quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

Equinor começa a operar primeiro barco híbrido a bateria e diesel no Brasil

 

Equinor | Official Profile

A petroleira norueguesa Equinor começou a operar esta semana o primeiro barco híbrido em mares brasileiros. Um banco de baterias instalado na embarcação permite alternar o uso de energia elétrica e diesel, o que, segundo a companhia, reduz em até 40% suas emissões de carbono.

A unidade híbrida da Equinor atua na logística do campo de Bacalhau, na Bacia de Santos. A Equinor é operadora do campo, com participação de 40%, em consórcio com ExxonMobil 40%, Petrogal Brasil 20% e Pré-sal Petróleo SA (PPSA).

Trata-se de barco do tipo PSV (Platform Supply Vessel, em inglês), unidade que serve ao abastecimento de plataformas. Eles são responsáveis por transportar, do continente até as unidades offshore, os suprimentos e equipamentos necessários para a operação dos ativos.O emprego da embarcação híbrida em operação da Equinor é fruto de contrato da petroleira com o grupo brasileiro CBO. A parceria prevê a conversão de um novo barco do tipo PSV para o modelo híbrido em 2024.

Com isso, a Equinor coloca em prática uma nova rota à descarbonização da navegação, alternativa, por exemplo, ao uso de combustíveis marítimos com mistura de biocombustíveis. No fim de junho, a Petrobras anunciou testes de um bunker com 24% de biodiesel em sua composição.


Nomeados quatro novos conselheiros do Cade

 

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Os quatro novos conselheiros do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) foram nomeados nesta quarta-feira, 27, em Decretos publicados no Diário Oficial da União (DOU). Foram nomeados para mandatos de quatro anos: José Levi Mello do Amaral Júnior, na vaga decorrente do fim do mandato de Luiz Augusto Hoffmann; Camila Cabral Pires Alves, na vaga decorrente do término do mandato de Sérgio Ravagnani; Carlos Jacques Vieira Gomes, na vaga de Lenisa Rodrigues Prado, também em fim de mandato; e Diogo Thomson de Andrade, que assumirá a vaga de Luis Henrique Bertolino Braido.

Com a nomeação dos novos conselheiros, o Cade volta a ter quórum para realizar julgamentos.

Os quatro tiveram as indicações aprovadas pelo Senado em 12 de dezembro.

Saiba qual será o valor do novo salário mínimo a partir de janeiro de 2024

 


Saiba qual será o valor do novo salário mínimo a partir de janeiro de 2024

Vale lembrar que quando há mudanças no valor, também mudam os pagamentos de aposentadorias, pensões, Benefício de Prestação Continuada (BPC) e Seguro Desemprego. (Crédito: Marcello Casal Jr / Agência Brasil)

O governo federal definiu o valor do novo salário mínimo previsto para o próximo ano. Conforme a política de valorização sancionada em agosto, o salário mínimo para 2024 deve ser de R$ 1.412, um acréscimo de R$ 92 em relação ao de 2023. A informação foi confirmada pelo Planalto, e a publicação do novo valor deve ser feita em edição extra do Diário Oficial da União ainda nesta quarta-feira, 27.

A política, aprovada pelo Congresso Nacional, determina que, a partir de 1º de janeiro de 2024, os reajustes anuais do salário mínimo passarão a levar em conta a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor dos 12 meses anteriores, mais a taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo ano anterior ao ano vigente.

O salário mínimo, que até 30 de abril era de R$ 1.302, foi reajustado em 1º de maio para R$ 1.320 mensais. Vale lembrar que quando há mudanças no valor, também mudam os pagamentos de aposentadorias, pensões, Benefício de Prestação Continuada (BPC) e Seguro Desemprego.

 

 https://istoedinheiro.com.br/saiba-qual-sera-o-valor-do-novo-salario-minimo-a-partir-de-janeiro-de-2024/

terça-feira, 26 de dezembro de 2023

Eleições 2022: auditoria do TCU diz que possibilidade de fraude é próxima de 0%

 

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O Tribunal de Contas da União (TCU) completou a quarta e a quinta etapas da auditoria que conduziu sobre as Eleições Gerais de 2022 e confirmou a segurança do sistema eleitoral mais uma vez, concluindo que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) está de acordo com “as melhores práticas internacionais” e que a probabilidade de fraude é próxima de 0%.

No processo, o TCU verificou 9 milhões de informações de 4.577 boletins de urna, que correspondem ao mesmo número de seções eleitorais, entregues fisicamente pelo TSE após o primeiro turno das eleições.

A análise também contou com 1.163 boletins de urnas recolhidos no dia das votações, nos dois turnos. O material foi coletado por 54 auditores de controle externo do TCU, em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal, e conferidos por 15 auditores na sede do Tribunal, em Brasília, durante os dias das votações.

A comparação foi feita entre os Boletins de urna em papel, que são impressos e assinados após o término da votação, e os dados utilizados pelo TSE para totalização dos votos, referentes aos mesmos boletins. Em ambas as análises, nenhuma divergência foi encontrada.

A auditoria encontrou 100% de correspondência entre as informações das urnas eletrônicas – impressos nos boletins de urna -, e os dados que o TSE divulgou referentes aos mesmos boletins, como resultado do primeiro turno das eleições gerais de 2022, concluindo que a probabilidade de fraude é de praticamente 0%.

“Considerando que nenhum BU (boletim de urna) com divergência foi identificado na amostra auditada, infere-se que a probabilidade de erro ou fraude na totalização de votos capazes de alterar o resultado da eleição para Presidente da República no primeiro turno se aproxima de 0%, quando analisada a situação do candidato com mais votos”, afirma o relatório assinado pelo ministro Jhonatan de Jesus.

Para os demais candidatos à Presidência, a probabilidade de que tenha havido erro ou fraude capaz de alterar o resultado em desfavor a algum deles é ainda mais insignificante, conclui no relatório.

Bristol Myers anuncia compra da RayzeBio por US$ 4,1 bilhões

 

Media Library - Bristol Myers Squibb

A Bristol Myers Squibb fechou um acordo de US$ 4,1 bilhões para comprar a empresa de terapêutica radiofarmacêutica RayzeBio. A Bristol Myers disse que pagará US$ 62,50 por ação em dinheiro da RayzeBio, mais que o dobro do preço de fechamento de sexta-feira de US$ 30,57 para a empresa de San Diego.

A transação da RayzeBio ocorre logo após o acordo da Bristol na semana passada para comprar a Karuna Therapeutics por US$ 14 bilhões.

A Bristol Myers disse que o negócio, que envolve cerca de US$ 3,6 bilhões em dinheiro líquido, está previsto para ser fechado no primeiro semestre de 2024.

O principal programa da RayzeBio, o RYZ101, está na fase 3 de desenvolvimento para o tratamento de tumores neuroendócrinos gastroenteropancreáticos e em desenvolvimento inicial para câncer de pulmão de pequenas células e potencialmente outros tipos de tumor, disse a Bristol.

 

 Fonte: Dow Jones Newswires.

Light leva nova proposta a credores, com conversão de 40% das dívidas em ações

 Light


A Light levou aos credores uma nova proposta de pagamento das dívidas da companhia, que alcançam R$ 11 bilhões. O plano prevê a conversão de 40% dos débitos de cada credor em ações e elimina o complexo plano de recuperação judicial apresentado em julho, que foi amplamente rejeitado por credores de diferentes perfis.

Para quem aderir à proposta de conversão, o restante dos débitos, 60%, seria pago num prazo de oito anos e com remuneração equivalente à variação do IPCA mais 4% ao ano, disseram fontes próximas às negociações. O preço de conversão seria baseado na média das cotações dos últimos 45 dias, acrescentaram.

Para quem não aderir à conversão, o prazo de pagamento seria de 15 anos, com remuneração de IPCA mais 2% ao ano.

A proposta se dá em paralelo à intenção do empresário Nelson Tanure – cuja asset WNT é a maior acionista individual da elétrica, com 30,05% – de fazer uma injeção de R$ 1 bilhão na companhia, como informou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Tanure procurou representantes dos credores recentemente e apresentou informalmente a ideia.

O novo plano de pagamento da Light encontrou mais simpatia entre pequenos credores. Um dos motivos é o fato de que eleva de R$ 10 mil para R$ 20 mil o valor que a companhia se propõe a pagar integralmente e à vista, de acordo com as fontes. Com a elevação do teto, a companhia consegue abranger uma fatia maior dos investidores que compraram debêntures da Light.

Para um negociador ouvido pelo Broadcast, o novo formato ainda não é o ideal, mas abre caminho para negociações, o que era impossível com o plano apresentado em julho.

Contudo, a proposta de conversão não foi bem vista por negociadores dos bancos, de acordo com fontes que falaram sob condição de anonimato. “O problema é que, na visão deles, a proposta para quem não converte precisa ser bem ruim para forçar a conversão, que não é atrativa isoladamente. Isso gera um impasse”, disse uma pessoa próxima das negociações. “O ideal seria que as duas propostas fossem razoáveis isoladamente para atrair quem tem esse apetite e não forçar quem não tem.”

Ao elaborar uma proposta que tende a agradar mais os pequenos credores, a Light poderia reunir um bloco de negociação e ganhar poder de barganha com os bancos. Os debenturistas, de diferentes perfis – pessoas físicas e fundos de investimento – somam R$ 7 bilhões.

O universo de credores da elétrica abrange mais de 40 mil investidores pessoa física, 250 fundos de investimento e dez instituições financeiras, nacionais e estrangeiras, conforme a companhia. A exposição da companhia a bancos está na casa de 8% do total das dívidas.

Venda da Compagas avança e deve ser concluída já no início de 2024

Compagas amplia atendimento e chega a mais de 51 mil ...

Depois de vender a termelétrica Araucária para o grupo J&F no início deste mês, a Companhia Paranaense de Energia (Copel) avança para se desfazer da concessionária de distribuição de gás natural Compagas, numa operação que deve ser concluída nos primeiros meses de 2024. A Compagas é avaliada em mais de R$ 2 bilhões.

O ativo atrai o interesse de empresas do Brasil e do exterior, como o Grupo Infra e a colombiana Promigas.

Além delas, há a possibilidade de a Commit, da Cosan, e a japonesa Mitsui, que já são sócias no ativo, com 24,5% cada, exercerem direito de preferência para comprar a fatia da Copel, de 51%.

De acordo com uma pessoa próxima às negociações, existe a possibilidade de que tanto Cosan quanto Mitsui façam um acordo para aumentar suas participações na empresa – que tem concessão para fornecimento de gás no Estado do Paraná.

Um acordo, contudo, dependeria de uma harmonização de “interesses distintos nesse processo”.

O primeiro passo para destravar o negócio foi dado no fim de setembro, quando a XP foi contratada para liderar a venda da participação da Copel na empresa.

Durante o evento Copel Day, com investidores e analistas, o diretor-presidente da empresa, Daniel Slaviero, disse que as propostas vinculantes para o ativo deveriam ser entregues neste mês, para garantir a conclusão do negócio já no início de 2024.

“Estamos sendo muito ágeis nas operações de desinvestimentos”, disse o executivo.

Outras Opções

Embora a Compagas seja a operação mais madura à venda, existem outras oportunidades de aquisição nesse segmento. Uma delas é a privatização da mineira Gasmig, um desejo da administração Romeu Zema (Novo), e que ainda depende de avaliações internas.

Hoje, a principal hipótese para a privatização da concessionária mineira é a realização de uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) na Bolsa, operação por meio da qual o Estado e a Cemig reduziriam suas participações na empresa. Essa possibilidade tem sido cogitada tanto pelo governo quanto por executivos da estatal mineira.

Procurada, a Cemig disse que “ainda não foi tomada uma decisão formal sobre a oferta pública, e que uma definição está sujeita à obtenção das aprovações societárias necessárias, condições macroeconômicas favoráveis e interesse de investidores”.

Além disso, na Bahia o governo autorizou a realização de estudos sobre uma futura venda da Bahiagás. O resultado dessas avaliações deve sair no início de 2024, mas já chama a atenção dos potenciais investidores do setor, e também dos sindicatos locais, que iniciaram movimentos contrários à venda da participação do Estado na empresa.

No setor privado, há ainda uma indefinição de como se dará o processo de desinvestimentos da Compass, do grupo Cosan, em ativos que pertenciam à Gaspetro e que, por força de acordo com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), precisariam ser revendidos.

Ao aprovar a operação, foi acertado que a empresa teria de se desfazer de participação em 12 distribuidoras, das quais cinco ainda precisam ser vendidas: Companhia de Gás do Ceará (Cegás), Companhia Potiguar de Gás (Potigás), Gás de Alagoas (Algás), Sergipe Gás (Sergás) e Companhia Pernambucana de Gás (Copergás).

Elas foram reunidas em uma nova empresa, a Norgás, e agora os governos estaduais precisam informar se desejam exercer seus direitos de preferência.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em dia de noticiário escasso, Ibovespa começa semana renovando recordes

 Ibovespa hoje: índice alcança os 126 mil pontos, maior nível ...


A última semana de 2023 começa com clima morno nos mercados internacionais, mas o Índice Bovespa volta a registrar pontuação recorde. Mesmo com o noticiário escasso e a liquidez reduzida, o índice encontra alguma tração na alta das commodities e no avanço dos índices futuros de ações de Nova York. No exterior, persiste o monitoramento da política monetária dos Estados Unidos, enquanto no Brasil o investidor espera novas medidas que tragam impacto positivo para o cenário fiscal.

O Ibovespa chega aos últimos pregões de dezembro registrando ganho de 4,26% no mês e de 20,98% no ano.

Além disso, o fluxo de capital externo está positivo em R$ 42,093 bilhões no ano, até a última quinta-feira.

Com sucessivos recordes de pontuação nos últimos pregões, a tendência, segundo analistas, é de que o índice continue em alta, em busca de novos objetivos gráficos. Para isso, sopram favoravelmente ao mercado de ações os ventos do afrouxamento monetário no Brasil e nos Estados Unidos.

Levantamento do CME apontou nesta manhã 88% de chances de o Federal Reserve iniciar os cortes de suas taxas básicas já em março.

Nesta manhã, um dos poucos destaques foi o Boletim Focus, do Banco Central, normalmente divulgado às segundas-feiras.

O documento mostrou que a expectativa para a inflação deste ano recuou mais uma vez, passando de 4,49% para 4,46%. Para 2024, foco da política monetária, a projeção passou de 3,93% para 3,91%.

Às 10h58, o Ibovespa futuro tinha alta de 0,53%, aos 133.456,53 pontos.

Chile autoriza ministério brasileiro a habilitar unidades produtoras de ovos para exportação

 

Ovos Caixa De Ovo Galinha - Foto gratuita no Pixabay - Pixabay

O Chile reconheceu a equivalência do sistema brasileiro de inspeção sanitária para adquirir ovos do Brasil, informou em nota o Ministério da Agricultura. No processo, conhecido por “pre-listing”, o Ministério da Agricultura do Chile permite que o Ministério da Agricultura brasileiro certifique e habilite estabelecimentos previamente auditados para exportar ovos para o país andino.

Além disso, o acordo inclui a possibilidade de habilitar outras unidades produtivas que atendam aos requisitos estabelecidos.

Segundo o Ministério da Agricultura brasileiro, entre janeiro e novembro, o Chile foi o sétimo maior importador de ovos do Brasil, totalizando mais de US$ 7 milhões em aquisições.

“O reconhecimento do sistema brasileiro outorgado pelas autoridades chilenas permitirá ao Brasil incrementar sua participação no setor e contribuir para garantir a segurança alimentar no país”, diz a pasta.

Neste ano, o Brasil atingiu a marca de US$ 1,6 bilhão em exportações para o Chile, destacando-se a venda de carnes, produtos florestais e itens do complexo sucroenergético.

Em contrapartida, as importações do Brasil provenientes do Chile somaram US$ 1,3 bilhão, com destaque para pescados, frutas e bebidas.

2023: um ano de virada para as energias renováveis



Nos últimos 12 meses, mundo viu o crescimento da demanda por bombas de calor, energia solar e uma explosão na procura por baterias para a mobilidade elétrica

 

Para os especialistas, o ano de 2023 foi um divisor de águas para o cenário energético global, com fontes renováveis como a solar e a eólica e outras tecnologias inovadoras moldando um futuro mais sustentável.

Os combustíveis fósseis ainda abastecem cerca de 80% das necessidades energéticas do mundo, mas 2023 registrou avanços significativos no uso da energia renovável.

A Agência Internacional de Energia (AIE) reportou que a capacidade global de energia renovável teve o maior crescimento de todos os tempos este ano, chamando o aumento de “sem precedentes”.

Transformação energética

“As energias renováveis estão se tornando cada vez mais baratas. Assim, pela primeira vez, mais investimentos estão sendo voltados para, por exemplo, a energia solar do que para a produção de petróleo“, diz a professora Claudia Kemfert, do Instituto Alemão de Pesquisa Econômica.

Como resultado, a energia solar superou as expectativas “mais uma vez”, disse Gunnar Luderer, especialista em sistemas de energia do Instituto Potsdam de Pesquisa sobre o Impacto Climático (PIK), da Alemanha.

Segundo previsões, as novas instalações de energia solar em todo o mundo devem atingir este ano uma capacidade total de 400 gigawatts (GW). Em 2022, o aumento foi de 239 GW.

Cerca de 110 GW de energia eólica foi acrescida à rede em 2023, de acordo com a Associação Mundial de Energia Eólica.

Em 2023, também quatro novos reatores nucleares com uma capacidade total de 4 GW foram concluídos, enquanto cinco reatores com uma capacidade de 6 GW foram desativados na Alemanha, na Bélgica e em Taiwan.

Energia solar e eólica barateiam a eletricidade

O custo favorável da eletricidade proveniente de fontes renováveis foi um dos principais motivos por trás do forte crescimento das energias eólica e solar.

A eletricidade produzida por novas turbinas eólicas em terra custou, em média, 3 centavos de euro por quilowatt-hora (kWh) em 2022 em todo o mundo, segundo um relatório da Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA).

A eletricidade produzida em grandes parques solares custou 4,5 centavos de euro por kWh – bem mais barato do que os combustíveis fósseis, que custam até 22 centavos de euro por kWh em todo o mundo.

O preço da eletricidade de novas instalações solares continuou a cair nos últimos 12 meses, principalmente porque os sistemas de energia solar se tornaram mais acessíveis. Na Europa, os custos foram 40% menores do que no ano passado.

Placas solares mais baratas

O aumento da produção de placas solares na China foi um dos principais impulsionadores da queda dos preços. De acordo com o site ambiental Carbon Brief, do Reino Unido, o país produziu 600 GW de células solares este ano – 225 GW a mais do que em 2022. Até 2025, esse número poderá chegar a 1.000 GW.

A Índia, os EUA e a União Europeia (UE) também planejam investir mais em grandes fábricas de energia solar. Na Índia, os módulos com uma capacidade anual de 100 GW deverão ser fabricados em 2027, e as empresas da UE começarão a fabricar módulos de 30 GW em 2025.

“Isso está acontecendo mais rápido do que o esperado”, disse Niklas Höhne, do NewClimate Institute, um think tank de Colônia, na Alemanha. “A energia fotovoltaica está sendo expandida com extrema rapidez. E, de fato, tão rapidamente a ponto de se alinhar com a meta de aquecimento [máximo] de 1,5°C [em relação aos níveis pré-industriais].”

Mais veículos elétricos

“O ano de 2023 pode entrar para a história como o ponto de virada para as baterias na transição energética global”, acredita Christian Breyer, professor de economia solar da Universidade Técnica Lappeenranta (LUT), na Finlândia.

As baterias de lítio, cobalto e níquel estão bem estabelecidas, “mas agora as baterias de íons de sódio também estão sendo introduzidas no mercado”, disse Breyer.

O lítio é raro e caro, enquanto o sódio para as novas baterias de íons de sódio é muito mais barato, e o suprimento é praticamente ilimitado, por exemplo, no sal de cozinha.

De acordo com a revista de negócios Clean Thinking, o preço das baterias de sódio já é 40% menor do que o das células de íons de lítio. Entretanto, elas ainda estão nos estágios iniciais de desenvolvimento comercial e atualmente representam menos de 1% das baterias. No futuro, o sódio poderá ser usado principalmente para baterias estacionárias.

Ainda assim, as baterias de íon-lítio comumente usadas estão se tornando mais baratas devido à queda do preço das matérias-primas.

As baterias são cada vez mais usadas em pequenos sistemas solares e em parques solares para armazenar eletricidade barata para uso noturno. Mais baterias também são necessárias à medida que a mobilidade elétrica se expande. A participação dos carros elétricos nas vendas globais de veículos aumentou de 1,6% em 2018 para cerca de 18% em 2023.

Bombas de calor

Também está havendo progresso na tecnologia de aquecimento. De acordo com a AIE, as bombas de calor estão se tornando uma tecnologia fundamental na transição global para o abastecimento do aquecimento sustentável.

“A tecnologia pode ser implantada em grande escala. Muitos países, especialmente na Escandinávia, mostram como a tecnologia funciona bem, mesmo quando faz muito frio, como é o caso da Finlândia”, disse Breyer, da LUT.

Segundo a AIE, as bombas de calor cobrem cerca de 10% da demanda global de aquecimento em edifícios. Em 2022, as vendas da tecnologia aumentaram 11% globalmente e 38% na Europa. Na Alemanha, os números preliminares mostram que as vendas em 2023 aumentaram quase 50% em relação ao ano anterior.

Apesar do crescimento, “os investimentos em bombas de calor estão abaixo do necessário para atingir as metas do Acordo de Paris”, diz Roland Rösch, diretor do Centro de Inovação e Tecnologia da IRENA.

Para manter-se dentro do limite de 1,5°C e evitar mudanças climáticas catastróficas, os atuais 64 bilhões de dólares em financiamento global anual para bombas de calor precisam quadruplicar até 2030, ainda de acordo com a IRENA.


quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

Embraer dobra capacidade em centros de serviços nos EUA

 


A unidade de manutenção da Embraer foi responsável por 31,5% da receita total da companhia nos primeiros nove meses de 2023

A unidade de manutenção da Embraer foi responsável por 31,5% da receita total da companhia nos primeiros nove meses de 2023 (Crédito: Arquivo / Agência Brasil)

 

SÃO PAULO (Reuters) –  A Embraer anunciou nesta quarta-feira que está dobrando sua capacidade de manutenção de aeronaves nos Estados Unidos, adicionando instalações em Dallas, Cleveland e Sanford a uma base que já inclui operações no Arizona e na Flórida.

A companhia afirmou em comunicado que os novos centros de manutenção (MRO, na sigla em inglês) serão focados em apoiar “o crescimento contínuo da base de clientes de jatos executivos da companhia”.

A unidade de manutenção da Embraer foi responsável por 31,5% da receita total da companhia nos primeiros nove meses de 2023.

(Por Gabriel Araujo)

Reforma tributária é promulgada; o que foi aprovado e quando passa a valer

 


Reforma tributária é promulgada nesta quarta; o que foi aprovado e quando passa a valer

O texto aprovado é uma mistura entre a versão da Câmara, do relator Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), e a versão do Senado, do senador Eduardo Braga (MDB-AM) (Crédito: Zeca Ribeiro / Agência Câmara)

Segue, nesta quarta-feira, 20, para promulgação o texto da PEC 45/2019, que define novas regras sobre tributo via Reforma Tributária. A medida, que fará parte da Constituição, simplifica impostos sobre o consumo, prevê fundos para o desenvolvimento regional e para bancar créditos do ICMS até 2032, e unifica a legislação dos novos tributos. A discussão sobre tributos no país acontece há mais de 30 anos, e deve demorar para que contribuintes vejam as diferenças, já que a transição criada é de 49 anos (2029-2077).

Conforme explica a Agência Câmara, estados e municípios não poderão fixar alíquotas próprias do novo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) inferiores às necessárias para garantir as retenções determinadas durante este período.

reforma unifica cinco tributos para dois: Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) serão unificados em uma Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), do Governo Federal. Já o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e Imposto sobre Serviços (ISS) serão unificados no Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), a cargo de estados e municípios.

O texto aprovado é uma mistura entre a versão da Câmara, do relator Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), e a versão do Senado, do senador Eduardo Braga (MDB-AM). Dessa forma, será possível promulgar a proposta sem outra votação.

Cesta básica

Uma das maiores polêmicas, com idas e vindas entre as Casas Legislativas, foi a criação da cesta básica nacional, com tributo zero. Aguarda-se ainda uma lei complementar para definir a lista de ‘itens essenciais para alimentação’, como carne, frango, café, leite, ovos, entre outros.  A cesta deverá considerar a diversidade regional e garantir alimentação saudável e nutricionalmente adequada.

O gás de cozinha e a conta de luz também devem ter diferencial. Segundo a proposta, haverá devolução do tributo pago por estes itens para famílias de baixa renda via cashback, tipo de recompensa pós compras. A porcentagem e como a devolução vai acontecer deve ser definida via lei complementar.

Zona Franca de Manaus

Outro ponto importante foi manter o IPI para os produtos da Zona Franca de Manaus, sendo uma exceção em relação aos produtos das demais regiões, garantindo assim incentivos fiscais.

O texto estabelece ainda outras formas de compensar perdas de arrecadação com a transição para o novo formato, uma dentro do mecanismo de arrecadação do IBS e outra específica para a repartição do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), que continuará a incidir apenas sobre produtos fora da ZFM e que sejam produzidos dentro dela também. O objetivo é manter a competitividade dessa área especial de produção.

Alíquota reduzida

Além da cesta básica, outros itens e setores terão alíquota zero ou com tributo em 60% reduzido, além de criação de créditos, tudo a ser definido via lei complementar.

Alíquotas reduzidas em 60% vão incidir sobre serviços de educação, saúde, medicamentos, itens de saúde menstrual, produtos relacionados a higiene e limpeza; setor cultural, esportes, transporte coletivo, entre outros

.Já o tributo zero vai incidir sobre algumas modalidades específicas de transporte, medicamentos e saúde menstrual, podendo se estender para produtos agrícolas e compra de automóveis para passageiros com deficiência.

Micro e pequenas empresas

A PEC 45/19 mantém o Simples Nacional como um regime simplificado e especial de tributação, retirando os tributos que serão extintos e incluindo os novos.

O optante pelo Simples Nacional não poderá aproveitar créditos gerados pelo pagamento unificado previsto no Simples, mas os adquirentes de bens e serviços fornecidos por micro ou pequena empresa poderão fazê-lo, exceto se o optante recolher em separado o IBS e a CBS. O aproveitamento somente poderá ocorrer se o comprador não for optante do Simples.

Imposto do Pecado

A aprovação também prevê criar o Imposto Seletivo, apelidado de “Imposto do pecado”. Será uma cobrança extra sobre bens e serviços que prejudiquem a saúde e o meio ambiente, como cigarros e bebidas alcóolicas, visando desestimular o consumo desses produtos; a cobrança de impostos para quem possui jatinhos e iates e lanches, por meio de IPVA, além de tributar heranças.

A arrecadação será dividida entre estados, municípios e União, e deve compensar o tributo zero da cesta básica nacional.

Com informações da Agência Câmara de Notícias

Embrapa e Mosaic fecham parceria para levar conhecimento técnico ao setor

Busca de Imagens - Portal Embrapa

 

São Paulo, 20 – A Embrapa Pecuária Sudeste e a Mosaic Fertilizantes firmaram acordo de cooperação técnica para intercâmbio de conhecimento técnico e acelerar o processo de transferência de tecnologias. Em nota, o chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Pecuária Sudeste, André Novo, disse que o acesso aos meios digitais para grande parte de agricultores, técnicos e pecuaristas trouxe uma oportunidade de transmitir conhecimento de alta qualidade, baseado em evidências científicas, de forma rápida e customizada aos usuários de produtos tecnológicos.

“O resultado da parceria Embrapa/Mosaic tem justamente o propósito de contribuir para que seja possível alcançar a melhoria de produtividade, eficiência e renda na propriedade, por meio do conhecimento organizado pela pesquisa”, afirmou Novo.

 

Campos Neto: Próximos meses serão fundamentais para consolidação desta melhora dos números

 Roberto Campos Neto: quem é o presidente do Banco Central


O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse nesta terça-feira, 19, que os primeiros meses de 2024 serão fundamentais para a consolidação da melhora na qualidade dos indicadores econômicos divulgados no Brasil.

Durante encerramento de evento do Correio Braziliense sobre desafios do Brasil em 2024, Campos Neto disse que termina 2023 contente com o trabalho feito pelo BC, citando a inflação em queda, mesmo com a atividade em alta e o mercado de trabalho aquecido – como perseguido pelo BC em seu objetivo de pouso suave.

Mais uma vez, o presidente do BC citou o efeito cumulativo das reformas no potencial de crescimento brasileiro. Ele, no entanto, seguiu pregando serenidade e persecução do equilíbrio fiscal, já que, mesmo com o novo arcabouço das contas públicas, o Brasil mostra uma trajetória de dívida um pouco pior. “É importante manter a comunicação da nossa forma de trabalhar”, declarou.

Segundo Campos Neto, os cortes da Selic têm ajudado o crédito, e apesar de ainda ser o segundo maior do mundo, os juros, em termos reais, estão num dos patamares mais baixos da história do País. A distância da taxa real em relação à neutra, pontuou, pode estar alta para o padrão de economias avançadas, mas é baixa na comparação com outros mercados emergentes.

Entrada no fiscal na pandemia foi coordenada

O presidente do BC disse que alguns países mostram dificuldade na saída dos estímulos fiscais lançados na pandemia, quando um volume sem precedentes foi injetado simultaneamente pelos governos para evitar uma depressão econômica.

“A entrada no fiscal durante a pandemia foi coordenada … Agora vemos países com dificuldade para sair”, comentou Campos Neto.

Ele observou que a dívida americana, que costumava girar entre 20% e 40% do Produto Interno Bruto (PIB), entrou em trajetória explosiva até chegar a 80%, o que aumentou o volume de pagamentos do Tesouro dos Estados Unidos.

“Além de patamar muito alto, ela é bastante explosiva”, disse Campos Neto ao falar sobre a dívida americana. Ele observou que os pagamentos com juros do governo dos Estados Unidos saltaram de US$ 22 bilhões, em outubro do ano passado, para US$ 77 bilhões em igual mês deste ano e deve seguir subindo, para US$ 120 bilhões em 2024.Segundo Campos Neto, o mundo vive um processo de desinflação, ainda que com índices de inflação acima das metas. No entanto, ponderou, o afrouxamento das condições financeiras nos Estados Unidos, de volta ao nível de julho, dificulta o trabalho do Federal Reserve de frear a inflação. E quando os Estados Unidos puxam as condições financeiras, emendou o presidente do BC, o mundo inteiro segue, o que sugere um desafio, sobretudo, aos bancos centrais de economias desenvolvidas.

S&P eleva nota da dívida do Brasil pela primeira vez em 12 anos

Desde então, o país tinha sofrido sucessivos rebaixamentos, tendo perdido o grau de investimento em setembro de 2015


Desde então, o país tinha sofrido sucessivos rebaixamentos, tendo perdido o grau de investimento em setembro de 2015 (Crédito: Arquivo / Agência Brasil)

 

 

Pela primeira vez em 12 anos, a agência de classificação de riscos Standard & Poor’s (S&P) elevou a nota da dívida soberana brasileira. O país saiu da nota BB-, três níveis abaixo do grau de investimento, para a nota BB, dois níveis abaixo. A S&P concedeu perspectiva estável, o que não indica alterações nos próximos meses.

A última vez em que a S&P havia elevado a nota da dívida brasileira tinha sido em 2011, quando o Brasil passou da nota BBB- (grau de investimento, garantia de que o país não dará calote na dívida pública) para BBB (um nível acima do grau de investimento). Desde então, o país tinha sofrido sucessivos rebaixamentos, tendo perdido o grau de investimento em setembro de 2015.

Desde junho deste ano, a S&P tinha indicado que elevaria a classificação do país, ao conceder perspectiva positiva para a nota brasileira.

Em nota, a S&P atribuiu a melhoria da nota brasileira à aprovação da reforma tributária, ocorrida na sexta-feira (15). Segundo a agência, a conclusão das discussões em torno da modernização do sistema tributário brasileiro amplia a trajetória de implementação de políticas pragmáticas no país nos últimos 7 anos.

A S&P, no entanto, adverte que continuam riscos para a economia brasileira, como as perspectivas de fraco crescimento econômico e de situação fiscal “débil”, o que justificou a perspectiva estável para a nota do país. “Isso reflete nossas expectativas de que o país fará progresso lento em enfrentar desequilíbrios fiscais e projeções econômicas ainda fracas, compensadas por uma forte posição externa e uma política monetária que está ajudando a reancorar as expectativas de inflação”, destacou o comunicado.

Desde janeiro de 2018, a S&P Global enquadrava o Brasil três níveis abaixo do grau de investimento, mesma nota concedida pela Fitch, outra das principais agências de classificação de risco. A Moody’s classifica o país dois níveis abaixo do grau de investimento.

Tesouro

Em nota, o Tesouro Nacional informou que a elevação da nota brasileira confirma os esforços do governo federal para reequilibrar as contas públicas e fazer as reformas necessárias para a economia. Segundo o órgão, a melhoria na classificação do país resultará em queda dos juros e aumento do emprego no médio prazo.

“O Ministério da Fazenda reitera seu compromisso com a agenda de reformas em curso, que contribuirá não apenas para o melhor balanço fiscal do governo, mas também levará à redução das taxas de juros e à melhoria das condições de crédito, ao mesmo tempo em que assegurará a estabilidade dos preços. Desta forma, serão criadas as condições para a ampliação dos investimentos públicos e privados e a geração de empregos, aumento da renda e maior eficiência econômica, elementos essenciais para o desenvolvimento econômico e social do país”, destacou o comunicado.

 

* Matéria alterada às 16h52 para acrescentar nota do Tesouro Nacional

 

quarta-feira, 13 de dezembro de 2023

Brasil busca reconhecimento internacional para expansão da plataforma continental à procura de minerais raros

 

Em meio a espionagem estrangeira e oportunidades econômicas, Brasil pleiteia junto aos organismos globais o direito da Elevação do Rio Grande 

 

Mineração em águas profunda está sendo cada vez mais considerada como uma solução para escassez de materiais para a transição energética
Mineração em águas profunda está sendo cada vez mais considerada como uma solução para escassez de materiais para a transição energética Divulgação/Marinha do Brasil

Gabriel Garciada CNN

Brasília

Um recente estudo, liderado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), revelou detalhes sobre a antiga ilha tropical conhecida como Elevação do Rio Grande (ERG), atualmente submersa no Atlântico sul.

Segundo os pesquisadores, entre 50 e 40 milhões de anos atrás, partes dessas elevações estavam acima da superfície do oceano, constituindo uma grande ilha vulcânica com clima tropical e, possivelmente, coberta por florestas.

Além do interesse científico, o Brasil almeja reconhecimento internacional para a área, pleiteando junto à Comissão de Limites da Plataforma Continental (CLPC) a expansão da sua plataforma continental para abranger a ERG.

Isso daria direito ao país de exploração dos recursos minerais e potenciais riquezas presentes no subsolo marinho.

A distância da ERG em relação à costa brasileira, de aproximadamente 1.200 km, ultrapassa as 200 milhas náuticas estabelecidas pela Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (CNUDM) para a Zona Econômica Exclusiva.

Hoje, o Brasil tem uma concessão para exploração científica sem fins comerciais na região. O país argumenta que a elevação representa uma extensão natural da sua plataforma continental.

O interesse estratégico está na presença de recursos minerais raros, como crostas de ferro-manganês e nódulos polimetálicos, ricos em elementos essenciais para tecnologias modernas, incluindo cobalto, níquel, platina e outros.

Esses elementos são fundamentais na produção de baterias, painéis solares e outras inovações essenciais para a era da energia verde.

Mineração em águas profundas

A mineração em águas profundas, em profundidades de 2.000 metros ou mais, está sendo cada vez mais considerada como uma solução potencial para a esperada escassez global de materiais críticos para a transição energética.

Os nódulos polimetálicos são os elementos mais procurados. Eles estão espalhados no leito marinho, tornando-os relativamente fáceis de coletar com máquinas de dragagem submarinas. Elas extraem os nódulos sugando-os por meio de um tubo e os transportam para uma embarcação na superfície do oceano.

Como toda atividade de mineração, danos para o meio ambiente são considerados certos pelos especialistas.

“O objetivo é explorar, e todos querem que isso seja feito de forma responsável. Não existe exploração mineral sem danos, principalmente em fundo marinho”, declarou Jules Soto, geógrafo e curador geral do Museu Oceanográfico Univali.

Projetos estão em andamento para estudar os ecossistemas do fundo do mar em resposta às descobertas de depósitos minerais e à exploração comercial emergente.

A maioria da mineração em águas profundas é esperada para ocorrer em águas internacionais, onde a soberania e a aplicação de regulamentações depende de acordos internacionais.

A Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos (ISBA) tem a responsabilidade de desenvolver regras, regulamentações e procedimentos associados aos minerais do leito marinho.

Até o momento, a ISBA concedeu mais de 30 contratos permitindo a exploração e estudos em cerca de 1,5 milhão de km² de fundo oceânico para mineração em águas profundas.

Oportunidades econômicas

Segundo relatório da Agência Internacional de Energia (AIE), a demanda por esses minerais está crescendo rapidamente, à medida que as transições para energia limpa ganham ritmo.

“Impulsionado pelo aumento da demanda e pelos altos preços, o tamanho do mercado dos principais minerais de transição energética dobrou nos últimos cinco anos, chegando a US$ 320 bilhões em 2022”, concluiu o relatório.

Além disso, destaca-se a presença de peixes de alto valor comercial na região. Em 2022, as exportações brasileiras de peixe aumentaram 15%, chegando a US$ 23,8 milhões, o maior faturamento da história do setor.

Tensões geopolíticas

Em abril de 2023, a Marinha do Brasil teve que expulsar um navio alemão que fazia pesquisas em águas brasileiras. A embarcação alemã estava posicionada numa região próxima da Elevação do Rio Grande.

Ao ser questionado sobre o fato na comissão das Relações Exteriores e Defesa Nacional na Câmara dos Deputados, o comandante da Marinha, almirante Marcos Sampaio Olsen, classificou o ato como inadequado.

“Identificamos um comportamento anômalo deste navio, na área da elevação do Rio Grande, um local rico em recursos. Um navio realizar pesquisas em águas jurisdicionais brasileiras é perfeitamente possível desde que faça o protocolo próprio e seja autorizado, isso no caso do navio em questão não foi observado”, disse Olsen.

Após investigação, foi descoberto que o navio fazia pesquisas no subsolo marinho. A embarcação era privada e não pertencia à Marinha alemã.

“Isso mostra a importância de termos um sistema de vigilância denso que seja capaz de detectar não só essa como outras embarcações. Ameaça é tudo que atenta contra os interesses do estado brasileiro”, concluiu.

Atuação do Brasil na Comissão de Limites da Plataforma Continental

A Comissão de Limites da Plataforma Continental (CLPC) é um organismo internacional criado sob a égide da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar para auxiliar os estados costeiros no estabelecimento dos limites exteriores de suas plataformas continentais.

Sua função principal é examinar e decidir sobre as reivindicações dos países costeiros para expandir suas áreas de soberania.

O Brasil, por meio do Plano de Levantamento da Plataforma Continental Brasileira (LEPLAC), tenta reivindicar a expansão de sua plataforma continental junto à Comissão.

Na proposta, a margem continental brasileira foi dividida em três áreas distintas: Região Sul, Margem Equatorial e Margem Oriental/Meridional.

Em março de 2019, a CLPC aprovou a reivindicação brasileira para a região sul.

Atualmente, a Comissão analisa a proposta relacionada à margem Equatorial. Segundo fontes ouvidas pela CNN, a proposta brasileira será aceita em 2024, iniciando-se, em 2025, a análise da margem Oriental, onde está situada a elevação do Rio Grande.

 

 https://www.cnnbrasil.com.br/economia/brasil-busca-reconhecimento-internacional-para-expansao-da-plataforma-continental-a-procura-de-minerais-raros/

 

Lula defende taxação internacional para desenvolvimento sustentável

Brazilian leftist presidential pre-candidate Lula Da Silva speaks during a campaign rally at Centro de Convenções Ulysses Guimarães on July 12, 2022...

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, nesta quarta-feira (13), a criação de mecanismos de taxação internacional que ajudem a financiar o desenvolvimento sustentável. Lula participou, em Brasília, da reunião conjunta das trilhas de Sherpas e de Finanças do G20, grupo que reúne os países com as maiores economias do mundo.

O Brasil exerce a presidência do G20 de 1º de dezembro de 2023 a 30 de novembro de 2024. Este é o principal fórum de cooperação política e econômica internacional.

Uma das prioridades do mandato brasileiro é a defesa da reforma das instituições de governança e de financiamento global, que reflita a geopolítica do presente. Lula defende que a dívida externa dos países mais pobres, em especial da África, seja equacionada.

“Os bancos multilaterais de desenvolvimento devem ser maiores, melhores e mais eficazes, destinando mais recursos, e de forma mais ágil, para iniciativas que realmente façam a diferença. A tributação também é essencial para corrigir disparidades socioeconômicas entre países e dentro deles. Sistemas tributários justos baseiam-se na progressividade e na transparência. Incidem não apenas sobre a renda, mas também sobre a riqueza, e coíbem a evasão fiscal dos super ricos”, disse, Lula, sugerindo a exploração de mecanismos de taxação internacional.

Desde que assumiu o mandato, em discursos em diversas instâncias internacionais, Lula tem defendido que o modelo atual de governança, criado depois da Segunda Guerra Mundial, é anacrônico e não representa mais a geopolítica do século 21. Para o presidente, é preciso uma representação adequada de países emergentes em órgãos como o Conselho de Segurança das Nações Unidas e em instituições de financiamento como o Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Segundo Lula, a dívida dos países pobres constitui uma fonte permanente de instabilidade política. Para ele, esses devedores também devem “se sentar à mesa para resguardar suas prioridades nacionais”.

“Cerca de setenta países, muitos deles na África, estão insolventes ou próximos da insolvência. Quase metade da população mundial, 3,3 bilhões de pessoas, vive em países que destinam mais recursos para o pagamento do serviço da dívida do que para a educação ou a saúde”, disse.

“Queremos encorajar instituições financeiras internacionais a cortarem sobretaxas, aumentarem o volume de recursos concessionais e criarem fórmulas para reduzir riscos. Precisamos de um regime mais equitativo de alocação de direitos especiais de saque. Hoje, os que mais precisam são os que menos recebem, o que agrava as desigualdades entre os países”, acrescentou o presidente, defendendo ainda o aprimoramento de mecanismos de financiamento climático.

“Os quatro maiores fundos ambientais possuem um saldo de mais de US$ 10 bilhões, mas países em desenvolvimento não conseguem acessá-los por empecilhos simplesmente burocráticos”, explicou.

Desenvolvimento sustentável

A segunda prioridade do Brasil na presidência do G20 é o enfrentamento das mudanças climáticas, com foco na transição energética, e a promoção do desenvolvimento sustentável em suas dimensões econômica, social e ambiental. Para Lula, as transformações que o mundo vive devem resultar em bem-estar social, prosperidade econômica e sustentabilidade ambiental para todos.

O presidente explicou que o G20 é responsável por três quartos das emissões globais de gases do efeito estufa e que os membros de renda alta do grupo emitem, anualmente, 12 toneladas de gás carbônico per capita, enquanto os de renda média emitem metade desse volume. Nesse sentido, para Lula, a descarbonização da economia global e a revolução digital são processos essenciais, mas devem ser justos.

“O acesso a tecnologias é fundamental não só para uma transição energética justa, mas também no campo digital. Queremos expandir capacidades em áreas como Inteligência Artificial, inclusive em termos de infraestrutura computacional. Serão necessárias diretrizes claras e coletivamente acordadas para o uso dessa ferramenta. O mundo não pode repetir, no tratamento da Inteligência Artificial, a divisão entre países responsáveis e irresponsáveis que uma vez marcou as discussões sobre desarmamento e não-proliferação”, disse Lula.

A presidência do Brasil no G20 terá uma iniciativa para a bioeconomia e uma força tarefa contra a mudança do clima. Segundo Lula, o foco da força tarefa será a promoção de planos nacionais de transformação ecológica, que levem em conta o impacto do aquecimento global sobre os mais vulneráveis.

Já a bioeconomia, para ele, é uma “via promissora” para muitos países em desenvolvimento. “É preciso definir princípios básicos sobre o uso sustentável de recursos naturais para a geração de bens e serviços de alto valor agregado”, defendeu.

Combate à fome

O terceiro e último eixo do mandato brasileiro é a inclusão social e a luta contra a desigualdade, a fome e a pobreza. O Brasil também criará uma força tarefa contra a fome, com a proposta de uma aliança global com três pilares: um pilar de compromissos nacionais, para impulsionar políticas públicas de efetividade já testada; um pilar financeiro, que mobilizará recursos internos e externos para o financiamento dessas políticas; e um pilar de apoio técnico, que difundirá boas práticas e incentivará a cooperação entre países do sul global.

“Queremos erradicar uma das principais mazelas da atualidade. É inadmissível que um mundo capaz de gerar riquezas da ordem US$ 100 trilhões por ano conviva com a fome de mais de 735 milhões de pessoas e a pobreza de mais de 8% da população”, argumentou Lula.

Durante seu discurso, o presidente afirmou que o mundo vem sendo marcado “pelo recrudescimento dos conflitos, pela crescente fragmentação, pela formação de blocos protecionistas e pela destruição ambiental”. Ele citou o conflito entre Israel e Palestina e disse que o Brasil “segue de luto”.

“A violação cotidiana do direito humanitário é chocante e resulta em milhares de civis inocentes, sobretudo mulheres e crianças. O Brasil continuará trabalhando por um cessar-fogo permanente que permita a entrada da ajuda humanitária em Gaza e pela libertação imediata de todos os reféns pelo Hamas. É fundamental que a comunidade internacional trabalhe para a solução de dois estados, vivendo lado a lado em segurança. Sem ação coletiva, essas múltiplas crises podem multiplicar-se e aprofundar-se”, disse.

Para ele, as desigualdades estão na raiz desses problemas ou contribuem para agravá-los. “Precisamos de uma nova globalização que combata as disparidades”, defendeu.

Agenda de trabalho

A agenda do G20 será decidida e implementada pelo governo do Brasil, com apoio direto da Índia, última ocupante da presidência, e da África do Sul, país que exercerá o mandato em 2025. Esse sistema é conhecido como troika e é um dos diferenciais do grupo em relação a outros organismos internacionais.

É a primeira vez que o Brasil assume a presidência do G20 desde a sua criação, em 1999. O país esteve presente desde o início, quando as 20 maiores economias do mundo se reuniram com o objetivo de buscar uma solução para a grave crise financeira que abalou todos os mercados e que levou à quebra de um número enorme de bancos e outras companhias.

O grupo reunia, à época, apenas ministros de Finanças e presidentes de bancos centrais. Em 2008, para enfrentar nova crise financeira internacional, passou a ter o formato atual, com chefes de Estado e de Governo. Hoje, o G20 reúne 19 das maiores economias do mundo e a União Europeia. A União Africana também tornou-se membro permanente durante a 18ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo, em agosto, em Nova Déli, na Índia.

De dezembro deste ano a novembro de 2024, o Brasil deverá organizar mais de 100 reuniões oficiais em várias cidades do país, que incluem cerca de 20 reuniões ministeriais, 50 reuniões de alto nível e eventos paralelos. O ponto alto será a 19ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo, nos dias 18 e 19 de novembro de 2024, no Rio de Janeiro.

Nesta semana, Brasília recebe as primeiras reuniões. Ontem (12), terminou o encontro dos sherpas, que são os emissários pessoais dos líderes do G20, que supervisionam as negociações, discutem os pontos que formam a agenda da cúpula e coordenam a maior parte do trabalho. Amanhã (14) e sexta (15), inicia a reunião da Trilha de Finanças, que reúne vice-ministros das Finanças e vice-presidentes de bancos centrais do G20.

O Brasil está propondo uma aproximação entre essas duas instâncias, para que trabalhem de forma mais coordenada. Nesse sentido, hoje ocorre o encontro das duas trilhas.

“Foram muitas as declarações, notas e relatórios adotados nos últimos anos. Mas nem sempre as decisões saem do papel. A articulação entre as trilhas política e financeira que compõem o G20 será essencial para o funcionamento exitoso do grupo”, disse Lula na abertura do encontro.

A presidência brasileira no G20 vai criar ainda um canal de diálogo entre os chefes de Estado e governo e a sociedade civil. Um grande evento de participação popular será realizado previamente à reunião dos líderes no Rio de Janeiro.

“Também será necessário escutar e acolher a visão da sociedade civil: jovens, trabalhadores, empresários, povos indígenas, parlamentares, cientistas, acadêmicos e representantes de outros grupos vulneráveis. Queremos ouvir em especial as mulheres, e dar continuidade à reflexão sobre seu empoderamento econômico, no âmbito do recém-criado grupo de trabalho dedicado ao tema”, explicou o presidente.

O lema da presidência brasileira do G20 é “Construindo um Mundo Justo e um Planeta Sustentável”.