quinta-feira, 26 de setembro de 2024

Mercado Livre prevê dobrar número de centros de distribuição no Brasil até 2025

 


Mercado Livre

Centro de distribuição da gigante do comércio eletrônico (Crédito: Divulgação/ Mercado Livre)

O Mercado Livre informou nesta terça-feira que prevê mais que dobrar seus centros de distribuição “fulfillment”, onde as mercadorias ficam estocadas até a compra pelo consumidor, para 21 unidades logísticas até o fim do próximo ano.

Mais da metade dos centros de distribuição neste modelo estarão localizados fora de São Paulo, informou o Mercado Livre em comunicado à imprensa, em um esforço para ampliar sua cobertura nas regiões Nordeste, Centro-Oeste e Sul.

Os novos estabelecimentos serão instalados em Estados como Rio Grande do Sul, Pernambuco, Ceará, Bahia, Paraná, Rio de Janeiro e também no Distrito Federal, segundo a companhia.

A expansão já está prevista no investimento de R$ 23 bilhões no Brasil anunciado em março deste ano pela gigante do comércio eletrônico.

Frota aérea

O Mercado Livre também informou que está otimizando sua frota aérea, com expansão da capacidade de seu Air Hub (espaço para voos) em Guarulhos (SP) e, a partir desta terça-feira, o início de uma nova rota provisória para Caxias do Sul (RS), com foco nas entregas para a região Sul do país, enquanto o aeroporto de Porto Alegre não reabre, após ser atingido por fortes chuvas na região mais cedo este ano.

A empresa de comércio eletrônico disse ainda que ampliará sua frota aérea com duas novas aeronaves cargueiras em parceria com a GOLLOG, serviço de transporte de cargas e encomendas da Gol, até o final de 2025.

“Com esta nova aeronave, o maior e-commerce da América Latina soma 9 aeronaves cargueiras dedicadas à sua estratégia de expansão regional”, afirmou a companhia em comunicado.

Uso de robôs

O Mercado Livre, que também é proprietário do banco digital Mercado Pago, deu atualizações sobre sua estratégia de operação com robôs em um dos seus centros em Cajamar.

A tecnologia, conhecida como “Shelves to Person”, já possui 334 robôs no total e processa 20 mil itens diariamente, de acordo com a empresa.

A companhia acrescentou que a estratégia permite reduzir o tempo de processamento de pedidos em até 20% e proporciona uma economia de espaço de 15% nas operações.

Coalizão Indústria alerta para risco de importações predatórias

 


As importações vindas de países que adotam práticas predatórias de comércio corroem o mercado de segmentos da indústria, ameaçando investimentos previstos de R$ 826 bilhões até 2027 e empregos no Brasil. É o que adverte a Coalizão Indústria, que reúne 14 entidades dos setores de transformação, da construção e do comércio exterior, responsáveis por 43% do PIB industrial. Para esse coletivo, as transformações geopolíticas no pós-pandemia e a necessidade de escoar gigantesco excesso de capacidade instalada de produção acentuaram fluxos de produtos vindos desses países, agravando o ataque ao mercado interno no Brasil.  

Por isso, uma ação contra a concorrência predatória deve ser prioridade máxima do país – caso contrário os segmentos que compõem a Coalizão não terão como manter os investimentos previstos e empregos serão eliminados. Esse cenário pode levar a uma redução superior a 50% no volume de investimentos projetado. “A indústria está sob ataque. Existem mecanismos de que o país pode lançar mão, a exemplo do que já fizeram os países desenvolvidos, para frear, dentro das regras de Comércio Exterior, essa concorrência desleal”, diz Marco Polo de Mello Lopes, coordenador da Coalizão Indústria. “No entanto, é necessário que o governo, de forma estratégica, adote urgentemente uma ação tática para responder a esse ataque. 

A preocupação da indústria foi apresentada em coletiva de imprensa realizada na cidade de São Paulo, na tarde da quarta-feira (25/09). O evento contou com a presença dos presidentes de 10 entidades. “Nossa preocupação é estimular a geração de novos empregos e renda, termos emprego qualificado”, afirmou Renato Correia, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). “Temos observado a chegada de empresas estrangeiras no nosso setor. O que os demais segmentos da indústria estão enfrentando, nós enfrentaremos mais adiante”, acrescentou. 

 

Para a Coalizão, outra fonte de preocupação reside na possibilidade de o Mercosul avançar para um acordo comercial com a China, que vem sendo discutido no próprio âmbito do Mercosul. A avaliação é que é pouco provável que esse acordo avance, dada a atual complexidade do quadro mundial, mas, caso venha a se concretizar, investimentos da ordem de R$ 500 bilhões devem ser suspensos de imediato nos setores representados pelas associações-membros.  

 “Os investimentos atualmente sob risco são imprescindíveis para o país crescer de forma sustentada e sustentável no longo prazo, promovendo desenvolvimento e inclusão social”, afirma Lopes. “Se a indústria for obrigada a cancelá-los, esses recursos não serão passíveis de reposição por outros segmentos econômicos, setor público ou outros países exportadores”, afirma Lopes.  

Durante o evento, o presidente da CBIC destacou que o desafio do setor da construção é restabelecer sua participação no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. “Nós queremos dobrar. Já tivemos 7% e, hoje, estamos em 3%”, comentou, esclarecendo que esse desempenho decorre da redução do investimento em infraestrutura e do déficit habitacional no país.  

Correia também comentou a expectativa da Coalisão Indústria em torno da aprovação da reforma tributária. Segundo ele, a modernização do arcabouço tributário é importante para o país e exige debate profundo e qualificado. “A reforma tributária é muito importante, pois coloca a modelagem de tributação do Brasil em linha com os países desenvolvidos”, afirmou. “A regulamentação está sendo um pouco demorada, mas estamos esperando há 40 anos pela reforma. Nós teremos mais acertos do que erros ao estudar melhor esse tema”, acrescentou, referindo-se à possibilidade de retirada da urgência constitucional do projeto de lei em tramitação no Senado Federal.  

Sobre a Coalizão Indústria 

Estruturada em 2018, a Coalizão Indústria é composta por 14 entidades de âmbito nacional que representam 13 setores da indústria de transformação, da construção civil e do comércio exterior. Os setores que representa respondem por 44% do PIB da indústria e por 57% das exportações de manufaturados; geram 37 milhões de empregos diretos e indiretos; por ano paga 264 bilhões de reais em tributos. 

 Apartidária, a Coalizão Indústria atua em uma agenda Brasil, que defende: 

  • A retomada do crescimento econômico sustentado, invertendo a inconstância das últimas décadas. Para isso, é fundamental o ajuste fiscal. 
  • A recuperação da competitividade sistêmica da indústria, que vem perdendo participação no PIB. Estudo patrocinado pela Coalizão Indústria calcula que o Custo Brasil é de 1,7 trilhão de reais por ano. 
  • A Transição Energética, para a qual são fundamentais ações em favor da maior oferta de gás natural a preços competitivo e disponibilidade de linhas de financiamentos e recursos a fundo perdido no desenvolvimento de tecnologias disruptivas para descarbonização. 

 

Entidades integrantes da Coalizão Indústria: 

Anfavea – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores 

Abrinq – Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos 

Abicalçados – Associação Brasileira das Indústrias de Calçados 

AEB – Associação de Comércio Exterior do Brasil 

Abinee – Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica 

Abimaq – Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos 

Abiplast – Associação Brasileira da Indústria do Plástico 

Abit – Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção 

ABIA – Associação Brasileira da Indústria de Alimentos 

ABCP – Associação Brasileira de Cimento Portland 

CBIC – Câmara Brasileira da Indústria da Construção 

Eletros – Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos 

Grupo FarmaBrasil 

Instituto Aço Brasil 

Presidente do BC diz que não foi feito guidance e que opções estão abertas

 

Campos Neto: 'Este governo está tendo que conviver com um ...

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, repetiu que o Comitê de Política Monetária (Copom) está dependente de dados para calibrar o ciclo de aumento da taxa Selic e que não vai fornecer um guidance sobre os próximos passos. “Nós não fizemos guidance, ou seja: as opções estão abertas”, disse, em entrevista coletiva para comentar o Relatório Trimestral de Inflação (RTI), em São Paulo.

Ele reforçou que o ciclo teve um início gradual – com aumento de 0,25 ponto porcentual da Selic, de 10,50% para 10,75% -, mas que são necessários mais dados para determinar o que acontecerá daqui para a frente.

Campos Neto repetiu que, neste momento, um guidance sobre o ciclo não teria um valor positivo para o BC, já que há incertezas em campos como o mercado de trabalho. Por isso, o BC preferiu mencionar os condicionantes que têm sido observados para calibrar a política monetária: hiato do produto, balanço de riscos, expectativas, projeções e inflação corrente.

“É melhor descrever dessa forma, dizendo que a gente está dependendo dos dados e que a gente tem esses condicionantes, do que falar sobre como é que vai ser o ciclo à frente”, afirmou o presidente do BC.

Cenário dos EUA

Campos Neto repetiu ainda nesta quinta-feira que o cenário básico da instituição é de uma desaceleração organizada da economia norte-americana, embora a incerteza sobre esse tema exista.

“Precisamos acompanhar os dados para ver, eu acho que o Fed Federal Reserve, o banco central americano também está acompanhando os dados para tentar entender o que é essa desaceleração e qual é o efeito que isso pode ter”, afirmou Campos Neto

Acordo entre Mercosul e China seria um desastre, dizem lideranças industriais brasileiras

Lideranças industriais que fazem parte do grupo Coalizão Indústria expressaram preocupação nesta quarta-feira, 25, com movimentos em direção a uma negociação pelo acordo de livre comércio entre Mercosul e China. Segundo os presidentes de entidades que representam diversos setores industriais, o setor já enfrenta uma “invasão chinesa” que coloca em risco investimentos previstos da ordem de R$ 825,8 bilhões. Assim, um acordo com a China seria um desastre, conforme definiu Fernando Valente Pimentel, presidente da Abit, associação da indústria têxtil.

O Uruguai, que assumiu em julho a presidência pro tempore do Mercosul, é entusiasta de um tratado de livre comércio com os chineses. Altos representantes do bloco sul-americano e da China retomaram recentemente conversas com o objetivo de aprofundar a relação.

Presidente da Abiplast, entidade que representa a indústria de produtos plásticos, José Ricardo Roriz Coelho observou em entrevista coletiva à imprensa que, diante de barreiras enfrentadas em outras grandes economias, os produtos chineses estão buscando mercados abertos para entrar – entre eles, o Brasil. Segundo Roriz, embora a capacidade da economia esteja tomada, “ninguém está investindo”.

“As indústrias estão receosas em investir. Precisamos investir mais, mas com essa espada no peito, não temos perspectiva futura melhor para que esses investimentos aumentem”, declarou Roriz.

Marco Polo de Mello Lopes, coordenador da Coalizão Indústria, classificou como “predatória” a importação vinda da China em certos mercados. O “ataque chinês”, como foi descrito o avanço de produtos do gigante asiático, resulta de uma política de Estado cujo objetivo é escoar uma gigantesca capacidade ociosa, com redução de preços e exportações feitas com margens negativas, comentou Marco Polo. Ele também é presidente do Instituto Aço Brasil.

“Sem acordo já vivemos esse tsunami, com o acordo vocês podem imaginar o que pode acontecer”, declarou o coordenador do grupo industrial ao abordar os movimentos entre Mercosul e China. Ele projetou que R$ 500 bilhões em investimentos – ou seja, 60% do total previsto – serão paralisados se o “tsunami chinês” não for contido.

Também presente na coletiva de imprensa da coalizão, o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, defendeu que não é momento de falar de acordo comercial com a China, já que a indústria automotiva passa por momento de transição tecnológica, para a qual estão sendo anunciados pesados investimentos. As montadoras vêm cobrando do governo a volta imediata do imposto cheio, 35%, sobre carros híbridos e elétricos importados, cuja origem, principalmente, é a China.

 

Master Corretora lança plataforma para o varejo

 


Objetivo é atrair público de média e alta renda com produtos e conteúdos exclusivos e baixa latência nas transações

 

 

xp investimentos

A Master Corretora está lançando uma plataforma de varejo para investidores iniciantes, qualificados e profissionais. O objetivo, segundo Vitor Baldi, head do Varejo, é oferecer o portfólio mais completo de produtos financeiros e atender, sob medida, às necessidades dos clientes.

Entre os principais diferenciais da plataforma, de acordo com a empresa, estão produtos exclusivos de renda fixa, com alto rendimento, e o sistema de processamento de ordens, alocado dentro do datacenter da B3 (DMA 4), com extrema velocidade no envio de ordens e os menores índices de latência do mercado.

Além de corretagem zero para a pessoa física, a corretora também oferece acesso gratuito a ferramentas para traders de alta performance, como o Profit Ultra, da Nelogica, com versões para desktop e uma área de configuração de limites no próprio aplicativo. A versão do Profit PRO para a WEB, em particular, é exclusividade para os clientes da Master Corretora.

Para o público investidor, uma grande novidade é o serviço exclusivo de informações, denominado Master News. Fornecido em parceria com a Broadcast, do grupo Agência Estado, o canal de notícias, integrado à plataforma e ao app, dá acesso aos clientes a informações das empresas de capital aberto e a um chat direto com os redatores, que ficam disponíveis para tirar dúvidas sobre o conteúdo publicado e as principais notícias do mercado. Serviços similares são caros e costumam ser disponibilizados somente a clientes institucionais.

“Estamos evoluindo para muito em breve ser uma corretora completa, oferecendo além das opções de produtos convencionais, tais como – renda fixa, variável, previdência privada, remessa cambial e seguros -, e a melhor solução para os traders, uma estrutura de banking e conta global”, afirma Baldi. “Para isso, buscamos tecnologia de ponta e fizemos parcerias estratégicas com os melhores fornecedores”.

Para o público em geral, os principais atrativos da plataforma são produtos exclusivos, de alta rentabilidade e pouco risco, com condições especiais e alta demanda – que por isso podem esgotar rapidamente, em alguns casos.
Na estreia, por exemplo, a corretora lançou um par de CDBs, do Voiter e do Letsbank, com rendimento de 150% do CDI e liquidez diária, com vencimento em 90 dias, diz o executivo. O valor mínimo dos aportes é de R$ 1 mil, em ambos. Já o máximo, varia de R$ 5 mil, no caso do Voiter, a R$ 10 mil, no do Letsbank.

Voltada a um público de renda média para a alta, com pelo menos R$ 50 mil para investir, a nova plataforma da Master Corretora já nasce com mais de 600 produtos, entre CDBs, LCIs, fundos de investimento multimercados, fundos de ações, fundos imobiliários, Tesouro Direto, produtos de renda fixa, entre outros.

Inicialmente, a captação de novos clientes tem sido feita exclusivamente online. A partir de novembro, porém, a Master Corretora vai atuar também em parceria com agentes autônomos, via plataforma desenvolvida internamente nos últimos 12 meses com estrutura robusta e que fornece ao assessor de investimento uma independência na gestão dos clientes. O objetivo é aumentar a capilaridade da empresa e a capacidade de captação de clientes com a ajuda de autônomos, que conhecem bem as cidades onde atuam.

No primeiro mês de operação, a plataforma já contava com mais de 2 mil clientes, com cerca de 80 novos usuários por dia e captação de R$ 50 milhões em produtos diversos. Até o final do ano, a expectativa é captar 20 mil clientes.

Petrobras reduzirá em 9,1% preço médio do querosene de aviação a partir de 1º de outubro

 


A Petrobras comunicou nesta quinta-feira, 26, a redução de 9,1% no preço médio de venda de querosene de aviação (QAV) para as distribuidoras a partir de 1º de outubro. O percentual corresponde a um decréscimo aproximado de R$ 0,34 por litro.

No acumulado do ano, redução no preço do combustível às distribuidoras é de 16,4%, ou R$ 0,67 por litro, em relação ao preço de dezembro de 2023, disse a petroleira. Já no comparativo desde dezembro de 2022, a redução acumulada fica em 32,8%, ou queda de R$ 1,66 por litro.

A estatal destaca que comercializa o QAV produzido em suas refinarias ou importado apenas para as distribuidoras, que por sua vez transportam e comercializam os produtos para as empresas de transporte aéreo e outros consumidores finais nos aeroportos, ou para os revendedores.

“O mercado brasileiro é aberto à livre concorrência, e não existem restrições legais, regulatórias ou logísticas para que outras empresas atuem como produtores ou importadores de QAV”, diz o comunicado da empresa.

Os novos preços serão publicados no site em 1º de outubro, data de início de vigência, conforme regulação da ANP.

A redução do combustível pode ajudar a segurar a alta nos preços das passagens aéreas, que registraram aumento de 4,51% em agosto, segundo dados do IPCA-15. Em 12 meses, a alta acumulada é de 10,25%.

Reajustes

A redução do querosene de aviação havia sido antecipada nesta manhã pela presidente-executiva da companhia, Magda Chambriard, ao falar com jornalistas após participar da feira do setor ROG.e, no Rio de Janeiro.

Chambriard afirmou ainda que a empresa trabalha para ser competitiva no mercado brasileiro, o que significa dizer que pode reduzir preços de combustíveis toda vez que entender que isso é possível.

No caso do querosene de aviação, os reajustes são mensais por contratos, enquanto em combustíveis como gasolina e diesel não há periodicidade definida.

Chambriard disse ainda que o novo plano estratégico da empresa, atualizado todos os anos, deverá ser publicado em novembro.

quarta-feira, 25 de setembro de 2024

CNC ingressa no STF ação pedindo fim de operação de cassinos on-line no Brasil


Celular exibe aplicativos de diferentes bets na tela

Bets é um nome informal usado para as diferentes casas de aposta e jogos de sorte no celular (Crédito: Joédson Alves/Agência Brasil)

 

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) informou ter ingressado na terça-feira, 24, com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo o fim da operação dos cassinos on-line no país. A ação contesta a Lei 14.790/2023, conhecida como “Lei das Bets”, sob o argumento de que a legislação que regulamenta as apostas de cota fixa no Brasil “está causando graves impactos sociais e econômicos”.

“A confederação solicita, em caráter liminar, que o STF suspenda a eficácia da lei até que o mérito da questão seja julgado, a fim de evitar maiores danos ao comércio e à economia do país”, declarou a CNC, em nota distribuída à imprensa nesta quarta-feira, 25.

Na ação no STF, a CNC argumenta que “a disseminação desenfreada das apostas on-line estaria criando um ciclo de dependência, principalmente entre os mais vulneráveis, o que tem levado à redução do consumo de bens essenciais e afetado diretamente o comércio”.

A CNC divulgou na última sexta-feira, 20, um estudo mostrando que mais de 1,3 milhão de brasileiros teriam ficado inadimplentes no primeiro semestre de 2024 devido a apostas em cassinos on-line. A entidade afirma que os apostadores têm usado “sem controle” cartão de crédito nessas plataformas de jogos, o que contribui para um aumento das contas em atraso.

Os brasileiros já gastaram R$ 68 bilhões em jogos entre junho de 2023 e junho de 2024, o equivalente a 0,62% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, apontou a CNC. O montante revela que 22% da renda disponível das famílias foram destinados às apostas no último ano, “gerando uma série de consequências econômicas e sociais”, alertou a entidade.

A CNC encaminhou também um ofício ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em que manifesta “grande preocupação com o crescimento descontrolado” das apostas on-line no Brasil, em especial dos cassinos virtuais. O documento foi entregue ainda aos ministérios da Fazenda, da Justiça e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, além dos presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados.

Segundo a entidade, a lei não estabelece medidas eficazes para combater o vício em jogos, o que contribuiria para agravar o nível de endividamento das famílias.

“A CNC pede que a lei seja declarada inconstitucional, apontando violações aos princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana, da ordem econômica e da proteção à saúde”, comunicou a entidade.