segunda-feira, 7 de abril de 2025

China chama tarifas dos EUA de ‘abuso’ e ‘bullying econômico’

 

Ameaças e pressão não são as maneiras corretas de lidar com a China, disse um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês nesta segunda-feira, 07, depois de descrever as “tarifas recíprocas” do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como “bullying”.

As tarifas são “unilateralismo e protecionismo típicos, e bullying econômico”, disse o porta-voz Lin Jian em uma coletiva de imprensa regular. Ele afirmou que as tarifas dos EUA em nome da reciprocidade servem apenas a seus próprios interesses em detrimento de outros países.

Na semana passada, Trump introduziu uma tarifa adicional de 34% sobre os produtos chineses, como parte das taxas impostas à maioria dos parceiros comerciais dos EUA, elevando o total de tarifas sobre a China este ano para 54%. A China retaliou com uma série de contramedidas.

Agentes alfandegários dos EUA estão cobrando a tarifa unilateral de 10% de Trump sobre todas as importações de muitos países desde sábado.

“O abuso de tarifas pelos Estados Unidos equivale a privar os países, especialmente os do Sul Global, de seu direito ao desenvolvimento”, disse Lin, citando uma diferença cada vez maior entre ricos e pobres em cada país, e que os países menos desenvolvidos sofrem um impacto maior.

Todos os países deveriam sustentar consultas, a construção e o compartilhamento conjuntos e o “multilateralismo genuíno”, disse ele.

A China apresentará as tarifas recíprocas dos EUA como uma “nova preocupação comercial” em reunião da Organização Mundial do Comércio em 9 de abril, de acordo com um documento da OMC, um movimento visto por fontes comerciais como um passo em direção à formação de uma coalizão mais ampla para se opor a elas. A China já apresentou uma reclamação formal ao órgão de fiscalização com sede em Genebra.

Lin também pediu aos países que se oponham conjuntamente a todas as formas de unilateralismo e protecionismo, e que protejam o sistema internacional e o sistema de comércio multilateral de acordo com os valores das Nações Unidas e da OMC, respectivamente.

Procon multa Banco Pan em R$ 13,5 milhões por ligações indesejadas

 

Fundação Procon-SP aplicou uma multa no Banco Pan por conta de chamadas de telemarketing a pessoas que haviam incluído seus números no cadastro do programa ‘Não Me Ligue’ da instituição – iniciativa que permite que moradores do estado de São Paulo evitem receber ligações com propostas de produtos e serviços. O valor da multa foi de R$ 13.522.436,17.

A punição veio após a constatação de que o Banco Pan continuou entrando em contato com consumidores mesmo depois de encerrado o prazo de 30 dias previsto por lei para que as empresas deixem de ligar após o registro no cadastro.

A multa ao Banco Pan teve um cálculo que leva em consideração tanto a dimensão da falha quanto a estrutura financeira da instituição, conforme determina o Código de Defesa do Consumidor.

O Banco Pan ainda pode apresentar defesa e tentar reverter a decisão.

A IstoÉ Dinheiro entrou em contato com a instituição, que disse que não comentará detalhes sobre o caso.

“O Banco Pan esclarece que não comenta processos em andamento na justiça, reforça sua posição de respeito aos clientes e está à disposição em todos os seus canais de atendimento”, diz o banco, em nota.

Até 2021 o Procon-SP divulgava o ranking de empresas que mais desrespeitavam a regra e realizavam chamadas não autorizadas, o chamado ‘Ranking dos Perturbadores’.

Na última edição divulgada, justamente do ano de 2021, o Banco Pan aparecia na 4ª posição, com 2.522 ligações ou mensagens realizadas a pessoas que estavam cadastradas no Não Me Ligue.

Lideravam o ranking a Vivo (3.743), Dr. de Todos (3.077) e Claro (2.524).

Como funciona o Não Me Ligue

O programa reúne, em uma base única, os números de telefone de pessoas que querem ficar livres de ligações de telemarketing. Mais de 3,5 milhões de consumidores já aderiram ao serviço em São Paulo.

O registro pode ser feito pelo site do Procon-SP. Quem for alvo de chamadas depois desse prazo deve anotar todos os dados possíveis sobre o contato — como dia, horário e nome da empresa — e, se possível, guardar provas, para facilitar a apuração e eventual punição.

A regra também vale para empresas localizadas fora do estado que realizem chamadas para números registrados no sistema. Denúncias de descumprimento também podem ser feitas pelo portal da fundação.

Banco Pan foi multado pelo Procon há um ano

Ainda em abril de 2024, o Procon do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) multou a mesma instituição em cerca de R$ 1,8 milhão por irregularidades no Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC).

A condenação ocorreu em um processo administrativo instaurado pelo órgão após uma cliente ter relatado problemas para entrar em contato com o SAC do Banco Pan.



Trump ameaça China com tarifas adicionais de 50% e encerra negociações

 

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta segunda-feira, 7, que adotará uma tarifa adicional de 50% sobre a China se Pequim não retirar suas tarifas retaliatórias sobre os EUA.

“Além disso, todas as negociações com a China referentes às reuniões solicitadas por eles conosco serão encerradas! As negociações com outros países, que também solicitaram reuniões, começarão a ocorrer imediatamente”, disse Trump em uma postagem no Truth Social.

“Bullying”

Mais cedo, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês disse que ameaças e pressão não são as maneiras corretas de lidar com a China, depois de descrever as “tarifas recíprocas” do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como “bullying”.

As tarifas são “unilateralismo e protecionismo típicos, e bullying econômico”, disse o porta-voz Lin Jian em uma coletiva de imprensa regular. Ele afirmou que as tarifas dos EUA em nome da reciprocidade servem apenas a seus próprios interesses em detrimento de outros países.

Na semana passada, Trump introduziu uma tarifa adicional de 34% sobre os produtos chineses, como parte das taxas impostas à maioria dos parceiros comerciais dos EUA, elevando o total de tarifas sobre a China este ano para 54%. A China retaliou com uma série de contramedidas.

Agentes alfandegários dos EUA estão cobrando a tarifa unilateral de 10% de Trump sobre todas as importações de muitos países desde sábado.

“O abuso de tarifas pelos Estados Unidos equivale a privar os países, especialmente os do Sul Global, de seu direito ao desenvolvimento”, disse Lin, citando uma diferença cada vez maior entre ricos e pobres em cada país, e que os países menos desenvolvidos sofrem um impacto maior.

Todos os países deveriam sustentar consultas, a construção e o compartilhamento conjuntos e o “multilateralismo genuíno”, disse ele.

A China apresentará as tarifas recíprocas dos EUA como uma “nova preocupação comercial” em reunião da Organização Mundial do Comércio em 9 de abril, de acordo com um documento da OMC, um movimento visto por fontes comerciais como um passo em direção à formação de uma coalizão mais ampla para se opor a elas. A China já apresentou uma reclamação formal ao órgão de fiscalização com sede em Genebra.

Lin também pediu aos países que se oponham conjuntamente a todas as formas de unilateralismo e protecionismo, e que protejam o sistema internacional e o sistema de comércio multilateral de acordo com os valores das Nações Unidas e da OMC, respectivamente.

sexta-feira, 4 de abril de 2025

Trump prorroga em 75 dias prazo para venda do TikTok

 

O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira, 4, que estará assinando uma ordem executiva para manter o TikTok em funcionamento por mais 75 dias. Segundo ele, o governo americano já fez um “tremendo” progresso em relação as negociações, mas o acordo exige mais trabalho para garantir que “todas as aprovações necessárias sejam assinadas”.

O prazo para a empresa vender seus ativos a um proprietário não chinês nos EUA venceria amanhã, 5 de abril.

“Esperamos continuar trabalhando de boa fé com a China, que, pelo que sei, não está muito satisfeita com nossas tarifas recíprocas (necessárias para um comércio justo e equilibrado entre a China e os EUA!). Isso prova que as tarifas são a ferramenta econômica mais poderosa e muito importante para nossa segurança nacional!”, acrescentou ele em post no Truth Social.

O republicano disse estar ansioso para trabalhar com a TikTok e a China para fechar o acordo.

Petróleo cai 7% e atinge mínima de mais de 3 anos com tarifas retaliatórias da China

 

Os preços do petróleo fecharam em queda de 7% nesta sexta-feira, atingindo o menor valor em mais de três anos, com a China aumentando as tarifas sobre os produtos dos Estados Unidos, o que intensificou uma guerra comercial global que deixou os investidores preocupados com uma recessão.

A China anunciou que imporá tarifas adicionais de 34% sobre todos os produtos dos EUA a partir de 10 de abril. Países de todo o mundo prepararam uma retaliação depois que Trump elevou as barreiras tarifárias ao seu nível mais alto em mais de um século.

As commodities, incluindo gás natural, soja e ouro, também despencaram, enquanto os mercados acionários globais caíram. O banco de investimentos JPMorgan disse que agora vê 60% de chance de uma recessão econômica global até o final do ano, em comparação com 40% anteriormente.

Os contratos futuros do Brent caíram US$4,56, ou 6,5%, a US$65,58 por barril, enquanto os contratos futuros do petróleo West Texas Intermediate (WTI) dos EUA caíram US$4,96, ou 7,4%, a US$61,99.

Petróleo Brent chegou a valor mais baixo em quatro anos

Na mínima da sessão, o Brent caiu para US$64,03 e o WTI atingiu US$60,45, o valor mais baixo em quatro anos. O Brent registrou suas maiores perdas semanais em termos percentuais em um ano e meio, enquanto o WTI registrou a maior queda em dois anos.

“Para mim, esse é provavelmente um valor próximo do justo para o petróleo até que tenhamos algum tipo de indicação de quanto a demanda foi realmente reduzida”, disse Scott Shelton, especialista em energia da United ICAP.

“Minha opinião é que provavelmente acabaremos na casa dos US$50 no curto prazo para o WTI, de forma muito violenta”, disse Shelton, alertando que a demanda sofreria com as atuais circunstâncias do mercado.

As novas tarifas de Trump são ‘maiores do que o esperado’ e as consequências econômicas, incluindo inflação mais alta e crescimento mais lento, provavelmente também serão, disse o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, nesta sexta-feira, em comentários que apontaram para o conjunto de decisões potencialmente difíceis que o banco central dos EUA tem pela frente.

BRAZIL JOURNAL: Nem as blusinhas escaparam. Trump acaba com a brecha tarifária “de minimis”

 

Os itens de baixo valor agregado importados de sites chineses como Shein e Temu vão ficar mais caros nos Estados Unidos depois que o Presidente Trump assinou essa semana uma ordem executiva fechando a brecha tarifária de minimis – a isenção de impostos para remessas do exterior enviadas diretamente para o destinatário final e avaliadas em até US$ 800 — para encomendas provenientes da China e de Hong Kong.

A partir de 2 de maio, os produtos com remetentes destes países estarão sujeitos a um imposto de 30% do seu valor ou a uma taxa de US$ 25 por item, que aumentará para US$ 50 por item em 1º de junho.

Nos últimos anos, as plataformas de e-commerce chinesas estavam dividindo os pedidos de clientes americanos em vários pacotes pequenos para conseguir a isenção e alcançar preços ainda mais competitivos.

A utilização da brecha estava crescendo rapidamente — cerca de 1,4 bilhão de pacotes do tipo chegaram aos EUA em 2024 -, o que provocou uma pressão bipartidária pelo fim do mecanismo ainda durante o Governo Biden.

Leia a reportagem completa no Brazil Journal

Presidentes da América Latina se reúnem em Honduras em meio à guerra comercial de Trump

 

Uma dezena de presidentes da América Latina e do Caribe, entre eles os do Brasil, Colômbia e México, se reunirão na próxima quarta-feira em Honduras, em meio à guerra comercial promovida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

A IX Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), composta por 33 países, debaterá várias iniciativas, incluindo uma proposta brasileira para impulsionar a candidatura de uma mulher para o cargo de secretária-geral da ONU.

Até o momento, vários governantes de esquerda confirmaram presença e poderão também debater sobre as deportações de migrantes dos Estados Unidos e as ameaças de Trump de retomar o Canal do Panamá.

“Muitos líderes estarão aqui […] para lutar pelos grandes desafios que temos”, disse a presidente hondurenha Xiomara Castro na quinta-feira na rede social X.

As tarifas alfandegárias anunciadas por Trump na quarta-feira, mais duras do que o esperado, abalaram os mercados e provocaram temores em muitos países.

Trump introduziu tarifas de 10% sobre as importações do Brasil, assim como da Colômbia, Argentina, Chile, Peru, Costa Rica, República Dominicana, Equador, Guatemala, Honduras e El Salvador. Para a Venezuela, serão de 15%, e para a Nicarágua, 18%.

O México não foi incluído nesta lista, mas enfrenta uma taxação de 25% no setor automotivo e tarifas para o aço e o alumínio.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva promove a candidatura de uma mulher latino-americana para a ONU.

“Nunca houve uma mulher como secretária-geral da ONU. Temos candidatas de grande peso, político, intelectual, liderança”, declarou a embaixadora Gisela Maria Figuereido, secretária para a América Latina e o Caribe do Ministério das Relações Exteriores, em um comunicado.

“Vários países […] têm este enfoque de privilegiar uma candidatura de uma mulher. Agora, também há outros que não, então essa negociação ocorrerá” na cúpula, acrescentou.

Enquanto isso, o presidente colombiano, Gustavo Petro, que assumirá a presidência rotativa da Celac ao final da cúpula, propôs “iniciar uma nova fase de respeito ao Canal do Panamá”.

À frente da Celac, a Colômbia buscará um “relacionamento estratégico com parceiros extrarregionais como a União Europeia, China e a União Africana”, segundo o ministério das Relações Exteriores colombiano.

Além de Lula, Petro e a presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, confirmaram presença os presidentes da Bolívia, Uruguai, Cuba e Haiti, e os primeiros-ministros da Guiana e de São Vicente e Granadinas. Outros países serão representados por chanceleres ou vice-chanceleres, como Chile e Paraguai.

A cúpula ocorrerá na sede do Banco Central de Honduras, um dos edifícios mais modernos de Tegucigalpa.

Criada em 2011 por impulso do presidente venezuelano Hugo Chávez (1999-2013), a Celac perdeu força devido a disputas ideológicas entre os países. Nas primeiras cúpulas, participaram cerca de 30 líderes.