terça-feira, 8 de abril de 2025

China inicia disputa na OMC contra tarifas recíprocas dos Estados Unidos

 OMC: o que é, objetivos, países-membros - Mundo Educação

A China iniciou uma disputa na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra as tarifas recíprocas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no dia 2 de abril. De acordo com o comunicado da OMC, a China questiona “medidas dos EUA que impõem uma tarifa adicional de 10% sobre importações de todos os parceiros comerciais, com início em 5 de abril”, além de uma tarifa adicional de 34% especificamente sobre produtos importados da China, que entra em vigor em 9 de abril.

“A China afirma que as medidas são inconsistentes com as obrigações dos Estados Unidos sob várias disposições do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT, na sigla em inglês) de 1994, do Acordo sobre Valoração Aduaneira e do Acordo sobre Subsídios e Medidas Compensatórias”, diz a OMC.

Moraes diz que nazistas teriam conquistado o mundo se tivessem acesso ao X

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou à revista The New Yorker que a ausência de regulamentação tornou as redes sociais propícias à disseminação de desinformação e discursos de ódio. “Se Goebbels estivesse vivo e tivesse acesso ao X, estaríamos condenados”, disse Moraes, referindo-se ao ministro da Propaganda da Alemanha nazista. “Os nazis teriam conquistado o mundo.”

A The New Yorker é uma das principais publicações da imprensa dos Estados Unidos. O perfil de Moraes foi publicado no formato digital da revista nesta segunda-feira, 7, e integrará a edição impressa do dia 14 de abril.

À revista, Moraes criticou o movimento político que denomina como “novo populismo digital extremista”, termo cunhado pela tese que apresentou em um concurso público no qual pleiteou uma vaga como professor titular da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). “É um populismo altamente estruturado e inteligente. Infelizmente, no Brasil e nos Estados Unidos, ainda não aprendemos a revidar”, disse o ministro.

Moraes afirmou ainda que as redes sociais devem respeitar as leis dos países em que estão disponíveis, comparando-as com as Companhias de Índias dos séculos 17 e 18. As companhias foram empresas fundadas pelas principais economias da Europa à época com o objetivo de garantir a exploração de recursos em suas colônias.

Segundo o ministro do STF, sem regulamentação, as plataformas lucram em detrimento dos países em que atuam, assim como as Companhias de Índias europeias. “Não só influenciam as pessoas, como geram a maior receita publicitária do mundo, o que lhes dá a força financeira para influenciar as eleições”, afirmou Moraes. “Não querem respeitar a jurisdição de nenhum país, porque, na realidade, procuram ser imunes às nações.”

O magistrado relevou o processo do qual é alvo na Justiça Federal da Flórida, nos Estados Unidos. A ação civil é movida pela Rumble, plataforma de vídeos que se negou a cumprir uma ordem judicial para suspender o perfil de Allan dos Santos, e pela Trump Media, ligada ao presidente americano, Donald Trump. Moraes descreveu o processo como “manobra política” e “completamente infundado”. “Assim como eu não posso, aqui no Brasil, emitir uma decisão que obrigue algo nos Estados Unidos, nenhum juiz lá pode declarar que a minha ordem no Brasil é inválida”, disse o ministro.

Embora uma empresa ligada a Trump esteja processando o ministro, Moraes minimizou os efeitos de uma possível pressão do governo americano sob a Justiça do Brasil. “Podem instaurar processos, podem pôr o Trump a falar”, afirmou. “Se enviarem um porta-aviões, então veremos. Se o porta-aviões não chegar ao Lago Paranoá, não vai influenciar a decisão aqui no Brasil.”

Quanto à política nacional, Moraes defendeu a tutela do STF em inquéritos como o das milícias digitais e o das fake news, mas avaliou “não ser saudável para nenhuma democracia ter a Suprema Corte como ator político o tempo todo”. “O desafio é como garantir que o tribunal volte à normalidade”, afirmou.

O magistrado considera remota a possibilidade de o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reverter suas penas de inelegibilidade impostas pela Justiça Eleitoral no STF, mas reconhece que o ex-presidente pode apoiar a candidatura presidencial de sua mulher, Michelle, ou de um de seus filhos. Nenhum deles, segundo Moraes, “tem as mesmas relações com as Forças Armadas” que Jair Bolsonaro tem.

Quanto ao processo contra o ex-presidente por tentativa de golpe de Estado, do qual é relator, absteve-se de comentar, pois julgará o tema na condição de ministro do STF, mas afirmou que a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) enfraquece o discurso de que se trata de uma perseguição política, uma vez que, a partir do parecer do procurador-geral da República, Paulo Gonet, o Ministério Público passa a encampar os fatos apresentados pelo inquérito policial.

O perfil contextualiza a trajetória profissional de Alexandre de Moraes, da autoria de um best-seller de Direito Constitucional à nomeação para a Suprema Corte. O texto destaca que, enquanto era secretário de Segurança Pública, Moraes mantinha uma linha de “tolerância zero” com o crime que lhe rendia críticas de setores progressistas. Com a relatoria de inquéritos contra a família Bolsonaro, a imagem pública do ministro inverteu-se, com aclamação à esquerda e críticas na extrema direita.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também foi entrevistado. O petista afirmou se preocupar com o “enfraquecimento do sistema democrático” ao redor do mundo e criticou o uso de satélites da empresa de Elon Musk, dono do X, em regiões de garimpo ilegal na Amazônia.

 

Preços dos combustíveis podem ser reduzidos se queda do petróleo se estabilizar, diz ministro

 

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que acredita na possibilidade de uma redução nos preços dos combustíveis caso seja mantido a atual cotação internacional do barril de petróleo do tipo brent. A fala foi feita durante entrevista coletiva nesta terça-feira, 8.

“Considerando o preço do brent dessa semana, nós temos um preço que tem todas as condições de ser reduzidos”, disse Silveira. “Agora, é importante dizer que o preço que que está refletido essa semana no brent leva muito em consideração as loucuras cometidas pelo presidente dos Estados Unidos”, seguiu.

Os preços do petróleo brent fecharam em queda de 2% na segunda-feira, 7, atingindo uma mínima de quase quatro anos. Analistas apontaram como causa as tarifas comerciais do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que possam levar as economias de todo o mundo à recessão e reduzir a demanda global por energia.

Os barris do tipo Brent são uma referência de cotação internacional do preço do petróleo, utilizado também em mercados europeus e asiáticos. Há ainda o petróleo WIT, negociado como referência nos Estados Unidos.

Silveira afirmou que seria necessário uma estabilização na queda para reduzir os preços. “Com a queda do brent, se ela se manter. Volto a dizer, é importante que haja uma estabilidade nessa queda”, disse. “A nossa defesa será ser sempre o menor preço pro consumidor na bomba de gasolina, de diesel, do gás natural. Nós vamos enfrentar seja quais foram os interesses para implementar.”

As falas do ministro alinham-se com declarações da CEO da Petrobras, Magda Chambriard, que comentou a paridade internacional nesta segunda-feira, 8.  “Não devemos fazer nada agora, enquanto o cenário geopolítico estiver com essa ansiedade e turbulência”, disse. “Não vamos internalizar a ansiedade inerente ao atual cenário geopolítico.”

Segundo dados da Petrobras, o litro do diesel e da gasolina chegam ao consumidor hoje com preço médio de R$ 6,38 e R$ 6,31, respectivamente.

Política de preços de combustíveis da Petrobras

A Petrobras adotou uma nova política de precificação durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Anteriormente, os preços eram definidos de acordo com a cotação dos barris de petróleo no mercado internacional. Agora, há uma tentativa da petroleira de segurar os repasses e diminuir a volatilidade internamente.

A empresa é alvo de críticas por uma falta de transparência na nova metodologia de cálculo dos preços dos combustíveis. O ministro Alexandre Silveira, no entanto, defendeu a petroleira.

“A Petrobras tem a sua autonomia, a sua governança interna, uma empresa listada em bolsa, inclusive em bolsa em Nova York e, portanto, a gente respeita sua governança, mas nós temos o direito de implementar políticas públicas a favor do povo brasileiro, que sejam para todos, não só para ela”, disse Silveira.

[*com informações da Reuters]

“Tarifaço” dos EUA não mexe com estimativas da Embraer para 2025, diz CFO

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Mitchel Diniz

A fabricante de aeronaves tem como "guidance" faturamento entre US$ 7 e US$ 7,5 bilhões em 2025

  O vice-presidente financeiro da Embraer (EMBR3), Antônio Garcia, disse nesta terça-feira (8) que o chamado “tarifaço” dos Estados Unidos não mexeu com as estimativas da companhia para este ano. A fabricante de aeronaves tem como “guidance” faturamento entre US$ 7 e US$ 7,5 bilhões em 2025.

“Tem muita coisa ainda para ser ajeitada. Quando a gente exporta conteúdo da Embraer, estamos exportando um monte de conteúdo americano e a gente só não exporta para os Estados Unidos. Pelo contrário, defesa não exporta, D2 [modelo comercial], não exporta”, afirmou o CFO, durante o fórum anual com investidores do Bradesco BBI.

Executivos da Embraer participam de fórum de investimentos em São Paulo (Foto: Mitchel Diniz/InfoMoney)

 

“Ainda é cedo para falar, mas estamos confiantes no ano”, complementou.

Destaque de ações em 2024, com alta além de 100%, as ações subiam 2,45%, a R$ 61,58, no começo da tarde desta terça-feira (8). 

 

 

Risco de crédito é significativamente maior para apostadores em bets, diz Galípolo

 


Ele fez a declaração durante Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado sobre as apostas virtuais 
 
Antônio Cruz/Agência Brasil


O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta terça-feira, 8, que pessoas que fazem apostas em jogos virtuais apresentam risco de crédito significativamente maior. Ele fez a declaração durante Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado sobre as apostas virtuais, mais conhecidas por Bets. “O levantamento posterior realizado pelo Banco Central concluiu que as pessoas que realizam a aposta apresentam um risco de crédito significativamente maior do que as pessoas que não realizam a aposta, o que permanece significativo controlado por diversos fatores, como faixa de renda e risco de operação em crédito subjacente.”

No início da apresentação, Galípolo disse que cabe ao BC avaliar procedimentos e controles das instituições financeiras e das instituições de pagamento com relação aos procedimentos de conheça seu cliente e conheça seu parceiro de negócio, entre outros. “Já está no escopo do trabalho de supervisão, dentro do chamado Plano de Ação de Supervisão (PAS)”, disse, acrescentando que esses procedimentos devem considerar diversos tipos de indícios de transação suspeita e não apenas aquelas envolvendo Bets não autorizadas. “Este é apenas um item, entre outros vários, que analisamos em nosso trabalho de supervisão, cujo foco é nas instituições autorizadas e não nas transações de seus clientes”, explicou.

De acordo com o presidente do BC, quando são encontrados indícios de regularidades, cuja competência seja de outro órgão, como o Ministério da Fazenda no caso das transações com bets legais, essas irregularidades devem ser comunicadas a outro órgão de “forma legítima e protegida”. “A missão do Banco Central é estabilidade monetária e estabilidade financeira. No âmbito dessa competência, o Banco Central acompanha dados de pagamento, buscando ter uma sensibilidade mais tempestiva de indicadores macroeconômicos, como a atividade econômica”, frisou.

Alívio externo instiga recuperação do Ibovespa, mas riscos com guerra comercial persitem

 

O alívio nos mercados internacionais faz respingar nesta terça-feira, 8, a alta no Ibovespa, que fechou a segunda-feira com a terceira queda seguida em meio a preocupações de que a guerra comercial provoque uma recessão mundial. Os investidores buscam pechinchas, mas sem tirar os olhos da guerra comercial. Na véspera, o Índice Bovespa caiu 1,31%, aos 125.588,09 pontos.

“É uma tentativa de recuperação, como vemos nos mercados internacionais”, pontua Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.

A alta é vista como uma correção e não uma tendência, diante das elevadas incertezas com os efeitos do tarifaço americano no mundo. Após cederem, os rendimentos dos Treasuries viraram para cima. Esse movimento é replicado parcialmente nos juros futuros, o que exerce influência negativa sobre algumas ações mais sensíveis ao ciclo econômico na B3. Já o dólar recua sutilmente, tendo a mínima alcançado R$ 5,8623.

“Corrige um pouco, seguindo o exterior. Mas está todo mundo esperando dar 13 horas, vai depender de como a China responderá”, diz Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença.

As atenções hoje estão na China e nos Estados Unidos. O gigante asiático ameaçou novas retaliações, caso o presidente Donald Trump cumpra a promessa de seguir com a nova alíquota de 50% sobre as tarifas já previstas. Caso a China não retire a tarifa recíproca de 34% anunciada na semana passada, as sobretaxas comerciais podem chegar a 104%, incluindo os 20% aplicados em março pelos EUA por causa da exportação de fentanil. Trump deu até hoje, às 13h, para a China remover a tarifa, mas o país afirmou que tomará “contramedidas resolutas” caso a ameaça se concretize.

Para Spiess, a tentativa de recuperação das bolsas é natural depois de uma queda agressiva. “Historicamente tem uma recuperação depois de dias tão estressados”, diz. Segundo ele, como foi paradigmática a correção que aconteceu ao longo dos últimos pregões nos EUA, isso provoca um certo grau de otimismo. “Temos alta do Ibovespa e queda do dólar. Pode ser um indicativo de uma distensão do estresse até aqui”, estima.

Apesar da correção observada, que permite uma tênue recuperação das principais bolsas, os fatores que causaram o nervosismo permanecem presentes, o que não sugere consistência na melhora, adverte Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria. “Eventualmente, esse ápice das tensões comerciais leva parte do mercado a apostar que negociações devem começar a ocorrer a partir deste ponto”, completa em nota o economista sênior da Tendências.

Além da alta dos índices acionários no exterior, o petróleo também avança e estimula as ações do setor na B3. Após ceder ontem em meio à pressão do governo para redução dos preços dos combustíveis, Petrobras subia entre 0,63% (PN) e 0,73% (ON), por volta das 11 horas. Já Vale virava para baixo (-0,58%). Hoje o minério de ferro fechou baixa de 3,48% hoje em Dalian.

Ontem, a Petrobras registrou ontem o menor valor de mercado desde setembro de 2023 e as ações caíram entre 5,575 (ON) e 3,97% (PN), mas não se manifestou. A Genial estima que os preços do diesel e gasolina estão 5% acima da paridade internacional.

Ainda, os investidores avaliam o resultado do setor público consolidado (governo central, Estados, municípios e estatais, à exceção de Petrobras e Eletrobras). Houve déficit primário de R$ 18,973 bilhões em fevereiro, informou o Banco Central. Este é o melhor resultado para o mês desde 2022. O saldo foi menos negativo do que o apontado pela mediana da pesquisa Projeções Broadcast, que indicava déficit de R$ 26,250 bilhões.

Às 11h20, o Ibovespa subia 0,89%, aos 126.709,97 pontos, ante alta de 1,64%, na máxima aos 127.651,60 pontos, contra mínima de abertura em 125.588,09 pontos (variação zero). Vale cedia 0,38% e Petrobras tinha elevação em torno de 1,00%. Brava liderava o grupo das maiores altas, com 6,50%, seguida de CVC ON (4,40%). Já Magazine Luiza ON, o das perdas (-4,34%).

Abiec: exportação de carne bovina em março avança 30,2% ante igual mês de 2024

 ABIEC (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de ...

São Paulo, 8 – O Brasil exportou 248 mil toneladas de carne bovina em março, com faturamento de US$ 1,17 bilhão, de acordo com levantamento da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), a partir de dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Em volume, isso representou crescimento de 30,2% na comparação com março de 2024 e de 13,1% ante fevereiro. A alta da receita foi de 39,6% frente a igual mês do ano anterior e de 12,8% sobre fevereiro.

A categoria de carne in natura segue líder das exportações, representando 86,8% do volume e 89,7% da receita em março. Também houve crescimento expressivo nas exportações de tripas (+37,3% em volume), produtos salgados (+35,7%), industrializados e miúdos (ambos com alta superior a 9%).

A China manteve a liderança entre os destinos da carne bovina brasileira, com 97,3 mil toneladas exportadas (39,2% do total) e US$ 463,8 milhões em faturamento (39,4%).

Os Estados Unidos, por sua vez, ampliaram sua participação com um salto de 56,3% no volume importado (42,1 mil toneladas) e 53% no valor em relação a fevereiro (US$ 225,5 milhões). Também apresentaram crescimento relevante as exportações para Rússia (+81,5%), Israel (+48,6%), Filipinas (+38,2%) e México (+30,7%).

Trimestre

No acumulado do ano, as exportações somam 676 mil toneladas (+12,8%) e geraram US$ 3,22 bilhões em receita (+22,1%) na comparação ao primeiro trimestre de 2024, com a China (284,6 mil toneladas; 42,1% do total exportado) sendo o principal mercado.

“Os resultados registrados em março e no trimestre refletem não apenas a competitividade e a qualidade da carne bovina brasileira no mercado internacional, mas também a eficiência de toda a cadeia produtiva, desde o campo até a indústria exportadora”, afirmou, na nota, o presidente da Abiec, Roberto Perosa.

Entre os Estados exportadores, São Paulo liderou no trimestre, com 145 mil toneladas (21,7% do total), seguido por Mato Grosso (137 mil t; 20,5%), Goiás (80,8 mil t; 12%), Mato Grosso do Sul (74,3 mil t; 11,1%) e Rondônia (61,9 mil t; 9,3%).