quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

Petrobras deve pagar até US$ 3,3 bi em dividendos após resultado, projetam analistas

 


Sede da Petrobras no Rio de Janeiro

Sede da Petrobras no Rio de Janeiro

 

Após a Petrobras ter divulgado seus dados operacionais do 4º trimestre – com queda na produção e nas vendas –, analistas discutem qual será o patamar dos dividendos a ser distribuído após a divulgação dos resultados da companhia, que será anunciado no dia 26 de fevereiro.

As expectativas são de que a Petrobras anuncie de US$ 2,6 bilhões a US$ 3,3 bilhões em proventos, o que pode representar um aumento em relação ao resultado anterior. No terceiro trimestre de 2024, a Petrobras anunciou distribuição de cerca de US$ 3 bilhões aos seus acionistas.

A petroleira reportou uma queda de 1,8% na sua produção de petróleo, para 2,1 milhões de barris diários (boed) no quarto trimestre de 2024 (4T24), enquanto as vendas registraram queda de 0,7% em relação ao trimestre anterior, mas aumentaram 1,4% em relação a igual etapa do ano anterior.

As ações da Petrobras fecharam o pregão desta terça-feira, 4, cotados a R$ 37, caindo 1,3%, com o mercado digerindo a prévia operacional do 4T24. No acumulado de 12 meses, as ações recuam 10,1%.

BTG Pactual estima US$ 3,3 bilhões em dividentos

Com base nesses dados, analistas do BTG Pactual esperam que a estatal anuncie uma cifra de US$ 3,3 bilhões em dividendos, implicando em US$ 14,2 bilhões de proventos no acumulado referente ao ano de 2024.

Para este ano de 2025, os analistas do BTG projetam um rendimento em dividendos – ou dividend yield (DY) – ‘conservador’. Em partes, isso deriva do fato de a empresa ter se mostrado determinada a encurtar a distância entre os preços praticados no mercado doméstico e a paridade internacional.

“Sim, é o começo do ano, mas já estamos vendo assimetrias positivas em nossas estimativas, alimentadas por melhores preços do petróleo e câmbio. Além disso, o recente aumento nos preços do diesel pela empresa sugere que os preços do combustível não se afastarão muito da paridade internacional, endossando nossa estimativa conservadora de 12% de dividend yield para este ano (ou 14%, considerando dividendos extraordinários).”

Com isso, o BTG mantém as ações da Petrobras como a principal escolha (top pick) para o segmento de petróleo. O preço-alvo da casa é de US$ 20 para os papéis da companhia listados em Nova York (ADRs), com recomendação de compra.

A expectativa dos analistas é de que o 4T24 da Petrobras seja de US$ 22,3 bilhões de receita líquida, US$ 10,8 bilhões de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado, e U$ 2,02 bilhões de lucro líquido.

Impacto da política de preços da Petrobras

O analista João Daronco, da Suno Research, comenta que a expectativa da casa de análise é de que a Petrobras fique com um DY entre 12% e 14%, considerando patamar de preço do petróleo Brent – negociado a US$ 76 atualmente – e do câmbio, a R$ 5,90.

Sobre o reajuste no diesel, comenta que ‘está alinhado com a política de preços’ da companhia.

“Houve uma mudança na política de preço da Petrobras, com o objetivo de tornar o preço menos volátil e aí com isso se tem menos alterações do preço. Outro ponto é que nesse período em questão a gente não viu o Brent variar tanto, não houve uma mudança substancial no preço do petróleo.”

A visão do especialista é de que a gestão atual, liderada pela CEO, Magda Chambriard, tem tranquilizado o mercado acerca da política de preços.

Sobre o patamar de preços atual, Daronco avalia que, nos preços atuais, a Petrobras tem condições de se manter rentável. “A companhia segue bastante rentável. Vemos que é uma das empresas que tem um lifting cost bastante baixo, por conta do pré-sal, e acima de US$ 65 a companhia consegue ser bem rentável”, explica.

BBA vê dividendos em US$ 2,6 bilhões

Em relatório, o Itáu BBA diz esperar ‘resultados moderados’, principalmente por conta dos preços mais fracos do petróleo e volumes menores no 4T24.

“Esperamos que os investidores se concentrem na execução de Capex e dividendos da Petrobras; nesse sentido, estimamos um Capex de US$ 3,3 bilhões e um EBITDA de US$ 10 bilhões, levando a um dividendo ordinário de US$ 2,6 bilhões, representando um yield de 3,2%”, diz a casa.

A expectativa dos analistas do BBA é de que o lucro da Petrobras no 4T24 seja de US$ 2,4 bilhões, com receita líquida de US$ 20,3 bilhões e Ebitda de US$ 9,9 bilhões.

A recomendação é ‘outperform’, equivalente à compra, com preço-alvo de R$ 49 para os papéis PETR4.

XP mira US$ 3 bilhões em proventos

Com os dados operacionais da petroleira em mãos, a XP projetou dividendos ordinários de cerca de US$ 3 bilhões, representando um yield de 3,4% no trimestre.

A expectativa da casa é de um EBITDA ajustado de US$ 10,5 bilhões, representando queda de 10% ante o trimestre anterior, impulsionada por menor produção, redução dos preços do Brent e preços de derivativos ligeiramente mais baixos em termos de câmbio, por conta da depreciação do Real.

“Espera-se que esse declínio no EBITDA seja transferido para o lucro líquido, que estimamos em US$ 0,8 bilhão, também impactado por perdas cambiais”.

Sobre os dados de produção e vendas, a XP aponta que era ‘uma tendência era esperada com base nos dados da ANP’.

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