sexta-feira, 3 de outubro de 2025

Dirigente do Fed diz estar ‘um pouco receoso’ em antecipar cortes de juros nos EUA

 Federal logo: 23 mil imagens, fotos e ilustrações stock livres de direitos  | Shutterstock

O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Chicago, Austan Goolsbee, afirmou nesta sexta-feira, 3, que está “um pouco receoso” em antecipar muitos cortes nas taxa e juros e simplesmente ter que contar com o desaparecimento da inflação. Em entrevista à CNBC, o dirigente disse estar vendo a deterioração dos dois lados do mandato: o arrefecimento de mercado de trabalho e a inflação acima da meta.

Segundo ele, o aumento na inflação dos serviços provavelmente não é decorrente das tarifas.

Sobre a não divulgação do principal indicador de emprego dos EUA, o payroll, na manhã desta sexta – devido à paralisação do governo norte-americano – Goolsbee pontuou que, quanto mais o dado atrasar, mais ele vai se distanciar da realidade. “Quanto mais tempo ficarmos sem estatísticas oficiais, mais cegos estaremos sobre o que está acontecendo na economia”, acrescentou.

Ainda assim, Goolsbee comentou que os dados que saíram até o momento indicam um mercado de trabalho bastante estável e que o Fed de Chicago estima que a taxa de desemprego em setembro teria sido de 4,3%.

Consultorias vão ajudar em relatório sobre mortos e desaparecidos

 

O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDH) vai contratar cinco consultorias especializadas, na busca por subsídios ao relatório de atividades da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, relativa ao período de 2007 a 2025.

O edital prevendo a contratação das consultorias, que podem ser tanto de pessoa física quanto na modalidade produto, está publicado no site do ministério.

De acordo com a pasta, as consultorias serão remotas, em todo o país. Está vedada a contratação de servidores públicos de qualquer esfera da administração pública, direta ou indireta, bem como empregados de suas subsidiárias e controladas.

Para participar da seleção, os interessados têm de enviar currículo para o e-mail da comissão (editais.cemdp@mdh.gov.br) até o dia 13 de outubro de 2025.

O MDH ressalta que o currículo precisa estar de acordo com o modelo apresentado no Anexo IV do edital, limitado a quatro páginas em arquivo PDF.

“No assunto do e-mail, é obrigatório indicar o número do edital e a consultoria pretendida, conforme indicado no edital. A preferência por até dois objetos de consultoria também deve ser indicada no e-mail”, informou o MDH.

PMI de serviços do Brasil cai para 46,3 de setembro, diz S&P; PMI composto recua a 46

 

O índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) a respeito da atividade do setor de serviços do Brasil caiu de 49,3 pontos em agosto para 46,3 pontos em setembro, voltando ao nível que o indicador já havia registrado no mês de julho. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira, 3, pela S&P Global, que destaca que a queda entre agosto e setembro foi a mais acentuada em quase quatro anos e meio.

“Os números do PMI para setembro trouxeram notícias preocupantes sobre a atividade de serviços, que registrou uma das quedas mais acentuadas desde o início de 2021”, destacou, em nota, a diretora Associada Econômica da S&P Global, Pollyana de Lima. Leituras inferiores a 50 pontos representam contração da atividade.

Segundo os participantes da pesquisa, o principal vetor para a queda no mês foi a redução da demanda, que contraiu pelo sexto mês consecutivo, de acordo com a S&P.

Na avaliação de Pollyana de Lima, os empresários do setor também ficaram “entre a cruz e a espada” em relação ao comportamento dos preços dos serviços no último mês.

“Os custos de insumos voltaram a subir substancialmente, levando as empresas a aumentar seus preços em um momento em que a demanda do consumidor já está frágil. Pelo menos as taxas de inflação diminuíram em relação a agosto”, pontuou a diretora.

Pelo lado positivo, porém, a S&P mencionou que houve aumento no emprego no setor de serviços em setembro, o primeiro nos últimos três meses. As expectativas para os negócios à frente também melhoraram. “Alguns provedores de serviços previram um crescimento da atividade de serviços no próximo ano, em meio a expectativas de uma recuperação da demanda e pressões inflacionárias mais moderadas”, disse a S&P.

PMI Composto

O PMI Composto, que mede a atividade conjunta das empresas de serviços e da indústria, caiu de 48,8 pontos em agosto para 46 pontos em setembro.

Azevedo&Travassos assina contrato de mais de R$ 1,7 bi com a Petrobras para fornecer suprimento

 

A Azevedo&Travassos informou nesta sexta-feira, 3, que firmou contrato para o fornecimento de suprimentos com a Petrobras. Segundo comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o acordo foi firmado por meio da sua subsidiária Heftos Óleo & Gás Construções e a Construtora Colares Linhares, que formaram um consórcio sob a proporção de 80% e 20%, respectivamente. A proposta enviada à estatal foi considerada a mais vantajosa.

O valor do contrato, segundo a companhia, é de R$ 1.761.183.079,64 e o prazo de execução é de 40 meses, para projeto executivo, suprimentos, construção & montagem, comissionamento e testes para a implantação do escopo da Unidade de Geração de Hidrogênio (UGH), U-4710 e U-4730.

 “As obras serão executadas na região de Itaboraí, no Rio de Janeiro. A companhia manterá o mercado informado sobre os próximos desdobramentos, em linha com as melhores práticas de governança e transparência”, informou a Azevedo&Travassos.

Indústria de transformação cresce 0,6% em agosto ante julho, afirma IBGE

 

A indústria de transformação registrou uma alta de 0,6% em agosto ante julho. Já as indústrias extrativas encolheram 0,3%. Na média global, a produção industrial teve elevação de 0,8% em agosto ante julho. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na manhã desta sexta-feira, 3. Na comparação com agosto de 2024, a produção da indústria de transformação encolheu 1,6% em agosto de 2025, enquanto as extrativas aumentaram 4,8%. Na média global, a indústria caiu 0,7% no período.

Reforma do IR: trabalhador terá ganho extra de até R$ 4 mil por ano; veja simulações

 

O trabalhador que tem renda até R$ 5 mil por mês poderá economizar até R$ 4 mil por ano, ou quase um salário extra, com imposto de renda (IR) com as novas regras estabelecidas no projeto de reforma do IR aprovado na quarta-feira, 1º, pela Câmara dos Deputados e que aguarda análise no Senado.

Isso porque, a reforma do IR isenta aqueles que ganham até R$ 5 mil por mês. Como o novo teto, o governo aponta que 10 milhões de trabalhadores passam a ter isenção de IR, totalizando 15 milhões de isentos de imposto de renda. Atualmente, quem ganha até dois salários mínimos, ou R$ 3.036, tem isenção de imposto.

Além da isenção para rendas de até R$ 5 mil, haverá redução de imposto de renda para ganhos entre R$ 5.000,01 e R$ 7.350,00. E a partir de R$ 7.351, nada muda, passam a incidir as alíquotas progressivas existentes atualmente de 7,5%, 15%, 22,5% e 27,5%.

A pedido de IstoÉ Dinheiro, a especialista em Direito Tributário Bárbara Guarinão, da Lewandowski Libertuci Advogados, fez uma simulação de quanto será a economia anual de acordo com as faixas de renda. Na economia anual, considera-se o 13º salário. Os valores são todos em reais.

Veja o tamanho da economia com as novas regras do IR

Isenção x nova tributação

Para compensação a isenção para um grupo maior de contribuintes, a reforma do IR prevê que ganhos com lucros e dividendos acima de R$ 50 mil por mês, ou R$ 600 mil no ano, de mesma fonte pagadora, terão alíquota progressiva até atingir 10%. Assim, ganhos a partir de R$ 100 mil mensais ou R$ 1,2 milhão por ano, terão uma alíquota de 10%.

O governo estima essa faixa maior de renda seja composta por um grupo de 141,4 mil brasileiros – ou 0,13% do total de contribuintes e 0,06% da população do país. Segundo o governo, essas pessoas pagam hoje uma alíquota efetiva média de imposto de renda de apenas 2,54%.

Para assalariados com renda acima de R$ 50 mil nada muda, segue pagando a alíquota mais alta de IR, de 27,5%. A mudança para as faixas mais altas de renda, dos super-ricos, está na tributação de ganhos com lucros e dividendos, até então, isentos de IR.

quinta-feira, 2 de outubro de 2025

Assédio no trabalho atinge 35% das mulheres no Brasil, mostra pesquisa

 


Apesar de avanços na percepção sobre o tema, a maioria das vítimas ainda evita recorrer aos canais formais de denúncia e muitas acabam pedindo demissão diante da violência

Envato
apenas 10% das vítimas recorreram a canais formais de denúncia, e uma em cada seis profissionais ainda opta por deixar o emprego
Foto: Envato

Mais de um terço das mulheres no Brasil já enfrentou assédio sexual no ambiente de trabalho, aponta a pesquisa “Trabalho Sem Assédio 2025”, conduzida pela Think Eva em parceria com o LinkedIn, através de um questionário online realizado entre abril e maio desse ano. Apesar de uma redução em relação a 2020, quando o índice chegava a 47%, apenas 10% das vítimas recorreram a canais formais de denúncia, e uma em cada seis profissionais ainda opta por deixar o emprego diante da violência vivida.

Os dados revelam que o assédio sexual não é apenas um comportamento individual, mas um exercício de poder, que atinge com mais frequência mulheres em cargos intermediários pleno ou sênior (45%) e assistentes (29%), com renda de até cinco salários mínimos. Entre mulheres de alta renda ou posições de liderança, o assédio também ocorre, mas de forma menos recorrente: as diretoras e executivas representam 14% da amostra e as mulheres com remuneração superior a 15 mil, 10%.

A percepção sobre o que constitui assédio evoluiu. Atualmente, 91% das entrevistadas sabem reconhecer os atos, e quase metade afirma conversar regularmente sobre o tema. Contato físico não solicitado, mensagens de cunho sexual e pedidos de favores sexuais são considerados assédio por 70% a 80% das mulheres, enquanto olhares lascivos, piadas e comentários sobre a aparência são identificados por 50% a 70%.

Frequência dos casos

Outro dado analisado foi a frequência dessa violência: 57,3% dos entrevistados, entre homens e mulheres, já presenciaram ou sofreram assédio sexual no trabalho. Para 75,3% dessas pessoas, os episódios ocorrem pelo menos uma vez ao mês. Em 16,3% dos casos, a violência é testemunhada diariamente, sobretudo por pessoas pretas e pardas, que representam 59,2% desse grupo. 

As consequências do assédio são profundas e podem suscitar diversas reações. As entrevistadas relataram sentir vergonha, medo, insegurança, raiva, nojo, ansiedade e vulnerabilidade, entre outros. Conforme a renda diminui, o sentimento de insegurança se intensifica. 

Além do impacto emocional, como desânimo, sintomas de ansiedade e depressão, esses comportamentos promovem efeitos concretos na vida dessas profissionais. Elas relatam aumento do isolamento, mudança de expectativas de carreira e pior desempenho no trabalho.

Barreiras à denúncia

Após um episódio de assédio, a reação mais comum entre as mulheres ainda recai sobre recursos particulares, sem envolver diretamente as estruturas institucionais das empresas. Muitas optam por compartilhar a situação com pessoas próximas, enquanto apenas um terço recorre a canais internos de apoio. Entre elas, apenas 36,6% buscaram ajuda dentro da própria organização.

O dado revela uma desconfiança em relação à instituição em que trabalham, que se refletem em medo da impunidade, receio de exposição e descrença na efetividade das respostas corporativas. Não por acaso, uma em cada cinco mulheres não toma nenhuma atitude diante da violência, e uma em cada seis acaba pedindo demissão.

A pesquisa mostra que, apesar da existência da Lei Emprega+Mulheres desde 2021, que prevê prevenção e combate ao assédio no trabalho, 83% dos entrevistados nunca ouviram falar dela. Nas empresas, apenas metade das pessoas percebe ações de enfrentamento do assédio sexual, enquanto um número semelhante identifica iniciativas contra o assédio moral. Quando existem, as medidas mais citadas são comunicação, palestras de sensibilização, códigos de ética, canais de denúncia e treinamento de líderes.