terça-feira, 10 de dezembro de 2024

Ouro fecha em alta com repercussão de compra da China, geopolítica e Fed no radar

 

480 ideias de OURO | ouro, barras de ouro, pilhas de dinheiro

O ouro fechou novamente em alta nesta terça-feira, 10, repercutindo a retomada de compra do metal precioso pelo Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) após seis meses de pausa. O metal precioso também encontra apoio nas tensões geopolíticas elevadas, reforçando seu apelo como um ativo porto seguro, e nas chances de um corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).

Nesta terça, o ouro para fevereiro fechou em alta de 1,21%, a US$ 2.718,40 por onça-troy, na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).

O PBoC adquiriu cerca de 5 toneladas métricas de ouro, uma quantidade comparativamente pequena em comparação com as compras anteriores de até 30 toneladas por mês. A retomada das compras, contudo, é o principal fator na recuperação mais recente do ativo, afirmam os analistas do Commerzbank. A compra pode ser em resposta à vitória de Donald Trump nas eleições dos EUA, que ameaça a China com a possível introdução de tarifas punitivas, diz o banco alemão.

“Ainda vemos a compra de ouro pelos bancos centrais como a força estrutural mais forte no mercado do metal precioso. Ela é impulsionada pelo desejo dos BCs de serem menos dependentes dos títulos do Tesouro dos EUA como ativos de reserva”, diz a Julius Baer em relatório.

No radar, as expectativas de que o Fed reduzirá as taxas de juros dos EUA este mês se solidificaram entre os traders, aumentando o apelo do ouro, escreve Ricardo Evangelista, analista sênior da ActivTrades.

Os dados do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) americano, a serem divulgados na quarta-feira, desempenharão um papel fundamental na formação dos preços do ativo: um aumento nos preços ao consumidor poderá pesar sobre o ouro, enquanto que números mais baixos do que o esperado poderão sustentar os preços, acrescenta Evangelista.

*Com informações da Dow Jones Newswires

Aumentar a Selic, como aposta o mercado, será ‘insistir no erro’, diz CNI

 


Analistas elevam projeção para Selic este ano pela 3ª semana seguida, a 10%

Mercado aposta em aumento no ritmo de alta da Selic (Crédito: Marcello Casal Jr./ Agência Brasil)

A um dia de o Comitê de Política Monetária (Copom) decidir sobre o patamar da taxa de juros, hoje em 11,25% ao ano, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) afirmou que uma eventual elevação – que é a aposta do mercado – demonstraria que o Banco Central “ignora” elementos importantes dos cenários econômicos nacional e internacional.

Em nota divulgada hoje, a entidade classificou a política monetária ainda mais contracionista como ‘insistir no erro’, tendo em vista a redução “significativa” do impulso fiscal sobre a atividade econômica, considerando também o pacote apresentado pelo governo ao Congresso.

Para a CNI, o BC também precisa ponderar outros elementos, como a desaceleração da economia brasileira “já em curso” e a tendência de corte de juros nas principais economias globais. Além disso, classificou a reação inicial do mercado ao pacote fiscal como “exagerada”.

A posição da Indústria contrasta com a avaliação do setor financeiro. Como mostrou o Projeções Broadcast mais cedo, a maioria do mercado espera intensificação no ritmo de aperto monetário com uma alta de 0,75 ponto porcentual na Selic, para 12%. Este é o cenário base de 26 das 39 instituições consultadas em pesquisa relâmpago, feita entre ontem e hoje. Onze casas preveem alta ainda maior, de 1 ponto, em seus cenários-base, possibilidade que ganhou força nos últimos dias, à luz de nova desancoragem das expectativas de inflação do último boletim Focus e persistência do câmbio ao redor de R$ 6.

Enquanto o mercado mantém uma postura mais cética sobre os resultados do pacote fiscal apresentado ao Congresso pelo governo, a CNI afirmou hoje que as medidas irão melhorar a sintonia entre as políticas fiscal e monetária e contribuir para a sustentabilidade do novo arcabouço fiscal.

“Também é positivo o fato de o pacote conter medidas que são de caráter estrutural, como a revisão da regra de reajuste do salário-mínimo, da regra que determina o valor do abono salarial e da regra que define a contabilização da renda para fins de recebimento do Benefício de Prestação Continuada (BPC)”, disse a entidade.

Sobre a inflação, a CNI avaliou que as propostas vão impor freio adicional no impulso fiscal sobre a economia, pontuando ainda a previsão de que as despesas federais devem registrar queda de 1,8% na comparação do segundo semestre de 2024 em relação ao segundo semestre de 2023 (desconsiderando o pagamento adicional de precatórios em 2023).

“A CNI prevê que as despesas terão crescimento real de 2,1% em 2025, ritmo menor que o previsto para 2024, de 4,1% (também desconsiderando o pagamento adicional de precatórios em 2023)”, disse a Confederação, observando ainda que o limite inferior da meta fiscal de resultado primário deverá ser cumprido neste ano.

Para a CNI, a reação negativa do mercado ao pacote fiscal, que gerou uma desvalorização da taxa de câmbio e alta nos juros futuros, será revertida uma vez que a reforma da renda que será enviada ao Congresso será neutra do ponto de vista fiscal. “Ainda, não se deve tomar decisões de política monetária com base em seus efeitos temporários”, disse a entidade, para quem os mercados de trabalho e de crédito já dão sinais de desaceleração.

“Elevar a taxa de juros é jogar contra o esforço fiscal em curso, uma vez que aumenta o custo da dívida pública, já que a Selic indexa parte considerável dos títulos públicos. Cada ponto porcentual a mais na Selic representa R$ 50,3 bilhões a mais na dívida bruta, segundo estimativas do próprio Banco Central”, apontou.

O presidente da CNI, Ricardo Alban, disse que o “é totalmente inoportuno” para o BC elevar a Selic. “Seria uma medida excessiva em termos de controle da inflação e apenas traria restrições adicionais ao crescimento do país”, disse em nota da entidade, que aposta ainda que as condições climáticas mais favoráveis em 2025 devem contribuir para a desaceleração expressiva dos preços de alimentos e energia, desfazendo duas fontes de pressão da inflação corrente.

Marco Legal dos Seguros é sancionado sem vetos; entenda o que muda

 


Seguros

Foto: Freepik

 

O governo Lula sancionou sem vetos a lei com as novas regras para contratos de seguros no Brasil, publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira, 10. O novo regramento ficou conhecido como Marco Legal dos Seguros e, na avaliação do Ministério da Fazenda, alinha o Brasil a países como Inglaterra, Alemanha, Bélgica, Reino Unido e Japão, “cujas reformas dos arcabouços jurídicos impulsionaram o crescimento econômico do setor”.

A diretora jurídica da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), Glauce Carvalhal, destaca que a nova lei dos seguros coloca o Brasil em perspectiva com outras jurisdições que também têm leis próprias de seguro. “Nós vemos [o novo marco legal dos seguros] como uma oportunidade de crescimento do setor à medida que harmoniza melhor as relações entre consumidores e seguradoras. Temos um ano de vigência pela frente para adequações, reflexões, interpretações e acreditamos que essa harmonia de entendimento vai fazer com que o seguro alcance o maior número de pessoas no país”, destacou.

O que muda?

A nova lei estabelece normas claras para os contratos e adota um modelo dual que combina a lei com a atuação da autoridade reguladora. Segundo a Fazenda, com a legislação, fica proibida a inclusão de cláusula para extinção unilateral do contrato pela seguradora, além das situações previstas em lei. Ademais, a seguradora terá um prazo máximo de 30 dias para o pagamento de sinistro.

Por outro lado, o segurado deve declarar os riscos cotidianos em um questionário de avaliação de risco a ser preenchido no momento da contratação. Este mecanismo torna a identificação dos riscos mais transparente e permite a precificação adequada, conforme o perfil de cada cliente, disse a pasta. Quem contrata o seguro precisará informar a operadora sobre qualquer mudança que aumente o risco sob pena de perda de direitos à indenização.

A lei também permite que ações judiciais sejam ajuizadas em qualquer estado do Brasil, independentemente do local de residência da seguradora. Outro ponto é o estabelecimento de prazos claros para o pagamento de indenizações. “Essa exigência visa garantir a previsibilidade e celeridade no cumprimento das obrigações das seguradoras, beneficiando tanto os segurados quanto o mercado”, disse a Fazenda.

Além disso, se o beneficiário do seguro não for identificado dentro de três anos após a morte do segurado, o valor será destinado ao Fundo Nacional para Calamidades Públicas, Proteção e Defesa Civil (Funcap). “Este é um instrumento cada vez mais necessário em função das mudanças climáticas e dos últimos eventos climáticos que aconteceram no Brasil”, comentou a pasta.

As novas regras estavam na lista de reformas microeconômicas almejadas pelo Ministério da Fazenda, sob cuidado especial da secretaria comandada por Marcos Pinto. Enquanto o setor de seguros no Brasil representa aproximadamente 6% do PIB, considerando a saúde suplementar, nos países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a média gira em torno de 10%, informou a pasta.

“Esse porcentual mostra que o mercado brasileiro tem espaço para crescer e fortalecer sua presença na economia, podendo contribuir para a estabilização econômica e ampliação da segurança financeira da população e das empresas”, afirmou o Ministério.

“Ela estrutura, após um amplo debate em que se buscou o máximo consenso entre as partes, uma arquitetura jurídica de transparência, certeza e confiança nas contratações, o que é a base para um ciclo de crescimento sustentado do mercado”, comentou também o Superintendente da Superintendência de Seguros Privados (Susep), Alessandro Octaviani.

Comissão de Infraestrutura do Senado aprova na íntegra relatório do PL das eólicas offshore

 Justiça recebe denúncia contra Weverton Rocha por improbidade  administrativa | Eleições 2018 no Maranhão | G1


A Comissão de Infraestrutura do Senado aprovou nesta terça-feira, 10, a íntegra do relatório do senador Weverton Rocha (PDT-MA) sobre o projeto de lei que trata do aproveitamento de potencial energético offshore. O texto vai ao plenário, com expectativa de votação nesta quarta-feira, 11.

Um pedido de destaque na matéria chegou a ser votado, mas foi rejeitado pela maioria. O projeto originalmente tratava apenas do aproveitamento do potencial energético em alto mar, mas um conjunto de emendas alheias à matéria foram incluídas durante a tramitação na Câmara dos Deputados.

No Senado, Weverton retirou parte dos “jabutis”, mas manteve outras emendas com custo anual estimado em R$ 17 bilhões, segundo mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) com levantamento da PSR consultoria. Esse valor representa um impacto de 7,5% na tarifa de energia dos consumidores, ainda segundo o estudo.

Dentre os temas alheios no relatório do Senado está a manutenção de operação de térmicas a carvão mineral, a contratação de usinas termoelétricas a gás e a contratação de energia proveniente do hidrogênio líquido a partir do etanol no Nordeste.

“Tamanha oneração não apenas pesará na conta de luz – que já é uma das mais caras do mundo – como elevará o índice de inflação, contrariando todos os esforços do Governo Federal em prol da estabilidade econômica do País”, aponta a Frente Nacional dos Consumidores, em nota.

Xi Jinping defende diálogo com EUA e diz que ‘não há vencedores’ em guerras comerciais

 


Presidente chinês, Xi Jinping, participa de cúpula do G20 no Rio de Janeiro

 


EUA anunciam investimentos de mais de US$ 6,1 bi para fábricas de chips da Micron

 Fabricante de chips Micron prevê queda de receita e espera ...


O governo dos Estados Unidos anunciou mais de US$ 6,1 bilhões em investimentos para construção de fábricas da Micron Technology nos Estados de Nova York e Idaho. O Departamento do Comércio norte-americano também investirá US$ 275 milhões adicionais para expandir a fábrica da empresa em Virgínia, uma unidade de “tecnologia crítica” para a indústria de defesa, setor automotivo e segurança nacional, segundo comunicado divulgado nesta terça-feira, 10.

A Casa Branca informou que os valores farão parte de um investimento total da Micron de US$ 125 bilhões nas próximas décadas para construção de diversas fábricas de chips de memórias, criando pelo menos 20 mil empregos até 2030.

“Esses investimentos ajudarão os EUA a ampliar sua parcela de produção de chips de memória avançados de aproximadamente 0% para 10% na próxima década”, afirmou a vice-presidente, Kamala Harris, em nota.

O investimento integra uma série de anúncios recentes do governo Biden dentro da legislação “CHIPS and Science Act”.

O programa de investimentos já foi amplamente criticado pelo presidente eleito, Donald Trump, que assumirá a liderança da Casa Branca em 20 de janeiro de 2025.

Embraer afirma que Moody’s elevou nota da empresa para grau de investimento

 


Miniatura de aeronave da Embraer durante feira do setor aéreo em Zhuhai, na China - Crédito: Reuters/Aly Song

 

A Embraer comunicou nesta terça-feira que a agência de classificação de risco Moody’s elevou a nota de crédito da empresa de “Ba1” para “Baa3”, sendo a terceira agência a conceder a classificação “grau de investimento” à fabricante de aviões.

A S&P Global Ratings havia dado o “upgrade” em fevereiro e Fitch Ratings, em setembro. A perspectiva da nota da Moddy’s é positiva.


“Nosso foco em eficiência e na disciplina financeira são diferenciais importantes, em paralelo a nosso portfólio moderno e competitivo”, afirmou o vice-presidente financeiro da Embraer, Antonio Carlos Garcia, em comunicado à imprensa.

“Esses atributos garantem o sucesso da nossa estratégia e o crescimento sustentável do negócio.”