segunda-feira, 17 de março de 2025

SLC Agrícola investe R$ 913 milhões na compra de terras na BA e em MG

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São Paulo, 17 – A SLC Agrícola anunciou, na sexta-feira, 14, após o fechamento do mercado financeiro, a aquisição de 47.822 hectares de terras na Bahia e em Minas Gerais por R$ 913 milhões. A compra ocorre um dia após a teleconferência de resultados, na qual o diretor financeiro, Ivo Brum, afirmou que a companhia mantém alavancagem sob controle e vê espaço para continuar crescendo caso surjam oportunidades estratégicas.

Em São Desidério (BA), a empresa adquiriu 39.987 hectares da Fazenda Paladino, atualmente arrendados pela SLC-MIT, subsidiária da companhia. O valor da transação foi de R$ 723 milhões, correspondendo a R$ 32.876 por hectare agricultável. O pagamento será dividido em duas parcelas de R$ 361,5 milhões, sem correção monetária, com a segunda prevista para março de 2026.

Na Fazenda Pamplona, em Unaí (MG), foram adquiridos 7.835 hectares por R$ 190 milhões, ao preço de R$ 36.176 por hectare agricultável. Deste total, apenas 502 hectares não eram previamente operados pela companhia através de arrendamento. A compra inclui também infraestrutura como silos, alojamentos, sede administrativa e armazéns, além de 647,6 hectares de área irrigada.

A aquisição se insere na estratégia de crescimento da SLC, que já havia expandido sua área plantada em 60 mil hectares para a safra 2024/25, chegando a 731 mil hectares, e recentemente adquiriu a Sierentz Agro Brasil por US$ 135 milhões. Durante teleconferência realizada, Brum destacou que a dívida da empresa está em “nível confortável”, bem inferior aos R$ 11 bilhões que a companhia possui em terras. “Nossa dívida está em um nível confortável, bem inferior aos R$ 11 bilhões que possuímos em terras, um ativo que sempre nos suporta, se necessário”, disse Brum na teleconferência. A empresa fechou 2024 com dívida líquida de R$ 3,648 bilhões e uma relação Dívida Líquida/Ebitda de 1,8 vezes, abaixo do limite de duas vezes recomendado pelo conselho.

O movimento ocorre após a companhia registrar uma queda de 48,6% no lucro líquido em 2024, totalizando R$ 481,723 milhões, impactado principalmente pela redução de 17% na produtividade da soja devido a problemas climáticos. Apesar disso, o CEO Aurélio Pavinato afirmou em entrevista recente que a produtividade da soja atual está sendo “a melhor da história”, o que deve contribuir para melhores resultados em 2025.

A empresa também tem avançado em sua estratégia de diversificação, com crescimento de 39% nas vendas de sementes para terceiros em 2024. O segmento registrou um Ebitda de R$ 106,2 milhões no ano passado, com margem de 14,4% e lucro líquido de R$ 54 milhões.

Adicionalmente, a SLC Agrícola informou durante a teleconferência que está com seu planejamento de compra de insumos para a safra 2025/26 mais adiantado do que no mesmo período do ano passado, já tendo adquirido potássio, fósforo e sulfato de amônio, faltando apenas a ureia. Essa antecipação deve contribuir para uma redução nos custos de produção.

Idec move ação judicial contra ANS para barrar planos de saúde com menor cobertura

 Ficheiro:Logo idec.svg – Wikipédia, a enciclopédia livre

O Instituto de Defesa de Consumidores (Idec) protocolou uma ação civil pública contra a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e a proposta de criação de planos de saúde que cubram apenas consultas e exames eletivos.

Segundo o Idec, a medida que permitiria adotar um “ambiente regulatório experimental” – chamada de sandbox regulatório e base para a proposta de planos com menor cobertura – foi aprovada mediante irregularidades. Na ação, apresentada na última semana, o instituto pede a anulação da Resolução Normativa nº 621, que regulamenta o sandbox.

A ANS afirma que não foi notificada e que não comenta ações judiciais em andamento. A agência diz que, caso seja notificada, “apresentará as informações necessárias para demonstrar a absoluta lisura de suas decisões”.

Pedido de anulação

O Idec afirma que a ANS aprovou a normativa de sandbox às pressas, dispensando a realização da análise de impacto regulatório (AIR), “procedimento essencial e obrigatório para entender o impacto que a nova regulação terá no setor”, em especial os riscos aos consumidores que contratam planos de saúde.

“A lei que autoriza as agências reguladoras a abrirem processos de sandbox regulatório determina que a inovação é requisito indispensável para ser observado. No entanto, o tipo de plano proposto pela ANS não traz qualquer inovação ao setor de planos de saúde. Trata, na realidade, de um pleito antigo das operadoras de saúde”, acrescenta o Idec em comunicado.

O instituto defende que a proposta viola a Lei de Planos de Saúde (Lei 9.656/1998), em especial os artigos 10 e 12, que estipulam os procedimentos que devem ou não ser cobertos, e prioriza os interesses das empresas.

“Medidas como essa criam a expectativa enganosa de que as pessoas terão suas necessidades de saúde atendidas. Na prática, a proposta ampliará problemas que já existem hoje, como negativas de cobertura, reajustes descontrolados, cancelamentos sem motivo, piora na rede credenciada e na qualidade dos serviços”, afirma Lucas Andrietta, coordenador do programa de Saúde do Idec, em nota.

‘Competência para decidir’

A ANS afirma que tem competência para decidir sobre o estabelecimento de subsegmentações nos tipos de planos definidos na Lei 9.656/1998, “sendo certo que a proposta para a avaliação de um produto com consultas estritamente eletivas e exames não viola a Lei de Planos de Saúde”.

A agência argumenta que consultou a Procuradoria-Geral Federal e que “não há impedimentos jurídicos quanto a possibilidade de a ANS regulamentar a subsegmentação”.

A ANS destaca ainda que a medida é inovadora ao alcançar uma parte nova do mercado, “disciplinando agentes econômicos que nunca foram alcançados pela regulação”, e que a proposta segue recebendo contribuições por meio de uma consulta pública.

São os malandros de sempre’, diz Rubens Ometto sobre concorrência no biodiesel

 

As grandes distribuidoras de combustível pediram à ANP na semana passada para suspender temporariamente a obrigação de misturar biodiesel no diesel.

O pedido é uma reação do setor ao aumento das fraudes em distribuidoras irregulares e postos bandeira branca — que estão deixando de fazer a mistura do biodiesel no diesel e, com isso, vendendo o diesel a preços menores que os concorrentes formais.

Rubens Ometto, o controlador e chairman da Raízen, dona dos postos Shell, diz que não é nada disso. “O agronegócio é nosso aliado, não nosso inimigo. Sempre trabalhamos juntos e vamos continuar trabalhando,” ele disse ao Brazil Journal.

“Agora, as pessoas precisam entender que a distribuição de combustíveis séria — que paga impostos e cumpre todas as leis — nós estamos sofrendo, estamos perdendo mercado e vendas para a concorrência desleal. Esse assunto da mistura é só mais uma faceta do mesmo problema. São os mesmos fraudadores e sonegadores que estão agindo aqui, deixando de fazer a mistura. São os malandros de sempre.”

Leia a matéria completa no Brazil Journal.

Ibovespa toca importante marca psicológica de 130 mil pontos, após 3 meses

 Ibovespa: o que é, como funciona e para que serve

O Ibovespa tocou há pouco a importante marca psicológica dos 130 mil pontos, vista pela última vez no final do ano passado. A força de ações ligadas a commodities é o que direciona o indicador, em boa medida.

Segundo o estrategista-chefe do Grupo Laatus, o avanço deve-se a questões externas, sobretudo ligadas à China. “Não é por motivos internos”, diz.

Além de o gigante asiático ter divulgado uma série de dados com resultados acima do esperado, anunciou um plano para aumentar consumo interno e promover crescimento de renda salarial.

“As medidas chinesas tendem a aumentar a demanda e o Brasil está amarrado no para-choque da China. Se o país acelerar, estimula aqui, mas há muita incertezas sobre as tarifas dos Estados Unidos. O mercado não tem um horizonte. Não dá só para ficar em cima só do fator China, é muito pouco. Incerteza é a palavra da vez”, acrescenta Laatus.

Às 11h54, o Ibovespa subia 0,78%, aos 129.921,04 pontos, ante alta de 0,84%, na máxima aos 130.040,28 pontos. Vale subia 0,83%, Petrobras avançava entre 1,46% (PN) e 1,59% (ON) e papéis de grandes bancos tinham ganhos de até 1,95% (Itaú Unibanco PN).

Visa e MDS assinam convênio para promover educação financeira e empreendedorismo

 Senador Wellington Dias - Senado Federal

A Visa e o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) assinam nesta segunda-feira, 17, um convênio voltado à promoção conjunta de ações de educação financeira e empreendedorismo. O foco será o público do Cadastro Único (CadÚnico), que inclui 40 milhões de famílias e cerca de 54 milhões de pessoas.

O acordo de cooperação técnica inclui a capacitação de 200 mil inscritos no sistema, e um programa de treinamento e capacitação para 130 mulheres empreendedoras em parceria com o Instituto Rede Mulher Empreendedora, que dará capital semente de R$ 1.200 para 20 selecionadas ao final. Há ainda acesso a um portal focado em finanças.

Dentro do acordo, também será desenvolvida uma plataforma online de educação financeira para empreenderes, além de apresentações de uma peça teatral focada no tema.

O acordo acontece em um contexto em que a Visa lançou uma área de negócio voltada ao atendimento a entes de governo, com foco em eficiência, transparência e ampliação de alcance de soluções.

“A parceria com o Ministério se alinha ao compromisso da Visa de gerar impactos positivos na sociedade, usando a educação financeira como ferramenta para inclusão social e econômica”, diz em nota o presidente da Visa no Brasil, Nuno Lopes Alves. “O setor privado tem um papel essencial nesse ecossistema, apoiando a digitalização e contribuindo para a construção de um futuro mais próspero para a população brasileira.”

“Nós queremos dar oportunidade a quem precisa, a quem quer trabalhar, crescer. O povo do Bolsa Família, do Cadastro Único quer trabalhar”, afirmou o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, que acrescentou que além de tirar as pessoas da pobreza, é preciso promover o empreendedorismo e gerar empregos.

Mercado reduz projeções para inflação e Pib de 2025 em semana de decisão sobre juros

 

O relatório Focus divulgado nesta segunda-feira, 17, aponta para um IPCA (Índice de Preços ao Consumidor-Amplo) de 2025 de caiu de 5,66%, ante 5,68% da semana anterior. Agora, está 1,16 ponto porcentual acima do teto da meta, de 4,50%. Um mês antes, estava em 5,60%. O documento desta semana também traz uma projeção de crescimento do Pib (Produto Interno Bruto) um pouco abaixo do anterior, de 2,01% para 1,99%, após quatro semanas de estabilidade.

A partir deste ano, a meta de inflação passa a ser contínua, com base na inflação acumulada em 12 meses. O centro é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos. Se o IPCA ficar fora desse intervalo por seis meses consecutivos, considera-se que o Banco Central perdeu o alvo.

Na ata da sua última reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) afirmou que o cenário para a inflação de curto prazo é adverso, com destaque para a alta dos preços de alimentos, influenciados pela estiagem e o ciclo do boi e com tendência de propagação. Os bens industriais são pressionados pelo câmbio.

“Em se concretizando as projeções do cenário de referência, a inflação acumulada em 12 meses permanecerá acima do limite superior do intervalo de tolerância da meta nos próximos seis meses consecutivos”, disse o Copom.

A mediana do relatório Focus para o IPCA de 2026 subiu de 4,40% para 4,48%, após duas semanas de estabilidade. Um mês antes, estava em 4,35%. Considerando apenas as 113 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, passou de 4,26% para 4,50%.

O Copom aumentou a taxa Selic de 12,25% para 13,25% em janeiro e sinalizou uma alta de mesma magnitude na reunião desta quarta-feira, 19.

O horizonte relevante do BC é o terceiro trimestre de 2026, quando o Copom espera uma inflação de 4,0%, considerando o cenário de referência.

A mediana do Focus para a inflação de 2027 permaneceu em 4,0% pela quarta semana consecutiva. A projeção para o IPCA de 2028 subiu de 3,75% para 3,78%. Um mês antes, era de 3,80%.

Pib

O Pib brasileiro cresceu 0,2% no quarto trimestre do ano passado – abaixo da mediana da pesquisa Projeções Broadcast, de 0,4%. No acumulado de 2024, a economia teve alta de 3,4%. O carrego estatístico para 2025 é positivo em 0,8%.

A maioria dos indicadores de atividade de alta frequência compilados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) teve desempenho abaixo do esperado em janeiro. A produção industrial teve variação zero, enquanto o mercado previa alta de 0,4%. O volume de serviços caiu 0,5%, ante mediana de alta de 0,1%.

Em contrapartida, as vendas do varejo ampliado cresceram 2,3%, acima da mediana da pesquisa Projeções Broadcast, de 1,7%.

A estimativa intermediária do Focus para o crescimento da economia brasileira em 2026 caiu de 1,70% para 1,60%, após quatro semanas de estabilidade. Considerando só as 70 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, caiu de 1,70% para 1,56%.

A mediana para o crescimento do PIB de 2027 permaneceu em 2,0%. Um mês antes, era de 1,98%. A estimativa intermediária para 2028 ficou estável em 2,0% pela 53ª semana seguida.

O Banco Central espera que a economia brasileira cresça 2,10% este ano, conforme o mais recente Relatório Trimestral de Inflação (RTI).

sexta-feira, 14 de março de 2025

Para a Fiesp, negociação com Trump é caminho mais seguro para o Brasil

 

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) defendeu nesta sexta-feira, 14, o diálogo, e não a retaliação como o “caminho mais seguro” para o Brasil diante das tarifas que estão sendo anunciadas pelo governo dos Estados Unidos. A entidade diz que está acompanhando a política comercial do presidente Donald Trump com preocupação, citando possíveis impactos negativos na produção e no emprego no Brasil, além de prejuízos para os próprios consumidores americanos.

“Neste momento de crescente incerteza a Fiesp apoia a opção adotada pelo governo brasileiro de priorizar o diálogo, com vistas à construção de alternativas negociadas para essa situação que prejudica ambos os países”, disse a Fiesp em nota oficial.

O contexto atual, emenda a entidade, pede serenidade e engajamento constante entre os setores público e privado, em prol do relacionamento econômico e comercial entre Brasil e Estados Unidos.

A Fiesp lembra que no primeiro mandato de Trump os países foram capazes de encontrar, via negociação, soluções mutuamente benéficas. “O Brasil reúne as condições necessárias de alcançar um bom termo novamente, por meio de diálogo e cooperação permanentes”, conclui a federação da indústria paulista.