro – e erro esse que nem tinha sido discutido comigo”, conta o advogado, citando o caso como exemplo da falta de comunicação entre a campanha e a equipe jurídica.


Quase mil multinacionais podem pagar tributo adicional com MP de taxação mínima

 


Edifício do Ministério da Fazenda, em Brasília

 

O Ministério da Fazenda apontou nesta sexta-feira que quase mil empresas multinacionais que atuam no Brasil pagam menos que 15% sobre seus lucros, podendo estar sujeitas à tributação mínima que entrará em vigor a partir de 2025.

De acordo com a pasta, o impacto da medida sobre a arrecadação se dará apenas a partir do ano seguinte, com ganhos estimados em 3,4 bilhões de reais em 2026 e 7,3 bilhões de reais em 2027.

O governo publicou medida provisória na quinta-feira que institui uma taxação mínima de 15% sobre o lucro de multinacionais, iniciativa que pode reforçar os cofres públicos em meio à busca da equipe econômica pelo déficit zero.

Em apresentação distribuída à imprensa, a pasta afirmou que 8.704 empresas fazem parte do escopo de multinacionais que estarão sujeitas ao piso de tributação por terem receita anual superior a 750 milhões de euros.

Desse grupo, a Fazenda apontou que 957 companhias pertencem a grupos com baixa tributação, com pagamento efetivo menor do que 15%, considerando dados de 2022.

“O Brasil é uma jurisdição de baixa tributação para alguns grupos multinacionais em razão da concessão de incentivos fiscais”, disse a pasta na apresentação.

 

(Por Bernardo Caram)


A difícil batalha das aéreas brasileiras para sair do prejuízo e manter operações

 


Com crise de liquidez, alta do dólar e problemas operacionais, empresas enfrentam prejuízos recorrentes. Enquanto governo apresenta pacote de auxílio, Gol, Latam e Azul buscam soluções

Governo federal aprovou um pacote de R$ 5 bilhões em crédito para o setor aéreo (Crédito: Freepik)

 

 

Crédito: Freepik

Governo federal aprovou um pacote de R$ 5 bilhões em crédito para o setor aéreo (Crédito: Freepik)

 

Editora três


Por Allan Ravagnani

 

O céu das companhias aéreas brasileiras está fechado. Em meio a uma tempestade formada pelo câmbio desfavorável, o aumento dos custos e a falta de aviõesAzul, Gol e Latam buscam maneiras de manter suas operações no ar. O cenário é marcado por quedas acentuadas no valor das ações, rebaixamentos de ratings e prejuízos acumulados. Enquanto o governo tenta aliviar a pressão com pacotes de financiamento, as empresas enfrentam o desafio de equilibrar receitas e despesas em diferentes moedas e renegociar dívidas bilionárias com arrendadores.

Diante dessa ameaçadora cumulus nimbus, Azul, Gol e Latam lutam para equilibrar suas operações em meio a uma combinação de fatores que incluem a alta dos custos com combustíveis e leasing de aeronaves, que são atrelados ao dólar, enquanto têm receitas em real. O impacto da desvalorização da moeda brasileira, além de problemas logísticos e operacionais, pressiona ainda mais o setor.

Recentemente, as agências de classificação de risco Fitch e Moody’s rebaixaram os ratings da Azul, destacando a dificuldade da empresa em acessar novos financiamentos para melhorar seu fluxo de caixa.

Gol e Latam também passam por desafios operacionais, embora com desdobramentos distintos.

• A Latam, por exemplo, conseguiu renegociar suas dívidas após passar por um processo de recuperação judicial nos Estados Unidos, o Chapter 11. A Latam também trouxe uma boa notícia aos seus investidores na última terça-feira (1), ao anunciar uma oferta de títulos de dívida com garantia no mercado internacional no valor de US$ 1,4 bilhão, a uma taxa de juros anual de 7,9%, com vencimento no ano de 2030, que gerou uma demanda de mais de cinco vezes o valor da oferta. Com esse refinanciamento, o grupo reduzirá seu custo de dívida a uma taxa de juros significativamente menor que a atual, gerando economias anuais de US$ 83 milhões em pagamento de juros menores.

Já a Gol ainda está no meio desse processo, com a expectativa de sair da recuperação judicial até o final deste ano, enquanto busca renegociar contratos com arrendadores para garantir a continuidade das operações.

Para Hayson Silva, analista da Nova Futura Investimentos, essa situação cria uma “bola de neve” financeira, pois as companhias precisam renovar suas frotas, mas enfrentam uma cadeia de suprimentos comprometida e dificuldade na rolagem de dívidas. “As aéreas têm uma alta demanda por voos, mas não conseguem acompanhar a expansão do setor por conta da falta de aeronaves no mercado”, comentou Silva.

Além disso, o ajuste global no setor de fabricação de aeronaves, forçado pela pandemia e pelos problemas enfrentados pela Boeing, afeta diretamente a capacidade das companhias em aumentar suas operações. “Hoje há uma deficiência no suprimento de aeronaves, o que gera uma disputa entre as concorrentes por novas unidades e piora as condições de financiamento e rolagem das dívidas”, complementa o especialista. A falta de aviões e a necessidade de renegociar contratos de leasing têm pressionado o caixa das empresas, que, além de lidar com a desvalorização do real, precisam lidar com a alta do preço do combustível de aviação, influenciado pelo Brent, outro fator fora de controle.

Latam conseguiu refinanciar e alongar parte da dívida, que vai gerar economia de US$ 83 milhões ao ano com o menor pagamento de juros

Segundo Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos, a situação é delicada, mas ainda há alternativas para a Azul além da recuperação judicial, como a renegociação de contratos com credores. “O principal ponto hoje é a negociação com os credores. Grande parte da dívida das empresas aéreas vem do leasing de aeronaves. Antes de partir para uma recuperação judicial, sempre existe a possibilidade de uma negociação bilateral com esses parceiros”, explicou Arbetman.

A Gol viu suas ações caírem 86% em 2024. A empresa negocia com credores para melhorar suas condições financeiras. No segundo trimestre deste ano, a companhia registrou prejuízo e uma queda de 5% na receita líquida em relação ao mesmo período do ano anterior, impactada pelas enchentes no Rio Grande do Sul e pelos custos não recorrentes relacionados ao Chapter 11. Ainda assim, a empresa conseguiu renegociar contratos de leasing com a AerCap, um de seus principais fornecedores de aeronaves, o que pode ajudar a aliviar parte de suas obrigações financeiras.

Diante desse cenário, o governo federal aprovou um pacote de R$ 5 bilhões em crédito para o setor aéreo, a ser distribuído através do FNAC (Fundo Nacional de Aviação Civil).
• A medida, sancionada pelo presidente Lula, tem como objetivo ampliar o crédito para as companhias aéreas, permitindo que elas financiem a compra de aeronaves e outros investimentos.
 Além disso, o governo autorizou o uso desses recursos para subsidiar a compra de querosene de aviação em rotas na Amazônia Legal, uma região que depende fortemente do transporte aéreo para a mobilidade e o acesso a serviços.
 No entanto, especialistas concordam que, apesar de positivo, esse pacote de auxílio não soluciona todos os problemas das companhias.

“Essa ajuda não resolve todos os problemas, mas contribui para compor o caixa das empresas”, afirma Arbetman. O analista também ressalta que a Azul tem se esforçado para evitar uma recuperação judicial, optando por negociações bilaterais sempre que possível.

Os maiores credores das aéreas são as arrendadoras, donas das aeronaves, que “alugam” os aviões para as companhias em dólar (Crédito:Ton Molina)

Para o BTG Pactual, que acompanha de perto a situação das aéreas, o mercado está atento à evolução dessas variáveis, especialmente no caso da Azul, que viu o período de carência para a conversão de sua dívida expirar e agora busca alternativas para evitar maior pressão sobre seu caixa. Segundo os analistas, as aéreas têm enfrentado um verdadeiro “cabo de guerra” entre a alta demanda por voos e as limitações impostas pela falta de aeronaves e o aumento dos custos operacionais.

Enquanto Azul e Gol lutam para se reorganizar, a Latam, que saiu do processo de recuperação judicial, mostra uma posição mais confortável, com aumento de 7% no valor de suas ações em 2024. Todas em busca do céu de brigadeiro.

Boeing segue em turbulência

No plano de voo da Boeing, o céu fica cada vez mais encoberto. A gigante da aviação, que há tempos vinha enfrentando uma série de desafios operacionais, agora se vê diante de um cenário ainda mais delicado. A greve dos trabalhadores, iniciada em setembro, afeta diretamente a capacidade de produção da empresa. Estima-se que, a cada dia de paralisação, a Boeing esteja perdendo até US$ 150 milhões. Com a produção do 737 Max interrompida, o prejuízo já soma US$ 1,8 bilhão. Esse impacto ocorre num momento em que a empresa tenta reequilibrar seu caixa para evitar rebaixamentos de crédito. No campo organizacional, a troca de comando também adiciona uma camada de complexidade. Kelly Ortberg, o novo CEO, assumiu o cargo em meio à greve e já se viu forçado a tomar medidas drásticas, como a colocação de executivos em licença temporária para conter gastos.

Enquanto isso, a imagem pública da empresa, já fragilizada pelos problemas de segurança com o 737 Max, continua sofrendo. O apoio público à greve intensifica os problemas de reputação da companhia, que, além de lidar com os prejuízos financeiros, vê sua capacidade de entregar aeronaves prejudicada. Isso reverbera globalmente, impactando a cadeia de fornecimento e as companhias aéreas que aguardam entregas. Na bolsa, o reflexo dessa turbulência é claro. As ações da empresa de Chicago caíram cerca de 40% ao longo de 2024, e analistas divergem sobre seu futuro. O banco Goldman Sachs, apesar de ter reduzido seu preço-alvo de US$ 232 para US$ 202, ainda mantém recomendação de “compra”.

“Apesar dos obstáculos atuais, como a greve e o aumento de custos, a Boeing continua a ter um forte potencial de recuperação de longo prazo”, avalia o analista Noah Poponak. Por outro lado, o Wells Fargo adota uma visão mais pessimista. Matthew Akers rebaixou a recomendação para “venda”, ajustando o preço-alvo para US$ 119. “A duração da greve, aliada às pressões financeiras e operacionais, coloca a empresa em uma posição delicada, e os riscos não estão totalmente precificados”, explicou. As opiniões refletem a divisão no mercado quanto à capacidade da Boeing de superar os desafios atuais.

O cenário de incerteza depende, em grande parte, das negociações sindicais e da retomada da produção sem que os custos aumentem ainda mais. Por fim, a crise de confiança. Antigo orgulho americano, a fabricante se vê em meio a uma crise de confiança após os seguidos acidentes com o modelo 737 MAX, com duas quedas e uma porta ejetada em pleno voo, por falha no sistema de controle de qualidade. O Kayak, site de buscas de passagens aéreas, já notou um aumento na busca por voos nos EUA que não sejam aviões da Boeing – uma questão antes inexistente.

quinta-feira, 3 de outubro de 2024

Haddad: nos próximos dias, 2 mil sites de jogos vão sair do ar e se tornar inacessíveis

 

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira, 3, que 2 mil sites de jogos de apostas vão sair do ar nos próximos dias por não terem obtido autorização para realizarem operações no País. A última lista divulgada pela pasta mostra que 93 empresas com 205 casas de apostas receberam aval para atuarem no Brasil.

Haddad participa neste momento de uma reunião ao lado do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e outros ministros para tratar sobre a regulamentação das bets, diante da escalada de preocupação com o impacto social e econômico dos jogos de apostas online. A declaração do ministro foi gravada pela assessoria do Palácio do Planalto e divulgada à imprensa.

Na fala de abertura, o ministro esclareceu que, até o momento, já foram editadas 10 portarias para regulamentar as operações das bets. “São portarias que falam de questões técnicas, sobre o que é o jogo justo, certificação, questões financeiras, a utilização obrigatória do sistema financeiro, proibição de cartão de crédito, entre outros”, explicou. As portarias também tratam do acompanhamento de usuários, “CPF por CPF”, disse.

Haddad reiterou que os jogos de apostas são um “desafio novo” do mundo virtual e tem sido tratado pelo governo com as melhores técnicas, inclusive bem recebidas pelo setor e por especialistas da área. Ele disse ainda que, para além do que vem sendo tratado pela Fazenda, é preciso ouvir os demais ministérios, como Desenvolvimento Social e Saúde, para concluir o processo de regulamentação.

O ministro também voltou a dizer que a equipe econômica começou a enfrentar uma situação que já estava dada pelo governo anterior, em referência à disseminação dos jogos de apostas.

“A legalização aconteceu em dezembro de 2018, portanto, quatro anos antes da sua posse (de Lula). Não havia a compreensão de que isso pudesse se transformar num problema social como se transformou. Durante quatro anos (de governo Bolsonaro), apesar da lei fixar prazo para regulamentação de dois anos prorrogáveis por mais dois, nada foi feito e nada foi cobrado, a rigor”, comentou Haddad.

Ele lembrou que o governo tentou regulamentar os jogos online via medida provisória no início do ano passado, mas a proposta caducou. Em seguida, a equipe econômica enviou um projeto de lei, que foi aprovado com seis meses de prazo para a entrada em vigor da regulamentação infralegal.