sexta-feira, 28 de novembro de 2025

STF/Moraes: Acordo Axia/União está sendo utilizado como forma de desistir de ADI

 Ministro Alexandre de Moraes desativa seu perfil no X

No início do julgamento, Moraes questionou qual é a relação dos arranjos firmados na conciliação (como o fim da obrigação da Axia de aportar recursos para a construção da usina nuclear de Angra 3) com a ação em análise. “Uma parte do acordo não tem nada a ver com jurisdição constitucional”, apontou o ministro.

“Qual é a relação da ação com os outros pontos (desinvestimento da Eletrobras, revisão do acordo de investimento, etc)? Não estou dizendo que isso é bom ou ruim, mas no português claro, qual é a relação disso com esta ADI?”, questionou Moraes.

Em seguida, o ministro Flávio Dino acrescentou: “Eu li a inicial e não vi qualquer alusão a esses fatos, nem Eletronuclear, Ambipar, acordo de investimento, Angra. E aí vem o acordo, e realmente minha dúvida é a mesma: por que trazer isso à homologação se não é objeto do litígio?”.

A ação foi ajuizada em 2023 pela Advocacia-Geral da União (AGU), questionando a limitação do poder de voto da União a 10%. O governo queria poder proporcional à participação na empresa, que é de 43%.

A análise da homologação do acordo começou no plenário virtual em outubro e foi suspensa por pedido de destaque de Moraes, o que reinicia o julgamento no plenário físico. O movimento indica que o ministro pode apresentar uma divergência. Até a suspensão, haviam três votos para homologar o acordo: do relator, Kássio Nunes Marques, e dos ministros Dias Toffoli e Edson Fachin.

Na sessão desta quinta-feira, 27, os advogados apresentaram sustentações orais. O presidente da Corte, Edson Fachin, disse que o julgamento será retomado na próxima semana “se possível”, a depender da fila de ações pendentes de análise.

O acordo assinado em março amplia de sete para 10 o número de cadeiras ocupadas pela União no Conselho de Administração da empresa.Também garante mais uma cadeira no Conselho Fiscal, ampliando a participação para 20%. Por outro lado, a Axia deixa de ter a obrigação de aportar recursos para a construção da usina nuclear de Angra 3.

O acordo também envolve a venda da participação integral da Axia na Eletronuclear para a J&F por R$ 535 milhões. A J&F também assumirá a responsabilidade pela integralização das debêntures acordadas no Termo de Conciliação firmado com a União, no valor de R$ 2,4 bilhões.

Motiva e EcoRodovias fecham parceria para criar tecnologia de pagamento de pedágio

 

A Motiva e a EcoRodovias anunciaram nesta sexta-feira, 28, que firmaram acordo de investimento para o desenvolvimento e operação conjunta de uma plataforma digital para gestão e processamento de pagamentos de pedágios em pórticos com tecnologia “free flow”.

De acordo com fato relevante conjunto, o acordo busca estabelecer uma parceria para a criação de soluções tecnológicas para atender obrigações regulatórias previstas nos contratos de concessão e promover a interoperabilidade no pagamento de pedágio entre diferentes concessionárias rodoviárias.

 A parceria será implementada por meio da Inovap, empresa que já opera a plataforma PedagioDigital. Após a conclusão da operação, EcoRodovias e Motiva passarão a deter, cada uma, 50% do capital social da Inovap.

A conclusão da operação depende de aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).


Com Mounjaro, Lilly se torna primeira farmacêutica a atingir US$ 1 tri em valor de mercado

 

A Eli Lilly atingiu um valor de mercado de US$ 1 trilhão nesta sexta-feira, tornando-se a primeira farmacêutica a entrar no clube exclusivo dominado por gigantes da tecnologia e reforçando sua ascensão como uma potência no setor de emagrecimento.

A valorização de mais de 35% das ações da empresa este ano foi impulsionada principalmente pelo crescimento explosivo do mercado de medicamentos para perda de peso.

Nos últimos dois anos, com o lançamento no mercado de novos tratamentos altamente eficazes para a obesidade, essa categoria emergiu como um dos segmentos mais lucrativos da área da saúde.

As vendas da tirzepatida da Lilly, comercializada como Mounjaro para diabetes tipo 2 e Zepbound para obesidade, também superaram as do Keytruda, da Merck, tornando-se o medicamento mais vendido do mundo.

A Novo Nordisk teve uma vantagem inicial no setor, mas o Mounjaro e o Zepbound ganharam popularidade rapidamente e ajudaram a empresa a superar sua rival em número de prescrições.

A Lilly assumiu a liderança em parte porque o lançamento do Wegovy da Novo em 2021 foi prejudicado pela escassez de suprimentos, dando à Lilly espaço para ganhar terreno. Os medicamentos da empresa norte-americana também demonstraram maior eficácia clínica, e a Lilly foi mais rápida em ampliar a produção e expandir a distribuição.

Às 14h43 (de Brasília), as ações eram transacionadas em alta de 2,05%, a US$1.064,65, na máxima histórica dos papéis.

Atualmente, as ações da Lilly são negociadas em um dos patamares mais altos do setor farmacêutico, cerca de 50 vezes o lucro previsto para os próximos 12 meses, segundo dados da LSEG, o que reflete as apostas dos investidores de que a demanda por medicamentos para obesidade permanecerá forte.

Desde o lançamento do Zepbound no final de 2023, a Lilly valorizou-se mais de 75%, em comparação com uma alta de mais de 50% do S&P 500, uma das referências do mercado acionário dos EUA, no mesmo período.

No último balanço trimestral reportado, a Lilly mostrou uma receita combinada de mais de US$10,09 bilhões proveniente de seu portfólio de produtos para obesidade e diabetes, o que representa mais da metade de sua receita total de US$17,6 bilhões.

Em outubro, a Lilly elevou sua previsão de receita anual em mais de US$2 bilhões, considerando o ponto médio, devido ao aumento da demanda global por seus medicamentos para obesidade e diabetes.

Wall Street estima que o mercado de medicamentos para perda de peso atingirá US$150 bilhões até 2030, com a Lilly e a Novo controlando juntas a maior parte das vendas globais projetadas.

Os investidores estão agora focados no medicamento oral para obesidade da Lilly, o orforglipron, cuja aprovação é esperada para o início do próximo ano.

Em uma nota divulgada na semana passada, analistas do Citi afirmaram que a última geração de medicamentos GLP-1 já se tornou um “fenômeno de vendas”, e que o orforglipron está prestes a se beneficiar dos “avanços conquistados por seus predecessores injetáveis”.

Manter o momento

A Lilly deverá se beneficiar de um acordo com o governo do presidente Donald Trump e de seus investimentos bilionários planejados para impulsionar a produção nos EUA.

Analistas afirmaram que o acordo de preços com a Casa Branca pode afetar a receita a curto prazo, mas expande significativamente o acesso, adicionando até 40 milhões de potenciais candidatos ao tratamento da obesidade nos EUA.

A Lilly está começando a se parecer novamente com as “Sete Magníficas”, disse o diretor de pesquisa de ações biofarmacêuticas do Deutsche Bank, James Shin, referindo-se às gigantes da tecnologia, incluindo Nvidia e Microsoft, que impulsionaram grande parte dos retornos do mercado este ano.

Em determinado momento, investidores a consideravam parte desse grupo de elite, mas após algumas notícias e resultados decepcionantes, ela ficou de lado. Agora, porém, pode representar uma alternativa, especialmente considerando as recentes preocupações e a fragilidade de algumas ações de empresas de inteligência artificial, acrescentou Shin.

Ainda assim, analistas e investidores estão de olho para ver se a Lilly conseguirá manter seu crescimento atual, visto que os preços do Mounjaro e do Zepbound estão sob pressão, e se seus planos de expansão, juntamente com seu portfólio diversificado e aquisições, compensarão uma possível redução de margem.

sexta-feira, 21 de novembro de 2025

Magnificent Seven perdem US$ 1,75 trilhão em um mês, equivalente a duas bolsas de valores brasileiras

 

O grupo de sete empresas gigantes que encabeçam a capitalização global da economia digital – conhecidas como Magnificent Seven – perdeu uma cifra de US$ 1,75 trilhão entre os dias 19 de outubro e 20 de novembro de 2025. As empresas são: Apple, Amazon, Alphabet (controladora do Google), Meta (Facebook), Microsoft, Nvidia e Tesla.

A cifra equivale a mais do que o dobro do valor de todas as empresas da bolsa de valores brasileiras somadas, segundo levantamento da Elos Ayta Consultoria. Isso, dado que todas as companhias da bolsa de valores brasileira, a B3, somam US$ 866 bilhões em valor de mercado.

A queda da das ações das Magnificent Seven ocorre em movimento de correção, logo após o índice Nasdaq registrar a maior pontuação nominal de sua história, aos 23.958 pontos em 29 de outubro.

Ações; bolsa de valores; Magnificent Seven

No mesmo dia, a Nvidia também atingiu seu recorde histórico, cotada a US$ 207,04. Desde então, o índice acumulou queda de 7,85%, enquanto a fabricante de chips perdeu 12,75%.

De acordo com a Elos Ayta, o valor consolidado das Magnificent Seven recuou de US$ 22,24 trilhões para US$ 20,49 trilhões.

Nvidia encolheu mais de US$ 640 bilhões

A maior perda nominal é da Nvidia, que mostrou um recuo de US$ 641 bilhões em valor de mercado – cifra equivalente a 74% de todo o valor de mercado da B3.

A Microsoft aparece em seguida, com redução de US$ 469 bilhões (54,2% da B3), seguida pela Meta Platforms, que perdeu US$ 410 bilhões, o equivalente a 47,3% da Bolsa brasileira.

Entre as sete gigantes, apenas a Alphabet apresentou variação positiva no período, adicionando US$ 180 bilhões ao seu valor de mercado, avanço de 20,8%.

Cálculos da CNI mostram que dois terços das vendas do Brasil aos EUA seguem sob o tarifaço

 

Com a inclusão de novos produtos brasileiros na lista de isenção da tarifa de 40%, cerca de 37% das exportações do Brasil para os Estados Unidos, que somam aproximadamente US$ 15,7 bilhões, passam a entrar no mercado americano sem a cobrança adicional, segundo a CNI (Confederação Nacional da Indústria). Os cálculos consideram dados de 2024, com base em estatísticas da Comissão de Comércio Internacional dos Estados Unidos.

Apesar desse avanço, Ricardo Alban, presidente da CNI, ressaltou que 62,9% das vendas continuam sujeitas a algum tipo de tarifa, sinalizando que setores industriais importantes continuam fora das isenções.

Para Alban, as mudanças impulsionam a competitividade do produto brasileiro e sinalizam disposição dos EUA para aprofundar a negociação, o que pode incluir avanços na pauta industrial.

“Setores muito relevantes, como máquinas e equipamentos, móveis e calçados, que tinham os EUA como principais clientes externos, ainda não entraram na lista de exceções. O aumento das isenções é um sinal muito positivo de que temos espaço para remover as barreiras para outros produtos industriais. Esse é nosso foco agora”, avalia Alban.

Veja como fica a situação das exportações brasileiras aos EUA

  •  Isentos de sobretaxa: 37,1% das exportações (US$ 15,7 bilhões)
  •  Total de exportações sujeitas a algum tipo de tarifa: 62,9%
  • Tarifa recíproca de 10%: 7,0% das exportações (US$ 2,9 bilhões)
  • Tarifa adicional de 40%: 3,8% das exportações (US$ 1,6 bilhão)
  • Tarifa combinada de 50% (10% de tarifa recíproca + 40% específica ao Brasil): 32,7% das exportações (US$ 13,8 bilhões)
  • Tarifa setorial de 50% (Seção 232): 11,9% das exportações (US$ 5 bilhões)
  • Isenção da tarifa de 40% condicionada à destinação para a aviação civil, instituída pela Ordem Executiva de julho: 7,5% das exportações (US$ 3,2 bilhões)

*Em atualização

 

Dark kitchens se preparam para a maior data do e-commerce de alimentos

 Imagem destaque: Dark kitchens se preparam para a maior data do e-commerce de alimentos



  Segundo estudo da Unicamp, cerca de 30% dos restaurantes do iFood já operam no modelo dark kitchen, cozinhas voltadas exclusivamente para o delivery. Essa tendência vem revolucionando o setor de alimentação e se consolidando como uma das principais apostas de crescimento nos próximos anos. Com a Black Friday se aproximando, a data mais importante do e-commerce também se tornou estratégica para esse segmento, que intensifica operações e investe em inovação para atender a uma demanda crescente por agilidade e qualidade nas entregas. Nesse cenário, empreendedores, franqueadores e operadores de delivery ajustam processos, escalam produção e buscam garantir rapidez sem abrir mão da experiência do cliente. “O diferencial de uma Dark kitchen está no equilíbrio entre velocidade, eficiência e experiência do cliente. Na Tastefy, temos focado em layouts preparados para picos, integração com plataformas de entrega e rotinas de pré-Black Friday duas a três semanas antes.”, destaca Victor Abreu, CEO da Tastefy. 


Oportunidade na Black Friday 


  No Brasil, as franquias de alimentação que operam via dark kitchen enxergam a Black Friday como uma oportunidade dupla: aumentar o volume de pedidos e otimizar custos operacionais, já que eliminam o salão físico, reduzem aluguel e trabalham com equipes enxutas. O planejamento para a data inclui estratégias como mapas de calor de pedidos, menus cápsula para entrega rápida, embalagens reforçadas, corte no tempo de preparo e incentivos para fidelização pós-campanha. O objetivo é claro: transformar o pico de vendas em relações duradouras com os clientes. Com o mercado de cozinhas fantasmas projetado para crescer em ritmo acelerado — segundo a Statista, deve movimentar mais de R$60 bilhões no país este ano — a Black Friday se consolida como um marco para o fortalecimento desse modelo e para a expansão do delivery no Brasil.

 

 https://gironews.com/food-service/dark-kitchens-se-preparam-para-a-maior-data-do-e-commerce-de-alimentos/

Moraes decreta prisão de Alexandre Ramagem por deixar o Brasil clandestinamente

 


Alexandre Ramagem
Alexandre Ramagem Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), decretou a prisão do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) por ter deixado o Brasil de forma clandestina, em setembro.

O parlamentar, condenado a 16 anos de prisão pela tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, teria viajado de avião para Boa Vista (RR), de onde partiu de carro, em uma viagem clandestina em direção à fronteira, e seguiu para outro país, no mês em que a Primeira Turma do STF julgava o chamado “núcleo crucial” da trama golpista.

A Polícia Federal investiga se rota de saída teria ocorrido pela fronteira com a Venezuela ou com a Guiana, com um carro alugado em Boa Vista, visto que os dois países fazem fronteira com o estado de Roraima.

*Texto em atualização