quarta-feira, 9 de abril de 2025

Preços do petróleo despencam e barril de Brent cai abaixo de US$ 60

 

Os preços do petróleo caíram para novas mínimas em quatro anos nesta quarta-feira, 09, depois que a China anunciou medidas tarifárias adicionais sobre os produtos dos EUA em retaliação à política tarifária do presidente Donald Trump.

A China imporá tarifas de 84% sobre os produtos dos EUA a partir de quinta-feira, 10, acima dos 34% anunciados anteriormente, informou o Ministério das Finanças.

Os futuros do Brent caíam US$2,84, ou 4,52%, para US$59,98 por barril às 10h15 (horário de Brasília). Os futuros do petróleo bruto dos EUA (WTI) caíam US$2,66, ou 4,46%, para US$56,92.

Ambos os contratos chegaram a cair cerca de 7% antes de reduzir as perdas.

As tarifas de 104% de Trump sobre a China entraram em vigor nesta quarta-feira, acrescentando 50% às tarifas depois que Pequim não suspendeu suas tarifas retaliatórias iniciais sobre os produtos dos EUA.

Ao mesmo tempo, os países da União Europeia devem aprovar as primeiras contramedidas do bloco contra as tarifas de Trump na quarta-feira, somando-se às medidas de retaliação da China e do Canadá.

“A retaliação agressiva da China diminui as chances de um acordo rápido entre as duas maiores economias do mundo, desencadeando temores crescentes de recessão econômica em todo o mundo”, disse Ye Lin, vice-presidente de mercados de commodities de petróleo da Rystad Energy.

“O crescimento da demanda de petróleo na China, de 50.000 bpd a 100.000 bpd, está em risco se a guerra comercial continuar por mais tempo. No entanto, um estímulo mais forte para impulsionar o consumo doméstico poderia mitigar as perdas.”

O Brent e o WTI caíram por cinco sessões desde que Trump anunciou tarifas abrangentes sobre a maioria das importações, gerando preocupações sobre o crescimento econômico e a demanda por combustível.

“Alguns analistas norte-americanos sugeriram que a Casa Branca quer levar os preços do petróleo para mais perto de US$50, já que o governo acredita que o setor de petróleo e gás dos EUA pode sobreviver a um período de turbulência”, disse Ashley Kelty, analista do Panmure Liberum.

“Consideramos essa meta um tanto ilusória (…) e (ela) simplesmente fará com que a produção dos EUA seja encerrada e abrirá a porta para que a Opep recupere sua posição de produtor dominante.”

Exacerbando o declínio do petróleo, na semana passada o grupo de produtores Opep+ decidiu aumentar a produção em maio em 411.000 barris por dia (bpd), o que, segundo analistas, provavelmente empurrará o mercado para um excedente.

Países da UE aprovam resposta tarifária dos EUA sobre aço e miram em carne, soja e motos

 Bandeira Europeia – Wikipédia, a enciclopédia livre

Os países-membros da União Europeia (UE) aprovaram nesta quarta-feira, 9, uma lista inicial de produtos norte-americanos que estarão sujeitos a tarifas, dando ao bloco o poder de impor taxas sobre alguns produtos já na próxima semana. A comissão informou que os impostos podem começar a ser cobrados a partir de 15 de abril.

Os 27 membros da UE votaram para adotar uma nova versão reformulada da lista original, que foi modificada após o feedback dos países-membros.

Uma série de produtos – incluindo soja, suco de laranja, carne e motocicletas – estão na linha de fogo da UE. O uísque norte-americano foi retirado da lista em uma medida que visa proteger os fabricantes de bebidas do bloco.

A votação supera um obstáculo crucial para a Comissão Europeia, o braço executivo do bloco, para responder à série de taxas que o presidente dos EUA, Donald Trump, está impondo para lidar com o que o republicano considera políticas injustas em outros países.

“Essas contramedidas podem ser suspensas a qualquer momento, caso os EUA concordem com um resultado negociado justo e equilibrado”, afirmou a comissão, em um comunicado. 

 

Fonte: Dow Jones Newswires.

China anuncia nova retaliação e tarifas adicionais de 84% sobre produtos dos EUA

 

A China adotará tarifas de 84% sobre produtos norte-americanos a partir de quinta-feira, acima dos 34% anunciados anteriormente, informou o Ministério das Finanças nesta quarta-feira, 9.

Pequim também impôs restrições a 18 empresas norte-americanas, principalmente em setores relacionados à defesa, somando-se às cerca de 60 empresas norte-americanas punidas por causa das tarifas impostas por Trump.

A medida foi tomada depois que Trump cumpriu sua ameaça de impor uma tarifa adicional de 50% sobre a China, a menos que o país retirasse suas taxas de retaliação sobre os Estados Unidos, elevando para 104% o total de novas tarifas dos EUA sobre produtos chineses este ano.

“A China insta os EUA a corrigirem imediatamente suas práticas equivocadas, a cancelarem todas as medidas tarifárias unilaterais contra a China e a resolverem adequadamente as diferenças por meio de um diálogo igualitário, baseado no respeito mútuo”, diz a nota.

A China disse à Organização Mundial do Comércio (OMC) nesta quarta-feira que a decisão do governo Trump de impor tarifas recíprocas a Pequim ameaça desestabilizar ainda mais o comércio global.

“A situação se agravou perigosamente. Como um dos membros afetados, a China expressa séria preocupação e firme oposição a esse movimento imprudente”, disse a China em uma declaração à OMC.

Mais cedo, nesta quarta-feira, a China divulgou um documento sobre os laços comerciais entre os EUA e a China, no qual chamou de “inevitável” a diferença comercial entre as duas maiores economias do mundo.

“O desequilíbrio comercial em bens entre a China e os EUA é um resultado inevitável de questões estruturais na economia dos EUA e uma consequência das vantagens comparativas e da divisão internacional do trabalho entre os dois países”, disse o relatório, que foi divulgado pelo Escritório de Informações do Conselho de Estado logo após a entrada em vigor das tarifas mais altas dos EUA.

EUA falam em decisão ‘lamentável’

A decisão da China de impor tarifas retaliatórias é lamentável e uma proposta perdedora para Pequim, disse o secretário de Tesouro dos EUA, Scott Bessent, nesta quarta-feira.

“Acho lamentável que os chineses realmente não queiram vir e negociar, porque são os piores infratores no sistema de comércio internacional”, declarou Bessent em entrevista à Fox Business Network.

Bessent afirmou que os aliados queriam discutir como reequilibrar as políticas comerciais da China em conversas com autoridades norte-americanas.  “Essa é a grande vitória aqui. Os EUA estão tentando se reequilibrar em direção a mais manufatura. A China precisa se reequilibrar em direção a mais consumo”, disse ele.

Bessent também alertou Pequim contra a tentativa de desvalorizar sua moeda como forma de responder às novas tarifas.

“Se a China começar a desvalorizar, isso será um imposto sobre o resto do mundo e todos terão que continuar aumentando suas tarifas para compensar a desvalorização. Portanto, eu faço um apelo para que não façam isso e se sentem à mesa”, disse.

Outras cartas nas mãos da China

Segundo a agência Reuters, o banco central da China não permitirá quedas acentuadas do iuan e pediu aos principais bancos estatais que reduzam as compras de dólares norte-americanos, disseram pessoas com conhecimento direto do assunto.

A diretriz das autoridades ocorre em um momento em que o iuan enfrenta forte pressão de queda.

O Banco Popular da China enviou a orientação aos bancos estatais nesta semana, pedindo-lhes que retenham as compras de dólares norte-americanos para suas contas proprietárias, disseram três fontes. Os grandes bancos também foram instruídos a aumentar as verificações ao executar ordens de compra de dólares para seus clientes, disse uma delas, em um movimento que os mercados interpretam como uma forma de o banco central restringir as negociações especulativas.

terça-feira, 8 de abril de 2025

CEO diz que Amil fechou 2024 com quase R$ 700 mi em resultado positivo

 Logo Amil – Logos PNG

O CEO da Amil, Renato Manso, disse nesta terça-feira, 8, que a operadora de saúde encerrou o ano passado com resultado positivo em R$ 700 milhões. A empresa reverteu prejuízos bilionários com ajustes na operação e nos preços praticados.

“Tinha muito mato alto, então no início foram fáceis algumas decisões. Quem decidia as coisas na empresa era o departamento de compliance, o americano tinha muita preocupação porque ele não queria que problemas aqui se refletissem lá”, disse o CEO durante o Brazil Investment Forum, promovido pelo Bradesco BBI.

De acordo com Manso, entre funcionários da operadora e das áreas administrativas dos hospitais, a Amil reduziu o quadro em 1.400 pessoas. Não houve cortes na linha de frente hospitalar, segundo ele.

Outra mudança foi na definição de preços dos planos. Segundo ele, a companhia calculava os preços considerando uma sinistralidade de 87%, o que não era racional. O indicador foi baixado para 78% através de um aumento dos preços, o que permitiu à companhia operar com uma margem maior.

Com as mudanças, a Amil perdeu 100 mil beneficiários em 2024, com o cancelamento de vários contratos. Por outro lado, conseguiu reverter um prejuízo operacional de R$ 1,6 bilhão registrado no último ano de operação pela United Health, em 2023.

O executivo disse que de partida, a empresa tem uma perda de R$ 1,2 bilhão ao ano com a carteira de planos individuais, em que os reajustes são regulados pelo governo. Com isso, tem de buscar equilíbrio no restante da operação.

Dólar salta 1,4% e fecha a R$ 5,99 com guerra tarifária; Ibovespa cai mais de 1%

 

O dólar voltou a superar os R$ 6,00 durante a sessão desta terça-feira, 8, para depois encerrar pouco abaixo disso, em mais um dia de pressão vinda do exterior após os Estados Unidos anunciarem a cobrança de tarifa de 104% sobre os produtos chineses a partir de quarta-feira, 9.

A moeda norte-americana à vista fechou em alta de 1,49%, aos R$ 5,9985, maior valor de fechamento desde 21 de janeiro deste ano, quando encerrou a R$ 6,0313. Apenas no acumulado das três últimas sessões, o dólar avançou 37 centavos de real, em meio à guerra comercial deflagrada pelos EUA. Em abril a divisa já acumula elevação de 5,11%. Veja cotações.

Às 17h06 na B3 o dólar para maio — atualmente o mais líquido no Brasil — subia 1,36%, aos R$ 6,0210.

O Ibovespa fechou em queda nesta terça-feira pelo quarto pregão seguido, com Vale e Petrobras entre as maiores pressões negativas em meio ao declínio dos preços do minério de ferro e do petróleo no exterior, enquanto persistem as preocupações com o desfecho da guerra comercial deflagrada pelos Estados Unidos.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,34%, a 123.909,2 pontos, de acordo com dados preliminares, sem fôlego para sustentar a alta dos primeiros negócios, quando chegou a 127.651,6 pontos. Na mínima do dia, marcou 123.454,24 pontos.

O volume financeiro no pregão somava R$ 25,3 bilhões antes dos ajustes finais.

O dia do Ibovespa

“Investidores continuam ajustando posição, tentando se habituar com o novo ambiente de mercado”, afirmou Willian Queiroz, sócio e advisor da Blue3 Investimentos.

Os EUA confirmaram nesta terça-feira a tarifa de 104% sobre produtos da China a partir das 03h01 (horário de Brasília) de quarta-feira, após Pequim não suspender tarifas retaliatórias sobre os produtos norte-americanos até o prazo desta terça-feira estabelecido pelo presidente dos EUA, Donald Trump.

Mais cedo, o Ministério do Comércio da China afirmou que “a ameaça dos EUA de aumentar as tarifas contra a China é erro em cima de erro, expondo mais uma vez a natureza chantagista do lado norte-americano” e que “se os EUA insistirem em seguir seu caminho, a China lutará até o fim”.

Trump ameaçou Pequim na véspera com a taxa de 104% sobre as importações vindas da China se a segunda maior economia do mundo não recuasse da decisão de igualar as tarifas “recíprocas” anunciadas pelos EUA na semana passada.

A Casa Branca disse que quase 70 países entraram em contato para começar a negociar sobre as tarifas do presidente Donald Trump. A secretária de imprensa, Karoline Leavitt, ainda afirmou que se a China estender a mão, Trump seria “incrivelmente gentil, mas ele fará o que for melhor para o povo americano.”

Wall Street começou a segunda sessão da semana com fortes ganhos, mas o ímpeto se dissipou ao longo do pregão e o S&P 500 fechou em baixa de 1,57%, a pontos. Na máxima do dia, chegou a 5.267,47 pontos (+4,01%).

“Nós estamos diante de uma avalanche de manchetes: quem está pronto para negociar, quem não está, o que Trump disse, o que ele quis dizer… é quase impossível prever o próximo movimento”, afirmou a analista sênior Ipek Ozkardeskaya, do Swissquote Bank, em relatório a clientes.

“Uma esperança é que o pior já tenha sido precificado e que os mercados só possam se recuperar a partir daqui. Mas o problema é: o pior continua piorando, e não há um limite razoável à vista na Casa Branca”, acrescentou.

DESTAQUES

– VALE ON caiu 5,48%, com os contratos futuros do minério de ferro recuando pela terceira sessão consecutiva nesta terça-feira na China, em meio às tensões comerciais entre EUA e China. O contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian caiu 3,15%, terminando em 738,5 iuanes (US$100,73) a tonelada. No início da sessão, os preços atingiram 735,5 iuanes, o menor valor desde 19 de novembro de 2024.

– PETROBRAS PN reverteu os ganhos e recuou 3,56%, conforme o petróleo voltou a enfraquecer no exterior, com o Brent fechando o dia em baixa de 2,16%. A presidente da estatal afirmou na véspera que a companhia não deve alterar preços de combustíveis em cenário turbulento. Uma fonte disse à Reuters que o ministro de Minas e Energia teria pedido para a CEO para que a Petrobras analisasse um novo corte no valor médio do diesel, diante do recuo acentuado e recente do preço do barril do petróleo no mercado internacional.

– BRAVA ENERGIA ON fechou em baixa de 4,2%, sucumbindo à piora dos preços do petróleo, em dia também marcado pela divulgação de dados preliminares de março mostrando uma produção total bruta de 71.757 boe/d, encerrando o primeiro trimestre com 71.057 boe/d. Ainda no setor, PETRORECONCAVO ON cedeu 2%, tendo também no radar dados de março mostrando produção média de 27.715 mil boe/d; enquanto PRIO ON caiu também 2%.

– MAGAZINE LUIZA ON desabou 13,41%, tendo como pano de fundo relatório do Citi cortando a recomendação da ação para “venda/alto risco” e reduzindo o preço-alvo de R$8 para R$7,70. Para os analistas, que afirmam estar ainda cautelosos com o cenário macroeconômico do país, antecipar um ciclo de demanda positiva parece excessivamente otimista neste momento. Eles também citaram competição acirrada no setor. Na véspera, o Mercado Livre anunciou investimento de R$34 bilhões no Brasil em 2025. Em Nova York, MERCADO LIBRE subiu 1,75%.

– MINERVA ON recuou 2,95% na esteira de proposta aprovada pelo conselho de administração para aumento de capital no montante de até R$2 bilhões, que será votada em assembleia geral extraordinária a ser realizada em 29 de abril. Sob os termos da proposta, o aumento de capital de até R$2 bilhões contará com a subscrição particular de até 386,8 milhões de novas ações ordinárias pelo preço de emissão de R$5,17 cada — um desconto de quase 20% em relação ao fechamento da segunda-feira. O aumento de capital prevê ainda bônus de subscrição.

– ITAÚ UNIBANCO PN fechou negociada com variação positiva de 0,03%, com o setor também sofrendo com a deterioração do humor nos mercados. BRADESCO PN caiu 2,75%, BANCO DO BRASIL ON perdeu 0,18%, SANTANDER BRASIL UNIT encerrou com decréscimo de 1,51% e BTG PACTUAL UNIT perdeu 0,15%. No noticiário do setor, o Ministério Público Federal (MPF) no Distrito Federal abriu nesta terça-feira uma investigação preliminar para apurar eventual ocorrência de “crime contra o sistema financeiro nacional” na compra de ativos do Banco Master pelo BRB, informou à Reuters uma fonte com conhecimento direto da iniciativa.

– CPFL ENERGIA ON avançou 3,39%, registrando no melhor momento máxima histórica intradia a R$40,06 (+7%). Durante o pregão, a companhia divulgou que três diretores (de cinco) da Aneel votaram a favor da companhia em processo sobre o reajuste das tarifas da distribuidora CPFL Paulista, que discute a incorporação de R$4,67 bilhões no processo tarifário. Um deles pediu vista do processo, adiando o desfecho final. Analistas do JPMorgan e do Citi consideraram a notícia uma surpresa positiva, avaliando que pode se traduzir em dividendos extraordinários.

– EMBRAER ON valorizou-se 0,82%, tendo no radar declarações do presidente-executivo da fabricante de aviões de que as tarifas anunciadas por Trump, da forma que estão, trarão mais complexidade e custos para a empresa, mas não devem mudar os planos da companhia. “A gente vai seguir nossos planos e vamos ter que achar uma forma de lidar com essa situação. Mas acreditamos que tem espaço para uma negociação bilateral e multilateral nesse sentido da aviação”, disse. O CFO da Embraer também citou que a controlada Eve tem planos de lançar BDRs (recibos de ações negociados no Brasil) até o final do ano.

Pamplona Alimentos cresce 8% em receita em 2024, para R$ 2,4 bi, e lucra R$ 86 mi

 Pamplona Alimentos

São Paulo, 8 – A Pamplona Alimentos encerrou 2024 com receita de R$ 2,4 bilhões, alta de 8,26% em relação ao ano anterior, informou a companhia familiar catarinense em nota. O Ebitda da empresa especializada em carne suína atingiu R$ 186,6 milhões, crescimento de 352%. O lucro líquido somou R$ 86 milhões, frente a apenas R$ 1 milhão em 2023.

“O desempenho da Pamplona em 2024 foi impulsionado por ganho operacional. Focamos em otimizar os processos, nos investimentos em inovação visando torná-los mais eficientes”, disse, na nota, a diretora-presidente da Pamplona, Irani Pamplona Peters. Ela destacou que fatores como a ampliação do portfólio, a valorização do dólar e a queda nos preços dos grãos também contribuíram para o resultado financeiro.

A geração de caixa operacional cresceu cerca de 93% e chegou a R$ 120 milhões. “Esse crescimento expressivo foi impulsionado pela queda nos preços das commodities e pelos aprimoramentos nas granjas integradas de suínos, fatores que possibilitaram uma redução nos custos de produção e fortaleceram a competitividade da companhia no mercado”, disse a executiva.

A Pamplona também obteve desempenho equilibrado nos mercados interno e externo. No Brasil, a demanda por alimentos de maior qualidade e conveniência foi atendida com lançamentos como pizzas artesanais gourmet e mantas suínas. Já no exterior, o faturamento cresceu 25,95%, com destaque para a expansão no mercado asiático e o avanço na América do Norte.

Para 2025, a empresa projeta manter o ritmo de crescimento com foco na ampliação da capacidade produtiva, diversificação do portfólio e valorização de produtos de maior valor agregado. “O cenário para 2025 é promissor, impulsionado por ganhos de eficiência e rentabilidade, além de investimentos contínuos em inovação e expansão”, afirmou Irani Peters.

Ponto de Cultura inspira países a adotar políticas de base comunitária

 Cultura Viva | Laboratório de Políticas Culturais

A Política Nacional de Cultura Viva (PNCV), modelo brasileiro criado pelo Ministério da Cultura (Minc) em 2004, tem inspirado países na implantação de políticas públicas de base comunitária para gerir os recursos culturais. As iniciativas do programa – entre elas, os Pontos de Cultura – são um dos temas centrais de um seminário internacional iniciado nesta terça-feira (8), na Cidade do México. 

Na prática, a Política Nacional Cultura Viva abre espaços regionais para acesso aos bens e serviços culturais e, principalmente, para permitir a gestão compartilhada que viabiliza a manifestação de todos os tipos de linguagem artística e cultural, contemplando diferentes populações que convivem em cada território.

Segundo a secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do Minc, Márcia Rollemberg, atualmente são mais de 7,2 mil Pontos de Cultura em cerca de 1,6 mil municípios de todo o país.

Esses espaços formam uma grande rede de estímulo e de difusão dos saberes, que compartilha com o Estado a construção de novas políticas públicas e ações que nascem nos diálogos, articulações e encontros promovidos pela própria comunidade.

A política também descentraliza o fomento à cultura por meio da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), que prevê repasses anuais de R$ 3 bilhões aos estados, Distrito Federal e municípios e deverá atingir R$ 15 bilhões até 2027. Desse valor, R$ 1,6 bilhão será destinado à Cultura Viva, pela obrigatoriedade de municípios beneficiados com mais de R$ 360 mil direcionarem 25% dos recursos à política de base comunitária.

“A Cultura Viva é um marco no campo dos direitos culturais. Ela amplia o acesso ao fomento cultural e esse reconhecimento valoriza os grupos, as atividades, os reconhecimentos das práticas culturais que são vivenciadas no cotidiano das comunidades”, destaca Márcia.

Seminário

Até o dia 10 de abril, o Seminário Internacional “Cultura Viva Comunitária – Uma Escola Latino-Americana de Políticas Culturais” reunirá representantes de países que adotam ou pretendem implementar políticas de base comunitárias na gestão cultural.

Um dos realizadores da conferência é a Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB), instituição cultural vinculada ao Minc, que, além de divulgar a obra do intelectual brasileiro, atua no desenvolvimento da cultura, pesquisa, ensino e na preservação de acervos.

“A organização deste seminário fortalece também o papel do Brasil na reflexão e na construção de agendas internacionais em torno das políticas públicas para a cultura”, disse o presidente da fundação, Alexandre Santini.

Segundo o gestor, os diálogos que serão realizados no seminário representam uma etapa que antecede outros importantes encontros internacionais que também tratarão do tema, como a Conferência Mundial da Unesco sobre Políticas Culturais (Mondiacult) 2025, de 29 de setembro a 1º de outubro, em Barcelona, na Espanha.

Programação

O seminário integra a Caravana Quetzalcoatl do Movimento Latino-Americano de Culturas Vivas Comunitárias e o Festival de Culturas Vivas Comunitárias da Cidade do México.

A programação terá a participação de pesquisadores e gestores culturais renomados como Néstor García Canclini, Célio Turino, Lucina Jiménez, Eduardo Nivón Bolán, Jazmín Beirak, José Luis Mariscal Orozco, Jorge Melguizo, Freddy Simbaña, Ivana Bentes, Paola De La Vega e Lia Calabre.

Para Santini, é no espaço comunitário que estão as transversalidades entre a cultura e as demais políticas públicas e, por isso, a importância de os governos investirem em políticas culturais de base comunitária que permitem a articulação do direito à cultura, com uma cultura de direitos.

“No México, por exemplo, vemos projetos culturais nos territórios que juntam saúde, educação, combate à violência, prevenção de doenças, apoio a mulheres e combate à violência de gênero, quer dizer, a cultura tem que estar no vértice de transversalidade para a conquista de direitos”, conclui.