Atuação:
Consultoria multidisciplinar, onde desenvolvemos trabalhos nas seguintes áreas: fusão e aquisição e internacionalização de empresas, tributária, linhas de crédito nacionais e internacionais, inclusive para as áreas culturais e políticas públicas.
A
atividade econômica brasileira superou as expectativas e voltou a
crescer em agosto, dando continuidade à resiliência mostrada na primeira
metade do ano, embora o dado do mês anterior tenha sido revisado para
baixo.
O Banco Central informou nesta segunda-feira que o Índice
de Atividade Econômica do BC (IBC-Br), considerado um sinalizador do
Produto Interno Bruto (PIB), avançou 0,2% em agosto sobre o mês
anterior, em dado dessazonalizado.
A
leitura foi melhor do que a expectativa em pesquisa da Reuters de
estabilidade, marcando uma retomada ante a queda de 0,6% de julho. No
entanto, esse dado foi revisado pelo BC de recuo de 0,4% informado
antes.
Os dados do IBC-Br mostram ainda que, na comparação com o
mesmo mês do ano anterior, o índice teve alta de 3,1% em agosto,
enquanto no acumulado em 12 meses passou a um avanço de 2,5%.
Depois
de surpreender com resultados melhores do que o esperado no primeiro
semestre, a expectativa é de que a economia perca um pouco de força na
segunda metade do ano diante da redução de estímulos fiscais.
Economia aquecida e Selic
A
economia aquecida é um dos pontos de atenção do Banco Central devido à
pressão inflacionária. No mês passado, o BC elevou a taxa de juros Selic
em 0,25 ponto percentual, a 10,75%, e deve realizar novos aumentos nas
duas últimas reuniões do ano.
A
autoridade monetária ainda revisou sua projeção para o PIB deste ano a
um crescimento de 3,2%, ante patamar de 2,3% antes. Isso depois de o
Ministério da Fazenda ter previsto expansão de 3,2% da economia.
Pesquisa
Focus realizada pelo Banco Central mostra que a expectativa para a
expansão do PIB este ano é de 3,01%, indo a 1,93% em 2025.
Em
agosto, a produção industrial do Brasil voltou a crescer, a uma taxa de
0,1% sobre o mês anterior. No entanto, as vendas varejistas tiveram
queda de 0,3%, ainda que menor do que a esperada, e o volume de serviços
frustrou a expectativa de ganhos para marcar uma retração de 0,4% em
agosto.
O IBC-Br é construído com base em proxies representativas
dos índices de volume da produção da agropecuária, da indústria e do
setor de serviços, além do índice de volume dos impostos sobre a
produção.
A
prefeitura de Sorocaba, no interior de São Paulo, planeja construir,
com a iniciativa privada, o maior prédio do mundo no centro da cidade,
de 723 mil habitantes. O projeto foi anunciado nesta quarta-feira, 10,
pelo prefeito Rodrigo Manga (Republicanos).
A proposta é
revitalizar o centro construindo o mega-edifício residencial e comercial
para atrair investimentos e turistas. Segundo o prefeito, o projeto se
encaixa em uma proposta de valorização do centro, região que sofreu
esvaziamento populacional nas últimas décadas.
Conforme
o anúncio da prefeitura, o futuro arranha-céu terá 170 andares, o que
representa cerca de um quilômetro de altura. O plano sorocabano se
inspira no projeto do que é atualmente o maior edifício do mundo, o Burj
Khalifa, nos Emirados Árabes, com 828 metros de altura e 163 andares.
No Brasil, o maior prédio é o Yachthouse, em Balneário Camboriú (SC),
com 290 metros e 81 andares.
Já em Sorocaba, o edifício
mais alto é o Ícone, com 141 metros de altura e 45 andares, mas está
localizado fora do centro, no bairro Jardim Faculdade, na zona sul da
cidade. A cidade se expandiu verticalmente nessa região, principalmente
nos Altos do Campolim. Na região central, predominam prédios de médio
porte, com no máximo 30 andares.
Reeleito
nas eleições do último domingo, 5, em primeiro turno para um segundo
mandato, o prefeito Rodrigo Manga (Republicanos) disse ao Estadão que o
projeto faz parte de um plano da prefeitura de revitalizar o centro da
cidade, que completou 370 anos. Ele disse que a mega-construção está no
contexto de outras iniciativas de valorização do centro, como a
recuperação de prédios históricos e a melhoria na mobilidade. A antiga
estação ferroviária será restaurada para receber o Trem Intercidades,
projeto do governo estadual, que ligará Sorocaba à capital.
Com
as obras do prédio, Manga prevê a criação de 5 mil vagas de trabalho
diretas e indiretas e um investimento de R$ 2 bilhões pela iniciativa
privada, com apoio do poder público. “Nós estamos fazendo a revisão do
Plano Diretor, que não é mudado há dez anos, para retirar o limite de
altura das construções apenas na região central. Vamos dar também
isenção de outorgas e taxas para atrair investimentos”, disse.
Segundo
ele, empresas que ainda não foram reveladas manifestaram interesse em
construir o mega-edifício, com apoio do município em relação às
licenças. Uma empresa de engenharia realizou os estudos de revisão do
Plano Diretor. Para mudar o plano está prevista a realização de
audiências públicas. Nas próximas semanas, o projeto será apresentado à
Câmara de Vereadores.
Atualmente, a região central da
cidade abrange o perímetro formado pelas avenidas Dom Aguirre, Afonso
Vergueiro, Eugênio Salerno, Moreira César e Juscelino Kubistchek de
Oliveira. Segundo o prefeito, os técnicos da Secretaria de Planejamento e
Desenvolvimento Urbano (Seplan) fizeram análises em conjunto com a
empresa parceira na revisão do Plano Diretor e a região estaria
preparada para receber um prédio desse porte.
Marçal lançou plano semelhante na capital
Durante
a campanha eleitoral para a Prefeitura de São Paulo, o candidato Pablo
Marçal (PRTB) anunciou que, caso fosse eleito, pretendia construir o
maior prédio do mundo na cidade, também com 1 quilômetro de altura.
Marçal ficou em terceiro lugar e está fora do segundo turno da disputa
na capital. Na última segunda-feira, 7, o prefeito de Sorocaba,
inclusive, convidou Marçal para assumir o cargo de secretário municipal
de Desenvolvimento Econômico na próxima gestão, que iniciará em janeiro
de 2025.
Se for erguido como quer o prefeito, o prédio de
Sorocaba vai superar em muito o Senna Tower, que a construtora FG
Empreendimentos pretende construir em Balneário Camboriú, cidade famosa
pelos edifícios gigantes. O projeto catarinense, cujo nome homenageia o
piloto da Fórmula 1 Ayrton Senna, que faleceu há 30 anos, prevê uma
altura de 509 metros, o que o colocaria como o maior edifício
residencial do mundo, segundo o Council on Tall Buildings and Urban
Habitat (Conselho de Edifícios Altos e Habitat Urbano, em português).
O conselho mantém o site The Skyscraper Center, com o ranking dos maiores arranha-céus do planeta.
Lista atual dos dez maiores prédios do mundo:
1 – Burj Khalifa, em Dubai, Emirados Árabes: 828 metros – 163 andares
2 – Merdeka 118, em Kuala Lumpur, Malásia: 679 metros – 118 andares
3 – Shanghai Tower, em Xangai, China: 632 metros – 128 andares
4 – Makkah Royal Clock Tower, em Meca, Arábia Saudita: 601 metros – 20 andares
5 – Ping An Finance Center, em Shenzhen, China: 599 metros – 115 andares
6 – Lotte World Tower, em Seul, Coreia do Sul: 555 metros – 123 andares
7 – One World Trade Center, Nova York, Estados Unidos: 541 metros – 94 andares
8 – Guangzhou CTF Finance Centre, em Guangzhou, China: 530 metros -111 andares
9 – Tianjin CTF Finance Centre, em Tianjin, China: 530 metros – 97 andares
10 – Citic Tower, em Pequim, China: 527 metros – 109 andares
O
ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi vaiado quando se levantou
para discursar no 23º Congresso Brasileiro dos Corretores de Seguros, na
noite de quinta-feira, 10. Após as manifestações, o mediador do evento
pediu uma salva de palmas para os críticos do ministro, afirmando que
era uma honra ter Haddad no evento.
O
momento em que Haddad é vaiado está sendo compartilhado por políticos
que integram a oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da
Silva (PT). Um deles foi o vereador de São Paulo Rubinho Nunes (União).
Veja o vídeo:
O
presidente da Fenacor, Armando Vergílio, interrompeu o discurso e pediu
“uma salva de palmas” para os críticos. Segundo o presidente da
entidade, que é uma das organizadoras do evento que está sendo realizado
no Rio de Janeiro até este sábado, 12, o episódio representou “a
democracia se manifestando”.
“Eu
queria, em primeiro lugar, pedir uma salva de palmas para aqueles que
vaiaram o ministro. É a democracia se manifestando, isso é bonito. O
mais bonito ainda é nós termos, em um evento do setor de seguros e dos
corretores de seguros, o ministro de Estado da Fazenda”, afirmou
Após
a manifestação da plateia, Haddad rebateu os autores das vaias e disse
que a contribuição dele como professor universitário “supera muitas
pessoas” que eles admiram. Ao longo do discurso, o ministro da Fazenda
detalhou a sua relação com o setor de seguros e destacou a contribuição
dele para a criação da tabela Fipe.
“Não
sei quantos políticos trabalharam para o setor de seguros, mas eu tenho
certeza que a contribuição que dei como professor universitário supera
muitas pessoas que vocês admiram e que talvez não tenham entregado
absolutamente nada durante a sua vida pública”, afirmou Haddad.
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto
Estadão Conteúdoi
O
presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, defendeu, nesta
sexta-feira, 11, o aumento na taxa de isenção do Imposto de Renda de
Pessoa Física, uma promessa sua de campanha. Segundo o presidente, “nós
temos de tirar de alguém” para isentar os trabalhadores que recebem até
R$ 5 mil do IRPF.
“Você não pode fazer com que pessoas que ganham
R$ 5 mil paguem IRPF, enquanto os que têm ações na Petrobras recebem R$
45 bilhões em dividendos sem pagar Imposto de Renda”, disse o presidente
da República.
A
declaração se deu em entrevista do presidente à rádio O Povo/CBN de
Fortaleza. O presidente da República foi além da promessa de isenção de
quem ganha até R$ 5 mil e defendeu que, “no futuro, (temos de) isentar
mais”.
Lula
justificou que “não pode cobrar 27% ou 15% de um trabalhador que ganha
R$ 4 mil e deixar os caras que recebem herança que não pagam”.
“Na
minha cabeça, salário não é renda. Renda é quem vive de especulação,
esse sim deveria pagar Imposto de Renda. Esse que faz transferência de
dinheiro para parente e paga só 4%”, argumentou Lula.
O
presidente afirmou que esse debate sobre a carga tributária tem de ser
“público”, e não “escondido”. “Nós temos de tirar de alguém. Não tem de
ser um debate escondido, tem de ser público”, declarou.
Setor
deve trazer US$ 169,3 bilhões para a economia do Brasil em 2024, o que
significa aumento de 9,5% em relação aos níveis de 2019
Julia Simpson, presidente e CEO do Conselho Mundial de Viagens e
Turismo (WTTC): "Nós esperamos que a economia global cresça a 2,4% todo
ano durante os próximos 10 anos e nosso setor está crescendo a 3,7%"
(Crédito: Divulgação)
Letícia Franco - Editora 3
O
setor de turismo brasileiro está em crescimento e pode se consolidar
como uma potência global com a promoção de destinos para os turistas
internacionais e um compromisso cada vez maior com práticas
sustentáveis. É o que afirma Julia Simpson, presidente e CEO do Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC).
Segundo a última Pesquisa de Impacto Econômico (EIR), elaborada pela
WTTC em parceria com a Oxford Economics, a expectativa é de que o Brasil
registre US$ 7 bilhões em gastos de turistas estrangeiros neste ano, um
recorde e aumento de 9,5% em relação a 2019, antes da pandemia. Já as
despesas do turismo interno também devem atingir novo recorde, de US$
112,4 bilhões, aumento de 11,2% sobre 2019. Além disso, o setor deve
contribuir com US$ 169,3 bilhões para a economia no Brasil em 2024, o
que significa um aumento de 9,5% em relação aos níveis de 2019. Em
entrevista à DINHEIRO, Simpson detalhou as projeções da organização para
o turismo nacional, destacando as principais oportunidades e os
desafios. Confira:
Como você avalia o cenário do setor de viagens e turismo globalmente?
A contribuição do setor para a economia global deve crescer 12% em
2024, em relação a 2023, chegando a mais de US$ 11 trilhões e compondo
assim 10% do PIB global. Estimamos também que neste ano 348 milhões de
empregos estarão ligados ao setor. Isso mostra que, mundialmente, o
turismo emprega 1,5 vezes a população do Brasil, de 215 milhões de
habitantes. Atualmente, analiso todo cenário como positivo, repleto de
oportunidades e avanços. Nós esperamos que a economia global cresça a 2,4% todo ano durante os próximos 10 anos e nosso setor está crescendo a 3,7%. Então, nós somos um setor que registra avanços mais rapidamente do que a economia.
E a contribuição do setor para o Brasil?
Em 2023, a contribuição à economia do setor de viagens e turismo foi
maior do que em 2019, último ano antes da pandemia de Covid-19. O Brasil
foi uma das mais rápidas economias que se recuperou nesse sentido.
Hoje, a área representa 7,7% da economia nacional, com uma contribuição
de US$ 165,4 bilhões. Durante 2023, a atividade reforçou também a sua
força de trabalho com 91 mil postos adicionais aos registrados em 2019,
atingindo um total de 7,76 milhões de postos de trabalho em todo o
território nacional. Da mesma forma, os gastos com turismo
internacional atingiram US$ 6,8 bilhões, 5,7% acima do valor de 2019. Já
os gastos nacionais registraram um máximo histórico com mais de US$ 111
bilhões.
Os números devem crescer até o fim deste ano? Sim. Em
2024, o setor deve contribuir com US$ 169,3 bilhões para a economia no
Brasil, o que significa um aumento de 9,5% em relação aos níveis de 2019.
Além disso, estima-se que o setor deve representar mais de 8 milhões de
empregos no País, ou seja, 8,1% do total. Esses são dados da nossa
última Pesquisa de Impacto Econômico (EIR) 2024, feita em associação com
a Oxford Economics.
Qual a estimativa para o turismo brasileiro para os próximos anos? A
projeção é que em uma década, ou seja, até 2034, o setor no Brasil
contribua com US$ 194,6 bilhões para a economia, sendo assim, 7,4% do
PIB nacional. Também será um pilar para a geração de empregos,
proporcionando trabalho a 9,44 milhões de pessoas, o que representa 9%
de todos os postos. Até 2034, 9,2% da força de trabalho no Brasil será
representada pelo setor de viagens e turismo. A geração de empregos é
importante para o País.
Quais são os desafios e oportunidades para o crescimento?
Primeiro, enquanto globalmente, o setor de viagens e turismo vai
expandir mais rápido do que a economia, isso não vai acontecer no
Brasil. Durante os próximos 10 anos, a economia brasileira deve avançar a
1,9% e o setor a 1,4%. Isso é muito peculiar. Outra questão é que o
turismo internacional ainda representa apenas 5,9% de tudo o que é gasto
por viagens em território nacional. É um número baixo, mas vejo como
uma oportunidade para impulsionar e fazer o setor crescer. O México é um destino no qual US$ 40 milhões são provenientes dos visitantes internacionais. É um bom exemplo para o Brasil.
Como promover o turismo internacional?
É preciso mostrar que o País é um lugar seguro, com boa infraestrutura e
oportunidades. Acredito que atrair a geração Z e promover viagens de
luxo são maneiras de atrair esses visitantes. Ambas as áreas estão
crescendo, então é o momento do País investir mais na sua promoção, há
muita coisa boa por aqui, a questão é justamente como se posicionar para
avançar ainda mais.
E esse tipo de turismo na região? Um ponto positivo é que na região, países como a Colômbia, também têm olhado para esse tipo de turismo. No Caribe, por exemplo, 80% dos gastos vêm de turistas internacionais.
Então, é um mercado com muito potencial, sendo possível que toda a
América Latina continue crescendo. Observo que a Embratur [Agência
Brasileira de Promoção Internacional do Turismo] está fazendo um
trabalho fantástico nessa linha, buscando maneiras para promover o País
no exterior.
O Brasil sai na frente quando…
Quando o assunto é atração, beleza natural. É um dos países mais
diversos do mundo, onde tem cidades fantásticas e uma natureza
impressionante. A Amazônia é um exemplo disso. A cultura e a gastronomia
também são ótimas e diversas, de norte ao sul do País. Essa pluralidade é algo único e especial do Brasil,
um país com uma história rica, que tem museus fantásticos, uma
arquitetura maravilhosa, entre outras vantagens. Todos esses fatores são
oportunidades a serem explorados pelo governo.
A sustentabilidade é essencial para o crescimento do turismo?
Sim, porque crescemos justamente com a sustentabilidade. Temos vários
aspectos quando falamos do tema. Há o impacto sobre o ambiente e as
questões de greenhouse, e sobre o planeta em termos de natureza,
comunidades e cultura. Esse último é muito importante tanto para
empregos como para proteger e incentivar a cultura local. No
caso do Brasil, a sustentabilidade é um pilar essencial para o
crescimento, precisamos que os países ricos entendam o valor da região e
trabalhem coletivamente para preservar a natureza. Isso é
muito importante. Nós [WTTC] podemos contribuir com o consumo de água e a
agricultura de forma sustentável, em como deve se usar os alimentos,
etc. Há várias sinergias do setor com a sustentabilidade, e tudo isso é
fundamental para crescer.
Como as tecnologias emergentes, especialmente a Inteligência Artificial (IA), podem transformar o setor?
É interessante porque a Inteligência Artificial pode definitivamente
ajudar a própria sustentabilidade, através de recursos para proteger o
meio ambiente e estratégias, como mostrar para hotéis e outros agentes
dessa cadeia como ser mais sustentável, quais práticas são boas ou não. Para
a hotelaria, por exemplo, há IAs que realmente monitoram os gastos e
oferecem soluções para redução em relação a comida e água. Essa
tecnologia também está sendo usada na área do marketing, o que é legal
para os países como o Brasil, que pode utilizá-la para atrair a geração Z
por meio de experiências virtuais antes da viagem acontecer. Além de
eliminar tarefas repetitivas. A IA está mudando o turismo.
Ministro defende que big techs contribuam com inclusão digital caso taxação avance
Estadão Conteúdoi
O
Ministério da Fazenda apresenta nesta quinta-feira, 10, uma proposta de
regulação para as “big techs” (as gigantes globais da tecnologia) no
Brasil, com o objetivo de evitar práticas predatórias de grandes
plataformas digitais ao limitar ou encarecer o acesso de consumidores a
produtos e empresas. A proposta se baseia em regras para a atuação
dessas plataformas já aplicadas em dez países, notadamente EUA,
Alemanha, Inglaterra e Austrália, além da União Europeia.
Procurada,
a Brasscom, entidade que reúne as big techs no Brasil, afirma que
“buscará entender os detalhes da proposta, em conjunto com todas as suas
empresas associadas, e não se manifestará nesse momento”.
Hoje,
não há uma regulação para a conduta dessas empresas no Brasil e,
durante consulta pública realizada no primeiro semestre deste ano, o
governo colheu reclamações de empresas quanto à cobrança de taxas e de
limitação de acesso de consumidores por big techs como Google, Apple,
Amazon e Meta (dona do Instagram e do WhatsApp).
Pela
proposta, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) passa a
ser o regulador da atuação dessas empresas, que deverão abolir certas
práticas, como dar preferência à aparição de produtos vendidos por sua
própria plataforma ao consumidor ou fazer exigências em cláusulas de
exclusividade.
Embora as regras devam alcançar as redes sociais,
como a Meta, a equipe econômica quer restringir o debate apenas à
regulação concorrencial, evitando discussões como o cerceamento à
liberdade de expressão que bloqueou o avanço de projetos como o PL das
Fake News, de moderação de conteúdo e de direitos autorais no Congresso.
A
proposta da Fazenda é que as empresas a serem alvo das regras sejam
definidas previamente, de acordo com critérios como faturamento e sua
relevância em múltiplos mercados, além da inegável dominância
demonstrada em número de usuários. Esses critérios deverão ser descritos
em projeto de lei, que o governo avalia qual caminho legislativo tomar:
ou propor um novo texto ou aproveitar um que já esteja em tramitação e
fazer uma contribuição.
A expectativa é de que apenas big techs
sejam objeto dessa avaliação prévia de conduta, a exemplo das sete
grandes que estão sob lupa na legislação aprovada na Europa em 2022:
Google, Meta, Apple, Amazon, Booking, ByteDance (TikTok) e Microsoft.
Elas foram denominadas “gatekeepers” na legislação europeia, ou seja,
funcionam como porta de entrada para empresas e consumidores ao mercado
e, por isso, passaram a ser reguladas.
O
Brasil, no entanto, deverá adotar uma regulação diferente da europeia.
Na equipe econômica, fala-se em um “modelo intermediário”, que traçará
regras de conduta prévias para as empresas, mas adaptadas ao negócio de
cada uma delas e em atenção a problemas específicos identificados pelo
Cade. A complexidade da legislação europeia foi apontada como um excesso
de burocracia e empecilho à inovação, o que o governo brasileiro diz
querer evitar.
Além de regras fixadas em lei, a proposta é
atualizar as regras que monitoram condutas anticoncorrenciais já
existentes no Cade, por meio de portarias do Poder Executivo. Neste
caso, seria possível exigir informações da atuação das empresas no
âmbito digital, em caso de fusões e aquisições, e atualizar esses
parâmetros para que focalizassem apenas grandes empresas com dominância
inegável no meio digital.
Nesta quinta-feira, 10, a Fazenda
apresenta um relatório com a experiência de outros países na regulação
das big techs, além de um compilado de queixas e contribuições (foram
301) reunidas entre janeiro e maio deste ano. Essas informações
fundamentam a proposta de regulação a ser impulsionada pelo governo
brasileiro.
Queixas se avolumam
Entidades que
representam empresas de cartões de crédito e fintechs (startups do setor
financeiro) enviaram reclamações sobre a taxa de 30% cobrada por vendas
em aplicativos e de jogos online e no pagamento por aproximação feitas
pela Apple.
A dona do Tinder, aplicativo de namoro, se queixou de
exigências da Apple que resultam na “pior experiência do usuário, menos
segurança, preços mais elevados, coleta desnecessária de dados dos
clientes, menor escolha do consumidor e menor inovação”.
A
Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV (Abert) fez referência
ao acúmulo de dados que colocam plataformas digitais em vantagem em
relação a concorrentes e a “critérios obscuros” na distribuição de
conteúdo jornalístico na internet, sem justa remuneração aos veículos de
comunicação.
O Centro de Jornalismo e Liberdade do Open Market
Institute, entidade sem fins lucrativos americana, elencou ações na
Justiça americana que dão conta de um monopólio do Google em buscas na
internet, na publicidade digital e em vendas digitais feitas na Amazon.
Eduardo
Lopes, presidente da Zetta, entidade que reúne fintechs como Nubank,
Mercado Pago e PicPay, afirma que o tema é importante e entrou no radar
de empresas de diferentes setores porque essas plataformas se tornaram
parte da vida das pessoas. Ele defende, no entanto, que a regulação não
freie a inovação.
“Somos pró-inovação e novas tecnologias, o
problema todo está em práticas abusivas de empresas que abusam de suas
posições dominantes. É para isso que temos de olhar”, afirma ele. “O
problema é quando há uma centralização excessiva que inibe a capacidade
de outros inovarem porque se cria travas artificiais”.
Filantropo
e fundador da Cyrela, empresário reuniu grupo com empresários e
intelectutais para se dedicar a concretizar ou ampliar ideias com foco
em ações sociais
Think Tank do Bem: Grupo formado por empresários e intelectuais e liderados por Elie Horn (Crédito: Melissa Binder/Divulgação)
Ana Carolina Nunesi
10/10/2024 - 6:15
Para compartilhar:
“Falo
com pessoas do bem”, assim o fundador da Cyrela, Elie Horn, conta como
começou sua jornada para criar o Think Tank do Bem, que foi lançado na
última terça-feira, 8, em São Paulo, e que reúne figuras da política,
economia e negócios do país.
A
proposta do Think Tank é tão simples quanto desafiadora: fazer o bem
juntos. “É uma elite de pessoas no sentido financeiro, cultural,
intelectual etc. E quando essas pessoas, que são voluntárias, se reúnem
para fazer o bem, aí, nasce mais bem”, relatou Horn em entrevista ao
site IstoÉ Dinheiro.
A ideia é que o Think Tank
possa criar e desenvolver ideias no Brasil para melhorar o país, disse
ele, que fez questão de ressaltar: “mas sem política, não tem política”.
As áreas de atuação serão as mais variadas, como saúde, educação,
clima, violência ou abuso contra menores, por exemplo.
Segundo
Horn, o maior desafio para se fazer o bem é “acordar as pessoas”. Ele
acredita que todos temos um bem interior, mas é preciso se conscientizar
disso, “mas leva tempo”. Ele diz que a mídia tem papel fundamental para
a espalhar o bem. “Se a mídia for conivente com o bem e ajudar divulgar
o bem, teremos um país melhor”.
O empresário se considera “um
positivo por natureza” e diz acreditar que “Se você trabalha, você
produz. Pode ser ganhar mais ou menos, mas se ganha”.
Ele
relata também que houve “zero” resistência das pessoas a quem ele
recorreu para formar o Think Tank. “Devo ter ligado para umas 50
pessoas, 25 aceitaram. O índice é maravilhoso”, avalia.
O Think
Tank se propõe a debater e reunir ideias, incluindo as que já estão em
ação, para potencializar as soluções com foco em fazer o bem, melhorando
a vida de pessoas e comunidades. “O objetivo é ir além dos debates,
transformando discussões em ações práticas que proporcionem soluções
efetivas e criem um legado duradouro de transformação social”, disse
Alexandre Cruz, sócio da Jive Investments, durante o lançamento do Think
Tank.
Os conselheiros do Think Tank do Bem são:
● Sr. Elie Horn, fundador da Cyrela ● Alexandre Cruz, sócio da JiveMauá ● Amanda Klabin, sócia da Klabin Irmãos SA ● Ana Amélia, consultora de Relações Institucionais e ex-senadora ● Angela Almeida, gestora do Instituto Humanitas 360 ● Antonio Quintella, presidente da Canvas Capital ● Aron Zylberman, diretor-executivo do Instituto Cyrela ● Basilio Jafet, vice-presidente do Secovi-SP ● Beatriz Bellandi, executiva da Maringá Turismo ● Bianca Grechi, gestora da Canvas Capital ● Celia Parnes, ex-secretária estadual de Desenvolvimento Social de São Paulo ● Celso Loducca, publicitário e fundador do VentreStudio ● Claudio Lottenberg, presidente do Conselho do Hospital Albert Einstein ● Eduardo Alcalay, presidente do Bank of America Brasil ● Ellen Gracie, ex-ministra do Supremo Tribunal Federal ● Fabio Barbosa, CEO da Natura&Co ● Flavio Rocha, presidente da Riachuelo ● Guilherme Benchimol, fundador e presidente do Conselho de Administração da XP Inc. ● Helen Russo, diretora da XP Investimentos ● Heloisa Morato, diretora da Coruja Capital ● Ingrid Baumann, sócia da Jive Investments ● José Galló, fundador da Quartz Investimentos ● Lilian Ishisato dos Santos, executiva da Ânima Educação ● Luiz Fernando Figueiredo, chairman da JiveMauá e presidente do Instituto Fefig ● Marcelo Khayath, sócio da QMS Capital ● Marcos Arbaitman, presidente da Maringá Turismo ● Mario Fleck, sócio da AcNext Capital ● Patrícia Villela, presidente do Instituto Humanitas360 e conselheira de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável ● Priscila Cruz, presidente do Todos Pela Educação ● Renata Moura, sócia da Integration Consulting, conselheira do Instituto Akatu e Membro da PWN (Professional Women’s Network) ● Rodrigo Hübner Mendes, CEO do Instituto Rodrigo Mendes ● Sidney Klajner, presidente do Hospital Albert Einstein ● Sonia Hess, ex-presidente da Dudalina
Vale
destacar que o apoio dos participantes é pessoal, sem conexão direta
com as empresas em que atuam, e trata-se de uma contribuição voluntária
de tempo e ideias, sem envolvimento financeiro.
“O
Think Tank do Bem não tem a audácia em definir o que é o bem. Porém as
ideias estruturantes e pequenas ações que podem contagiar os outros.
Nossa missão é ampliar a cultura de fazer o bem por meio da disseminação
de ideias e iniciativas que favoreçam a sociedade. Não vamos inventar a
roda. Tem muita iniciativa e ideias e ONGs muito boas. Temos um
compromisso intelectual com as ideia, divulgá-las e fazer com que sejam
implementadas”, explica Alexandre Cruz.
Segundo Alexandre, o Think
Tank se propõe a ser um catalisador de ideias e iniciativas. “O papel
desse grupo é levar ideias e iniciativas a setores mais capazes de
implementar, com mais ferramental, para ampliar iniciativas, muito boas,
que já existem”. Até o final do ano, ele diz, divulgarão os projetos e
ideias e as metas de como atingir resultados.
Alexandre contou
ainda que uma das metas também é aumentar a cultura de doação do país, e
que ela seja mais permanente. “A ideia é dobrar o volume de doação que o
Brasil tem, acho que hoje está 0,2% do PIB em volume doado. Queremos
mais que dobrar isso”.
Doação de fortuna e vida registrada em livro
Em
2025, Elie Horn vai completar dez anos na lista dos super-ricos que
prometeram doar parte de sua fortuna ainda em vida. Foi em 2015 que Elie
Horn e sua esposa, Suzy, entraram na lista do projeto The Giving
Pledge, programa criado em 2010 por Bill Gates (Microsoft) e Warren
Buffett (Berkshire Hathaway) para estimular bilionários a doar ao menos
metade de suas fortunas ainda em vida para causas beneficentes.
Em julho Ele Horn, prestes a completar 80 anos, lançou o livro “Tijolos do Bem”,
pela editora Sêfer. A obra narra a trajetória de sua vida, e tem como
principal objetivo incentivar os leitores a praticar a doação para os
necessitados.
“Neste livro não veremos simplesmente a história de
um empresário de sucesso. Aqui estão descritos o sentir e o pensar desse
homem, uma pessoa dedicada à filantropia”, escreve Roberto Setúbal, do
Itaú, no prefácio.
O livro foi escrito por Sarita Mucinic Sarue,
colega da comunidade judaica, a partir de mais de uma centena de
depoimentos e reflexões colhidas em conversas com Horn ao longo dos
últimos quatro anos.
Sim para a taxação de grandes fortunas e distribuição de renda
Em
uma entrevista passada, Elie Horn disse que é a favor da taxação das
grandes fortunas, desde que esse dinheiro recolhido vá diretamente para
os pobres e que não seja “mal gasto”. Mas o que seria, para ele,
dinheiro mal gasto? A resposta: ineficiência.
Questionado sobre os
programas sociais com foco em distribuição de renda, Elie avalia que
“toda ideia que ajude a melhorar o nível social dos pobres é boa. Desde
que o dinheiro ‘vá lá’ e não seja desperdiçado no meio do caminho”.
Já
um projeto de renda mínima, por exemplo, ele acredita que precisa de
uma política econômica certa. “Para ter dinheiro para distribuir,
precisa ter políticas certas, econômicas. E no Brasil, nem sempre a
gente acerta. É preciso também ter sequência. Tanto política como em
ações de saúde e educação basicamente.”