quarta-feira, 1 de outubro de 2025

A solução pode estar fora da empresa

 


A relação com os consumidores foi um dos pontos debatidos no painel que antecedeu a cerimônia de premiação das 100 maiores empresas de Santa Catarina 
 
 
Polydoro, Lucas, Alexandra e Bruno: a solução para um problema pode estar fora da empresa

 

 

A relação com os consumidores foi o fio condutor do painel "O futuro e o legado das empresas que impulsionam a região Sul", debate que antecedeu a cerimônia de premiação das 100 maiores empresas de Santa Catarina na quinta-feira (25). O painel – que teve as presenças de Bruno Machado Teixeira, gerente executivo de relação com investidores da Intelbras; Lucas Döhler, diretor industrial da Döhler; e Alexandra Oliveira, diretora de operações da planta de Joinville da Whirlpool – segue disponível no canal do YouTube do Grupo AMANHÃ. O encontro foi mediado por Jorge Polydoro, Publisher de AMANHÃ.

Na visão de Alexandra, saber entender o consumidor é vital atualmente. "Ter essa postura vai muito além de investimentos feitos em fábricas, pois cada vez mais eles desejam comprar algo de valor para ter em casa", opinou, destacando o fato da planta de Joinville ser a maior fábrica de refrigeradores do mundo. Ela também contou que o conceito do valor de um produto vem mudando. Hoje, por exemplo, um eletrodoméstico tem de combinar com o restante da casa dando maior destaque ao design. Outro desafio é incorporar inovações e tecnologia como benefícios. "Um refrigerador deve consumir menos energia e uma lavadora usar menos água. É preciso oferecer para quem compra produtos que ofereçam alternativas de usar de outra forma. Por essas razões a maior prioridade dentro do modelo de liderança da Whirlpool é entender o consumidor. Muitas vezes a solução pode estar com ele e não dentro da empresa", aconselhou.

Teixeira relatou ao público presente que a Intelbras tem como uma de suas diretrizes ouvir todos os colaboradores. Outro ponto focal é o treinamento, pois a companhia tem uma ampla cadeia de revendas e canais de distribuição em todo o Brasil. Assim como Alexandra, ele também entende que agregar valor a um produto ou serviço faz com que o cliente fique mais satisfeito. O executivo citou como exemplo as câmeras de segurança comercializadas pela empresa. "Elas agregam muito mais que monitorar ambientes, pois entregam informações. Dentro de um supermercado é possível saber o número de pessoas que frequentam o local diariamente, como também o gênero e idade. Em um shopping, os seguranças podem receber um alerta se o aparelho flagrar alguém correndo em uma situação de risco ou mesmo estranha", contou. "O caminho é surpreender quem está consumindo, por isso o vendedor que está na ponta faz o negócio acontecer", reforçou.

Lucas vê a inovação como principal ferramenta para defender o core business de qualquer companhia. "Imagine alguém inventar um soprador que torne uma toalha de banho sem utilidade", provocou a plateia, alertando que um produto pode se tornar obsoleto com o tempo. Ainda no campo da inovação, o diretor da têxtil catarinense, mais conhecida por seus produtos de cama, mesa e banho, disse que a companhia oferece outras soluções de tecidos técnicos úteis para fabricantes de colchão ou mesmo calçados. A Döhler fornece tecidos de alta tenacidade (mistura de poliamida e algodão) e com outras funcionalidades para uniformes do Exército, por exemplo. Ele também contou que a companhia que fará 144 anos em dezembro está passando por uma reestruturação interna. "Somos uma empresa familiar centenária que está iniciando uma trajetória para profissionalizar a gestão", antecipou.

 

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Portugal aprova nova ‘lei dos estrangeiros’; veja como brasileiros são afetados

 

 

O Parlamento de Portugal aprovou uma nova versão da chamada “lei dos estrangeiros” nessa terça-feira, 30. A nova lei, aprovada em meio a tensões políticas e sociais, promete mudanças significativas na imigração. As medidas devem impactar significativamente os brasileiros, a maior comunidade estrangeira no país.

A proposta foi aprovada com apoio do Chega e da Iniciativa Liberal, enfrentando oposição do Partido Socialista e de outros partidos de esquerda.

O documento segue agora para o presidente Marcelo Rebelo de Sousa. Caso seja sancionada, a lei poderá entrar em vigor imediatamente após sua publicação no Diário da República.

Segundo a Start! Be Global, assessoria jurídica internacional especializada em direito migratório e dupla nacionalidade, a expectativa é que a proposta seja sancionada pelo presidente português.

“Durante o processo legislativo, houve tentativas de negociação entre o Chega e o PS, especialmente em pontos sensíveis como o reagrupamento familiar e os vistos de trabalho. No entanto, propostas mais controversas, como a limitação de apoios sociais a imigrantes nos primeiros cinco anos de residência – defendida pelo Chega – não foram incluídas no texto final.”

Primeira versão da lei foi rejeitada

O projeto de lei, com medidas que endurecem significativamente a política migratória do país, foi aprovado pela Assembleia da República em 16 de julho.

Naquela ocasião, o presidente de Portugal, que havia recebido a lei para sancioná-la ou vetá-la, devolveu o documento ao Parlamento, para que trechos considerados inconstitucionais fossem reformados, depois de fazer uma consulta ao Tribunal Constitucional, órgão máximo da Justiça portuguesa.

O que é a ‘lei dos estrangeiros’?

Conforme a Start! Be Global, trata-se de um conjunto de normas que regula a entrada, permanência, saída e direitos dos cidadãos não europeus no país. Ela estabelece os tipos de vistos, autorizações de residência, requisitos para regularização e critérios para a concessão de cidadania.

“Recentemente, Portugal tem promovido alterações significativas nessa legislação, com o objetivo de controlar melhor os fluxos migratórios, combater fraudes e alinhar-se às diretrizes da União Europeia. No entanto, essas mudanças têm gerado impactos diretos – e muitas vezes negativos – para brasileiros que desejam viver legalmente no país”, publicou em artigo a assessoria especializada.

Veja a seguir algumas alterações e como impactam os brasileiros:

– Maior rigor na concessão de vistos: procedimentos para adquirir vistos de residência, trabalho ou estudo tornaram-se mais rigorosos.

– Fiscalização mais intensa: brasileiros que buscam entrar como turistas para depois regularizar sua situação enfrentam maiores dificuldades, pois a nova lei dificulta a conversão de visto de turista para residência.

– Exigência de vínculo comprovado com Portugal: para solicitar residência, é preciso comprovar vínculos reais com o país, como ter um contrato de trabalho, estar matriculado em uma escola ou possuir laços familiares.

– Mudanças no processo de cidadania: o tempo mínimo para solicitar cidadania varia e agora inclui exigências de integração cultural e domínio do português.

Bares da alta coquetelaria de SP criam obstáculos contra falsificação de bebidas

 

Os bares da alta coquetelaria de São Paulo dizem criar obstáculos para o crescimento da indústria de falsificação das bebidas alcoólicas, como a adulteração por metanol. Autoridades paulistas investigam cinco mortes por suspeita de intoxicação pela substância. Há sete casos confirmados e 15 em investigação.

Alê Bussab, sócio e bartender do Trinca Bar, conta que já foi assediado para vender garrafas vazias. “Logo no início da nossa empresa, fazíamos eventos no Rio de Janeiro, e certo dia uma pessoa quis comprar todas as garrafas vazias que sobravam. Nunca vendi porque sempre soube qual era a finalidade: encher as garrafas com outro tipo de álcool”, diz ele, responsável pelo bar em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo.

Jean Ponce, do Guarita, também em Pinheiros, relata ser proativo contra riscos de falsificação. “‘Zeramos’ as garrafas, arrancamos o rótulo, tiramos a biqueira (bico da garrafa) e nunca jogamos as tampas no mesmo lugar das garrafas. Tudo isso para dificultar que qualquer um tente reutilizá-las.”

No caso do Guarita, outra providência prática está sendo tomada, desta vez para resguardar o próprio estabelecimento. “Tomamos a decisão de não deixar nenhum cliente trazer outra garrafa de fora do nosso estabelecimento. Isso afeta, principalmente, a questão do vinho. Algumas pessoas ‘pagam a rolha’ para trazer seu próprio vinho para consumo dentro do bar. A partir de agora, isso não será mais permitido”, explica Ponce.

Os casos de intoxicação por metanol após ingestão de bebidas alcoólicas em São Paulo já estão impactando o setor de bares de alta coquetelaria da cidade. Desde sábado, 27, os estabelecimentos notaram queda no movimento, com reservas canceladas, além de maior questionamento de seus clientes sobre a procedência das bebidas.

“O impacto é significativo. Reservas estão sendo canceladas e os clientes têm deixado claro que a questão é o medo da intoxicação por bebida falsa. Todo o setor está sendo atingido. Precisamos focar em esclarecer nossos clientes sobre a segurança e confiabilidade dos produtos que trabalhamos”, conta Ricardo Miyazaki, proprietário do The Punch, no Paraíso, na zona sul paulistana.

“Esse é um momento muito delicado e importante. Desde o último fim de semana, estamos com muitas reservas questionadas, com clientes querendo trazer suas próprias bebidas de casa ou perguntando se sou eu mesmo quem autoriza a compra das bebidas”, disse Jean Ponce, proprietário do Guarita Bar.

Para o sócio do Caledonia Whisky & Co., Maurício Porto, a notícia das intoxicações por metanol já pode ter efeitos negativos. “Tivemos um sábado ruim. Ainda não é possível ter certeza, mas isso já pode ser reflexo da repercussão dos casos de adulteração”, comenta Porto.

“Esse é, especialmente, um momento muito frágil para os bares. Outubro e novembro são meses para se fazer caixa. Historicamente, fim de dezembro e janeiro são meses fracos. Se houver queda significativa agora, as casas podem passar por dificuldades em breve”, completa. O Caledonia fica em Pinheiros.

Márcio Silva, sócio do Exímia Bar, no Jardim Paulistano, também já sente mudança no comportamento de seus clientes. “Por causa de poucas pessoas, o mercado inteiro paga. No setor de eventos do Exímia (o 2º andar da casa costuma ser fechado para eventos), notamos questionamento maior sobre o que é servido, uma preocupação extra de quem contrata o espaço”, fala.

Sócio das casas HighLine, Seu Justino e Pracinha do Seu Justino, Léo Cury acredita que os casos de intoxicação vão “estremecer bastante o comportamento do consumidor”. “Só nesta terça já recebi três ligações de pessoas com dúvidas sobre as bebidas. Já tenho reservas para o próximo fim de semana que estão penduradas”, disse.

Teve início nesta terça-feira, 30, a interdição de estabelecimentos com suspeita de comercialização de bebidas fraudadas. Ao menos quatro estabelecimentos foram fechados. Um dos alvos da ação foi o bar Ministrão, na Alameda Lorena, nos Jardins, onde uma das vítimas disse ter consumido bebida alcoólica antes de passar mal e perder a visão. Ela continua hospitalizada.

O bar nega a venda de bebidas fraudadas. “Esclarecemos que todas as nossas bebidas são adquiridas de fornecedores oficiais, com nota fiscal e procedência garantida, provenientes de grandes distribuidoras reconhecidas no mercado. Nossa equipe jurídica já está em contato com os fornecedores para apurar todos os detalhes”, disse, em nota, nas redes sociais.

Bebidas rastreáveis

O que os bares de alta coquetelaria, por meio de seus proprietários, dizem para tranquilizar seus clientes é que todo o processo de compra de bebidas passa por uma cadeia fechada e rastreável.

Segundo os principais representantes da cena de coquetelaria de São Paulo, os bares compram das próprias marcas (importadores) ou de distribuidores homologados – o que significa dizer que todos os lotes são rastreáveis.

“A gente compra direto da marca ou dos homologados. Eventualmente, pagamos até mais por isso, mas cortamos toda a possibilidade de falsificação. Tudo é comprado com nota e pode ser rastreado”, diz Porto.

“Bares de alta coquetelaria e grandes grupos fazem isso – até porque trabalham com acordos entre marcas. O que gera a falsificação é comprar de fornecedor desconhecido. Se a promoção é muito grande, tem ‘boi na linha’”, completa.

A questão parece mesmo evitar o “canto da sereia” de supostos fornecedores que surgem com preços “imperdíveis”. “Só trabalhamos com fornecedores homologados pelas marcas, mas não é raro eu receber mensagens no WhatsApp de pessoas querendo vender garrafas de bebidas por preços muito abaixo do mercado”, disse Gabriel Santana, proprietário do Santana Bar e do Cordial. “É difícil encontrar preços muito abaixo da média do mercado. Não compramos nada que não venha de alguém certificado.”

Léo Cury é outro diz receber ligações constantes de pessoas querendo vender bebidas por preços muito mais baratos. “Não conversamos. Até porque temos contrato com os fabricantes que nos obriga a comprar deles ou dos homologados”, explica.

Cadastro reserva do CPNU1 será chamado muito em breve, diz ministra

 Esther Dweck no Bom dia, Ministra. | Agência Brasil

A ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, disse nesta quarta-feira (1º) que o governo federal deve começar a chamar em breve candidatos aprovados no cadastro reserva da primeira edição do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU).

“Vamos começar a chamar esse cadastro reserva em breve. Muito breve. Tenho uma expectativa de que seja nos próximos dias ou na próxima semana, no máximo”, detalhou, ao participar de entrevista a emissoras de rádio durante o programa Bom Dia, Ministra, produzido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC).


Esther lembrou que o CPNU1 tem vigência de um ano, podendo ser prorrogado por mais um ano.

“Quem está no cadastro reserva, a gente sabe que tem uma ansiedade aí, lembramos que vale até o meio do ano que vem, alguns até um pouco mais. E a gente tem a possibilidade de renovar por mais um ano esse cadastro reserva”.

Vagas distintas

Já na segunda edição do CPNU, que acontece no próximo domingo (5), haverá a formação de um novo cadastro reserva. “São novas vagas que vão ter um novo cadastro reserva e que também vão ter essa vigência de um ano, podendo chegar a mais um ano”, explicou a ministra.

“O pessoal pode ficar tranquilo. Não tem sobreposição de vagas. Não vai ter alguém do 2 sendo chamado na frente do 1 porque não são vagas concorrentes”, disse. “A gente não pode abrir um concurso tendo um em aberto. Então, eu não posso fazer um concurso pra mesma vaga se aquele ainda está aberto.”

“O CPNU2 não tem vagas iguais às do CPNU1. Isso é muito importante para as pessoas ficarem tranquilas quanto a isso. A gente não vai ter essa sobreposição de concursos. Isso não pode. É até ilegal isso. Não está acontecendo”, concluiu.

 

Cade aprova proposta de Tanure para compra da Braskem

 

O Tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, por unanimidade e sem restrições, a aquisição de ações da NSP Investimentos – e, indiretamente, do controle da Braskem – pelo fundo de investimentos em participação Petroquímica Verde, ligado ao empresário Nelson Tanure, conforme comunicado ao mercado da Braskem nesta quarta-feira.

A companhia cita correspondência sobre a atualização do processo recebida pela acionista Novonor, no qual ela acrescenta que “os termos e condições do ato de concentração submetido à apreciação do Cade não possuem caráter definitivo e vinculante quanto à potencial transação”.

A Novonor também ressaltou na correspondência à Braskem que “a depender da evolução das tratativas entre NSP Inv e Fundo, as quais seguem em curso, novos termos e condições quanto à potencial transação poderão vir a ser ajustados entre as referidas partes”.

Sinal verde

O Cade já tinha dado o aval para uma potencial transação envolvendo as ações de emissão da NSP Investimentos em meados de julho.

A Novonor recebeu em maio uma proposta do fundo Petroquímica Verde para aquisição do controle da Braskem, cujo prazo para exclusividade expirou em agosto sem um desfecho. Bancos credores e a gestora IG4, conforme publicado na mídia, passaram a negociar sobre as ações da Braskem.

Na última sexta-feira, a Braskem afirmou que contratou assessores financeiros e jurídicos para auxiliar a companhia na elaboração de um diagnóstico de alternativas econômico-financeiras para otimizar a sua estrutura de capital.

Como funciona o comércio de metanol no Brasil

 

Compra e comercialização de metanol são restritas e regulamentadas pela ANP. Produto usado no país é importado. Polícia Federal investiga uso da substância na adulteração de bebidas.A Polícia Federal abriu nesta terça-feira (30/09) um inquérito para investigar a distribuição de bebidas alcoólicas adulteradas com metanol no Brasil. A investigação busca identificar a origem da substância e uma possível rede de distribuição. Por ser um produto altamente tóxico e impróprio para consumo humano, a sua compra e comercialização são restritas e regulamentadas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

O metanol, atualmente, não é produzido no Brasil, ou seja, todo o produto que circula no país é importado, segundo a ANP, e apenas empresas com autorização do órgão podem fazer essa aquisição. “Para realizar importação, é preciso obter autorização da ANP como agente de comércio exterior ou distribuidor de solventes, e cada carga importada precisa receber anuência da agência, por meio de licenças de importação”, disse a ANP em nota à DW.

No Brasil, o metanol é usado principalmente na produção de biodiesel. A resolução 987/2025 estabelece as regras para a venda dele para empresas do ramo. Segundo o documento, as empresas com autorização da ANP para a importação desse tipo de produto devem detalhar a quantidade de metanol comprada e também à sua destinação. Essas informações devem ser fornecidas mensalmente.

Além disso, os produtores de biodiesel não podem vender metanol. “Fica vedada a venda de metanol pelos produtores de biodiesel autorizados pela ANP, sendo, também, de sua responsabilidade, a destinação indevida do produto”, diz o artigo 21 da resolução.

Outro uso comum do metanol é na indústria, para a fabricação de formol, ácido acético, tintas, solventes e plásticos, além de estar em produtos como limpa-vidros e removedores de tinta.

Nesse caso, a resolução 937 de 2023 é que determina as regras que devem ser seguidas pelos distribuidores de solventes compreendendo tanto produtores quanto os importadores de metanol. Essas empresas também precisam ter cadastro junto à ANP para fazer a importação e aquisição do metanol e enviar mensalmente ao órgão os dados de movimentação de produtos.

Rastreabilidade do metanol

“A ANP monitora o metanol desde sua importação até a distribuição interna. A agência atua fortemente no combate ao uso irregular do produto, agindo tanto na ponta da cadeia, com fiscalização intensiva dos postos; como também na origem do produto, com análise minuciosa das licenças de importação e da veracidade dos dados do destinatário (capacidade de armazenamento e de produção, por exemplo)”, acrescentou o órgão.

A relação das licenças de importação de metanol no país fica disponível às autoridades e também para qualquer pessoa no Relatório de Licenças de Importação Deferidas, disponível no portal da ANP.

Além disso, a agência também tem um Painel de Monitoramento de Metanol na Produção de Biodiesel, que monitora o uso da substância na produção de biodiesel e permite que o mercado e a sociedade também façam esse acompanhamento.

“Pouca gente sabe sobre essa rastreabilidade do metanol. É importante que empresas que usam esse produto em algum de seus processos e também as pessoas fiquem atentas e em qualquer suspeita de irregularidade denuncie na Vigilância Sanitária”, diz Carlos Rayol, advogado especialista em direito do consumidor.

Por se tratar de um insumo utilizado em vários tipos de indústrias, a venda do metanol não é proibida no Brasil desde que tenha origem comprovada. Em plataformas de comércio online, por exemplo, é possível encontrar o produto para compra em pequenas quantidades, como galão de um ou cinco litros.

Para fiscalizar esse ambiente, a ANP tem um acordo de cooperação com plataformas de marketplace, que prevê a remoção de anúncios desses produtos que estejam sendo vendidos de forma irregular. A agência tem ainda acesso a informações que “podem ser utilizadas como vetores de inteligência em suas ações de fiscalização, aumentando ainda mais sua atuação no combate às irregularidades do mercado”, acrescentou o órgão.

Possível origem do metanol

Por ser mais barato do que o etanol, o metanol acaba atraindo a atenção de fraudadores que atuam no setor de combustível, que usam o produto para adulterar principalmente gasolina e álcool.

Em agosto, uma operação do Ministério Público de São Paulo contra o crime organizado constatou o uso da substância em combustível adulterado. Um dos principais eixos dessa fraude foi justamente a importação irregular de metanol.

O produto, que chega ao país pelo porto de Paranaguá (PR), não estaria sendo entregue aos destinatários indicados nas notas fiscais. Em vez disso, a substância estaria sendo desviada e transportada clandestinamente, com documentação fraudulenta, e direcionada a postos e distribuidoras, nos quais é utilizado para adulterar combustíveis.

Em entrevista à TV Brasil, Rodolpho Ramazzini, diretor da Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF), disse que o metanol importado pelo crime organizado para adulterar combustíveis pode ter sido redirecionado para distribuidoras clandestinas de bebidas, o que, segundo ele, explicaria os casos de intoxicação em São Paulo.

Segundo Ramazzini, este redirecionamento teria ocorrido principalmente após a Operação Carbono Oculto, do Ministério Público e órgãos parceiros, que desmantelou, no final de agosto, um esquema de fraudes, lavagem de dinheiro e falsificação no setor de combustíveis.

Divergências sobre a possível origem do metanol

Em entrevista coletiva nesta terça, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Augusto Passos Rodrigues, afirmou que a ligação do crime organizado com a adulteração de bebidas alcoólicas com metanol está sendo investigada pelo órgão federal. Segundo ele, há possível conexão com investigações sobre a importação de metanol que chega pelo porto de Paranaguá.

Por outro lado, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, descartaram a participação do PCC (Primeiro Comando da Capital) nos casos de adulteração de bebidas alcoólicas.

Conselho da Gerdau aprova capex de R$ 4,7 bi para 2026 e manutenção de R$ 6 bi para 2025

 

A Gerdau anunciou que seu Conselho de Administração aprovou nesta quarta-feira, 1º de outubro, seu plano de investimentos em capex para 2026, no valor de R$ 4,7 bilhões. Para 2025, o capex permanece inalterado em R$ 6,0 bilhões. Segundo a empresa, o montante, para ambos os anos, se destina a projetos voltados à manutenção e à competitividade.

Em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa destaca que os projetos de manutenção estão associados ao prolongamento da vida útil e às melhorias operacionais dos equipamentos, com o objetivo de preservar o desempenho das unidades.

Já os projetos de competitividade estão relacionados ao crescimento de produção, aumento de rentabilidade e modernização das plantas.

Do total previsto para 2026, R$ 2,9 bilhões serão direcionados a projetos de manutenção e R$ 1,8 bilhão a iniciativas de competitividade. Já neste ano, o valor será dividido igualmente entre os dois segmentos, ou seja, R$ 3 bilhões para cada um.

Em relação aos projetos de manutenção, a companhia estimou ainda um investimento médio de cerca de R$ 3 bilhões por ano, para os próximos cinco anos, considerando o estado atual dos ativos, os patamares correntes de câmbio e inflação.

A empresa observa que a execução do plano de investimentos estará diretamente relacionada às condições de mercado e ao cenário econômico dos países em que opera e dos setores em que atua. “Qualquer alteração na percepção ou nos fatores acima descritos podem fazer com que os resultados concretos sejam diferentes das projeções ora apresentadas”, afirma.