quarta-feira, 21 de maio de 2025

Jony Ive, lendário designer da Apple, se une à OpenAI

 

Jony Ive, o lendário designer da Apple, que liderou a criação do iPhone, se juntará com sua equipe à OpenAI com “a missão de projetar uma família de dispositivos” que facilitem o uso da inteligência artificial (IA), anunciou, nesta quarta-feira (21), a empresa por trás do ChatGPT.

Tecnicamente, a jovem startup io, fundada por Ive, será absorvida pela OpenAI, explicou seu diretor-executivo, Sam Altman, em um vídeo publicado na rede social X.

Segundo a imprensa, a operação avalia a io em cerca de 6,5 bilhões de dólares (36,8 bilhões de reais, na cotação atual). Consultada pela AFP, a OpenAI não deu detalhes.

“Os produtos que usamos para nos conectar e acessar uma tecnologia inimaginável têm décadas de antiguidade”, explica Ive no vídeo, apresentado como um diálogo com Altman em um café de San Francisco.

“Portanto, o lógico é pensar que há algo além”, acrescenta.

Ive e a OpenAI já colaboram há dois anos, lembrou Altman, em uma parceria que deu origem a “desenhos concretos”.

O diretor da OpenAI lembrou que Ive está por trás de criações icônicas da Apple, como o iPhone e o MacBook Pro, e afirmou que uma nova tecnologia transformadora como a IA exige uma maneira revolucionária de interagir com ela.

“Acho que esta tecnologia merece algo melhor” do que ter que digitar perguntas em um computador, disse.

Altman revelou que a equipe de Ive já desenvolveu um protótipo, sem dar mais detalhes. “É a peça de tecnologia mais incrível que o mundo já viu”, assegurou.

A startup sediada em San Francisco terminou a gravação com uma mensagem em que afirma esperar compartilhar os frutos dessa aliança no desenvolvimento do dispositivo no próximo ano.

A batalha da IA generativa, tecnologia capaz de criar conteúdos a partir de um simples comando por escrito ou de voz, é travada principalmente no campo de seu uso cotidiano.

Os grandes atores do setor lançaram assistentes digitais na forma de aplicativos, mas ainda não apresentaram nenhum dispositivo específico.

No final de fevereiro, a Amazon apresentou algo semelhante ao anunciar uma versão mais moderna de sua assistente de voz, Alexa, batizada de Alexa+ e aprimorada com IA.

A OpenAI se tornou uma das empresas emergentes mais bem-sucedidas do Vale do Silício, impulsionada à fama em 2022 com o lançamento de seu chatbot, ChatGPT.

quarta-feira, 9 de abril de 2025

Presidente-executivo do JPMorgan aponta para recessão e inadimplência com guerra tarifária

 

O presidente-executivo do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, disse nesta quarta-feira que as tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, provavelmente levarão a uma recessão e à inadimplência de tomadores de empréstimos.

“Enquanto as taxas estiverem subindo… a inflação estiver rígida e os spreads de crédito estiverem aumentando, o que vai acontecer, acho que teremos mais problemas de crédito”, disse Dimon em entrevista à Fox Business.

Ele pediu um rápido progresso nas negociações comerciais com os parceiros dos EUA a fim de acalmar os mercados, que têm sido abalados pelos anúncios de tarifas.

“Espero que o que eles realmente façam seja… que essas coisas sejam feitas rapidamente”, disse Jamie Dimon, referindo-se às negociações comerciais entre o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e outros países. “Se eles querem acalmar os mercados, mostrem progresso nessas questões.”

Dimon é uma das vozes mais proeminentes do setor corporativo dos EUA e tem sido consultado regularmente por diferentes governos em tempos de crise. Seu nome foi cogitado para cargos importantes durante a campanha presidencial de 2024, incluindo o de secretário do Tesouro, mas ele permaneceu no banco.

“Estou tendo uma visão calma, mas acho que pode piorar se não fizermos algum progresso aqui”, disse Dimon.

Economistas do JPMorgan aumentaram o risco de uma recessão global e nos EUA neste ano para 60%, de 40% anteriormente, depois que Trump revelou as barreiras comerciais.

Mesmo antes do último anúncio de tarifas feito por Trump, as novas tarifas e as preocupações com o comércio contribuíram para uma queda de 13% nas fusões e aquisições nos EUA no primeiro trimestre, segundo dados da Dealogic compilados para a Reuters.

Em alguns casos, os clientes no exterior têm evitado o credor dos EUA em favor de bancos mais próximos de seus países.

“Já perdemos alguns negócios de títulos”, disse o presidente-executivo do JPMorgan. “Eles simplesmente disseram que preferiam fazer isso com um banco local do que com um banco dos EUA.”

Fundo de R$ 100 milhões vai investir em startups do Sul

 


Lançado pela gestora Primus Ventures, e tendo como cotistas o BRDE e Badesul, fundo Sul Ventures mira empresas inovadoras nos três estados da região 
 
O FIP Sul Ventures é o primeiro fundo lançado pela Primus Ventures, gestora que nasce da evolução da Catarina Capital

Com foco em startups que desenvolvem soluções para empresas (B2B) e atuação exclusiva no Sul do Brasil, foi apresentado nesta terça-feira (9) o Fundo de Investimentos em Participações (FIP) Sul Ventures, que prevê captar um total de R$ 100 milhões até o final deste ano. Voltado a empresas em estágios iniciais de crescimento e com operação nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, o fundo tem entre os cotistas a participação do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e do Badesul – Agência de Desenvolvimento. Liderado pela gestora Primus Ventures, o projeto irá priorizar setores como fintech, retailtech, insurtech, healthtech, IoT, Indústria 4.0, agritech, energia e IT infrastructure. A seleção de startups será feita de forma contínua a partir do segundo semestre de 2025 e os primeiros cotistas foram conhecidos durante evento realizado no Instituto Caldeira.

"Apoiar o ecossistema de inovação é uma decisão estratégica no sentido de ampliar a produtividade em toda a região Sul do país. Somos referência em termos de financiamento para o setor, mas igualmente apostamos alto em startups que farão a diferença no mercado, através de programa próprio de aceleração e em parcerias com outros agentes em fundos de investimento", destacou o diretor de Planejamento do BRDE, Leonardo Busatto. A seleção de startups será feita de forma contínua a partir do segundo semestre de 2025. Para o Badesul, a participação como cotista do fundo reafirma o compromisso em fomentar a inovação no Rio Grande do Sul – estado onde está previsto o aporte de 30 a 40% do capital. "O Badesul tem sido um parceiro de iniciativas que impulsionam o crescimento do ecossistema de inovação gaúcho. Estamos muito entusiasmados com o apoio a este fundo, que reúne empresas com produtos validados, alto potencial de expansão e capacidade de gerar progresso e desenvolvimento para o nosso estado", disse o presidente do Badesul, Claudio Gastal.

Potencial da região

 
Com aportes que variam de R$ 500 mil a R$ 10 milhões por startup — incluindo follow-ons —, a Primus Ventures pretende realizar entre 15 e 20 investimentos ao longo do ciclo do fundo. O fundo tem mais de R$ 50 milhões já captados, a Primus Ventures trabalha para alcançar o volume total até o fim de 2025. "Estamos em negociações avançadas com investidores institucionais e privados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Também estamos conversando com family offices e investidores estratégicos de São Paulo, interessados em acessar o potencial da região Sul", destaca José Augusto Albino, sócio da Primus e gestor responsável pelo novo fundo.

O FIP Sul Ventures é o primeiro fundo lançado pela Primus Ventures, gestora que nasce da evolução da Catarina Capital, que nos últimos anos já havia estruturado veículos financeiros e operado como prestadora de serviços especializados em venture capital. A região Sul, segundo a Primus, reúne um dos ecossistemas mais promissores do país. A densidade de hubs de inovação, parques tecnológicos, universidades e empresas de médio porte com perfil de inovação colaborativa cria um ambiente favorável para startups com alto potencial de escala e geração de valor.

 

 https://amanha.com.br/categoria/empreendedorismo/fundo-de-r-100-milhoes-vai-investir-em-startups-do-sul

Trump anuncia pausa de 90 dias para tarifas, com exceção da China, que agora será taxada em 125%

 

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou há pouco uma pausa de 90 dias na cobrança das tarifas, e uma tarifa recíproca reduzida de 10% durante esse período. A pausa não vale para a China, que, inclusive, teve sua tarifa elevada para 125%.

Assim, as tarifas que entraram em vigor nesta quarta-feira, 9, duraram pouco mais de 12 horas.

O anúncio foi feito em post na rede social Truth Social.

Com base na falta de respeito que a China demonstrou aos mercados mundiais, estou, por meio deste, aumentando a tarifa cobrada da China pelos Estados Unidos da América para 125%, com efeito imediato. Em algum momento, esperançosamente em um futuro próximo, a China perceberá que os dias de exploração dos EUA e de outros países não são mais sustentáveis ​​ou aceitáveis. Por outro lado, e com base no fato de que mais de 75 países convocaram representantes dos Estados Unidos, incluindo os Departamentos de Comércio, Tesouro e USTR, para negociar uma solução para os assuntos em discussão relativos a Comércio, Barreiras Comerciais, Tarifas, Manipulação Cambial e Tarifas Não Monetárias, e que esses países não retaliaram de forma alguma contra os Estados Unidos, por minha forte sugestão, autorizei uma PAUSA de 90 dias e uma Tarifa Recíproca substancialmente reduzida durante esse período, de 10%, também com efeito imediato. Obrigado pela sua atenção a este assunto!“, escreveu Trump na publicação. 

Não está claro se a pausa vale para todos os países, incluindo aqueles com tarifas básicas de 10%, como é o caso do Brasil, e que entraram em vigor no último dia 5 de abril.

Após o anúncio, o Ibovespa disparou e o dólar intensificou a queda.

Às 14h37, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, avançava 3,42%, a 128.165,44 pontos, após, mais cedo, recuar a 122.887,13 pontos. O volume financeiro no pregão somava R$ 20,66 bilhões. Já o dólar recuava 1,61%, cotado a R$ 5,90. Veja cotações.

As bolsas nos Estados Unidos também reagiram imediatamente. Após ter operado a semana todo no vermelho, após o anúncio, o índice Dow Jones passou a subir 5,9%, o S&P 500 6,5% e a Nasdaq mais de 8%.

(em atualização)

Amazon lançará primeiros satélites de sua constelação para a internet


Foto fornecida pela United Launch Alliance em que se vê um foguete Atlas V durante um lançamento anterior para a Amazon, em 6 de outubro de 2023 - United launch Alliance/AFP



AFPi



A gigante americana de vendas online Amazon prepara o lançamento, nesta quarta-feira (9), dos primeiros satélites de sua constelação Kuiper, cujo objetivo é fornecer internet de altíssima velocidade a partir do espaço para competir com a Starlink, de Elon Musk.

Os primeiros 27 satélites desta rede, destinada a passar de 3.200, serão lançados da costa leste americana por um foguete Atlas V, do grupo United Launch Alliance (ULA), do qual fazem parte Boeing e Lockheed Martin.

Segundo o grupo, os satélites serão lançados a centenas de quilômetros de altitude da Terra às 19h locais (20h de Brasília), de Cabo Cañaveral, na Flórida.

A Amazon, de propriedade do bilionário Jeff Bezos, quer oferecer acesso à internet de altíssima velocidade a pessoas, empresas e agências de governo em qualquer parte do mundo, inclusive áreas remotas e zonas de guerra ou que sofram catástrofes. A ideia é que esteja operacional ainda este ano.

A empresa não revelou o preço, mas assegura que deseja que seja “acessível”.

– Órbita baixa –

A promessa é parecida com a de seu concorrente, Elon Musk, que com a Starlink domina este mercado em ascensão com uma vantagem considerável, assim como o setor dos foguetes, o qual também disputam.

Lançado há vários anos, o Starlink afirma ter mais de 6.750 satélites em órbita e mais de cinco milhões de assinantes.

Nos últimos anos, seus serviços foram levados para áreas afetadas por desastres naturais, como ocorreu em setembro de 2023 durante um terremoto no Marrocos, ou mais recentemente após os incêndios em janeiro em Los Angeles, e também na Ucrânia, em guerra com a Rússia.

Diferentemente dos serviços tradicionais de telecomunicações via satélite, que dependem de dispositivos posicionados a mais de 35.000 km da Terra em órbita geoestacionária, os propostos por Elon Musk e em breve por Jeff Bezos operam em órbita baixa, o que lhes permite trocar dados muito mais rapidamente.

E como os satélites se comunicam com antenas móveis na Terra, podem cobrir áreas onde “o custo, a complexidade e a geografia” dificultam “instalar soluções tradicionais”, explica a Amazon.

– Soberania –

Para recuperar o atraso, a Amazon planeja aumentar os lançamentos de seus satélites nos próximos meses e anos, com mais de 80 voos com empresas espaciais como o ULA, a Blue Origin (de Jeff Bezos) e inclusive a SpaceX, de Elon Musk.

Estes milhares de satélites serão lançados progressivamente na órbita terrestre baixa, um espaço já ocupado pelos dispositivos da Starlink e também por um número crescente de atores, entre os quais se encontra o operador europeu Eutelsat, que se fundiu com a OneWeb em 2023, e a China com sua constelação GuoWang.

Espera-se que esta concorrência continue crescendo, o que pode trazer desafios espaciais com a congestão da órbita baixa e possíveis colisões, assim como interrupções das observações astronômicas.

Também traz problemas de soberania.


Neste sentido, o papel de Elon Musk, que se tornou assessor do presidente americano, Donald Trump, reacendeu o debate sobre a necessidade de não deixar o setor espacial exclusivamente nas mãos de atores privados.

Após questionar o futuro da rede Starlink na Ucrânia, essencial para as comunicações militares, Musk, o homem mais rico do planeta, assegurou, em março, que manteria seus serviços “apesar de todos (os seus) desacordos com a política da Ucrânia”.

Haddad chama de “anomalia” juro real no Brasil em 8% ao ano Ministro da Fazenda diz não ser “muito razoável” a taxa que se paga para rolagem da dívida; no entanto, declara que o Banco Central “está fazendo o seu papel” ao querer colocar a inflação dentro da meta O ministro da Fazenda, Fernando Haddad Fernando Haddad afirmou que a equipe econômica trabalha para "mostrar a consistência" da trajetória das contas públicas Copyright Sérgio Lima/Poder360 - 15.jan.2025 Houldine Nascimento 8.abr.2025 (terça-feira) - 21h01 O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta 3ª feira (8.a...

Leia mais no texto original: (https://www.poder360.com.br/poder-economia/haddad-chama-de-anomalia-juro-real-no-brasil-em-8-ao-ano/)
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Haddad chama de “anomalia” juro real no Brasil em 8% ao ano Ministro da Fazenda diz não ser “muito razoável” a taxa que se paga para rolagem da dívida; no entanto, declara que o Banco Central “está fazendo o seu papel” ao querer colocar a inflação dentro da meta O ministro da Fazenda, Fernando Haddad Fernando Haddad afirmou que a equipe econômica trabalha para "mostrar a consistência" da trajetória das contas públicas Copyright Sérgio Lima/Poder360 - 15.jan.2025 Houldine Nascimento 8.abr.2025 (terça-feira) - 21h01 O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta 3ª feira (8.a...

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Mercado divide apostas entre maio e junho para 1º corte de juros pelo Fed, mostra CME

 

O mercado financeiro voltou a precificar junho como o primeiro mês mais provável para o primeiro corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), mas ainda se mantém divido sobre a possibilidade da redução acontecer em maio, segundo ferramenta de monitoramento do CME Group. A oscilação ocorre após o anúncio de retaliações da China e da União Europeia (UE) às tarifas dos EUA, além de falas de autoridades norte-americanas e do dirigente do Fed, Neel Kashkari – que alertou sobre exigência maior para cortar juros no país.

Por volta das 11h15 (de Brasília), a chance de o Fed cortar juros em 25 pontos-base (pb) em maio caiu para 38,7%, de 50,7% no fim da tarde de ontem, enquanto a probabilidade de manutenção das taxas se tornou majoritária e avançou de 49,3% a 61,3% no período.

Em junho, o mercado financeiro manteve zerada a chance de manutenção dos juros, mas demonstra dúvidas sobre a magnitude do corte de juros. A probabilidade de uma redução de 25 pb e subiu de 50,6% ontem para 59,3% no horário citado. Em segundo lugar, a chance de corte de 50 pb caiu de 45,5% para 38,7%.

Até dezembro, a maior probabilidade ainda é de redução acumulada de 100 pb nos juros pelo BC norte-americano, que subiu de 35,7% para 37,3% na marcação.

Indústria musical tenta enfrentar os abusos da IA, com pouco sucesso

 

A indústria musical luta nas plataformas, nos tribunais e com os políticos para evitar o espólio e a apropriação indevida de seus conteúdos através da Inteligência Artificial generativa (IA), mas os resultados são limitados no momento.

A gravadora Sony Music afirma ter pedido que sejam retirados da Internet 75.000 deepfakes, o que ilustra a magnitude do fenômeno.

Muitos afirmam que há tecnologia para detectar essas canções produzidas por software de IA, sem a participação do artista.

“Embora pareçam realistas, as canções criadas com IA apresentam ligeiras irregularidades de frequência, ritmo e assinatura digital que não se encontram na voz humana”, explica Pindrop, especializada na identificação de vozes.

Bastam alguns minutos para detectar, no YouTube ou Spotify, os dois principais destinos do streaming musical, um falso rap de 2Pac sobre pizzas ou uma versão de Ariana Grande de um sucesso do K-pop que ela nunca interpretou.

“Nós levamos isso muito a sério e estamos desenvolvendo novas ferramentas para melhorar” a detecção da IA falsa, explicou esta semana Sam Duboff, responsável pela política regulatória do Spotify, ao canal do YouTube “Indie Music Academy”.

O YouTube também afirmou estar “aperfeiçoando (sua) tecnologia com (seus) parceiros”, e poderia fazer anúncios nas próximas semanas.

Jeremy Goldman, analista da Emarketer, aponta que “os atores maliciosos dão um passo adiante” da indústria.

“O YouTube tem bilhões de dólares em jogo”, acrescenta, “então é de se esperar que eles consigam resolver o problema (…) porque não querem ver como sua plataforma se torna um pesadelo da IA”.

– “Uso justo” –

Porém mais mais do que com os deepfakes, a indústria musical está preocupada com o uso não autorizado de seus conteúdos para desenvolver interfaces especializadas de IA generativa como Suno, Udio e Mubert.

Em junho, várias gravadoras importantes entraram com uma ação no tribunal federal de Nova York contra a empresa controladora da Udio, acusando-a de desenvolver seu software usando “gravações protegidas por direitos autorais com o objetivo de desviar ouvintes, fãs e possíveis usuários pagantes”.

Mais de nove meses depois do processo, ainda não há data para um eventual julgamento. Também não há para um processo similar contra a Suno em Massachusetts.

No centro do debate jurídico está a noção de “uso justo”, que pode limitar a aplicação dos direitos de propriedade intelectual em determinadas condições.

“Estamos em uma zona de autêntica incerteza” sobre a interpretação, pelos tribunais, dos critérios, afirma Joseph Fishman, professor de Direito da Universidade de Vanderbilt.

No entanto, as primeiras sentenças não representarão a palavra final, porque “se os tribunais começam a ter discrepâncias” em suas decisões, a Suprema Corte pode ter que se pronunciar, alerta o professor.

Enquanto isso, os principais atores da IA musical seguem desenvolvendo seus modelos com dados protegidos, o que levanta a questão de se já não perderam a batalha.

“Não estou certo” de que seja muito tarde, disse Joseph Fishman. “Muitas dessas interfaces foram desenvolvidas utilizando material protegido por direitos autorais, mas não param de sair novos modelos”, e é possível que esses devam levar em conta uma possível sentença judicial vinculante.

Até o momento, gravadoras, artistas e produtores também não tiveram muito sucesso na terceira frente dessa ofensiva, o Legislativo.

Foram apresentados diversos projetos de lei no Congresso dos Estados Unidos, mas até agora todos foram ignorados.

Alguns estados, o Tennessee em particular, aprovaram leis que se concentram principalmente nos deepfakes.

Para piorar as coisas, Donald Trump se apresentou como paladino da desregulação, em particular da IA.

Vários gigantes da Inteligência Artificial subiram no carro, em particular a Meta, para quem “o governo deveria deixar claro que o uso de dados públicos para desenvolver modelos é inequivocamente um uso justo”.

Se a administração Trump seguir esse conselho, inclinaria a balança contra os profissionais da música, embora seja provável que os tribunais tenham a última palavra.

O panorama não é muito melhor no Reino Unido, onde o governo trabalhista lançou uma consulta com vistas a flexibilizar a lei de propriedade intelectual para facilitar o acesso aos desenvolvedores da IA.

Em sinal de protesto, mais de 1.000 artistas se uniram para publicar no final de fevereiro um álbum silencioso intitulado “É isso o que queremos?”.

Na opinião de Jeremy Goldman, os abusos da IA seguem afetando a indústria musical porque “está muito fragmentada, o que a coloca em desvantagem na hora de resolver o problema”.