quarta-feira, 5 de março de 2025

Dólar recua a R$ 5,80, em linha com exterior e PMIs do Brasil positivos

O dólar abriu em forte queda no mercado à vista nesta quarta-feira, 5, acompanhando a desvalorização da divisa norte-americana no exterior. Investidores precificam perspectivas de queda de juros de 75 pontos-base pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) em 2025, com início mais provável de retomada de corte em junho, após a divulgação do relatório ADP sobre criação de empregos no setor privado, que veio abaixo das expectativas em fevereiro.

Também está no radar dos operadores a possibilidade de negociações das tarifas dos EUA às importações de México e Canadá no período da tarde.

Aqui no Brasil, há otimismo na esteira dos índices dos gerentes de compras (PMIs, na sigla em inglês) industrial e de serviços apontando retomada do setor privado no País. E as perspectivas de crescimento da China de 5% para 2025 também favorecem a recuperação do real e pares emergentes ligados a commodities.

As perdas do petróleo entre 3,3% e 4% há pouco e de mais de 1% do minério de ferro são contrapontos.

Às 13h13, o dólar à vista caía 1,87%, a R$ 5,8063. O dólar futuro para abril cedia 1,27%, a R$ 5,8350.

‘Estamos só começando’: As palavras de Trump em seu 1° discurso ao Congresso dos EUA

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez na noite de terça-feira, 4, seu primeiro pronunciamento ao Congresso americano desde que assumiu seu segundo mandato, dirigindo elogios ao seu próprio governo, reforçando ameaças de tomar a Groenlândia e o Canal do Panamá e de impor mais tarifas de importação contra outros países – mencionando nominalmente o Brasil.

“Em 43 dias, conseguimos mais do que a maioria dos governos conseguem em quatro ou oito anos, e estamos só começando”, disse Trump. “O sonho americano está emergindo, maior e melhor do que nunca. O sonho americano é imparável, e nosso país está à beira de um ressurgimento como o mundo nunca presenciou, e talvez nunca volte a presenciar”, acrescentou Trump, num pronunciamento que durou uma hora e quarenta minutos – o mais longo entre todos os presidentes pelo menos desde 1964.

Falando a parlamentares dos partidos Republicano e Democrata das duas Casas do Congresso, Trump também exibiu um comportamento semelhante ao da última campanha eleitoral, dirigindo ataques ao seu antecessor, o democrata Joe Biden, e o que chamou “lunáticos radicais de esquerda”, além de celebrar a saída do seu país de organismos internacionais como a Organização Mundial da Saúde (OMS). Trump ainda criticou políticas de diversidade e agradeceu ao bilionário Elon Musk, que acompanhou o discurso e que vem promovendo cortes radicais de gastos do governo dos EUA.

Em relação à guerra da Ucrânia, Trump afirmou que o país sob ataque dos russos está pronto para assinar um acordo para a exploração de minerais estratégicos – algo que deveria ter acontecido na última sexta-feira, antes da reunião entre o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, e Trump se transformar num bate-boca público. Trump acrescentou que “simultaneamente, teve discussões sérias com a Rússia e recebeu fortes sinais de que Moscou está pronta para a paz”.

Quase todas as falas de Trump foram aplaudidas com entusiasmo pelos membros do Partido Republicano. Mas, minutos após o início do discurso, um protesto começou. O deputado democrata Al Green, do Texas, acabou sendo expulso do Plenário após interromper a fala do presidente. Paralelamente, membros do seu partido exibiram, silenciosamente, placas contendo críticas ao governo Trump.

Ameaças de novas tarifas

No discurso, Trump, afirmou que outras nações usam medidas tarifárias contra os EUA há anos e que agora chegou a hora “de usá-las contra outros países”. Trump, que horas antes havia aprovado aumentos de tarifas de até 25% contra importações mexicanas, canadenses e chinesas, também sinalizou que pode impor medidas semelhantes contra a União Europeia, a Coreia do Sul, o Brasil e a Índia.

“Outros países têm usado tarifas contra nós há décadas e agora é a nossa vez de começar a usá-las contra esses outros países. Em média, a União Europeia, a China, o Brasil, a Índia, o México e o Canadá – você já ouviu falar deles? E inúmeras outras nações nos cobram tarifas tremendamente mais altas do que as que cobramos deles.”

“É muito injusto. A Índia nos cobra tarifas sobre automóveis superiores a 100%. A tarifa média da China sobre nossos produtos é o dobro da que cobramos deles. E a tarifa média da Coreia do Sul é quatro vezes maior. Pense nisso. Quatro vezes mais. E nós ajudamos tanto militarmente e de muitas outras formas a Coreia do Sul. Mas é isso que acontece. Isso está acontecendo entre amigos e inimigos”, completou Trump.

Groenlândia e Canal do Panamá

Em suas falas, Trump voltou a mencionar suas ambições territoriais de anexar a Groenlândia – uma região autônoma da Dinamarca – e retomar o controle do Canal do Panamá. Sobre o território dinamarquês, Trump afirmou que pretende estender o controle americano de “de uma forma ou de outra”.

“Tenho uma mensagem esta noite para o incrível povo da Groenlândia. Apoiamos firmemente seu direito de determinar seu próprio futuro. E, se assim desejarem, nós os receberemos nos Estados Unidos da América. Precisamos da Groenlândia para a segurança nacional e até mesmo para a segurança internacional. E estamos trabalhando com todos os envolvidos para tentar obtê-la. Mas realmente precisamos dela para a segurança mundial internacional. E acho que vamos conseguir tê-la – de uma forma ou de outra, vamos tê-la. Nós os manteremos seguros. Nós os enriqueceremos. E, juntos, levaremos a Groenlândia a patamares nunca antes imaginados. É uma população muito pequena, mas um pedaço de terra muito, muito grande e muito, muito importante para a segurança militar”, disse Trump.

Sobre o Canal do Panamá, cujo controle os EUA cederam para o país da América Central em 1999 após um acordo firmado no governo do presidente americano Jimmy Carter (1977-1981), Trump afirmou que pretende “pegá-lo de volta”. “O projeto mais caro que já foi construído na história de nosso país, se compararmos com os custos atuais. Foi doado pelo governo Carter por 1 dólar. Mas esse acordo foi severamente violado. Não demos [o canal] para a China; demos para o Panamá, e o estamos pegando de volta.”

Combate à cultura “woke”

Trump ainda elogiou o seu próprio governo por acabar com políticas de inclusão no governo federal e o que chamou de “tirania da chamada diversidade”. “Acabamos com a tirania das chamadas políticas de diversidade, equidade e inclusão em todo o governo federal. E, de fato, no setor privado e em nossas Forças Armadas”, afirmou.

“Removemos o veneno da teoria racial crítica de nossas escolas públicas e assinei uma ordem tornando a política oficial do governo dos Estados Unidos que existem apenas dois gêneros: masculino e feminino. Também assinei uma ordem executiva para proibir os homens de praticar esportes femininos”, acrescentou.

“Estamos tirando a [cultura] woke de nossas escolas e de nossas Forças Armadas, e ela já está fora e fora de nossa sociedade, não a queremos. A [cultura] woke é um problema, é ruim, e ela se foi. Foi-se. E nos sentimos muito melhor por isso, não é mesmo? Não nos sentimos melhor?”

Ele alegou ainda que os membros do serviço militar dos EUA “não serão ativistas e ideólogos, serão lutadores e guerreiros, lutarão por nosso país.”

Trump também pediu uma aplicação mais forte da lei nas cidades dos EUA, alegando que “nosso sistema judiciário foi virado de cabeça para baixo por lunáticos da esquerda radical”. Ele também defendeu por uma maior proteção jurídica para os policiais, incluindo “imunidade contra processos” e exortou o Congresso americano a aprovar a pena de morte para quem matar policiais.

Guerra da Ucrânia e reaproximação com Rússia

Donald Trump voltou a repetir uma falsa alegação que tem feito recorrentemente, de que os Estados Unidos gastaram “350 bilhões de dólares” para apoiar a Ucrânia, enquanto a Europa coletivamente teria fornecido “apenas 100 bilhões de dólares” em ajuda para Kiev.

Contudo, o Instituto de Kiel para a Economia Mundial, um think tank alemão aponta que os números são bem diferentes. Segundo o levantamento, países da Europa, quando combinados, direcionaram 138,7 bilhões de dólares em ajuda militar e humanitária para a Ucrânia entre janeiro e 2022 e o fim e 2024. Os EUA, segundo a pesquisa, direcionaram 119,7 bilhões.

No mesmo discurso, disse estar trabalhando “incansavelmente para acabar com o conflito selvagem na Ucrânia”. A fala ocorreu no mesmo dia em que seu governo suspendeu o envio de novos pacotes de ajuda militar para Kiev e após semanas de reaproximação entre a Casa Branca e o Kremlin, o que tem alarmado boa parte da União Europeia e liderança ucraniana, que temem que Trump esteja prestes a abandonar completamente a Ucrânia para os russos.

“Se você quer acabar com as guerras, você tem que falar com ambos os lados”, argumentou ainda o republicano, defendendo a sua reaproximação com Moscou.

Trump ainda afirmou na terça-feira que recebeu uma “carta importante” de Zelenski, manifestando disponibilidade para retomar as negociações para a paz e para assinar o acordo de minerais. “Nós realmente valorizamos o quanto a América fez para ajudar a Ucrânia a manter a sua soberania e independência. Em relação ao acordo sobre minerais e segurança, a Ucrânia está pronta para assiná-lo a qualquer momento que seja conveniente”, leu Trump.

Contudo, o conteúdo da alegada carta de Zelenski é o mesmo que o líder ucraniano publicou horas antes numa publicação nas suas redes sociais. Trump disse ainda que estava agradecido pela carta, acrescentando que “simultaneamente, teve discussões sérias com a Rússia e recebeu fortes sinais de que Moscou está pronta para a paz”.

Trump e Zelenski estavam prestes a assinar um acordo para a exploração de recursos naturais ucranianos na última sexta-feira, mas a assinatura foi interrompida depois de um tenso bate-boca entre os dois líderes no Salão Oval da Casa Branca.

O tema da Ucrânia surgiu apenas 90 minutos após o início do discurso de Trump. No seu pronunciamento, Donald Trump sugeriu ainda que o líder russo, Vladimir Putin, se sentiu à vontade para invadir a Ucrânia por causa da forma como o governo Joe Biden lidou com a retirada dos Estados Unidos do Afeganistão. Trump criticou duramente a saída caótica do Afeganistão conduzida pelo antecessor, em agosto de 2021, episódio que resultou na morte de 13 militares americanos.

“Quando Putin viu o que aconteceu, acho que ele disse: ‘bem, talvez esta seja a minha oportunidade’, de tão mau que foi. Nunca deveria ter acontecido. Pessoas grosseiramente incompetentes”, criticou Trump, referindo-se aos membros do governo Biden.

 

Bancos retomam contratação de financiamento equalizado do Plano Safra 2024/25

Plano Safra para grandes produtores rurais soma R$ 400 ...

Após o governo liberar R$ 4,178 bilhões em crédito extraordinário para operações de crédito oficial do Plano Safra, bancos que operam o crédito subsidiado na safra atual 2024/25 retomam as novas contratações de financiamentos com taxas equalizadas pelo Tesouro. O Broadcast Agro (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) procurou os bancos com maior volume de crédito equalizado na safra para confirmar o retorno das operações. A retomada ocorre após a suspensão temporária das contratações pelo Tesouro, que durou de 21 a 25 de fevereiro. Cerca de R$ 50 bilhões de recursos subsidiados do Plano Safra estavam bloqueados em virtude da suspensão das linhas.

Na safra atual, R$ 138,235 bilhões em recursos foram equalizados pelo Tesouro. Ao todo 25 instituições financeiras estão aptas a operar os recursos subsidiados. Na semana passada, o Banco Central comunicou a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) que as contratações das linhas subsidiadas do Plano Safra já foram reativadas.

O Banco do Brasil, que responde por 45% do crédito equalizado, informou que novas contratações com recursos equalizados foram normalizadas. O BB detém a maior fatia de crédito equalizado na safra, com R$ 60,185 bilhões. Deste montante, 65% já foi aplicado, segundo o banco. De acordo com o banco, durante o período em que houve a suspensão parcial, foram desembolsados R$ 2,2 bilhões nas demais modalidades de crédito disponíveis, o que inclui financiamentos de linhas equalizadas contratadas antes da suspensão.

Atrás do BB, o BNDES tem o segundo maior volume de crédito disponível na safra atual, com R$ 33,486 bilhões. Em circular, o banco informou aos agentes que operam suas linhas a reabertura do protocolo de pedidos de financiamento e a retomada da contratação de novas operações de crédito rural subvencionadas do Plano Safra 2024/25 a partir de 6 de março, conforme a disponibilidade orçamentária de cada programa ou linha de financiamento. A medida não se restringe às linhas de custeio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), nas quais os protocolos de financiamentos permanecem normalmente admitidos.

Entre os bancos cooperativos, o Sicredi lidera em volume de crédito subsidiado, com R$ 9,836 bilhões. O banco informou à reportagem que o fluxo das suas operações de crédito rural equalizado não sofreu “impacto significativo”. “A normalidade foi retomada em dois dias úteis, assim que recebemos a liberação para voltar a operar em linhas equalizadas”, disse o Sicredi.

Já alguns bancos privados ainda buscam se adaptar às normativas do Tesouro. “Há ajustes que precisam ser feitos para controle dos novos recursos, os quais estamos implementando e depois voltamos a contratar”, disse o diretor de uma instituição financeira. A expectativa era de finalizar os ajustes e retomar as operações na volta do feriado de carnaval.

O Tesouro determinou que as novas contratações tenham apuração específica para cálculos de valores de equalização, devendo as instituições financeiras separarem os valores de financiamentos equalizados antes da suspensão e após a autorização da retomada das contratações.

 

China anuncia diretrizes para fortalecer setor financeiro e impulsionar áreas estratégicas

 Bandeira da China – Wikipédia, a enciclopédia livre

A China anunciou nesta quarta-feira, 5, novas diretrizes para fortalecer o setor financeiro e impulsionar o desenvolvimento em cinco áreas estratégicas: finanças tecnológicas, “verdes”, inclusivas, para aposentadoria e digitais. Segundo um comunicado do governo chinês, os serviços financeiros desempenham um “papel fundamental” no apoio à economia real, e o país busca uma maior coordenação entre políticas financeiras e medidas voltadas para tecnologia, indústria, tributação e questões fiscais.

O objetivo, de acordo com o documento, é oferecer “serviços financeiros de alta qualidade” a setores estratégicos e áreas mais vulneráveis da economia. Além disso, o governo pretende estimular “novas forças produtivas de qualidade”, adaptadas às condições locais.

Na área de inovação, as diretrizes reforçam o compromisso com o “fortalecimento do apoio financeiro para grandes iniciativas nacionais de ciência e tecnologia”, além de incentivar o crescimento de pequenas e médias empresas voltadas para o setor tecnológico. O texto também menciona um esforço coordenado para impulsionar o “desenvolvimento sustentável e a transição para uma economia de baixo carbono”.

A inclusão financeira é outro ponto central do plano. A proposta prevê a criação de um sistema “multissetorial, amplo e sustentável”, além da melhoria de produtos e serviços financeiros voltados para “micro, pequenas e médias empresas, negócios privados, revitalização rural e bem-estar social”.

O governo chinês também pretende ampliar o suporte à chamada “economia prateada”, fortalecendo o sistema previdenciário em “vários níveis e pilares”. Por fim, o comunicado ressalta que a China pretende acelerar a “transformação digital das instituições financeiras” e aprimorar a governança das finanças digitais para ampliar o alcance e a eficiência dos serviços financeiros no país.

sábado, 1 de março de 2025

Líderes europeus reforçam apoio a Zelenski após embate com Trump

 Sem terno e de moletom: Zelensky muda visual para reforçar ...

“Mundo livre precisa de novo líder; cabe a nós aceitar esse desafio”, diz chefe da diplomacia da UE. Europa sinaliza predisposição para assumir papel central no apoio a Kiev e na busca por um fim definitivo do conflito.Os líderes europeus reforçaram o apoio ao presidente ucraniano Volodimir Zelenski após o entrevero com seu homólogo americano, Donald Trump, em um episodio gerou novos questionamentos sobre os esforços para pôr fim à guerra entre Rússia e Ucrânia.

As reações das principais lideranças europeias sinalizam uma predisposição em assumir um papel central e mais amplo no apoio militar a Kiev, assim como na busca por um fim definitivo do conflito.

O encontro em Washington nesta sexta-feira (28/02), inicialmente planejado para formalizar um acordo econômico para exploração americana de recursos minerais estratégicos em solo ucraniano, descambou para um bate-boca sobre a postura de Kiev em relação ao conflito com a Rússia e o apoio militar americano à Ucrânia.

A atitude hostil de Trump e de seu vice, J.D. Vance, em pleno Salão Oval da Casa Branca – local conhecido como cenário de apertos de mãos e gestos diplomáticos entre líderes mundiais – gerou fortes reações de apoio da ampla maioria dos líderes europeus, que se veem cada vez pressionados pelas exigências de Washington e, relação ao financiamento da defesa ucraniana, além um série de outras questões geopolíticas.

Sob Trump, os EUA passaram a questionar o envio de bilhões de dólares americanos em ajuda militar à Kiev e passaram a pedir contrapartidas, como o acesso a seus minerais de terras raras para compensar a ajuda recebida durante o governo do antecessor de Trump, Joe Biden.

“Apostar na terceira guerra mundial”

Durante o encontro na Casa Branca, Zelenski pediu garantias de segurança mais concretas por parte de Washington, que vinha defendendo um cessar-fogo no conflito. Citando o histórico de violações da Rússia à ordem internacional, ele aconselhou os americanos a desconfiarem da disposição de Moscou em cumprir acordos diplomáticos.

Trump enfatizou a necessidade de compromissos por parte da Ucrânia, sugerindo que Kiev deveria considerar concessões territoriais para alcançar a paz. Zelenski rebateu, afirmando que não faria “concessões a um assassino”, referindo-se ao presidente russo, Vladimir Putin.

Mas, ao invés de garantias da continuidade da ajuda americana, Zelenski acabou tendo que ouvir sermões de Trump e de Vance, com o ucraniano mal tendo chance de reagir às acusações e censuras que lhe foram feitas. Trump chamou Zelenski de ingrato e acusou-o de não estar disposto a fazer as pazes com a Rússia e de “apostar na terceira guerra mundial”.

A oposição democrata no Senado americano acusou o presidente e seu vice de ficarem do lado do Kremlin. “Trump e Vance estão fazendo o trabalho sujo de Putin”, postou o líder da minoria democrata no Senado, Chuck Schumer, nas redes sociais.

“Mundo livre precisa de nova liderança”

Logo após o entrevero em Washington os líderes da União Europeia garantiram a Zelensky que ele “nunca estava sozinho”. Os presidentes da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do Conselho Europeu, António Costa, divulgaram uma declaração conjunta pedindo que Zelenski “seja forte, seja corajoso, seja destemido”. ” Você nunca está só, querido presidente Zelenski. Continuaremos trabalhando com você por uma paz justa e duradoura”, afirmaram em postagem nas redes sociais.

A chefe da diplomata da UE, Kaja Kallas, questionou a liderança dos Estados Unidos na longeva aliança transatlântica entre as potências europeias e Washington. “Hoje ficou claro que o mundo livre precisa de um novo líder. Cabe a nós, europeus, aceitar esse desafio”, afirmou.

O chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz também expressou seu apoio à Ucrânia, afirmando que “ninguém quer a paz mais do que os cidadãos da Ucrânia. É por isso que buscamos em conjunto o caminho para uma paz duradoura e justa. A Ucrânia pode contar com a Alemanha e com a Europa.”

A ministra alemã do Exterior, Annalena Baerbock, que acrescentou que a “busca de Kiev por paz e segurança é nossa”.

O provável futuro chanceler federal alemão, Friedrich Merz, também publicou mensagem de apoio ao presidente ucraniano: “Prezado Zelenski, estamos ao lado da Ucrânia nos momentos bons e nos momentos desafiadores. Jamais devemos nunca confundir agressor e vítima nesta guerra terrível”.

O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou a jornalistas que a “Rússia é o agressor, e a Ucrânia é o povo agredido. Acho que fizemos bem em ajudar a Ucrânia e sancionar a Rússia há três anos e continuar fazendo isso. (…) E devemos agradecer a todos aqueles que ajudaram e respeitar aqueles que estão lutando desde o início”.

“Há um agressor: a Rússia. Há um povo sob ataque: a Ucrânia. Fizemos bem em ajudar a Ucrânia e sancionar a Rússia há três anos e continuaremos a fazê-lo. Somos americanos, europeus, canadenses, japoneses e muitos outros. Obrigado a todos que ajudaram”, disse o líder francês em postagem nas redes sociais.

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, declarou: “A divisão não beneficiaria ninguém. O que é necessário é uma cúpula imediata entre os Estados Unidos, os países europeus e os aliados para falar francamente sobre como pretendemos lidar com os grandes desafios da atualidade, a começar pela Ucrânia, que defendemos juntos nos últimos anos”.

A Polônia, um dos principais aliados da Ucrânia desde a invasão russa de seu território, se apressou em reassegurar seu apoio. “Caros amigos ucranianos, vocês não estão sozinhos”, disse o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, em postagem no X endereçada a Zelenski.

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, disse que seu país apoiará a Ucrânia devastada pela guerra. “Ucrânia, a Espanha está com vocês”, escreveu nas redes sociais. O premiê espanhol prometeu o envio de um bilhão de euros em ajuda, durante em uma visita recente a Kiev.

O primeiro-ministro britânico Keir Starmer prometeu “apoio inabalável” à Ucrânia e conversou com Trump e Zelenski após a reunião no Sala Oval. Seu gabinete informou que ele receberá o líder ucraniano em Londres neste sábado.

Moscou destaca “fracasso” de Zelenski nos EUA

O Ministério do Exterior Rússia divulgou uma nota neste sábado afirmando que a viagem de Zelenski aos EUA foi um “fracasso”, após ele ter sido publicamente repreendido por Trump.

“A visita do chefe do regime neonazista (sic), V. Zelensky, a Washington em 28 de fevereiro é um fracasso político e diplomático completo do regime de Kiev”, disse a porta-voz do Ministério, Maria Zakharova, no comunicado.

Moscou frequentemente acusa a Ucrânia de abraçar o “neonazismo” e usou isso como pretexto para dar início a sua ofensiva na Ucrânia – acusação que os líderes ocidentais e Kiev consideram falsa e absurda.

“Com seu comportamento escandalosamente grosseiro durante sua estadia em Washington, Zelenski confirmou que ele é a ameaça mais perigosa para a comunidade mundial como um belicista irresponsável”, disse Zakharova.

Acusando Zelensky de ser “obcecado” em continuar a luta, a porta-voz acrescentou que os objetivos militares da Rússia na Ucrânia eram “imutáveis”. Moscou vem ganhando terreno no campo de batalha há mais de um ano, pressionando sua vantagem contra o exército ucraniano sobrecarregado e desarmado.

O ex-presidente russo e atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, elogiou a postura americana. “Pela primeira vez, Trump disse a verdade na cara do palhaço da cocaína”, afirmou.

Kirill Dmitriev, um dos negociadores de Moscou nas primeiras negociações de alto nível entre autoridades russas e americanas desde que o Kremlin enviou tropas para a Ucrânia, classificou a briga entre os dois líderes como “histórica”.

O primeiro-ministro húngaro Viktor Orban, um dos líderes europeus mais próximos de Trump e de Putin, agradeceu o americano por defender “bravamente a paz”. “Homens fortes fazem a paz, homens fracos fazem a guerra”, afirmou em postagem no X.

Zelenski: apoio americano é “crucial”

Em declaração divulgada neste sábado, Zelenski tentou apaziguar o clima tenso entre Kiev e Washington, ao mesmo tempo em que reforçou que seu país precisará de garantias de segurança antes de assinar qualquer acordo.

“Somos muito gratos aos Estados Unidos por todo o apoio. Sou grato ao presidente Trump, ao Congresso por seu apoio bipartidário e ao povo americano. Os ucranianos sempre apreciaram esse apoio, especialmente durante esses três anos de invasão em grande escala”, escreveu.

“É crucial para nós termos o apoio do presidente Trump. Ele quer acabar com a guerra, mas ninguém quer a paz mais do que nós. Somos nós que vivemos esta guerra na Ucrânia. É uma luta pela nossa liberdade, pela nossa sobrevivência.”

“Apesar do diálogo difícil, continuamos parceiros estratégicos. Mas precisamos ser honestos e diretos uns com os outros para realmente entender nossos objetivos compartilhados”, prosseguiu o ucraniano.

“Estamos prontos para assinar o acordo de minerais, e será o primeiro passo em direção a garantias de segurança. Mas não é suficiente, precisamos de mais do que isso. Um cessar-fogo sem garantias de segurança é perigoso para a Ucrânia.”

“Queremos paz. É por isso que vim aos Estados Unidos e visitei o presidente Trump. O acordo sobre minerais é apenas um primeiro passo em direção a garantias de segurança e para nos aproximarmos da paz. Nossa situação é difícil, mas não podemos simplesmente parar de lutar e não ter garantias de que Putin não retornará amanhã.”

“A Europa está pronta para contingências e para ajudar a financiar nosso grande exército. Também precisamos do papel dos EUA na definição de garantias de segurança – de que tipo, em que volume e quando. Uma vez que essas garantias estejam em vigor, podemos conversar com a Rússia, a Europa e os EUA sobre diplomacia”, concluiu.

rc (Reuters, AP, DPA, AFP)

Renda domiciliar per capita no Brasil foi de R$ 2.069 em 2024, alta de 9,3%, diz IBGE

 

O IBGE divulgou nesta sexta-feira, 28, os valores de rendimento domiciliar per capita em 2024 no Brasil e unidades da federação, calculados com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua.

Rendimento domiciliar mensal do brasileiro foi de R$ 2.069, variando de R$ 1.077 no Maranhão a R$ 3.444 no Distrito Federal. Em São Paulo, foi de R$ 2.662.

O valor médio em 2024 representa uma alta de 9,3% ante 2023, quando o rendimento domiciliar per capita para o Brasil foi de R$ 1.893.

O valor de rendimento domiciliar per capita é calculado como a razão entre o total dos rendimentos domiciliares (nominais) e o total dos moradores. Para chegar ao valor médio são considerados os rendimentos de trabalho e de outras fontes. Todos os moradores são considerados no cálculo, inclusive os moradores classificados como pensionistas, empregados domésticos e parentes dos empregados domésticos.

Veja valor de rendimento per capita por estado

Rendimento nominal mensal domiciliar per capita, segundo as Unidades da Federação – 2024
Unidades da FederaçãoValor (R$)
Brasil2.069
Rondônia1.717
Acre1.271
Amazonas1.238
Roraima(1)1.538
Pará1.344
Amapá1.514
Tocantins1.737
Maranhão1.077
Piauí1.350
Ceará1.225
Rio Grande do Norte1.616
Paraíba1.401
Pernambuco1.453
Alagoas1.331
Sergipe1.473
Bahia1.366
Minas Gerais2.001
Espírito Santo2.111
Rio de Janeiro2.490
São Paulo2.662
Paraná2.482
Santa Catarina2.601
Rio Grande do Sul2.608
Mato Grosso do Sul2.169
Mato Grosso2.276
Goiás2.098
Distrito Federal3.444
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Pesquisas por Amostra de Domicílios, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – PNAD Contínua – 2024.


A divulgação dessa pesquisa atende à Lei Complementar 143/2013, que estabelece os novos critérios de rateio do Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal – FPE e, em consequência, aos compromissos assumidos quanto à definição dos valores a serem repassados ao Tribunal de Contas da União (TCU) para o cálculo dos fatores representativos do inverso do rendimento domiciliar per capita.

Santander Brasil alcança R$ 100 bilhões em previdência privada

 

O Santander Brasil, por meio da parceria com a Zurich Santander, atingiu a marca de R$ 100 bilhões em ativos sob gestão em previdência privada.

O volume representa um crescimento de 16% entre dezembro de 2023 e dezembro de 2024, e, segundo o Santander, é fruto de uma estratégia de incremento das carteiras de fundos focados no longo prazo, com a gestão realizada em conjunto entre Santander, Zurich Santander e Santander Asset Management.

“Trabalhamos fortemente para chegar à marca dos R$ 100 bilhões de ativos sob gestão. E alcançar esse volume demonstra que estamos no caminho certo e com assertividade nas nossas estratégias, para manter a principalidade no cliente, nosso maior ativo”, afirmou Gustavo Lendimuth, responsável sênior de Oferta e Mercado do Santander.

“Queremos seguir ampliando a proposta de valor para o nosso cliente investir, ainda mais, nos seus projetos de longo prazo”, acrescenta John Liu, diretor de Previdência e Investimentos da Zurich Santander.

Responsável pela distribuição dos planos de previdência privada da Zurich Santander, o Santander reforçou ao longo dos últimos anos o time comercial, contratando mais de 1,6 mil de assessores de investimentos para uma atuação focada na estratégia AAA.

Além disso, desde 2020, o Santander disponibilizou para seus clientes mais de 50 novos fundos focados em previdência, que captaram R$ 20 bilhões até fevereiro de 2025.

Rudolf Gschliffner, presidente executivo (CEO, na sigla em inglês) da Santander Asset Management, diz que a captação líquida da área foi recorde em 2024, com R$ 6,3 bilhões ao longo do ano.

“Com um ano mais desafiador para as classes de alto valor agregado, tivemos a classe de crédito privado com R$ 15 bilhões de captação como grande destaque”, conta, acrescentando que houve um esforço na diversificação da grade de produtos.

No ano passado, a gestora lançou os fundos Multimercado Málaga, Multimercado Valência, Renda fixa Pamplona Crédito Privado, Renda Fixa Global e Renda Fixa Inflação e Inflação Curta que, somados, captaram de R$ 1,8 bilhão em 2024, segundo o executivo.