terça-feira, 8 de abril de 2025

CEO diz que Amil fechou 2024 com quase R$ 700 mi em resultado positivo

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O CEO da Amil, Renato Manso, disse nesta terça-feira, 8, que a operadora de saúde encerrou o ano passado com resultado positivo em R$ 700 milhões. A empresa reverteu prejuízos bilionários com ajustes na operação e nos preços praticados.

“Tinha muito mato alto, então no início foram fáceis algumas decisões. Quem decidia as coisas na empresa era o departamento de compliance, o americano tinha muita preocupação porque ele não queria que problemas aqui se refletissem lá”, disse o CEO durante o Brazil Investment Forum, promovido pelo Bradesco BBI.

De acordo com Manso, entre funcionários da operadora e das áreas administrativas dos hospitais, a Amil reduziu o quadro em 1.400 pessoas. Não houve cortes na linha de frente hospitalar, segundo ele.

Outra mudança foi na definição de preços dos planos. Segundo ele, a companhia calculava os preços considerando uma sinistralidade de 87%, o que não era racional. O indicador foi baixado para 78% através de um aumento dos preços, o que permitiu à companhia operar com uma margem maior.

Com as mudanças, a Amil perdeu 100 mil beneficiários em 2024, com o cancelamento de vários contratos. Por outro lado, conseguiu reverter um prejuízo operacional de R$ 1,6 bilhão registrado no último ano de operação pela United Health, em 2023.

O executivo disse que de partida, a empresa tem uma perda de R$ 1,2 bilhão ao ano com a carteira de planos individuais, em que os reajustes são regulados pelo governo. Com isso, tem de buscar equilíbrio no restante da operação.

Dólar salta 1,4% e fecha a R$ 5,99 com guerra tarifária; Ibovespa cai mais de 1%

 

O dólar voltou a superar os R$ 6,00 durante a sessão desta terça-feira, 8, para depois encerrar pouco abaixo disso, em mais um dia de pressão vinda do exterior após os Estados Unidos anunciarem a cobrança de tarifa de 104% sobre os produtos chineses a partir de quarta-feira, 9.

A moeda norte-americana à vista fechou em alta de 1,49%, aos R$ 5,9985, maior valor de fechamento desde 21 de janeiro deste ano, quando encerrou a R$ 6,0313. Apenas no acumulado das três últimas sessões, o dólar avançou 37 centavos de real, em meio à guerra comercial deflagrada pelos EUA. Em abril a divisa já acumula elevação de 5,11%. Veja cotações.

Às 17h06 na B3 o dólar para maio — atualmente o mais líquido no Brasil — subia 1,36%, aos R$ 6,0210.

O Ibovespa fechou em queda nesta terça-feira pelo quarto pregão seguido, com Vale e Petrobras entre as maiores pressões negativas em meio ao declínio dos preços do minério de ferro e do petróleo no exterior, enquanto persistem as preocupações com o desfecho da guerra comercial deflagrada pelos Estados Unidos.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,34%, a 123.909,2 pontos, de acordo com dados preliminares, sem fôlego para sustentar a alta dos primeiros negócios, quando chegou a 127.651,6 pontos. Na mínima do dia, marcou 123.454,24 pontos.

O volume financeiro no pregão somava R$ 25,3 bilhões antes dos ajustes finais.

O dia do Ibovespa

“Investidores continuam ajustando posição, tentando se habituar com o novo ambiente de mercado”, afirmou Willian Queiroz, sócio e advisor da Blue3 Investimentos.

Os EUA confirmaram nesta terça-feira a tarifa de 104% sobre produtos da China a partir das 03h01 (horário de Brasília) de quarta-feira, após Pequim não suspender tarifas retaliatórias sobre os produtos norte-americanos até o prazo desta terça-feira estabelecido pelo presidente dos EUA, Donald Trump.

Mais cedo, o Ministério do Comércio da China afirmou que “a ameaça dos EUA de aumentar as tarifas contra a China é erro em cima de erro, expondo mais uma vez a natureza chantagista do lado norte-americano” e que “se os EUA insistirem em seguir seu caminho, a China lutará até o fim”.

Trump ameaçou Pequim na véspera com a taxa de 104% sobre as importações vindas da China se a segunda maior economia do mundo não recuasse da decisão de igualar as tarifas “recíprocas” anunciadas pelos EUA na semana passada.

A Casa Branca disse que quase 70 países entraram em contato para começar a negociar sobre as tarifas do presidente Donald Trump. A secretária de imprensa, Karoline Leavitt, ainda afirmou que se a China estender a mão, Trump seria “incrivelmente gentil, mas ele fará o que for melhor para o povo americano.”

Wall Street começou a segunda sessão da semana com fortes ganhos, mas o ímpeto se dissipou ao longo do pregão e o S&P 500 fechou em baixa de 1,57%, a pontos. Na máxima do dia, chegou a 5.267,47 pontos (+4,01%).

“Nós estamos diante de uma avalanche de manchetes: quem está pronto para negociar, quem não está, o que Trump disse, o que ele quis dizer… é quase impossível prever o próximo movimento”, afirmou a analista sênior Ipek Ozkardeskaya, do Swissquote Bank, em relatório a clientes.

“Uma esperança é que o pior já tenha sido precificado e que os mercados só possam se recuperar a partir daqui. Mas o problema é: o pior continua piorando, e não há um limite razoável à vista na Casa Branca”, acrescentou.

DESTAQUES

– VALE ON caiu 5,48%, com os contratos futuros do minério de ferro recuando pela terceira sessão consecutiva nesta terça-feira na China, em meio às tensões comerciais entre EUA e China. O contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian caiu 3,15%, terminando em 738,5 iuanes (US$100,73) a tonelada. No início da sessão, os preços atingiram 735,5 iuanes, o menor valor desde 19 de novembro de 2024.

– PETROBRAS PN reverteu os ganhos e recuou 3,56%, conforme o petróleo voltou a enfraquecer no exterior, com o Brent fechando o dia em baixa de 2,16%. A presidente da estatal afirmou na véspera que a companhia não deve alterar preços de combustíveis em cenário turbulento. Uma fonte disse à Reuters que o ministro de Minas e Energia teria pedido para a CEO para que a Petrobras analisasse um novo corte no valor médio do diesel, diante do recuo acentuado e recente do preço do barril do petróleo no mercado internacional.

– BRAVA ENERGIA ON fechou em baixa de 4,2%, sucumbindo à piora dos preços do petróleo, em dia também marcado pela divulgação de dados preliminares de março mostrando uma produção total bruta de 71.757 boe/d, encerrando o primeiro trimestre com 71.057 boe/d. Ainda no setor, PETRORECONCAVO ON cedeu 2%, tendo também no radar dados de março mostrando produção média de 27.715 mil boe/d; enquanto PRIO ON caiu também 2%.

– MAGAZINE LUIZA ON desabou 13,41%, tendo como pano de fundo relatório do Citi cortando a recomendação da ação para “venda/alto risco” e reduzindo o preço-alvo de R$8 para R$7,70. Para os analistas, que afirmam estar ainda cautelosos com o cenário macroeconômico do país, antecipar um ciclo de demanda positiva parece excessivamente otimista neste momento. Eles também citaram competição acirrada no setor. Na véspera, o Mercado Livre anunciou investimento de R$34 bilhões no Brasil em 2025. Em Nova York, MERCADO LIBRE subiu 1,75%.

– MINERVA ON recuou 2,95% na esteira de proposta aprovada pelo conselho de administração para aumento de capital no montante de até R$2 bilhões, que será votada em assembleia geral extraordinária a ser realizada em 29 de abril. Sob os termos da proposta, o aumento de capital de até R$2 bilhões contará com a subscrição particular de até 386,8 milhões de novas ações ordinárias pelo preço de emissão de R$5,17 cada — um desconto de quase 20% em relação ao fechamento da segunda-feira. O aumento de capital prevê ainda bônus de subscrição.

– ITAÚ UNIBANCO PN fechou negociada com variação positiva de 0,03%, com o setor também sofrendo com a deterioração do humor nos mercados. BRADESCO PN caiu 2,75%, BANCO DO BRASIL ON perdeu 0,18%, SANTANDER BRASIL UNIT encerrou com decréscimo de 1,51% e BTG PACTUAL UNIT perdeu 0,15%. No noticiário do setor, o Ministério Público Federal (MPF) no Distrito Federal abriu nesta terça-feira uma investigação preliminar para apurar eventual ocorrência de “crime contra o sistema financeiro nacional” na compra de ativos do Banco Master pelo BRB, informou à Reuters uma fonte com conhecimento direto da iniciativa.

– CPFL ENERGIA ON avançou 3,39%, registrando no melhor momento máxima histórica intradia a R$40,06 (+7%). Durante o pregão, a companhia divulgou que três diretores (de cinco) da Aneel votaram a favor da companhia em processo sobre o reajuste das tarifas da distribuidora CPFL Paulista, que discute a incorporação de R$4,67 bilhões no processo tarifário. Um deles pediu vista do processo, adiando o desfecho final. Analistas do JPMorgan e do Citi consideraram a notícia uma surpresa positiva, avaliando que pode se traduzir em dividendos extraordinários.

– EMBRAER ON valorizou-se 0,82%, tendo no radar declarações do presidente-executivo da fabricante de aviões de que as tarifas anunciadas por Trump, da forma que estão, trarão mais complexidade e custos para a empresa, mas não devem mudar os planos da companhia. “A gente vai seguir nossos planos e vamos ter que achar uma forma de lidar com essa situação. Mas acreditamos que tem espaço para uma negociação bilateral e multilateral nesse sentido da aviação”, disse. O CFO da Embraer também citou que a controlada Eve tem planos de lançar BDRs (recibos de ações negociados no Brasil) até o final do ano.

Pamplona Alimentos cresce 8% em receita em 2024, para R$ 2,4 bi, e lucra R$ 86 mi

 Pamplona Alimentos

São Paulo, 8 – A Pamplona Alimentos encerrou 2024 com receita de R$ 2,4 bilhões, alta de 8,26% em relação ao ano anterior, informou a companhia familiar catarinense em nota. O Ebitda da empresa especializada em carne suína atingiu R$ 186,6 milhões, crescimento de 352%. O lucro líquido somou R$ 86 milhões, frente a apenas R$ 1 milhão em 2023.

“O desempenho da Pamplona em 2024 foi impulsionado por ganho operacional. Focamos em otimizar os processos, nos investimentos em inovação visando torná-los mais eficientes”, disse, na nota, a diretora-presidente da Pamplona, Irani Pamplona Peters. Ela destacou que fatores como a ampliação do portfólio, a valorização do dólar e a queda nos preços dos grãos também contribuíram para o resultado financeiro.

A geração de caixa operacional cresceu cerca de 93% e chegou a R$ 120 milhões. “Esse crescimento expressivo foi impulsionado pela queda nos preços das commodities e pelos aprimoramentos nas granjas integradas de suínos, fatores que possibilitaram uma redução nos custos de produção e fortaleceram a competitividade da companhia no mercado”, disse a executiva.

A Pamplona também obteve desempenho equilibrado nos mercados interno e externo. No Brasil, a demanda por alimentos de maior qualidade e conveniência foi atendida com lançamentos como pizzas artesanais gourmet e mantas suínas. Já no exterior, o faturamento cresceu 25,95%, com destaque para a expansão no mercado asiático e o avanço na América do Norte.

Para 2025, a empresa projeta manter o ritmo de crescimento com foco na ampliação da capacidade produtiva, diversificação do portfólio e valorização de produtos de maior valor agregado. “O cenário para 2025 é promissor, impulsionado por ganhos de eficiência e rentabilidade, além de investimentos contínuos em inovação e expansão”, afirmou Irani Peters.

Ponto de Cultura inspira países a adotar políticas de base comunitária

 Cultura Viva | Laboratório de Políticas Culturais

A Política Nacional de Cultura Viva (PNCV), modelo brasileiro criado pelo Ministério da Cultura (Minc) em 2004, tem inspirado países na implantação de políticas públicas de base comunitária para gerir os recursos culturais. As iniciativas do programa – entre elas, os Pontos de Cultura – são um dos temas centrais de um seminário internacional iniciado nesta terça-feira (8), na Cidade do México. 

Na prática, a Política Nacional Cultura Viva abre espaços regionais para acesso aos bens e serviços culturais e, principalmente, para permitir a gestão compartilhada que viabiliza a manifestação de todos os tipos de linguagem artística e cultural, contemplando diferentes populações que convivem em cada território.

Segundo a secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do Minc, Márcia Rollemberg, atualmente são mais de 7,2 mil Pontos de Cultura em cerca de 1,6 mil municípios de todo o país.

Esses espaços formam uma grande rede de estímulo e de difusão dos saberes, que compartilha com o Estado a construção de novas políticas públicas e ações que nascem nos diálogos, articulações e encontros promovidos pela própria comunidade.

A política também descentraliza o fomento à cultura por meio da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), que prevê repasses anuais de R$ 3 bilhões aos estados, Distrito Federal e municípios e deverá atingir R$ 15 bilhões até 2027. Desse valor, R$ 1,6 bilhão será destinado à Cultura Viva, pela obrigatoriedade de municípios beneficiados com mais de R$ 360 mil direcionarem 25% dos recursos à política de base comunitária.

“A Cultura Viva é um marco no campo dos direitos culturais. Ela amplia o acesso ao fomento cultural e esse reconhecimento valoriza os grupos, as atividades, os reconhecimentos das práticas culturais que são vivenciadas no cotidiano das comunidades”, destaca Márcia.

Seminário

Até o dia 10 de abril, o Seminário Internacional “Cultura Viva Comunitária – Uma Escola Latino-Americana de Políticas Culturais” reunirá representantes de países que adotam ou pretendem implementar políticas de base comunitárias na gestão cultural.

Um dos realizadores da conferência é a Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB), instituição cultural vinculada ao Minc, que, além de divulgar a obra do intelectual brasileiro, atua no desenvolvimento da cultura, pesquisa, ensino e na preservação de acervos.

“A organização deste seminário fortalece também o papel do Brasil na reflexão e na construção de agendas internacionais em torno das políticas públicas para a cultura”, disse o presidente da fundação, Alexandre Santini.

Segundo o gestor, os diálogos que serão realizados no seminário representam uma etapa que antecede outros importantes encontros internacionais que também tratarão do tema, como a Conferência Mundial da Unesco sobre Políticas Culturais (Mondiacult) 2025, de 29 de setembro a 1º de outubro, em Barcelona, na Espanha.

Programação

O seminário integra a Caravana Quetzalcoatl do Movimento Latino-Americano de Culturas Vivas Comunitárias e o Festival de Culturas Vivas Comunitárias da Cidade do México.

A programação terá a participação de pesquisadores e gestores culturais renomados como Néstor García Canclini, Célio Turino, Lucina Jiménez, Eduardo Nivón Bolán, Jazmín Beirak, José Luis Mariscal Orozco, Jorge Melguizo, Freddy Simbaña, Ivana Bentes, Paola De La Vega e Lia Calabre.

Para Santini, é no espaço comunitário que estão as transversalidades entre a cultura e as demais políticas públicas e, por isso, a importância de os governos investirem em políticas culturais de base comunitária que permitem a articulação do direito à cultura, com uma cultura de direitos.

“No México, por exemplo, vemos projetos culturais nos territórios que juntam saúde, educação, combate à violência, prevenção de doenças, apoio a mulheres e combate à violência de gênero, quer dizer, a cultura tem que estar no vértice de transversalidade para a conquista de direitos”, conclui.

‘Carro voador’: Embraer projeta US$ 14 bi em vendas e trajeto Faria Lima-Guarulhos em 13 minutos

 

Em evento do Bradesco BBI nesta terça-feira, 8, executivos da Embraer exibiram a cabine do eVTOL – ou ‘carro voador’ – fisicamente e reiteraram o otimismo com a iniciativa da EVE, subsidiária da companhia brasileira. Com 2.800 unidades já na fila de pedidos já feitos, a estimativa é que o modelo ainda não lançado deverá garantir US$ 14 bilhões em receita líquida e começará a operar em 2026.

O eVTOL da Embraer tem pedidos feitos por 28 clientes de 9 países. Luís Carlos Affonso, Vice-Presidente Sênior de Engenharia e Desenvolvimento Tecnológico da Eve, destaca que o carro voador deve fazer o trajeto entre a Avenida Faria Lima – em São Paulo – até o Aeroporto de Guarulhos em cerca de 13 minutos – trajeto que costuma levar mais de duas horas de carro.

” [O eVTOL] terá alcance de 100 quilômetros, que é o necessário em ambiente urbano. Além disso, vai pousar e decolar de forma automática, vai baratear o treinamento de pilotos”, disse Affonso durante o Brazil Investment Forum.

O executivo comentou que, atualmente, o maior desafio é o sistema de produção da aeronave, que envolve motor, bateria e hélice, já que os padrões são ‘completamente diferentes’ de outros modelos de aviação comercial.

Além disso, destacou que o eVTOL ‘é um avião que decola como helicóptero’, e que esse modelo híbrido também demandará desafios na hora de acostumar os clientes a uma experiência desse tipo.

Atualmente o projeto, dentro da Embraer, é o que mais demanda mão de obra, com cerca de 700 engenheiros alocados. Em termos de inovação, disrupção e potencial de valorização futura, o projeto do eVTOL, por meio da Eve, é hoje considerado o principal motor de crescimento de longo prazo da Embraer.

Nos números trazidos pela Embraer no evento do BBI, a companhia estimou que a cidade do Rio de Janeiro tem mercado em potencial para 245 eVTOLs, com 37 ‘vertiportos’, mais de 100 rotas, 4,5 milhões de passageiros anuais e US$ 220 milhões gerados em receita.

Entenda o carro voador da Embraer

A Eve foi spin-off da Embraer em 2020 e é listada na Bolsa de Nova York (NYSE) em 2022. A Embraer mantém cerca de 82% de participação econômica na Eve (incluindo ações e BDRs).

A companhia tem parceiros como United Airlines, BAE Systems, Helisul, Blade, Avantto e outros e tem operações previstas em cidades como São Paulo, Rio, Miami, Londres, Bangalore.

Cada aeronave pode custar entre US$ 2 milhões e US$ 4 milhões.

O eVTOL representa uma nova categoria de transporte, sendo elétrica e silencioso e funcionando para trajetos curtos em ambiente urbano. No futuro, o meio de transporte pode ser também autônomo.

O veículo visado pela Embraer tem propulsão elétrica e redução de emissões e ruído. A expectativa é que as operações com eVTOLs comecem no ano de 2026, com certificação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA, na sigla em inglês).

 

O Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) vem direcionando seus investimentos em projetos e iniciativas voltados à descarbonização da economia e à transição energética, sendo um dos principais focos a produção de hidrogênio verde, entre outros renováveis.

Nesse cenário, Luciana Costa, diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudanças Climáticas do banco, destaca que o desafio tem sido escalar as novas tecnologias que vão impulsionar essa indústria, e que o desafio e grande foco do banco agora é destravar os projetos de hidrogênio verde, aço verde, fertilizante verde, combustível sustentável de aviação e biometano.

“Precisamos de políticas públicas, precisamos que o BNDES haja como indutor de financiamento para essas novas fontes, como já fez em outros momentos na história”, diz. Costa refere-se aos financiamentos feitos no passado para impulsionar o etanol e a geração solar, eólica, e hidráulica.

A diretora destaca que o BNDES é hoje o maior financiador de energia renovável do mundo. “A nossa carteira de ativos é uma carteira muito expressiva, de mais de R$ 200 bilhões, e a gente continua financiando muito o setor”.

A executiva lembra que em processos que envolvem novas tecnologias, corre-se mais riscos inerentes a uma novidade, como de projetos que “quebram” no meio do caminho. “Não é fácil. Mas no momento em que o BNDES resolve bancar um projeto, a percepção de risco muda para os investidores”, diz. Sozinho o governo não faz a transição energética, e sozinho, nem o setor privado. Precisa de planejamento aliado a políticas públicas”.

Segundo Costa, a projeção é de que o financiamento para transição energética será entre 60% e 70% oriunda do setor privado. “Financiamento de filantropia não deve chegar a 40%”.

O desafio, aponta Costa, é como levar maior eficiência a essas novas tecnologias. “Estamos nos debruçando para construir. Tecnologias mais caras ainda não foram escaladas”. Além do desafio tecnológico, Costa destaca também que outro desafio para escalar a “indústria verde” está no alto custo do crédito, com as taxas de juros mais altas no país. Atualmente, a Selic, taxa básica de juros da economia,

“O BNDES é um banco de 72 anos, tem conhecimento setorial profundo, embarcado, tem experiência em ter escalado tecnologias novas em outros momentos. E, ao mesmo tempo, ser eficiente do ponto de vista de preço. No começo vai ser mais caro, como solar e eólica foram um dia.”

Segundo Costa, o Brasil tem uma grande oportunidade neste momento com o hidrogênio verde. “Para o Brasil, temos a capacidade de liderar transição energética, mais ainda. E temos ainda todas as fontes verdes”. Mas, destaca a executiva, é importante que não haja distorções de subsídios, com projetos sendo executados em lugares errados.

Outra vantagem brasileira que ela ressalta é a “neutralidade” geopolítica. “O cenário geopolítico é complexo, atrasa a transição do mundo, que precisa de mais energia e que não consegue diminuir a adição de fóssil. Para o mundo é um problema. Mas temos essa neutralidade que nos coloca e nos posiciona bem. Somos o maior exportador líquido de alimentos do mundo, importante não só para a segurança energética do mundo, mas para a segurança alimentar”.

 

 


Embraer vê poucos danos com tarifaço de Trump e mira US$ 10 bi de receita antes de 2030

 

A Embraer projeta chegar a um patamar de US$ 10 bilhões de receita líquida anuais antes do ano de 2030 e sem considerar a Eve – subsidiária da empresa focada em desenvolver eVTOLs e soluções de mobilidade aérea urbana sustentável.

Além disso, a Embraer ainda calcula os impactos do tarifaço de Donald Trump, todavia estima que os danos devam ser reduzidos e não devem arrefecer o bom momento operacional da companhia, que registrou as máximas históricas na bolsa no mês passado.

“Não registramos grande impacto de tarifas e não achamos motivação para mexermos nas estimativas para o ano de 2025”, disse Antonio Garcia, Vice-Presidente Financeiro e de Relações com Investidores da fabricante de aeronaves, durante o Brazil Investment Forum, evento do Bradesco BBI que ocorre nesta terça-feira, 8, em São Paulo.

Em entrevista a jornalistas após o painel, o executivo detalhou que os impactos ‘mudam a cada dia’ e que a companhia mantém diálogo tanto com o governo brasileiro quanto com o governo americano.

“Estamos conversando com governo brasileiro para colocar a aviação brasileira em discussão. Vou dar um exemplo, vocês não ouviram falar Candá e México, com tarifas exorbitantes? Os produtos de aviação estão preservados [dessas tarifas]. [Hoje] nós compramos motor no Canadá para os EUA e não pagamos nada. Não é uma equação única.”

Olhando para a parte operacional, a empresa ainda espera, para 2025, registrar um crescimento entre 7,5% a 8,3% em termos de Lucro antes de Juros e Impostos ajustado (EBIT, na sigla em inglês).

Em se tratando de receita, a expectativa é fechar o ano com US$ 7,5 bilhões, ante US$ 6,39 bilhões registrados no acumulado do ano de 2024.

Embraer quer listar BDRs de empresa de ‘carro voador’ na bolsa brasileira

Garcia, da Embraer, ainda relatou que a companhia mira lançar BDRs da Eve no Brasil até o fim do ano de 2025.

“Queremos socializar um produto, dá mesma forma que a Embraer tem ADRs nos Estados Unidos”, disse o executivo em entrevista a jornalistas.

A Eve, braço da companhia responsável pelo eVTOL – ou ‘carro voador’ – é atualmente listada na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) e tem uma capitalização de mercado de cerca de US$ 950 milhões.

O eVTOL foi exibido fisicamente pela primeira vez no evento do BBI e soma 2.800 unidades já na fila de pedidos já feitos.

A companhia estima que o modelo gerará US$ 14 bilhões em receita com esse volume de pedidos – que vem de 28 clientes de 9 países.

Segundo executivos da empresa, o carro voador da subsidiária da Embraer deverá fazer o trajeto entre a Avenida Faria Lima – em São Paulo – até o Aeroporto de Guarulhos em cerca de 13 minutos – trajeto que costuma levar mais de duas horas de carro.