quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

Após morte de jornalista, ministra propõe rever atendimento a mulheres

 

A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves (foto), defendeu hoje (27) a necessidade de revisão das regras de funcionamento da Casa da Mulher Brasileira e de outros serviços especializados no atendimento à mulher.

Segundo ela, a partir de março, a ONU Mulheres – entidade da Organização das Nações Unidas dedicada à igualdade de gênero e ao empoderamento das mulheres – realizará uma avaliação das regras e procedimentos de atendimento das dez Casas da Mulher Brasileira existentes no país.

“A partir deste monitoramento, vamos reestabelecer quais regras têm que ser colocadas não apenas nos serviços da casa, mas em todos os serviços especializados [de atendimento às mulheres]”, declarou Cida ao participar, esta manhã, do programa Bom Dia, Ministro, uma coprodução da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) com o Canal Gov, transmitido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

A manifestação da ministra foi causada por uma pergunta sobre o assassinato da jornalista e servidora do Ministério Público do Trabalho (MPT), Vanessa Ricarte, de 42 anos, morta a facadas pelo ex-noivo, o músico Caio Nascimento, no último dia 12, em Campo Grande (MS). Nascimento foi preso em flagrante.

A capital sul-mato-grossense foi escolhida, em 2015, para abrigar a primeira Casa da Mulher Brasileira inaugurada para atender mulheres vítimas de violência, com a proposta de reunir, em um único espaço, todos os serviços especializados (delegacia, juizado, defensoria, promotoria, equipes psicossociais etc). Desde então, a cidade é apontada como uma referência em relação a este tipo de política pública.

Repercussão e indignação

O feminicídio de Vanessa repercutiu em todo o país, causando indignação que, para a ministra, deve-se não só “à gravidade do feminicídio, mas também às falhas no atendimento” que a jornalista recebeu na Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam) pouco antes de ser morta.

“[Antes de ir à delegacia] A Vanessa foi à Casa da Mulher Brasileira, onde passou pelo atendimento psicossocial e denunciou ter [sido mantida] em cárcere privado, impedida de sair de casa, por dois ou três dias”, narrou a ministra.

“[Na sequência,] ela foi à delegacia, onde, segundo a delegada, não falou [sobre a] gravidade do seu caso. E a delegada, na hora de dar [a Vanessa] a medida protetiva [contra Nascimento], mandou ela voltar para casa a fim de pegar suas roupas”, acrescentou Cida, assegurando que este não é o procedimento previsto na Lei Maria da Penha.

“A lei prevê que um oficial de Justiça ou a Patrulha Maria da Penha acompanhe a vítima até em casa. [O que não ocorreu] E ao ir em casa, a Vanessa foi assassinada”, disse a ministra, frisando que, ao deixar a delegacia, a jornalista enviou um áudio para uma amiga relatando o atendimento recebido.

“Durou quatro minutos. E ela disse ter sido mal atendida”, comentou Cida, elencando possíveis falhas no atendimento dispensado à jornalista. “A primeira: se ela [Vanessa] já tinha dito [ao receber atendimento] psicossocial [na Casa da Mulher Brasileira, que foi mantida em cárcere privado], a delegada [que a atendeu na Deam] tinha que ter aberto o sistema [informatizado] para dar continuidade ao atendimento. E ela não fez isso. Logo, não viu a parte [em que Vanessa denunciou o] cárcere privado. [A delegada] também não deve ter nem perguntado, nem investigado o suficiente para que ela [Vanessa] tivesse liberdade [para repetir os detalhes da denúncia]”, concluiu a ministra.

Mudanças

A repercussão do caso motivou o Poder Público a anunciar mudanças nos procedimentos de proteção às mulheres vítimas de violência. Em nota, o governo estadual admitiu falhas na rede de proteção às mulheres vítimas de violência e no atendimento prestado a Vanessa.

“Mais uma morte prova que não estamos conseguindo garantir proteção às vítimas de violência […] Falhamos enquanto estado, falharam as instituições, falhamos enquanto sociedade. Precisamos identificar onde erramos, planejar mudanças e agir eficazmente para termos uma solução que resulte de forma efetiva no fim da morte de mulheres em nosso estado simplesmente por serem mulheres”, manifestou o governo estadual ao informar que a Corregedoria da Polícia Civil está apurando se houve falhas no atendimento prestado à jornalista.

O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS) anunciou que vai instalar uma nova vara judicial dentro da Casa da Mulher Brasileira de Campo Grande, no próximo dia 7. Segundo o órgão, o objetivo da 4ª Vara de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher é dobrar a capacidade do Poder Judiciário para processar e conceder medidas protetivas. Segundo o TJ-MS, só em 2024 foram concedidas cinco mil medidas protetivas em Mato Grosso do Sul – o equivalente a um pedido de proteção a cada duas horas.

“Precisamos implementar ações mais eficazes para controlar a violência doméstica. Temos urgência para instalar esta vara para que se possa resolver, junto com a 3ª Vara, os problemas decorrentes das medidas protetivas”, disse o presidente do TJ-MS, desembargador Dorival Renato Pavan, durante a sessão da última quarta-feira (19).

Explicou que a iniciativa é uma das ações do Poder Judiciário em resposta à crescente violência de gênero em Mato Grosso do Sul. “É importante ter dois juízes decidindo, com um menor número de processos e, a meu modo de ver, com a maior possibilidade de se deferir as medidas [protetivas] realmente necessárias”.

Treinamento para policiais

A Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul também se mobilizou, propondo que o governo estadual implemente – em caráter prioritário – um programa de capacitação e treinamento humanizado para policiais e funcionários da Casa da Mulher Brasileira, buscando garantir atendimento digno e acolhedor às mulheres em situação de violência. A iniciativa foi do deputado estadual Jamilson Name (PSDB).

O próprio Ministério das Mulheres anunciou, no último dia 18, mudanças na gestão da Casa da Mulher Brasileira de Campo Grande, que passará a ser administrada conjuntamente pelos governos estadual e municipal – atualmente, os serviços são de responsabilidade apenas da prefeitura de Campo Grande.

O ministério também anunciou a implementação do Sistema UNA Casa da Mulher Brasileira na unidade de Campo Grande, a partir de março. Trata-se de um sistema nacional de dados, em fase de testes, que vai coletar e organizar, de maneira padronizada e estruturada, os dados referentes aos atendimentos realizados nas Casas de todo o país, facilitando a comunicação entre elas. A fase de testes teve início em fevereiro, nas Casas de Teresina (PI) e São Luís (MA).

O governo estadual e o Ministério das Mulheres anunciaram a assinatura de um Acordo de Cooperação Técnica do Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher, para aprimorar e agilizar o fluxo de denúncias. E há a possibilidade de criação de novas Casas da Mulher Brasileira no estado.

“Além disso, discuti com o governador [Eduardo Riedel] e com a prefeita [Adriane Lopes] que, muito mais que designar um profissional para atender  mulheres em situação de violência, é preciso saber se o profissional [escolhido] tem aptidão para trabalhar com o tema. Não basta ser uma delegada, nem ser simplesmente mulher. Ou teremos atendimentos como o que a Vanessa recebeu”, concluiu a ministra.

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Governo federal recebe mais dividendos da Petrobras em 2024, apesar da queda nos lucros

 

Mesmo com uma forte retração nos lucros, a Petrobras manteve uma distribuição elevada de dividendos em 2024, beneficiando diretamente a União Federal, que recebeu R$ 28,8 bilhões em proventos no ano. A participação do governo na geração de caixa da estatal permaneceu significativa, com uma fatia média de 28,67% nos últimos quatro anos, consolidando seu papel estratégico como acionista da companhia.

Segundo levantamento da Elos Ayta, a Petrobras desembolsou R$ 100,7 bilhões aos seus acionistas em 2024, um volume 2,56% superior ao de 2023. No entanto, a queda no lucro líquido foi drástica, com um recuo de 70,6% em relação ao ano anterior, encerrando 2024 com R$ 36,6 bilhões – o menor patamar desde 2020, período fortemente impactado pela pandemia.

 

É importante destacar que os dividendos desembolsados referem-se tanto ao lucro de anos anteriores quanto ao próprio exercício de 2024, não estando limitados exclusivamente ao resultado do ano. O estudo considera apenas os dividendos efetivamente pagos, sem incluir valores provisionados nos balanços trimestrais. Assim, os R$ 9,1 bilhões anunciados no balanço do quarto trimestre de 2024 não entram nessa conta, pois serão pagos apenas em 2025.

O período de 2021 a 2024 representou os quatro anos de maior distribuição de dividendos da história da Petrobras. O auge ocorreu em 2022, quando a estatal desembolsou um recorde de R$ 194,6 bilhões aos acionistas. Em contraste, 2023 marcou uma redução substancial para R$ 98,2 bilhões, refletindo um cenário de menores preços do petróleo e ajustes na política de distribuição da empresa.

Os dados demonstram que, mesmo diante de um lucro reduzido, a Petrobras segue como uma das companhias mais relevantes do mercado brasileiro em termos de retorno ao investidor. A estratégia de manutenção da distribuição de dividendos reforça seu papel como importante geradora de caixa, beneficiando tanto a União quanto os demais acionistas.

 

Tarcísio agradece a Lula e diz que diferenças têm que ser deixadas de lado por população

 Imagem colorida de Lula e Tarcísio se cumprimentando com as mãos - Metrópoles

Diante de uma plateia de apoiadores do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, o governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), enfrentou vaias em diversos momentos e optou por um discurso de clima mais ameno, com agradecimentos ao petista. Lula, Tarcísio e demais autoridades se encontraram nesta quinta-feira, 27, na cerimônia de lançamento do edital do túnel entre Santos e Guarujá. O evento aconteceu no Parque Valongo, em Santos, com plateia repleta de representantes de trabalhadores do setor portuário e do Instituto Federal de Ensino.

No seu discurso, Tarcísio agradeceu ao presidente Lula, que colocou o projeto do túnel como uma prioridade do governo, segundo atestou o governador.

“Presidente, quero agradecer ao senhor”, declarou o governador de São Paulo, acrescentando que Lula colocou o tema como prioridade em seu mandato. “As diferenças têm que ser deixadas de lado para se chegar a um consenso e atender a população e pensar no futuro”, emendou, agradecendo também as equipes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e os prefeitos locais.

Tarcísio classificou o lançamento do edital, nesta quinta-feira, como uma vitória, após mais de cem anos de discussões envolvendo o projeto. “É para celebrar o investimento”.

Ele também destacou que os investimentos na Baixada Santista vão passar de R$ 20 bilhões, contando aportes no projeto do túnel, projetos de saneamento encabeçados pela Sabesp e recursos para obras rodoviárias.

O governador elogiou ainda a atuação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “O BNDES tem sido fundamental para infraestrutura, respeitando o mercado de capitais”, declarou.

População desalentada sobe 4,8% em um trimestre e chega a 3,183 milhões em janeiro, diz IBGE

 País tem 5,026 milhões de pessoas desalentadas no trimestre ...

O Brasil registrou 3,183 milhões de pessoas em situação de desalento no trimestre encerrado em janeiro de 2025, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A população desalentada cresceu 4,8% no trimestre (mais 147 mil pessoas) e teve redução de 10,9% (menos 389 mil pessoas) no ano.

A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade – e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. Os desalentados fazem parte da força de trabalho potencial.

Dólar se firma em alta, agravada por Ptax e cautela antes do carnaval

 

O dólar mostrou comportamento errático no início do dia, mas ganhou fôlego e passa a mostrar maior ímpeto para a alta na manhã desta quinta-feira, 27, sendo negociado no patamar acima dos R$ 5,82. Profissionais do mercado financeiro afirmam que um conjunto de fatores impede as cotações de corrigirem os ganhos da semana, que já superam 1,6%.

O pano de fundo continua a ser de preocupação com questões inflacionárias e fiscais no Brasil, mas os investidores também acompanham o mercado norte-americano, em um ambiente já de disputa pela Ptax de fevereiro e às vésperas do feriado de carnaval.

“Há uma preocupação com o imponderável nas ações do presidente dos EUA, Donald Trump, e no Brasil houve ruídos em torno de uma suposta saída do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, peça fundamental para o governo. É algo improvável de ocorrer”, afirma Diego Costa, head de câmbio para o Norte e Nordeste da B&T Câmbio.

Às 11h06, o dólar à vista era cotado a R$ 5,8265, em alta de 0,40%. O dólar futuro para liquidação em março subia 0,39%, aos R$ 5,8289.

Governo federal antecipará renovação de concessão do Porto de São Sebastião por mais 25 anos

 Artigo - A desestatização do porto de São Sebastião

O governo federal e o governo paulista vão assinar nesta quinta-feira, 27, a renovação antecipada da delegação (modalidade de concessão) do Porto de São Sebastião por mais 25 anos, estendendo sua vigência de 2032 para 2057. A assinatura ocorrerá durante cerimônia com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva; o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho; e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); entre outras autoridades – durante evento em que ocorrerá o lançamento oficial do edital para construção do túnel entre Santos e Guarujá.

O Porto de São Sebastião é administrado pela Companhia Docas de São Sebastião (CDSS), empresa vinculada à Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo.

O porto tem, em andamento, um processo de arrendamento de um novo terminal, com um investimento estimado de R$ 660 milhões. O novo terminal contará com dois berços de atracação para navios e um pátio de caminhões.

O porto registrou um aumento de 48% no volume de carga movimentada em 2024 na comparação com 2023, alcançando a marca de 1,5 milhão de toneladas. Entre as principais cargas transportadas no ano passado estão o açúcar, com 498,5 mil toneladas; seguido de barrilha (matéria-prima para produção de vidros e embalagens), com 411,4 mil toneladas; o coque de petróleo, com 234,3 mil toneladas; e malte e cevada, com 167 mil toneladas, entre outros. Em setembro, retomou as exportações de café, após 60 anos de interrupção.