Atuação:
Consultoria multidisciplinar, onde desenvolvemos trabalhos nas seguintes áreas: fusão e aquisição e internacionalização de empresas, tributária, linhas de crédito nacionais e internacionais, inclusive para as áreas culturais e políticas públicas.
O
mercado financeiro divide apostas entre uma redução acumulada de 50
pontos-base (pb) – 30,9% de probabilidade estimada – ou de 75 pb (31,0%
de chance estimada) nos juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central
norte-americano) em 2025, de acordo com ferramenta de monitoramento do
CME Group.
Nos últimos dias, as expectativas por redução nos juros
dos EUA tem oscilado, ora com o mercado embutindo dois cortes de juros
de 0,25 ponto porcentual cada em 2025, ora apostando em três baixas na
mesma magnitude no período.
Entre
os economistas, não se ouve falar em cortes mais agressivos, de 0,50
ponto porcentual ou mais de uma só vez, embora essa possibilidade não
esteja descartada.
Por volta das 11h20 (de Brasília), a chance do
Fed manter os juros inalterados em 2025 eram estimadas em apenas 2,9%,
de acordo com o CME.
Junho continua sendo considerado o mês mais
provável para a retomada dos cortes de juros (66,4% de probabilidade
estimada), sendo a expectativa majoritária do mercado de corte de 0,25
ponto porcentual (58,1%), enquanto as apostas para redução de 0,50 ponto
porcentual eram estimadas em 8,3%. A chance de manutenção dos juros
estava em 33,6%.
A
ministra do Planejamento, Simone Tebet, disse nesta terça-feira, 25,
que será preciso fazer ajustes fiscais mais robustos no futuro,
resguardando direitos. Ela participou do programa Bom Dia, Ministra, da EBC.
“Nós
precisamos fazer ajustes fiscais mais robustos no futuro, sem tirar
direito de ninguém. Não precisa tirar um direito, porque tem tanta
gordura para fazer. Agora, lembrando, dependemos de parceria do
Congresso Nacional, porque quando apresentamos as medidas, o Congresso
tem que estar com vontade de votar. Nós estamos perto de um processo
eleitoral, aí fica mais difícil. Acho que a janela para as grandes
mudanças estruturais no ajuste acabarão ficando para a pós-eleição de
2026”, avaliou a ministra.
Questionada sobre as prioridades do governo para o Congresso neste ano, Tebet destacou a agenda microeconômica.
A
ministra ainda destacou feitos do governo atual, frisando que é uma
gestão de frente ampla, e que obteve bons resultados em pouco tempo de
gestão.
A
Bunge anunciou nesta terça-feira, 25, que venderá seu negócio de
margarinas e cremes na Europa para a Vandemoortele, empresa alimentícia
de propriedade familiar com sede na Bélgica. Os detalhes financeiros não
foram divulgados. De acordo com a Vandemoortele, as atividades
representam um faturamento superior a 450 milhões de euros (US$ 486
milhões). A expectativa é de que o negócio seja concluído em 2026.
Como
parte do acordo, a Vandemoortele adquirirá o negócio de margarinas e
cremes da empresa norte-americana na Alemanha, Finlândia, Polônia e
Hungria, bem como suas unidades de fabricação de margarinas e cremes e
um portfólio de 20 marcas de consumo, informou a Bunge.
A
Vandemoortele afirmou que a transação reforça o compromisso de seu
negócio de soluções alimentícias à base de plantas em apoiar alimentos
mais sustentáveis.
“O foco da Bunge daqui para frente é na
liderança global em nossas cadeias de valor integradas em oleaginosas e
grãos, e em nossos negócios B2B de óleos, emulsificantes e proteínas
conectados. Estamos satisfeitos que o negócio de margarinas e cremes
poderá se desenvolver ainda mais sob nova propriedade”, afirmou em nota o
presidente interino da Food Solutions da Bunge, Pierre Mauger.
São
Paulo, 25 – O Brasil deve produzir um volume recorde de 169,5 milhões
de toneladas de soja na safra 2024/25, segundo estimativa do escritório
do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em Brasília. O
volume é 4,5 milhões de toneladas maior do que a projeção anterior, do
fim de dezembro. A previsão de produtividade subiu de 3,51 para 3,58
toneladas por hectare.
Para as exportações, o USDA em Brasília elevou sua estimativa de 105 milhões para 108,3 milhões de toneladas.
O
USDA em Brasília projetou um aumento no processamento de soja em
2024/25, de 56 milhões para 56,55 milhões de toneladas. A projeção de
produção de farelo de soja em 2024/25 foi ampliada de 43,1 milhões para
43,545 milhões de toneladas. Quanto ao óleo de soja, a produção foi
revisada de 12 milhões para 11,31 milhões de toneladas.
Para
2025/26, o USDA estimou uma produção de soja de 173 milhões de
toneladas, com a área plantada aumentando de 47,3 milhões para 48,2
milhões de hectares. O aumento esperado da área, de cerca de 2%, é
inferior à média de cinco anos, de 6%, observou o escritório.
“Isso
é resultado direto da safra 2024/25, marcada por altos custos de
produção e preços estáveis após o aumento pós-Covid, resultando em
margens reduzidas”, disse o USDA.
O rendimento deve ser de 3,59
toneladas por hectare, disse o USDA. Já as exportações foram projetadas
em 112 milhões de toneladas.
O
USDA em Brasília projetou o esmagamento em 2025/26 em 57 milhões de
toneladas. A produção de farelo foi estimada em 43,89 milhões de
toneladas, enquanto a de óleo de soja foi projetada em 11,4 milhões de
toneladas.
Os dois episódios de executivos do Itaú
que foram acusados pelo banco de irregularidades e tiveram seus casos
publicizados causará danos muito limitados à companhia e à sua
reputação, avaliam especialistas ouvidos pelo IstoÉ Dinheiro.
Contudo,
a situação toda foi inusual, acreditam eles, o que desperta suspeita de
que existam mais fatos a serem apresentados ou revelados durante os
próximos passos da investigação. Os casos são totalmente distintos, mas
foram revelados com poucos dias de diferença.
Primeiro, foi comunicada a saída do diretor de Marketing (CMO) do banco, Eduardo Tracanella,
um alto executivo com 27 anos de casa e responsável por campanhas e
ações de grande repercussão. Ao ser revelado que a saída de Tracanella
estava relacionada ao mau uso do cartão corporativo, o banco confirmou a
informação, mas sem detalhamento.
O
segundo caso, que veio à tona no sábado, 7, envolve “conflito de
interesses em pareceres contábeis”, segundo o banco, de seu ex-diretor
financeiro (CFO) Alexsandro Broedel. Apuração do Brazil Journal
apontou que o banco via indícios de crimes praticados por seu
ex-executivo, como associação criminosa, lavagem de dinheiro e gestão
fraudulenta. Assim, a instituição teria contratado um escritório de
advocacia para entrar com uma ação civil de reparação de danos contra os
envolvidos.
O
ex-executivo teria aprovado contratações, entre 2019 e 2024, no valor
de R$ 13,2 milhões para uma empresa que era ligada a um fornecedor de
quem ele era sócio. Além disso, o banco afirma que foram apurados
indícios de que o fornecedor teria redirecionado parte do valor dos
pagamentos para contas do executivo, em transações de cerca de R$ 4,8
milhões.
Surpresa
O momento e a forma como o Itaú
apresentou o caso do CFO surpreendeu o mercado. José Aurélio Valporto,
presidente da Associação Brasileira de Investidores (Abradin), comenta
que Alexsandro Broedel, o CFO, era uma figura respeitada no meio, sendo inclusive professor da Universidade de São Paulo (USP).
Broedel
deixou o banco meses atrás para atuar em um concorrente, o Santander, e
Valporto sinaliza que a atitude do Itaú “queimar” o executivo foi
inesperada.
“Não faz tanto sentido tornar isso público deste modo.
No caso do CMO, ainda que houvesse gastos pessoais, não iriam detonar o
cara dessa maneira, achei tudo muito estranho, há outros casos com
conflito de interesses muito sérios e os sujeitos continuaram”, disse,
citando o exemplo do suposto conflito de interesses de Ubiratan Machado,
diretor de fusões e aquisições (M&A) do Itaú BBA que assessorou a
venda da KaBum para o Magalu sendo cunhado do CEO da varejista, Fred
Trajano.
“Acho
o caso todo inusual. Na minha visão, há suspeita de que se tem algo por
trás. Precisamos ver como será daqui para frente o processo de
investigação”, completa.
Marcos
Bedendo, professor de Marketing e Branding da ESPM, comenta que a
postura do maior banco privado do Brasil foi “louvável” por um aspecto,
dado o nível de transparência, mas também considera a atitude “um pouco
incomum”.
“O mais usual é deixar o assunto meio que morrer.
Geralmente as empresas não comunicam de uma maneira tão clara quanto foi
nesse caso, só respondem quando são questionadas, mas é difícil se
tomar frente deste modo e citar tudo o que ocorreu”, analisa.
Como agiu o Itaú
No
caso de Broedel, após sua saída, foram verificadas as irregularidades e
o assunto foi discutido em assembleia do conselho. Por regra, uma
companhia caracterizada como Sociedade Anônima (S.A), precisa divulgar
suas atas de assembleia. Além disso, havia prazo para não prescrição –
parte das irregularidades, dos anos mais antigos, prescreveriam se o
Itaú não tomasse as medidas tão logo.
No caso de Eduardo
Tracanella, o ex-CMO, o banco primeiramente não havia informado a
motivação para o desligamento do executivo. O próprio Tracanella
comunicou sua saída em uma postagem no LinkedIn, dizendo estar “encerrando um ciclo” e que era hora de se dedicar à família.
Com a divulgação na imprensa de que a causa foi por mau uso do cartão corporativo, o banco confirmou a informação.
“O
Itaú Unibanco confirma que o desligamento de Eduardo Tracanella foi
motivado única e exclusivamente pelo mau uso do cartão de crédito
corporativo, sem prejuízo material à instituição. O banco agradece sua
dedicação ao longo de tantos anos e sua contribuição na construção de
uma das marcas mais admiradas do país”, disse o banco, em seu comunicado
sobre o caso.
Sobre a situação de Broedel, o banco, em
comunicado, reforçou que “se trata de uma situação isolada e que não há
prejuízo relevante à instituição”.
“Inclusive, não foi
identificada nenhuma preocupação com relação aos pareceres recebidos.
Ressalta-se, ainda, que seus balanços foram reavaliados pelo Comitê de
Auditoria da Companhia e por consultoria externa e independente, a PWC,
que certificaram a lisura e a ausência de impacto nas demonstrações
financeiras e nos resultados do Itaú Unibanco”.
Além disso, a
visão da casa é de que os procedimentos internos funcionaram, sem uma
necessidade iminente de alterações nas regras de compliance e afins.
“O
Itaú reafirma que seu robusto ecossistema de políticas e processos de
ética e conformidade permanecem íntegros e não houve falha interna neste
sentido. Com a devida tempestividade e transparência, o Itaú reportou o
caso a todos os órgãos reguladores competentes. Por fim, declara que
está ajuizando as medidas adequadas contra Broedel Lopes e o fornecedor
para buscar o ressarcimento dos valores”.
Dentre as medidas
tomadas, de imediato, estão uma ação civil já protocolada no Tribunal de
Justiça de São Paulo e um processo administrativo em fase inicial na
Comissão de Valores Mobiliários (CVM) – que pode levar a sanções
administrativas, caso sejam confirmadas irregularidades.
Reputação do Itaú deve seguir praticamente inabalada
O
valor supostamente desviado pelo CFO, de R$ 13,2 milhões, representa
cerca de mil vezes menos o que o banco já lucrou em um trimestre (mais
de R$ 10 bilhões no terceiro trimestre de 2024), tendo impacto menor no
balanço contábil.
Além disso, o impacto na marca e na imagem do
banco também é relativamente limitado. Especialistas de marketing e
branding comentam que são casos que ganharão a atenção de públicos
extremamente específicos, como o mercado de capitais, acionistas do
banco e afins.
“Isso
não impacta a imagem do banco para o grande público, tem mais a ver com
a parte dos acionistas e do meio, porque isso passa longe da maioria
das pessoas. A grande maioria dos clientes sequer ficará sabendo, e boa
parte dos que souberem não se importarão”, comenta Bedendo, da ESPM.
A consultoria Kantar BrandZ elegeu o Itaú Unibanco
como a marca mais valiosa do Brasil em meados de março, com uma
avaliação de US$ 7,4 bilhões – ficando a frente de Brahma, Skol, Claro e
Nubank, respectivamente.
Marcílio Alves, estrategista de Branding
e sócio da NDG Branding, explica que, apesar disso, há alguns danos
limitados à marca do banco, mas endossa que a base de clientes também
não deve ter a percepção alterada, especialmente pelo fato de que o
banco já tomou medidas e está investigando as ações em relação aos
fatos.
“Na minha percepção, é um arranhão, um leve arranhão,
digamos assim, nessa trajetória da marca, algo que qualquer marca está
sujeita”, analisa.
“Acredito que aos poucos essa situação, esse
fogo, essa fumaça, digamos assim, ela vai se dissipar e o Itaú terá
outras notícias aí para ocupar, outras informações para ocupar o
noticiário”, completa.
Além disso, vale destacar que o impacto nas ações do Itaú
foi nulo. Em ambos os casos, os papéis preferenciais do banco não
tiveram aumento de volatilidade por conta dos casos – inclusive, no caso
do CFO os papéis subiram no pregão subsequente, com alta de 0,46% na
segunda-feira, 9.
Auditoria e reguladores não falharam
Diferentemente
de casos como o da Americanas, em que as auditorias foram duramente
criticadas por conta de terem deixado passar erros graves em balanços
contábeis, nesse caso especialistas indicam que os problemas não
mostraram grandes brechas na governança do banco e na atuação de
reguladores e auditorias.
“Comparando
com outros países, por mais que se ache que o Brasil é corrupto, quando
olhamos para o mercado de capitais, temos legislação muito rígida e
muitos mecanismos de controle, além do Banco Central e Comissão de Valores Mobiliários (CVM) com normas claras”, explica Mariana Bonfim, professora de contábeis da Universidade Federal Fluminense (UFF).
A
professora ainda acrescenta que, por conta de casos como esse terem se
tornado midiáticos, é sinal de que os problemas de governança e
similares estão sendo expostos e combatidos.
O empresário,
conselheiro de empresas como Exxata e KPL Supply e M&A advisor,
Roberto Valverde, analisa que é ‘estranho’ uma companhia do tamanho do
Itaú ter deixado falhas como essa terem passado com suas normas e regras
de governança.
“Existe
um processo de governança e compliance no banco; não acho que é
coincidência os dois fatos virem à tona na mesma semana, é como se isso
já tivesse ocorrendo e decidissem vazar isso na mídia na mesma semana”,
comenta.
“Outra coisa que me chama
atenção, que é uma companhia com vários comitês, auditada. Como deixaram
passar isso durante um determinado tempo até que isso seja descoberto?
Sendo uma empresa grande, é difícil um executivo fazer isso sozinho, sem
terceiros estarem sabendo, não vou estranhar se no decorrer da
investigação mais nomes aparecerem”, completa.
Valverde também avalia que a imagem do banco deve sofrer poucos danos com a publicização de ambos os escândalos com executivos.
Além
disso, cita que foi uma “falha grotesca de governança” e que houve
falta de procedimento. Os impactos diretos devem incluir uma revisão nos
processos da empresa.
“Se for severo dentro do que o banco
enxerga, o Conselho [de Administração] deveria rever o perfil dos
C-Levels e pedir uma auditoria dos processos internos do banco. Não
adianta contratar executivos, novos perfis, e ver a mesma falha
ocorrendo. Eu como conselheiro, nesse momento, também discutiria o
perfil dos executivos do banco, analisando se seria um problema de
cultura ou um problema isolado, de um CPF só”.
O Itaú Unibanco entrou com uma ação judicial nesta terça-feira, 25, apresentando novas acusações contra seu ex-diretor financeiro e buscando ressarcimento por pareceres jurídicos que afirma ter pago, mas nunca recebido.
Alexsandro Broedel Lopes deixou o Itaú em 2024 e está prestes a assumir a diretoria de contabilidade do Banco Santander na Espanha.
O Itaú, o maior banco da América Latina, acusou Broedel em dezembro de violar políticas internas e de se beneficiar pessoalmente de pagamentos
feitos ao consultor jurídico Eliseu Martins e a sua empresa, Care
Consultores, com os quais o ex-diretor financeiro tinha uma conexão
pessoal. Tanto Broedel quanto Martins negaram qualquer irregularidade.
Em janeiro, o Itaú entrou com uma ação judicial requisitando o pagamento de R$ 3,35 milhões
por Broedel. Na nova ação, em que cita Martins, a Care e Broedel, o
banco também afirma que seu ex-diretor financeiro, que foi para o
Santander no ano passado, supostamente coescreveu um dos relatórios
jurídicos encomendados pelo Itaú.
Na nova ação, o banco busca a restituição de R$ 6,64 milhões, que alega terem sido pagos de forma indevida a Martins e sua empresa, Care Consultores. Dessa quantia, o Itaú pede R$ 1,6 milhão em restituição imediata pelos pareceres alegadamente nunca entregues.
Os
representantes de Broedel haviam dito anteriormente que seu cliente
negava qualquer conduta irregular. Na terça-feira, disseram em um
comunicado que Broedel ainda não havia sido oficialmente informado sobre
a nova ação, acrescentando que as acusações contra ele são infundadas e sem sentido.
Em
um comentário anterior sobre o futuro do executivo no banco, um
porta-voz do Santander disse que “o Sr. Broedel é um executivo sênior
altamente respeitado que, até julho, foi diretor financeiro do Itaú. Ele
deve assumir o cargo (de diretor de contabilidade) mais tarde este ano e
estamos monitorando qualquer desenvolvimento”.
Martins, por sua vez, disse em um comunicado no final do ano passado que o Itaú
estava interpretando mal a situação, explicando que alguns serviços
haviam sido pagos antecipadamente e que ele estava preparado para reembolsar o Itaú conforme apropriado. Martins não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (Crédito: Reprodução/YouTube/Fiesp)
Matheus Almeidai
O
ministro Fernando Haddad demonstrou considerar excessivas as isenções
inseridas na Reforma Tributária e afirmou esperar mudanças durante o
período de transição para o novo regime de impostos. A fala ocorreu
durante um evento chamado “Reforma Tributária: e agora?”, realizado na
manhã desta terça-feira, 25, na sede da Fiesp (Federação das Indústrias
do Estado de São Paulo).
“A
luta não acabou. Nós temos uma reforma, a melhor possível em um regime
democrático”, disse Haddad. “Nós vamos ter que batalhar muito para a
transição se concluir, e até 2032 nós podemos sim reavaliar as exceções e
diminuir o número delas para que a alíquota padrão se aproxime da
alíquota média.”
Segudo
o ministro, a alíquota média sobre o consumo estabelecida pela Reforma
está estimada em 22%, mas a alíquota padrão está na casa dos 28%. Caso
se confirme os 28%, o Brasil cobrará a maior porcentagem de Imposto de
Valor Agregado (IVA) do mundo. Veja o ranking.
“Essa
transição não é simples. Vai exigir tenacidade do Congresso Nacional
para resistir aos diversos lobbies que vão surgir até 2032 para tentar
ampliar ao invés de diminuir as excepcionalidades que fazem com que a
alíquota máxima se distancie da alíquota média”, afirmou o ministro.
Isenções e descontos
Entre
os itens com alíquota zerada hoje encontram-se alimentos da cesta
básica nacional (como carnes, queijos, arroz, feijão, tubérculos e
café), alguns medicamentos e itens de higiene. Também foram incluídos
descontos para setores como hotéis, bares e restaurantes; serviços que
exercem atividades intelectuais de natureza científica, literária ou
artística (o que inclui advogados e representantes comerciais), entre
outros.
Para além das isenções, o texto aprovado da reforma também
removeu diversos segmentos do “imposto sobre pecado”, que buscava
tributos diferentes para itens prejudiciais a saúde e ao meio ambiente.
Oficialmente chamado Imposto Seletivo (IS), não irá incidir sobre itens
como bebidas açucaradas, armas e munições.
Haddad critica Bolsonaro
Em sua fala, o ministro aproveitou para fazer críticas ao governo anterior, do presidente Jair Bolsonaro. Ele recordou que a proposta já era distutida há muitos anos e tramita no Congresso desde 2019.
“Em
2018, os candidatos a presidente, Alckimin e eu mas não só, aboserveram
nos seus programas de governo aquilo que estava sendo proposto pelo
Cecif [Centro de Cidadania Fiscal]”, disse. “Infelizmente, o único
candidato que não incorporou essa proposta de Reforma Tributária, foi o
que ganhou a eleição.”
Fernando Haddad ironizou o trabalho do
governo anterior no âmbito tributário. “A única iniciativa do governo
anterior não foi de pouca importância, dialogou com toda a população
brasileira, foi a redução do imposto sobre o Jet Ski”, disse.
Para
Haddad, o texto aprovado é um êxito político, que agregou diferentes
forças. “Nós nunca fomos com apetite para o Congresso Nacional que não
fosse de fazer com que ele aprovasse a própria reforma. Nós trabalhados
de um ponto de vista suprapartidário”, afirmou. “Isso aqui é um legado
para o Brasil que eu espero que seja respeitado por todas as forças
políticas.”