Beneficiários
do INSS (Instituto Nacional de Seguro Social) impactados por descontos
indevidos poderão receber atendimento presencial em agências dos
Correios a partir do dia 30 de maio.
A
parceria entre os Correios e o INSS busca oferecer uma alternativa para
pessoas com dificuldades para solicitar ressarcimento através do
telefone e dos canais digitais. Segundo os dados apresentados pelo
ministério, o serviço ficará disponível em 4,7 mil agências espalhadas
por todo o país.
“Não
precisa de correria. Vamos fazer as coisas com calma. Não há um tempo
determinado para que a pessoa busque o ressarcimento. A qualquer tempo,
ela vai ter a liberdade de fazer. Se quiser deixar passar o primeiro
mês, no mês seguinte, o tratamento será o mesmo e o ressarcimento será
garantido”, disse o ministro da Previdência, Wolney Queiroz.
Quantas pessoas já foram atendidas?
O
presidente do INSS, Gilberto Waller, afirmou que mais de 11 milhões de
brasileiros fizeram consulta aos canais do governo para saber se tiveram
descontos ou não.
Segundo
os dados atualizados na manhã desta quinta-feira, 1,9 milhão
identificaram descontos em seus benefícios e responderam à pergunta
feita pelo INSS sobre se essa dedução foi autorizada ou não. Deste
total, 1,87 milhão afirmaram que não deram aval ao desconto.
O ministério estima que 2 milhões de pessoas preferem o atendimento presencial.
Como ter atendimento presencial
Para
ser atendido, será necessário apenas levar aos Correios um documento de
identificação oficial com foto. “A ideia é que os Correios, ao
receberem essa pessoa, façam o atendimento, abram a tela informando se
houve desconto, de qual associação, e se foi autorizado ou não. Ela
fecha a manifestação automaticamente, recebe um protocolo com número,
horário e data. Isso vai ter uma importância depois”, explicou o
presidente do INSS.
Pessoas com dificuldade de locomoção poderão
fazer o pedido através de um representante com procuração devidamente
assinada e autenticada. Nestes casos, não será possível alterar nenhum
dado cadastral — apenas fazer a consulta se houve desconto e sair com um
protocolo.
As agências do INSS não oferecerão o serviço por ora.
“O atendimento presencial é exclusivo nas agências dos Correios”,
complementou Waller. “A gente tem uma outra demanda, uma outra
finalidade para essas agências da previdência social. Mesmo porque a
gente não tem a capilaridade que os Correios têm.”
Segundo o
executivo, o INSS conta atualmente com 1.570 agências distribuídas em
pouco mais de 700 municípios grandes, onde a maioria da população tem
acesso à tecnologia. “A gente está utilizando a parceria com os Correios
para chegar em municípios pequenos onde há mais dificuldade no uso da
tecnologia ou no uso da telefonia”, disse Waller.
O ministro
comentou no entanto o desejo de que, em um segundo momento, unidades
móveis do INSS façam uma busca ativa por beneficiários prejudicados.
Outras opções de atendimento
Para evitar o atendimento presencial, é possível utilizar o aplicativo do INSS (disponível para download tanto nos sistemas Android como iOS).
Outra opção é buscar o atendimento telefônico através do número 135.
Quem já realizou o procedimento através de um destes canais não precisa ir presencialmente a uma agência.
Cuidado com golpes
O INSS reforça que não está enviando mensagens de texto, e-mails ou fazendo ligações para tratar sobre esse assunto.
Todo
o contato oficial será feito pelo aplicativo Meu INSS ou pela Central
135. Quem preferir, pode acessar o app e ativar as notificações no
celular para receber os avisos automaticamente.
Entenda a fraude no INSS
Segundo
a apuração da PF, entidades participariam de um esquema que descontava
mensalidades dos benefícios pagos pelo INSS. Os valores eram subtraídos
sem o conhecimento de aposentados e pensionistas, ou de forma que eles
pensassem se tratar de descontos obrigatórios.
Como os valores
eram pequenos, em muitos casos, as vítimas não perceberam os abatimentos
em seus benefícios pagos pelo INSS. Mas, somados, os valores
apropriados por essas associações somam R$ 6,3 bilhões entre 2019 e
2024, a maior parte retido indevidamente.
[*com informações do Estadão Conteúdo]