Atuação:
Consultoria multidisciplinar, onde desenvolvemos trabalhos nas seguintes áreas: fusão e aquisição e internacionalização de empresas, tributária, linhas de crédito nacionais e internacionais, inclusive para as áreas culturais e políticas públicas.
O
Palácio dos Bandeirantes recebeu a informação do Instituto de
Criminalística da Polícia Civil que o laudo apresentado por Pablo Marçal
(PRTB) contra o adversário Guilherme Boulos (PSOL) é falso. Desde a
madrugada desta sábado, 5, uma força-tarefa foi reunida para examinar o
documento, Os peritos concluíram pela evidente falsificação do laudo.
O
governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) foi informado sobre o
resultado do exame, que deve ser anunciado em breve. A Justiça Eleitoral
determinou à Polícia Federal que instaurasse inquérito policial para
investigar o caso porque, em tese, Marçal teria cometido quatro crimes.
O
primeiro deles é divulgar fatos inverídicos em relação a partidos ou a
candidatos capazes de exercer influência perante o eleitorado (pena de 2
meses a 1 ano); difamar alguém na propaganda eleitoral de caráter
ofensivo (pena de 3 meses a 1 ano); falsificar documento particular para
fins eleitorais (pena de até 5 anos de cadeia); e fazer uso de qualquer
documento falsificado para fins eleitorais (pena de até 5 anos de
cadeia).
A
Caixa Econômica Federal abrirá uma nova frente de atuação no mercado
imobiliário, indo além da concessão de empréstimos para a compra e a
construção de imóveis. A instituição planeja usar seu banco de
investimento para estruturar operações no mercado de capitais que sirvam
como alternativas de crédito para construtoras e que possam ser
oferecidas a investidores institucionais especializados no setor.
O
objetivo é aproveitar a experiência do banco no setor e preencher
algumas lacunas que o financiamento tradicional não contemplava. A Caixa
detém a maior carteira nacional de crédito imobiliário, no montante de
R$ 780 bilhões, além de uma rede de profissionais treinados na avaliação
de projetos, engenharia, fluxo de caixa e comportamento de mutuários,
entre outros aspectos.
“Reunimos
vários produtos de mercado de capitais já existentes. O foco principal é
fechar o ciclo de tudo que envolve financiamento imobiliário”, afirmou o
vice-presidente de Negócios de Atacado da Caixa, Tarso de Tassis, em
entrevista ao Estadão/Broadcast.
O plano de ação abrange três
grandes eixos. Um deles será a emissão de Certificados de Recebíveis
Imobiliários (CRIs), que consistem em financiamento com lastro nas
receitas das construtoras com vendas de apartamentos, distribuição de
dividendos e crédito a clientes, entre outros.
O
segundo é a assessoria financeira a empresas de construção na captação
de recursos para aquisição de terrenos, conclusão de obras ou
empréstimo-ponte, por exemplo. Esse eixo envolve duas principais
frentes: uma de desenvolvimento, focada em captar investidor
institucional que dê suporte à exposição de caixa inicial para novos
lançamentos; e a outra de recuperação, com intuito de resgatar
companhias que têm obras não concluídas por dificuldade financeira.
A
atuação se dará tanto por meio de dívidas (emissão de títulos no
mercado) quanto por busca de investidores que topem aportar capital em
troca de participação acionária nos projetos.
Já
o terceiro eixo é a assessoria a investidores institucionais na busca
de oportunidades de aportes em empresas do segmento, como
desenvolvimento de fundos, permuta de terrenos ou injeção de capital em
empreendimentos.
“Vamos centralizar todos os produtos já
existentes em cada uma dessas áreas para apresentarmos não só a
investidores, mas também aos nossos clientes (construtoras)”, disse
Tassis. “Muitas vezes, os produtos já estão próximos das construtoras
das grandes cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro. Mas a Caixa
conhece o mercado imobiliário do País inteiro e pode conectar o capital a
empresas de várias regiões.”
A
fase de testes já começou. A Caixa tem 19 operações em andamento e uma
já concluída. Por ora, o banco não revela o valor movimentado nessas
operações de crédito, citando apenas que os empreendimentos têm
potencial de vendas estimado em mais de R$ 2,3 bilhões. Para 2025, a
previsão é fazer mais 20 operações, e em 2026, mais 40. “Se funcionar,
vamos acelerar. Se não funcionar, vamos revisar”, diz o superintendente
de Mercado de Capitais, Marco Buzzo.
Esse trabalho começou a ser
feito na Caixa há dois anos, quando foram mapeadas 400 gestoras de
recursos (assets, no jargão do mercado) que já investem ou têm interesse
em investir em ativos do setor. “Nós categorizamos essa turma e
passamos a conversar com eles quando encontramos algum tipo de
oportunidade de investimento nos ativos que estão dentro do banco”,
disse Buzzo.
Segundo ele, o mercado mostrou muito interesse em
ouvir o banco, considerando que a experiência no setor significa
acompanhamento mais preciso dos riscos dos projetos.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
O
Brasil terá sua empresa pública aeroespacial para assegurar a
autossuficiência do país em materiais aeronáuticos, espaciais e
bélicos. Sob o nome de Alada, a proposta de criação foi enviada ao
Congresso Nacional pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta
semana.
Subsidiária
da NAV Brasil (empresa estatal de serviços de navegação aérea), a nova
empresa pública também ficará responsável pela realização de projetos e
atividades de apoio ao controle do espaço aéreo.
De
acordo com o projeto de lei, o objetivo é explorar economicamente a
infraestrutura e navegação aeroespaciais e as atividades relacionadas ao
desenvolvimento de projetos e equipamentos aeroespaciais. Outra meta é
minimizar a forte dependência de fornecedores estrangeiros,
especialmente para materiais que envolvem tecnologias sensíveis e que
sofrem restrições para a exportação, por critérios políticos dos
governos dos seus fabricantes.
Sob orientação da Estratégia Nacional de Defesa, o PL de criação da
Alada atende a diversos critérios de segurança nacional ao apoiar o
desenvolvimento científico, a pesquisa, a capacitação científica e
tecnológica e a inovação.
Na avaliação do Ministério da Defesa, a
Alada contribuirá para a segurança do país, em particular do espaço
aéreo, além de promover o desenvolvimento econômico e social da
sociedade.
A dupla de advogados eleitorais da campanha de Pablo Marçal (PRTB), que deixou de assessorar juridicamente o ex-coach menos de um mês após a contratação, desligou-se da equipe após Marçal não apresentar provas que corroborassem a acusação sobre suposto uso de drogas de Guilherme Boulos (PSOL).
Ao Estadão/Broadcast, o advogado Gustavo Guedes afirmou que o caso foi apenas um de uma sequência de fatos que demonstraram a “falta de importância” que o candidato dá a questões jurídicas.
O advogado conta que, logo após a acusação de Marçal contra Boulos, quando chamou o adversário político de “comedor de açúcar” no primeiro debate eleitoral, promovido pela Band no dia 8 de agosto, a equipe jurídica teria procurado o empresário cobrando provas que fundamentassem a acusação para preparar sua defesa.
Boulos entrou com uma notícia-crime na Justiça Eleitoral, que determinou no dia seguinte ao debate que Marçal excluísse de suas redes sociais o conteúdo em que fazia as insinuações.
“A resposta que tivemos foi que havia um processo de porte de drogas contra o Boulos e que aquilo não seria repassado. E, como aquilo não foi repassado até a abertura do prazo de defesa dessa ação do Boulos, a gente entendeu que deveria sair da campanha, porque não havia como defendê-lo”, disse o advogado, que confirmou que a mesma motivação fez seu colega, Thiago Boverio deixar a campanha junto com ele.
Guedes só soube que o alvo do processo era, na verdade, de um homônimo do psolista quando já havia deixado a campanha, com informações da imprensa. A reportagem foi publicada pelo jornal Folha de S.Paulo em 28 de agosto, afirmando que a ação era, na verdade, endereçada ao empresário Guilherme Bardauil Boulos por ter sido pego portando maconha, não cocaína, em 2001. A campanha de Marçal nunca confirmou se esse era o processo que servia como base da acusação.
Na noite desta sexta-feira, 4, às vésperas do primeiro turno, o ex-coach publicou em suas redes sociais laudo falso que apontaria suposto uso de cocaína pelo deputado federal. Sobre o caso, Guedes analisa que, se ficar comprovada a falsidade do documento, a Justiça eleitoral de São Paulo precisa agir “com muita firmeza”, mas não acredita que isso poderá ocasionar a prisão de Marçal, já que o Código Eleitoral proíbe a prisão nas vésperas da eleição, salvo em flagrante delito.
Além da falta de provas contra Boulos, Guedes cita como outro exemplo o caso em que, logo após o registro de candidatura no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), matérias jornalísticas apontaram que o candidato deixou de fora da declaração de bens ao menos R$ 22 milhões em cotas empresariais.
Após saber do fato pela imprensa, o advogado narra que entrou em contato com a equipe de Marçal para entender que empresas eram essas e avaliar se, de fato, precisariam entrar no registro. “Aí eu soube que logo depois, quando eles souberam da matéria, eles já falaram para a imprensa que eles iriam corrigir, como se de fato houvesse um erro – e erro esse que nem tinha sido discutido comigo”, conta o advogado, citando o caso como exemplo da falta de comunicação entre a campanha e a equipe jurídica.
O
Ministério da Fazenda apontou nesta sexta-feira que quase mil empresas
multinacionais que atuam no Brasil pagam menos que 15% sobre seus
lucros, podendo estar sujeitas à tributação mínima que entrará em vigor a
partir de 2025.
De acordo com a pasta, o impacto da medida sobre a
arrecadação se dará apenas a partir do ano seguinte, com ganhos
estimados em 3,4 bilhões de reais em 2026 e 7,3 bilhões de reais em
2027.
Em
apresentação distribuída à imprensa, a pasta afirmou que 8.704 empresas
fazem parte do escopo de multinacionais que estarão sujeitas ao piso de
tributação por terem receita anual superior a 750 milhões de euros.
Desse
grupo, a Fazenda apontou que 957 companhias pertencem a grupos com
baixa tributação, com pagamento efetivo menor do que 15%, considerando
dados de 2022.
“O Brasil é uma jurisdição de baixa tributação para
alguns grupos multinacionais em razão da concessão de incentivos
fiscais”, disse a pasta na apresentação.
Com
crise de liquidez, alta do dólar e problemas operacionais, empresas
enfrentam prejuízos recorrentes. Enquanto governo apresenta pacote de
auxílio, Gol, Latam e Azul buscam soluções
Governo federal aprovou um pacote de R$ 5 bilhões em crédito para o setor aéreo (Crédito: Freepik)
Governo federal aprovou um pacote de R$ 5 bilhões em crédito para o setor aéreo (Crédito: Freepik)
Editora três
Por Allan Ravagnani
O céu das companhias aéreas brasileiras está fechado. Em meio a uma tempestade formada pelo câmbio desfavorável, o aumento dos custos e a falta de aviões, Azul, Gol e Latam buscam maneiras de manter suas operações no ar.
O cenário é marcado por quedas acentuadas no valor das ações,
rebaixamentos de ratings e prejuízos acumulados. Enquanto o governo
tenta aliviar a pressão com pacotes de financiamento, as empresas
enfrentam o desafio de equilibrar receitas e despesas em diferentes
moedas e renegociar dívidas bilionárias com arrendadores.
Diante dessa ameaçadora cumulus nimbus, Azul, Gol e Latam lutam para equilibrar suas operações em
meio a uma combinação de fatores que incluem a alta dos custos com
combustíveis e leasing de aeronaves, que são atrelados ao dólar,
enquanto têm receitas em real. O impacto da desvalorização da moeda
brasileira, além de problemas logísticos e operacionais, pressiona ainda
mais o setor.
Recentemente, as agências de classificação de risco Fitch e Moody’s rebaixaram
os ratings da Azul, destacando a dificuldade da empresa em acessar
novos financiamentos para melhorar seu fluxo de caixa.
Gol e Latam também passam por desafios operacionais, embora com desdobramentos distintos.
• A
Latam, por exemplo, conseguiu renegociar suas dívidas após passar por
um processo de recuperação judicial nos Estados Unidos, o Chapter 11. A
Latam também trouxe uma boa notícia aos seus investidores na última
terça-feira (1), ao anunciar uma oferta de títulos de dívida com
garantia no mercado internacional no valor de US$ 1,4 bilhão, a uma taxa
de juros anual de 7,9%, com vencimento no ano de 2030, que gerou uma
demanda de mais de cinco vezes o valor da oferta. Com esse
refinanciamento, o grupo reduzirá seu custo de dívida a uma taxa de
juros significativamente menor que a atual, gerando economias anuais de
US$ 83 milhões em pagamento de juros menores.
•Já
a Gol ainda está no meio desse processo, com a expectativa de sair da
recuperação judicial até o final deste ano, enquanto busca renegociar
contratos com arrendadores para garantir a continuidade das operações.
Para Hayson Silva, analista da Nova Futura Investimentos,
essa situação cria uma “bola de neve” financeira, pois as companhias
precisam renovar suas frotas, mas enfrentam uma cadeia de suprimentos
comprometida e dificuldade na rolagem de dívidas. “As aéreas têm uma
alta demanda por voos, mas não conseguem acompanhar a expansão do setor
por conta da falta de aeronaves no mercado”, comentou Silva.
Além
disso, o ajuste global no setor de fabricação de aeronaves, forçado pela
pandemia e pelos problemas enfrentados pela Boeing, afeta diretamente a
capacidade das companhias em aumentar suas operações. “Hoje há uma
deficiência no suprimento de aeronaves, o que gera uma disputa entre as
concorrentes por novas unidades e piora as condições de financiamento e
rolagem das dívidas”, complementa o especialista. A falta de aviões
e a necessidade de renegociar contratos de leasing têm pressionado o
caixa das empresas, que, além de lidar com a desvalorização do real,
precisam lidar com a alta do preço do combustível de aviação,
influenciado pelo Brent, outro fator fora de controle.
Latam
conseguiu refinanciar e alongar parte da dívida, que vai gerar economia
de US$ 83 milhões ao ano com o menor pagamento de juros
Segundo Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos, a situação é delicada, mas ainda há alternativas para a Azul além da recuperação judicial, como a renegociação de contratos com credores. “O
principal ponto hoje é a negociação com os credores. Grande parte da
dívida das empresas aéreas vem do leasing de aeronaves. Antes de partir
para uma recuperação judicial, sempre existe a possibilidade de uma
negociação bilateral com esses parceiros”, explicou Arbetman.
A Gol viu suas ações caírem 86% em 2024.
A empresa negocia com credores para melhorar suas condições
financeiras. No segundo trimestre deste ano, a companhia registrou
prejuízo e uma queda de 5% na receita líquida em relação ao mesmo
período do ano anterior, impactada pelas enchentes no Rio Grande do Sul e
pelos custos não recorrentes relacionados ao Chapter 11. Ainda assim, a
empresa conseguiu renegociar contratos de leasing com a AerCap, um de seus principais fornecedores de aeronaves, o que pode ajudar a aliviar parte de suas obrigações financeiras.
Diante
desse cenário, o governo federal aprovou um pacote de R$ 5 bilhões em
crédito para o setor aéreo, a ser distribuído através do FNAC (Fundo
Nacional de Aviação Civil). • A medida,
sancionada pelo presidente Lula, tem como objetivo ampliar o crédito
para as companhias aéreas, permitindo que elas financiem a compra de
aeronaves e outros investimentos. • Além disso, o
governo autorizou o uso desses recursos para subsidiar a compra de
querosene de aviação em rotas na Amazônia Legal, uma região que depende
fortemente do transporte aéreo para a mobilidade e o acesso a serviços. • No
entanto, especialistas concordam que, apesar de positivo, esse pacote
de auxílio não soluciona todos os problemas das companhias.
“Essa ajuda não resolve todos os problemas, mas contribui para compor o caixa das empresas”,
afirma Arbetman. O analista também ressalta que a Azul tem se esforçado
para evitar uma recuperação judicial, optando por negociações
bilaterais sempre que possível.
Para o BTG Pactual,
que acompanha de perto a situação das aéreas, o mercado está atento à
evolução dessas variáveis, especialmente no caso da Azul, que viu o
período de carência para a conversão de sua dívida expirar e agora busca
alternativas para evitar maior pressão sobre seu caixa. Segundo os
analistas, as aéreas têm enfrentado um verdadeiro “cabo de guerra” entre
a alta demanda por voos e as limitações impostas pela falta de
aeronaves e o aumento dos custos operacionais.
Enquanto
Azul e Gol lutam para se reorganizar, a Latam, que saiu do processo de
recuperação judicial, mostra uma posição mais confortável, com aumento
de 7% no valor de suas ações em 2024. Todas em busca do céu de brigadeiro.
Boeing segue em turbulência
No
plano de voo da Boeing, o céu fica cada vez mais encoberto. A gigante
da aviação, que há tempos vinha enfrentando uma série de desafios
operacionais, agora se vê diante de um cenário ainda mais delicado. A greve dos trabalhadores,
iniciada em setembro, afeta diretamente a capacidade de produção da
empresa. Estima-se que, a cada dia de paralisação, a Boeing esteja
perdendo até US$ 150 milhões. Com a produção do 737 Max interrompida,
o prejuízo já soma US$ 1,8 bilhão. Esse impacto ocorre num momento em
que a empresa tenta reequilibrar seu caixa para evitar rebaixamentos de
crédito. No campo organizacional, a troca de comando também adiciona uma
camada de complexidade. Kelly Ortberg, o novo CEO,
assumiu o cargo em meio à greve e já se viu forçado a tomar medidas
drásticas, como a colocação de executivos em licença temporária para
conter gastos.
Enquanto isso, a imagem pública da empresa, já
fragilizada pelos problemas de segurança com o 737 Max, continua
sofrendo. O apoio público à greve intensifica os problemas de reputação
da companhia, que, além de lidar com os prejuízos financeiros, vê sua
capacidade de entregar aeronaves prejudicada. Isso reverbera
globalmente, impactando a cadeia de fornecimento e as companhias aéreas
que aguardam entregas. Na bolsa, o reflexo dessa turbulência é
claro. As ações da empresa de Chicago caíram cerca de 40% ao longo de
2024, e analistas divergem sobre seu futuro. O banco Goldman Sachs, apesar de ter reduzido seu preço-alvo de US$ 232 para US$ 202, ainda mantém recomendação de “compra”.
“Apesar
dos obstáculos atuais, como a greve e o aumento de custos, a Boeing
continua a ter um forte potencial de recuperação de longo prazo”, avalia o analista Noah Poponak.
Por outro lado, o Wells Fargo adota uma visão mais pessimista. Matthew
Akers rebaixou a recomendação para “venda”, ajustando o preço-alvo para
US$ 119. “A duração da greve, aliada às pressões financeiras e
operacionais, coloca a empresa em uma posição delicada, e os riscos não
estão totalmente precificados”, explicou. As opiniões refletem a divisão no mercado quanto à capacidade da Boeing de superar os desafios atuais.
O
cenário de incerteza depende, em grande parte, das negociações
sindicais e da retomada da produção sem que os custos aumentem ainda
mais. Por fim, a crise de confiança. Antigo orgulho americano, a
fabricante se vê em meio a uma crise de confiança após os seguidos
acidentes com o modelo 737 MAX, com duas quedas e uma porta ejetada em
pleno voo, por falha no sistema de controle de qualidade. O
Kayak, site de buscas de passagens aéreas, já notou um aumento na busca
por voos nos EUA que não sejam aviões da Boeing – uma questão antes
inexistente.
O
ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira, 3,
que 2 mil sites de jogos de apostas vão sair do ar nos próximos dias por
não terem obtido autorização para realizarem operações no País. A
última lista divulgada pela pasta mostra que 93 empresas com 205 casas
de apostas receberam aval para atuarem no Brasil.
Haddad participa
neste momento de uma reunião ao lado do presidente da República, Luiz
Inácio Lula da Silva, e outros ministros para tratar sobre a
regulamentação das bets, diante da escalada de preocupação com o impacto
social e econômico dos jogos de apostas online. A declaração do
ministro foi gravada pela assessoria do Palácio do Planalto e divulgada à
imprensa.
Na
fala de abertura, o ministro esclareceu que, até o momento, já foram
editadas 10 portarias para regulamentar as operações das bets. “São
portarias que falam de questões técnicas, sobre o que é o jogo justo,
certificação, questões financeiras, a utilização obrigatória do sistema
financeiro, proibição de cartão de crédito, entre outros”, explicou. As
portarias também tratam do acompanhamento de usuários, “CPF por CPF”,
disse.
Haddad reiterou que os jogos de apostas são um “desafio
novo” do mundo virtual e tem sido tratado pelo governo com as melhores
técnicas, inclusive bem recebidas pelo setor e por especialistas da
área. Ele disse ainda que, para além do que vem sendo tratado pela
Fazenda, é preciso ouvir os demais ministérios, como Desenvolvimento
Social e Saúde, para concluir o processo de regulamentação.
O
ministro também voltou a dizer que a equipe econômica começou a
enfrentar uma situação que já estava dada pelo governo anterior, em
referência à disseminação dos jogos de apostas.
“A legalização
aconteceu em dezembro de 2018, portanto, quatro anos antes da sua posse
(de Lula). Não havia a compreensão de que isso pudesse se transformar
num problema social como se transformou. Durante quatro anos (de governo
Bolsonaro), apesar da lei fixar prazo para regulamentação de dois anos
prorrogáveis por mais dois, nada foi feito e nada foi cobrado, a rigor”,
comentou Haddad.
Ele
lembrou que o governo tentou regulamentar os jogos online via medida
provisória no início do ano passado, mas a proposta caducou. Em seguida,
a equipe econômica enviou um projeto de lei, que foi aprovado com seis
meses de prazo para a entrada em vigor da regulamentação infralegal.