terça-feira, 30 de setembro de 2025

Excesso de energia limpa atrai mineradoras de criptomoedas ao Brasil

 

Empresas de mineração de criptomoedas estão negociando ativamente contratos com geradoras de energia brasileiras, como a Renova Energia, para aproveitar o excedente de energia renovável do país sem sobrecarregar a rede elétrica nos períodos de pico.

Na esteira do anúncio de investimento da gigante das criptomoedas Tether, em julho, há pelo menos seis negociações em andamento para projetos de pequeno e médio porte, além de um empreendimento maior de até 400 megawatts (MW), segundo fontes de seis diferentes empresas ouvidas pela Reuters.

A Tether, maior empresa de ativos digitais do mundo, afirmou que vai aproveitar a recente aquisição da Adecoagro para utilizar fontes renováveis, como a energia proveniente das operações de cana-de-açúcar, em um projeto de mineração de bitcoin no Brasil.

A Renova disse à Reuters que está desenvolvendo um dos primeiros grandes investimentos no setor de mineração cripto, um projeto de US$200 milhões para um cliente não revelado no Estado da Bahia. O empreendimento de cerca de 100 megawatts consiste em seis data centers que serão alimentados por um parque eólico já operacional da empresa.

“Buscamos expandir a companhia e entrar em novos mercados”, disse o CEO da Renova, Sergio Brasil. “Percebemos que, ao prover toda a infraestrutura (para mineração de cripto), estávamos um passo à frente dos nossos concorrentes.”

Excesso de energia limpa

Embora as máquinas de mineração, que resolvem problemas matemáticos complexos para validar transações de criptomoedas, tenham sobrecarregado redes elétricas em diversos países, no Brasil — onde a atividade ainda é incipiente — elas podem ajudar a resolver um problema crônico de excesso de energia limpa, que já custou quase US$1 bilhão às empresas de geração nos últimos dois anos, segundo cálculos de associações setoriais.

Mineradoras de criptomoedas podem escalar suas operações rapidamente, de acordo com a disponibilidade de energia, oferecendo uma base de consumo flexível para o excedente energético sem sobrecarregar a rede nos horários de pico.

O excesso de energia no Brasil é resultado de anos de incentivos tarifários que impulsionaram investimentos em energia solar e eólica. No entanto, o ritmo de desenvolvimento da geração superou a expansão da infraestrutura de transmissão, e algumas usinas chegam a desperdiçar até 70% da energia gerada.

“Há um potencial enorme”, disse John Blount, um dos fundadores da Enegix, mineradora de criptomoedas baseada no Cazaquistão, à Reuters. “Vamos tentar desenvolver data centers móveis”, acrescentou, observando que as instalações seriam conectadas diretamente às usinas.

A Enegix está avaliando acordos no Nordeste, região com maior excedente energético, incluindo o aproveitamento de energia solar e eólica no Piauí.

A Penguin, sediada no Paraguai — um dos maiores polos de mineração de criptomoedas do mundo –, também está negociando projetos no Brasil, mas preferiu não divulgar detalhes.

A chinesa Bitmain, uma das maiores fabricantes de equipamentos de mineração, também está explorando oportunidades no país, segundo um executivo que pediu anonimato para discutir negociações privadas.

Mineradoras são ‘diamantes’ para as geradoras de energia

A instalação de fazendas de mineração de criptomoedas desperta interesse das geradoras de energia, especialmente das que vêm sofrendo com corte da produção de suas usinas.

A Casa dos Ventos, que tem como sócia a francesa TotalEnergies, e a Atlas Renewable Energy, do GIP, confirmaram suas intenções à Reuters.

A subsidiária da Engie no Brasil e a Auren Energia, joint venture entre Votorantim e CPP Investments, também estão avaliando projetos para monetizar energia não utilizada, segundo três fontes. As empresas preferiram não comentar.

As geradoras veem “consumidores como esses como se fossem diamantes”, disse Raphael Gomes, advogado que atua em diversos projetos cripto. As empresas estão avaliando diferentes modelos, incluindo a compra de equipamentos para minerar por conta própria.

Na Bahia, a Eletrobras, maior geradora de energia brasileira, está instalando máquinas de mineração ASIC, junto com uma microrrede alimentada por turbina eólica, painéis solares e baterias, como parte de um projeto-piloto. “Queremos entender como essa indústria funciona”, disse Juliano Dantas, vice-presidente de inovação da Eletrobras.

Recursos naturais dificultam avanço do setor de criptomoedas

A iniciativa pode ajudar as empresas de energia a se posicionarem para atuar junto a data centers, um setor que o governo brasileiro está tentando atrair como parte da estratégia para impulsionar uma economia baseada em energia renovável.

O avanço dessa nova indústria no Brasil, por outro lado, gera preocupações com o uso da água — recurso utilizado em sistemas de resfriamento das máquinas –, já que algumas das regiões com maior excedente energético também enfrentam secas. O Brasil também enfrenta problemas de infraestrutura e carece de regulamentações específicas para a mineração de criptomoedas.

“Fomos atrás de 400 MW — foi como uma jornada de Sísifo, um pouco difícil”, disse Bruno Vaccotti, executivo da Penguin. “Ainda estamos explorando o Brasil, mas não é tão fácil.”

Alckmin agradece a diretores da CNI empenho do setor privado para resolver tarifaço

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O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, participou nesta terça-feira, 30, da reunião de diretoria da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Aos presidentes de federações das indústrias de todos os estados, Alckmin agradeceu a atuação do setor privado brasileiro e americano nas negociações em torno do tarifaço aplicado pelo governo Donald Trump.

Ele disse que a participação do setor privado tem sido muito importante para as negociações que buscam reverter o tarifaço aplicado pelos EUA sobre as exportações brasileiras.

“Foi muito importante a ida da CNI e da delegação de empresários aos Estados Unidos”, disse o ministro.

A missão empresarial a Washington ocorreu no início de setembro e reuniu cerca de 130 empresários de diversos setores, que tiveram reuniões com autoridades do governo e do parlamento norte-americano.

O embaixador Roberto Azevêdo, consultor da CNI, fez uma sustentação oral perante o Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR, na sigla em inglês) com base na Seção 301 da Lei de Comércio. Essa investigação ajudou a embasar a taxa de 50% aplicada pelo governo americano sobre produtos brasileiros.

“A Amcham e a US Chambers também têm ajudado, então essa parceria é muito importante para nos ajudar a resolver essa questão. Agradeci ao presidente Alban o empenho do setor privado brasileiro e americano para esclarecer ao governo dos Estados Unidos que não tem justificativa este tarifaço”, prosseguiu Alckmin.

O vice-presidente disse que houve avanços nas últimas semanas, com a retirada da celulose e do ferro-níquel do tarifaço. Ele não apresentou novidades sobre o encontro bilateral de Trump com o presidente Lula.

Por sua vez, o presidente da CNI, Ricardo Alban, disse que a relação entre Brasil e EUA “certamente” ainda passará por vários processos de negociação. Para Alban, a parceria do setor produtivo com o governo tem sido crucial para o enfrentamento do tarifaço.

“Se falamos tanto em complementaridade entre o setor público e o privado, eles têm e precisam se complementar para serem eficientes e mitigar os hiatos. Queremos transformar os desafios em oportunidades e chegarmos a discussões construtivas. A possibilidade do encontro entre os dois presidentes demonstra a força dessa convergência”, disse Alban, referindo-se às possibilidades de negociações bilaterais relacionadas a datacenters, minerais críticos e terras raras e Combustível Sustentável de Aviação (SAF).

Camex prorroga por até 5 anos antidumping em laminados de aço chineses

 CAMEX: veja a função e a importância da Câmara de Comércio ...

O Comitê-Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Camex) prorrogou por até cinco anos a aplicação de direito antidumping definitivo sobre “laminados planos de aços inoxidáveis austeníticos tipo 304 (304, 304L e 304H) e de aços inoxidáveis ferríticos tipo 430, laminados a frio, com espessura igual ou superior a 0,35 mm, mas inferior a 4,75 mm, originárias da China e de Taipé Chinês”. O Brasil aplica a medida sobre o produto chinês desde 2013.

O órgão também prorrogou por até cinco anos a aplicação de direito antidumping definitivo sobre “laminados planos de baixo carbono e baixa liga provenientes de lingotamento convencional ou contínuo, podendo ser processados através de laminação convencional ou controlada e tratamento térmico, de espessura igual ou superior a 4,75 milímetros(mm), podendo variar em função da resistência, e largura igual ou superior a 600 mm, independentemente do comprimento (chapas grossas), originárias da China, Coreia do Sul e Ucrânia”.

O Brasil aplica a medida sobre o produto desses países também desde 2013.

Alho

O Comitê-Executivo de Gestão da Camex também prorrogou por até cinco anos a aplicação de direito antidumping definitivo sobre alhos frescos ou refrigerados da China, com uma tarifa adicional de US$ 0,79 por kg.

A resolução, publicada no Diário Oficial da União (DOU), também homologa compromissos de preço firmado pelas companhias chinesas Shandong Trans-High Imp & Exp Co., Ltd., Jining Foreign Trading Co., Ltd., Jining Freen Agri-Produces Co., Ltd. e Shandong Goodfarmer International Trading Co., Ltd.

O Brasil aplica direito antidumping sobre o alho chinês desde 1995. A medida passou por revisões em 2000, 2006, 2012, 2015, 2017, 2018 e 2024.

Nubank solicita licença bancária nacional nos Estados Unidos

 Nubank Logo – PNG e Vetor – Download de Logo

O Nubank anunciou nesta terça-feira, 30, que solicitou uma licença de banco nacional ao Escritório do Controlador da Moeda (OCC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos. A iniciativa está relacionada à intenção da empresa de explorar oportunidades internacionais no futuro, evoluindo sua plataforma regional para um modelo global.

Segundo a fintech, a busca pela autorização para operar como banco nacional nos Estados Unidos prepara o Nubank para acessar novas possibilidades no mercado financeiro norte-americano.

“Hoje, nosso foco principal continua sendo gerar crescimento em nossos mercados atuais, onde seguimos observando amplas oportunidades de expansão. Ao mesmo tempo, a solicitação da licença de banco nacional nos EUA nos ajuda a atender melhor nossos clientes já estabelecidos no país e, no futuro, a nos conectar com pessoas que têm necessidades financeiras semelhantes e que poderiam se beneficiar de nossos produtos e serviços”, disse David Vélez, fundador e CEO da Nu Holdings, em nota.

O Nubank destaca que a licença de banco nacional junto ao OCC reforçará sua capacidade de inovar com responsabilidade e escalar de forma eficiente no mercado dos EUA, eventualmente oferecendo no futuro contas de depósito, cartão de crédito, empréstimos e custódia de ativos digitais, refletindo a atuação em conformidade com as regulações vigentes, que orienta suas operações no Brasil, no México e na Colômbia.

No México, a subsidiária Nu México recebeu autorização para se tornar um banco pela Comisión Nacional Bancaria y de Valores (CNBV) em abril de 2025 e aguarda aprovação operacional final.

O Conselho de Administração da operação nos EUA será composto por:

– Roberto Campos Neto, ex-presidente do Banco Central do Brasil, que atuará como presidente do conselho;

– Cristina Junqueira, que é cofundadora, Chief Growth Officer da Nu Holdings e CEO da nova operação nos EUA;

– Youssef Lahrech, ex-presidente e COO do Nu e atual observador do Comitê de Auditoria e Risco do Nu;

– Brian Brooks, ex-Comptroller of the Currency interino e atualmente presidente do conselho e CEO da Meridian Capital Group; e

– Kelley Morrell, ex-diretora geral sênior da Blackstone, ex-diretora-chefe de estratégia do CIT Group e ex-executiva do Departamento do Tesouro dos EUA, atualmente fundadora e sócia-gestora da Highline Capital Management.

Tarcísio descarta envolvimento do PCC em adulteração de bebidas

 

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) descartou o envolvimento do PCC na adulteração de bebidas alcoólicas. Em coletiva de imprensa nesta terça, 30, ele afirmou que “não há evidências de participação do crime organizado.”

“Pessoas que trabalham nas destilarias investigadas não tem ligação com o crime e não têm ligação entre si”, completou.

A hipótese de elo com a facção foi levantada pela Associação Brasileira de Combate à Falsificação. Em nota divulgada no domingo, 28, a entidade apontou que a substância usada para adulterar as bebidas pode ser a mesma importada ilegalmente pelo PCC para misturar aos combustíveis.

A gestão estadual anunciou a interdição dos estabelecimentos suspeitos de vender bebidas contaminadas. A medida é cautelar e foi tomada após o Estado registrar cinco mortes suspeitas de intoxicação por metanol. Outros 15 casos de contaminação são investigados.

PF abre investigação

Mais cedo, o governo federal anunciou que a Polícia Federal abriu inquérito para investigar a contaminação de bebidas alcoólicas com metanol.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou que pediu a abertura do inquérito após indícios de que haja distribuição de bebidas contaminadas para outros Estados do País.

“No momento, (as ocorrências) estão concentradas em São Paulo, mas tudo indica que há distribuição para além do Estado de São Paulo e, portanto, por ser ocorrência que transcende o limite de um Estado atrai a competência da Polícia Federal”, disse o ministro.

SP investiga 5 mortes e 15 casos de intoxicação com Metanol

 

 

 

O Estado de São Paulo investiga cinco mortes e 15 casos de contaminação com suspeita de intoxicação por metanol. O governo paulista também vai fechar estabelecimentos suspeitos de vender bebidas contaminadas e descartou envolvimento do Primeiro Comando da Capital (PCC) nas adulterações.

A hipótese de elo com a facção foi levantada pela Associação Brasileira de Combate à Falsificação. No domingo, 28, a entidade havia apontado que a substância usada para adulterar as bebidas poderia ser a mesma importada ilegalmente pela facção para ser misturada nos combustíveis.

Na segunda-feira, 29, mais de cem garrafas foram apreendidas na Mooca e nos Jardins. Um dos alvos da ação foi o bar Ministro, na Alameda Lorena, nos Jardins, onde uma das vítimas disse ter consumido bebida alcoólica antes de passar mal e perder a visão. Ela continua hospitalizada.

O endereço é citado no Boletim de Ocorrência registrado por familiares da vítima, documento ao qual o Estadão teve acesso. As autoridades não divulgaram a lista de estabelecimentos suspeitos – são três e ao menos dois terão o bloqueio temporários pelas autoridades.

Os primeiros sintomas da intoxicação por metanol aparecem logo após a ingestão da substância, geralmente usada ilegalmente para adulterar bebidas alcoólicas como gim, whisky e vodka.

Essas manifestações iniciais são parecidas com os sinais de embriaguez, como fala pastosa e reflexos diminuídos. Mas a contaminação pode levar a efeitos mais graves, como alterações no sistema nervoso central que podem variar da sonolência à cegueira.

PF abre investigação

Mais cedo, o governo federal anunciou que a Polícia Federal abriu inquérito para investigar a contaminação de bebidas alcoólicas com metanol.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou que pediu a abertura do inquérito após indícios de que haja distribuição de bebidas contaminadas para outros Estados.

“No momento, (as ocorrências) estão concentradas em São Paulo, mas tudo indica que há distribuição para além do Estado de São Paulo e, portanto, por ser ocorrência que transcende o limite de um Estado atrai a competência da Polícia Federal”, disse o ministro.

Serasa Experian: recuperação judicial no Agro sobe 32% no 2º trimestre ante 2024

 Agro 10 Brasil

São Paulo, 30 – O número de pedidos de recuperação judicial no agronegócio brasileiro cresceu 31,7% no segundo trimestre, para 565 solicitações, de acordo com o Indicador de Recuperação Judicial Agro da Serasa Experian. Em igual período de 2024, haviam sido registrados 429 pedidos.

No trimestre aumentou a participação de produtores rurais que atuam como pessoa jurídica, que responderam por 243 pedidos, quase o dobro em relação a 2024 (121).

“A surpresa foi o fato de produtores que atuam como PJ, que possuem maior porte e são mais organizados em sua maioria, terem uma quantidade superior de RJs do que produtores que atuam como PF. É a primeira vez que isso acontece desde o último trimestre de 2023”, afirmou o head de Agronegócio da Serasa Experian, Marcelo Pimenta.

Entre os produtores PJ, os sojicultores lideraram os requerimentos, com 192 pedidos, seguidos pelos criadores de bovinos, com 26. Já entre os produtores que atuam como pessoa física, foram 220 solicitações, ante 214 no igual período do ano passado.

Os grandes proprietários responderam pela maior parte (55), seguidos pelos médios (43) e pequenos (39). Arrendatários e grupos econômicos ou familiares também tiveram forte participação, somando 83 pedidos.

As empresas do setor agro registraram 102 solicitações, o maior volume recente e acima das 94 do igual período de 2024. O processamento de agroderivados, como óleo e farelo de soja, açúcar, etanol e laticínios, foi o segmento mais afetado, com 32 pedidos, seguido pela agroindústria da transformação primária (22) e o comércio atacadista de produtos agropecuários primários (18).

O levantamento da Serasa Experian é construído a partir das estatísticas de processos do número de documentos que solicitam recuperação judicial no agronegócio registradas mensalmente na base de dados da companhia e provenientes dos tribunais de justiça de todos os Estados. Estão contemplados neste levantamento proprietários e produtores rurais de todos os portes que atuam como pessoas físicas e jurídicas, além de empresas demandantes do recurso analisado que possuem Classificação Nacional de Atividade Econômica (CNAE) principal constante no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) da cadeia agro. Além disso, as análises estaduais são realizadas de acordo com a unidade federativa atrelada ao cadastro do demandante.

Itaúsa mantém governança como pilar e Itaú mira R$ 1 trilhão em crédito sustentável até 2030

 

Durante o Panorama Itaúsa 2025, executivos da holding frisaram por diversas vezes que a governança segue sendo uma prioridade e um critério comum para todas as empresas da holding.

“Procuramos sempre levar as melhores práticas de governança. Com boa governança é possível crescer mais e administrar melhor os riscos. Isso para nós é um pilar que não abrimos mão em nenhum investimento que já temos”, disse Alfredo Setubal, CEO da Itaúsa.

O executivo também observou que a empresa tem um ‘controle sólido’ e que analisa com precisão o que considera ‘risco reputacional’ – uma das prioridades da holding, dada a base de 920 mil acionistas.

Sobre empresas específicas da holding, o CEO do Itaú, Milton Maluhy Filho destacou que ao fim do ano de 2024 o banco firmou como meta R$ 1 trilhão em crédito sustentável até 2030.

“Lançamos o programa porque batemos a meta anterior, que era mais de R$ 400 bilhões em financiamento e estruturações no mercado de capitais. Nós batemos essa meta um ano e meio antes”, disse o CEO.

Itaú passou a integrar aliança vinculada à ONU

Além disso, o executivo frisou que a companhia passou a integrar a Aliança Bancária Net-Zero (NZBA, na sigla em inglês) – uma aliança global de bancos, promovida pela UNEP Finance Initiative (UNEP FI), vinculada à ONU, que ajuda os bancos a alinharem atividades de crédito e investimento com trajetórias de emissão líquida zero de gases de efeito estufa até 2050.

Dentre as metas firmadas pela aliança que o Itaú passou a integrar estão alcançar neutralidade de carbono nas suas operações de financiamento e investimento e também nas emissões atribuíveis de seus portfólios até 2050 ou antes.

O banco também deve firmar metas para 2030 (ou antes) para os setores que mais emitem, priorizando os portfólios com maiores impactos de gases de efeito estufa, e criar estratégias para transição climática nos portfólios.

Atualmente o NZBA tem bancos de todo o mundo, somando cerca de 140 bancos de 45 países.

Itegram a aliança também Santander, CaixaBank, BBVA, Intesa Sanpaolo, dentre outros. Há também um grupo diretivo dentro da aliança, formado por alguns bancos eleitos para liderar – contemplando players como Bank of America, Banorte, Maybank e Royal Bank of Canada.

Banco quer ser ESG sem ser ‘policialesco’

O CEO do Itaú declarou que a da companhia meta é ‘ser o banco da transição para uma economia com menos carbono’, mas que a gestão não quer ‘ter uma postura policialesca’. Maluhy falou durante o evento Panorama Itaúsa 2025, que ocorreu nesta terça-feira, 30.

A visão da gestão, segundo o executivo, é que essa postura ‘prejudica a empresa e prejudica também os clientes’.

Taxa de desemprego estaciona na mínima histórica de 5,6% em agosto, mostra IBGE

 Carteira de trabalho


segunda-feira, 29 de setembro de 2025

Com fábrica destruída, Toyota deixará de produzir 25 mil carros no Brasil em 2025

 

A Toyota deixará de produzir cerca de 25 mil carros no Brasil até o final de 2025, após uma tempestade com ventos de 90 km/h destruir sua fábrica de motores em Porto Feliz (SP) na tarde de segunda-feira, 22. A informação foi confirmada com interlocutores da montadora.

A unidade fornece propulsores 1.5 e 2.0 às demais plantas. Em Sorocaba (SP) são feitos o Corolla Cross, Yaris (exportação) e Yaris Cross (que seria lançado no dia 16 de outubro, mas foi adiado); e em Indaiatuba (SP) é montado o Corolla sedã.

Houve a paralisação total da companhia no país, desde quarta-feira, 24. No entanto, a fabricante estuda importar motores de outros países para mitigar a situação, mas a previsão, por enquanto, é que a produção retome em 2026.

Fábrica da Toyota em Porto Feliz é parcialmente destruída após tempestade
Fábrica da Toyota em Porto Feliz é parcialmente destruída após tempestade

Lançamento do Yaris Cross adiado

O lançamento do Yaris Cross, previsto para outubro, foi adiado oficialmente pela Toyota. A montadora confirmou a informação na quarta-feira, 24.

Questionada, a fabricante afirma que “o lançamento do veículo será reprogramado”. Ainda não há uma nova previsão.

Uma visão de drone mostra uma fábrica da Toyota após sua produção ter sido forçada a parar devido a danos causados ​​por uma tempestade, em Porto Feliz, no estado de São Paulo, Brasil, em 24 de setembro de 2025 – Foto: REUTERS/Jorge Silva

Yaris Cross

Com o fim da venda do Yaris hatch e sedã no mercado brasileiro, o SUV será o modelo mais barato da Toyota no país. Ele é parte do investimento de R$ 11,5 bilhões anunciado em março de 2024.

De acordo com lojistas, o produto será comercializado entre R$ 130 mil e 190 mil e vai enfrentar Volkswagen T-Cross, Chevrolet Tracker, Nissan Kicks, Hyundai Creta e Honda HR-V, para citar.

Mesmo adiado, a pré-venda dele ocorre normalmente nas lojas paulistanas. Os interessados devem dar um sinal de R$ 10 mil para reservá-lo.

Yaris Cross será um dos lançamentos da Toyota no Brasil em 2025 e cotado para o Salão do Automóvel
Yaris Cross será um dos lançamentos da Toyota no Brasil em 2025 e cotado para o Salão do Automóvel – Foto: Divulgação

Trabalhadores da Toyota aprovam layoff em assembleia

Durante a reconstrução da fábrica de Porto Feliz, os trabalhadores, tanto do local quanto de Sorocaba e Indaiatuba, terão os empregos mantidos. Essa é a promessa da montadora, que se reuniu com os sindicatos de Sorocaba e Itu, na quarta-feira, 24.

No domingo, 28, os trabalhadores da fábrica da Toyota de Sorocaba (SP) aprovaram o layoff proposto pela montadora. O resultado foi divulgado pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região.

A proposta foi aprovada por 96,28% dos votantes. Dos 4.492 trabalhadores aptos a votar, 3.709 participaram da votação.

“Mesmo diante das dificuldades, conseguimos assegurar conquistas importantes, como o pagamento integral do PPR e a estabilidade no emprego durante o período do layoff. Esse resultado mostra a confiança da categoria no trabalho do Sindicato e reafirma nosso compromisso com a defesa dos direitos e dos empregos”, afirmou Leandro Soares, presidente do sindicato.

Com a aprovação, o acordo entra em vigor já na sequência das férias emergenciais de 20 dias, que terão início em 1º de outubro de 2025. A partir de 21 de outubro, será implementado o layoff, com possibilidade de prorrogação mensal por até 150 dias.

De acordo com o sindicato, um dos pontos centrais da negociação foi a garantia de que todos os trabalhadores que recebem salário bruto de até R$ 10.000 terão 100% do pagamento líquido preservado durante o período do layoff, assegurando estabilidade financeira às famílias.

“O desafio agora é acompanhar de perto a execução do acordo e garantir que os compromissos assumidos sejam cumpridos. Continuaremos firmes na luta por soluções que preservem os empregos e valorizem a categoria”, concluiu Leandro.

Ainda não há informações atualizadas sobre a situação dos demais empregados de Indaiatuba e Porto Feliz. A Toyota conta com aproximadamente 7 mil trabalhadores nas três plantas.

China acusa EUA de ampliar sanções e ameaçar cadeias globais com novas regras de exportação

 

A China criticou duramente uma nova regra de controle de exportações publicada pelo Departamento de Comércio dos Estados Unidos ao afirmar que a medida “impacta de forma severa a ordem do comércio internacional e mina a segurança e a estabilidade das cadeias globais de produção e fornecimento”. Em comunicado, o Ministério do Comércio chinês disse que as regras norte-americanas, que estendem sanções a subsidiárias de empresas que fazem parte da “lista de entidades” com participação superior a 50%, representam “mais um exemplo típico da generalização, pelos EUA, do conceito de segurança nacional e do uso abusivo dos controles de exportação”.

Segundo Pequim, a decisão de Washington prejudica os direitos e interesses legítimos das empresas afetadas e tem “natureza extremamente nociva”.

O governo chinês declarou-se contra a medida e instou os EUA a “corrigirem imediatamente essa prática equivocada e a cessarem a repressão injustificada contra empresas chinesas”, prometendo ainda tomar as medidas necessárias para “defender com firmeza” seus interesses.

Em outro comunicado, o Ministério do Comércio também reagiu à decisão do Japão de atualizar sua “lista de usuários finais” de exportação, incluindo diversas empresas chinesas.

A pasta afirmou que Tóquio agiu de forma a “prejudicar os interesses das companhias dos dois países”, e pediu a suspensão imediata da prática. Pequim, porém, saudou a exclusão de duas empresas chinesas da lista, medida que “está de acordo com os interesses comuns de ambas as partes”, e disse estar disposta a ampliar a remoção de outras companhias.

Sob Trump, EUA cedem participação no mercado de carne bovina da China para a Austrália; Brasil também aumenta

 


China carne bovina
Enquanto EUA reduzem exportações, Austrália e Brasil vendem mais carne bovina à China (Reuters/Jorge Adorno)

 

A carne bovina da Austrália substituiu a oferta dos Estados Unidos na China desde que o presidente Donald Trump retornou à Casa Branca, direcionando centenas de milhões de dólares, que em anos anteriores iam para a indústria pecuária dos EUA, para os cofres australianos.

Os embarques dos EUA para a China, avaliados em cerca de US$ 120 milhões por mês, despencaram depois que Pequim, em março, permitiu que licenças expirassem em centenas de frigoríficos americanos e quando Trump deu início a uma guerra tarifária de retaliação.

Outras exportações agrícolas dos EUA para a China, o maior importador de alimentos do mundo, também foram prejudicadas desde que Trump voltou ao poder. Apenas em soja, os agricultores americanos perderam embarques no valor de bilhões de dólares durante a atual temporada de colheita.

As exportações de carne bovina dos EUA, em geral, vinham caindo nos últimos anos, à medida que a seca reduziu o rebanho nacional, diminuindo a produção e elevando os preços a níveis recordes. Mas a queda no comércio com a China foi muito mais repentina e extrema.

O valor da carne bovina dos EUA enviada à China caiu para apenas US$ 8,1 milhões em julho e US$ 9,5 milhões em agosto, segundo dados comerciais chineses, comparado a US$ 118 milhões e US$ 125 milhões nos mesmos meses do ano anterior.

A Austrália absorveu essa demanda. Suas exportações de carne bovina para a China saltaram de uma média de US$ 140 milhões por mês nos dois anos até março para US$ 221 milhões em julho e US$ 226 milhões em agosto.

No total, entre os meses de abril e agosto, as exportações americanas de carne bovina para a China renderam US$ 388 milhões a menos do que se o comércio tivesse mantido o nível médio dos dois anos anteriores. As exportações australianas, no mesmo período, renderam US$ 313 milhões a mais.

O Brasil, maior fornecedor de carne bovina da China, também aumentou suas exportações nos últimos meses, mas a Austrália foi quem mais se beneficiou, já que sua carne bovina alimentada com grãos é a que mais se assemelha aos produtos dos EUA.

“É bom para a Austrália”, disse Matt Dalgleish, analista de carne e gado da consultoria australiana Episode 3. “Isso está sustentando preços muito fortes para o gado.”

Casa Branca diz querer senso comum com democratas para evitar paralisação do governo

 Casa Branca: história, segurança, curiosidades - Brasil Escola

A secretária de Imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que o governo buscará encontrar um senso comum com democratas para evitar a paralisação do governo federal, conhecida como “shutdown” nos EUA. “A proposta no Congresso manterá o governo funcionando até janeiro exatamente com o mesmo orçamento atual, apenas corrigido pela inflação”, disse, em entrevista à CNBC.

Leavitt defendeu que a proposta é razoável e sinalizou que o presidente dos EUA, Donald Trump, não deverá ceder à pressão democrata para alterar o orçamento, afirmando que a prioridade é conseguir um projeto orçamentário “limpo”.

 “O trunfo está nas mãos do presidente, porque a maior parte do país quer que o governo continue funcionando”, afirmou ela. “Esperamos que os democratas se juntem aos republicanos nessa luta”.

Gaza

A secretária também comentou expectativas para o encontro entre Trump e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, nesta segunda-feira. Leavitt expressou confiança de que um acordo de paz na Faixa de Gaza está “muito próximo” de ser alcançado, com aprovação também do Hamas, mas reconheceu que os termos não devem satisfazer completamente nenhuma parte. “Os dois lados terão que ceder algo, isso é necessário para encerrar a guerra”, afirmou.

Leavitt relatou que o acordo envolve um plano “incrivelmente detalhado” e que o governo norte-americano deverá entrar em contato com o Catar em breve para discutir as conclusões do encontro entre Trump e Netanyahu.

Galípolo afirma que BC jamais falou que Selic de 15% não é uma taxa alta

 Galípolo diz não ver ataque especulativo em alta do dólar ...

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse nesta segunda-feira, 29, que a autoridade monetária jamais falou que uma Selic de 15% não se trata de uma taxa alta. “Eu acho que o Banco Central jamais falou algo diferente de que 15% não fosse uma taxa de juros alta. Quando você compara com outros países, ou quando você compara até com uma série histórica”, afirmou Galípolo, durante participação em evento do Itaú BBA, em São Paulo.

Apesar de reconhecer o nível restritivo dos juros, Galípolo frisou que o que importa é garantir que a inflação chegue na meta de 3%.

“É importante a gente lembrar sempre que a métrica que o BC recebe, o comando legal, não é uma sugestão, é um comando legal, para colocar a inflação em 3%. Não é para colocar a inflação na média dos outros países. É em, 3%”, detalhou ele.

Nesse contexto, o presidente do BC reforçou que o movimento de convergência para a meta acontece de forma lenta, por conta da resiliência da economia doméstica. Por isso, acrescentou Galípolo, ainda há muito esforço para ser feito pelo Banco Central e o cenário demanda vigilância e persistência.

Ibovespa bate novo recorde de pontuação intradia; dólar é negociado em queda

 

O Ibovespa avançava nesta segunda-feira, renovando topo histórico, com Eletrobras, Itaú e Vale entre os principais suportes, enquanto Braskem voltava a figurar como destaque negativo com preocupações sobre as alternativas para otimizar a sua estrutura de capital.

Por volta de 11h, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, subia 0,82%, a 146.644,83 pontos, tendo marcado 147.558,22 pontos na máxima até o momento, novo recorde intradia. Em setembro, já acumula alta de 3,69%. O volume financeiro no pregão somava R$ 3,38 bilhões.

Na visão de analistas do BB Investimentos, a trajetória mais consistente de médio e longo prazos para o Ibovespa permanece de alta, amparada pelo momento de política monetária nos EUA, a partir do início do ciclo de corte de juros, conforme relatório enviado a clientes.

Eles também citaram que a reunião entre os presidentes do Brasil e dos Estados Unidos, esperada para ocorrer nesta semana, deixa investidores em compasso de espera. “No gráfico semanal, vemos a formação de uma figura de indefinição para a semana, mas ainda dentro de um canal primário de alta”, acrescentaram.

Nesta segunda-feira, o movimento no pregão brasileiro era endossado pelo viés externo, com o índice acionário norte-americano S&P 500 em alta de 0,35% além de alívio nos rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA.

Destaques da bolsa

– MAGAZINE LUIZA ON avançava 3,13%, ampliando a valorização no mês, que já soma 41%. De acordo com relatório da Ágora Investimentos, contudo, o papel está entre as ações com maior taxa de aluguel, de 22,63% conforme dados de sexta-feira.

– CSN ON subia 2,88%, em destaque no setor de mineração e siderurgia, com a controlada CSN MINERAÇÃO ON em alta de 2,64%. VALE ON avançava 0,32%, mesmo com a queda dos futuros do minério de ferro na China.

– BRASKEM PNA caía 3,7%, ainda pressionada pelo anúncio de que contratou assessores para avaliar opções para sua estrutura de capital. Analistas do BTG Pactual veem um risco de diluição para acionistas da petroquímica “firmemente” presente.

– ITAÚ UNIBANCO PN subia 1,34%, batendo máxima histórica intradia de R$39,36, tendo no radar dados de crédito no país divulgados pelo Banco Central. BRADESCO PN avançava 1,3%, BANCO DO BRASIL ON ganhava 1,18% e SANTANDER BRASIL UNIT subia 1,03%.

– ELETROBRAS ON avançava 2,62% e ELETROBRAS PNB subia 2,61%, trabalhando em níveis históricos e também fornecendo apoio para o avanço do Ibovespa.

– PETROBRAS PN recuava 0,99%, acompanhando a fraqueza dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent mostrava queda de 2,84%.

– AMBIPAR ON, que não está no Ibovespa, subia 3,28%, em mais um dia de trégua após fortes perdas na semana passada, em meio a preocupações sobre a companhia após decisão favorável da Justiça do Rio de Janeiro na semana passada sobre pedido de medida cautelar contra credores.

Dólar em queda

Já o dólar operava em baixa nesta manhã de segunda-feira no Brasil, alinhado ao recuo da moeda norte-americana ante outras divisas no exterior, em meio a preocupações sobre uma possível paralisação do governo dos Estados Unidos caso uma lei orçamentária não seja aprovada até terça-feira.

No Brasil, investidores estiveram atentos a declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante evento do Itaú em São Paulo, e aguardam agora a participação do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo.

Às 10h54, o dólar à vista tinha baixa de 0,46%, aos R$ 5,3142 na venda.

Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha baixa de 0,69%, a R$ 5,3180.

Na sexta-feira, o dólar à vista fechou em baixa de 0,49%, aos R$5,3386.

No exterior, o dólar cedia ante boa parte das demais divisas, com o mercado à espera da divulgação de indicadores econômicos no restante da semana e atentos às negociações no Congresso dos EUA, onde parlamentares negociam a aprovação de uma lei para evitar a paralisação de parte do governo.

Às 10h57, o índice do dólar – que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas – caía 0,29%, a 97,859.

No Brasil, após iniciar a sessão próximo da estabilidade, o dólar se alinhou ao exterior e passou a recuar ante o real, com investidores atentos ainda à Conferência Itaú Macro Vision, em São Paulo.

No evento, Haddad afirmou que o governo não está fazendo ajuste fiscal vendendo patrimônio, acrescentando que continuará a perseguir as metas fiscais estabelecidas, tanto para 2025 quanto para 2026.

“A meta da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias)… está sendo perseguida com todo o esforço”, afirmou Haddad sobre o objetivo de 2025. “Para 2026 vai ser igual”, acrescentou.

Galípolo, que falou mais cedo em evento do BC sobre a pesquisa Firmus, fala no evento do Itaú ainda nesta manhã.

 

sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Banco Central prevê crescimento de 1,5% para o PIB em 2026

 


Projeção revisada para este ano é 2% 
 

Diante dos indicadores apresentados, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, avalia que a política monetária conduzida pela instituição está no caminho "que deve ser feito"

 

O Banco Central (BC) divulgou, nesta quinta-feira (25), a projeção de crescimento de 1,5% para o PIB em 2026. A instituição também revisou a projeção para 2025, passando de um crescimento de 2,1% para 2% ao final deste ano. Os dados fazem parte do Relatório de Política Monetária referente ao terceiro trimestre de 2025. O relatório apresenta as diretrizes das políticas adotadas pelo Comitê de Política Monetária (Copom) e avalia a evolução recente e as perspectivas da economia, especialmente as projeções de inflação.

O BC afirma que mantém a expectativa de continuidade da moderada atividade econômica ao longo do segundo semestre de 2025 e que essa tendência deve se estender para 2026. Por conta de fatores como os efeitos, ainda incertos, do aumento das tarifas de importação pelos Estados Unidos, mas também de prognósticos mais favoráveis para a agropecuária e para a indústria extrativa, o BC revisou a projeção de crescimento de 2,1% do PIB apresentada no último relatório, de junho, para 2% em 2025. Já para 2026, a expectativa é de manutenção da política monetária em campo restritivo e baixo nível de ociosidade dos fatores de produção, de desaceleração da economia global e ausência do impulso agropecuário observado em 2025. Por conta desses fatores, o crescimento deverá ser inferior ao deste ano, chegando a 1,5%.

O BC ressalta que a inflação no Brasil segue acima da meta e que esse cenário deverá se manter, conforme a pesquisa Focus, tanto em 2025 quanto em 2026, quando deverá chegar, respectivamente, a 4,8% e 4,3%. A projeção divulgada no Relatório de Política Monetária é que apenas no primeiro trimestre de 2027, ela se aproxime do centro da meta, chegando a 3,4%. A meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CNM) é 3%, com intervalo de tolerância de menos 1,5 ponto percentual e mais 1,5 ponto percentual, isto é, de 1,5% a 4,5%.

 

Atuação do Banco Central

 
Diante dos indicadores apresentados, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, avalia que a política monetária conduzida pela instituição está no caminho "que deve ser feito", como afirmou em coletiva de imprensa após a divulgação do relatório. "A gente vem renovando a mínima sobre desemprego, de maneira sucessiva. O mercado trabalho vem mostrando bastante resiliência, com desemprego na mínima histórica e renda na máxima histórica", diz o presidente.

"Para a gente, o pior cenário que existe para o trabalhador, aquele com a maior queda de renda do trabalho, é quando a gente tem uma inflação elevada. Então, é importante que essa boa performance que se viu nos últimos anos da atividade econômica e do mercado de trabalho seja preservada, preservando a renda do trabalhador. Como é que você preserva a renda do trabalhador? Colocando a inflação na meta, permitindo que ele tenha uma inflação baixa, uma inflação não seja um tema na vida das pessoas", acrescentou. Com o argumento, Galípolo defendeu a decisão do Copom de manter a taxa básica de juros da economia (Selic) em 15%. A taxa é considerada alta pelo governo. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, espera que o cenário seja melhor em 2026 e que possa haver uma queda na taxa.

Com ABR

Cerca de 20% dos cargos administrativos do grupo aéreo Lufthansa estariam ameaçados

 

O Lufthansa, maior grupo aéreo da Europa, prevê reduzir em até 20% seus cargos administrativos para cortar custos frente à concorrência, informaram à AFP, nesta sexta-feira (26), fontes que falaram sob a condição do anonimato.

Estas supressões de cargos poderiam afetar cerca de 3 mil das 15 mil pessoas que trabalham na gestão do grupo aéreo, segundo reportagens publicadas nesta sexta-feira, confirmadas à AFP.

O grupo, que emprega 103 mil pessoas nas empresas Lufthansa Airlines, Austrian, Swiss, Eurowing, Brussels Airlines, e ao qual, em 2025, integrou-se a empresa italiana ITA airways, realizará, na segunda-feira (29), seu dia do investidor em Munique, onde suas metas financeiras serão reveladas.

Contactada pela AFP, Lufthansa não quis comentar as possíveis supressões de empregos, reportadas anteriormente pela agência Reuters.

O chefe do grupo, Carsten Spohr, justificou, nesta sexta-feira, em uma reunião com o pessoal, a redução do efetivo administrativo devido à desvantagem de custo do grupo Lufthansa em relação aos seus principais concorrentes, reportou o jornal alemão Handelsblatt.

O grupo aéreo registrou uma queda em seus benefícios, em 2024, um ano marcado por greves e pela normalização dos preços do transporte aéreo após os aumentos pós-pandemia.

O grupo Lufthansa prometeu continuar, em 2025, seu plano de recuperação para voltar a registrar lucros.

“O Lufthansa deseja centralizar mais sua gestão, o que significa que as empresas do grupo perderão autonomia e se tornarão simples plataformas de produção”, destacou Gerald Wissel, especialista da empresa Airborne Consulting, à AFP.

Se as supressões dos empregos lhe parecem “justificadas”, apontou Wissel, será, no entanto, “difícil demitir tantos funcionários de uma maneira” que pareça socialmente aceitável.

Mercado reage mal a anúncio da Braskem sobre estrutura de capital

 

 

A Braskem anunciou nesta sexta-feira que contratou assessores financeiros e jurídicos para avaliar opções para sua estrutura de capital, em um momento de ciclo de baixa do mercado global petroquímico que ainda deve perdurar por vários anos, segundo avaliações da própria companhia.

“A Braskem…contratou assessores financeiros e jurídicos para auxiliar a companhia na elaboração de um diagnóstico de alternativas econômico-financeiras para otimizar a sua estrutura de capital”, afirmou a empresa sem dar qualquer detalhe. As ações da petroquímica desabavam na bolsa paulista, com queda de 14% por volta das 13h, a R$7,09, chegando a R$7,07 no pior momento, mínima intradia desde março de 2015.

“O anúncio reforça o momento desafiador da companhia, dado o aperto nas margens do setor de petroquímicos, enquanto tarifas de importação mais altas e a aprovação do REIQ/Presiq tornaram-se pré-requisitos para interromper o consumo de caixa em um futuro próximo”, afirmaram analistas do UBS BB.

“Além disso, o anúncio se soma a várias discussões em torno da estrutura da joint venture Braskem Idesa e possíveis ajustes no portfólio”, acrescentou a equipe do banco, que também publicou relatório nesta sexta-feira cortando a recomendação dos papéis da Braskem para neutra e o preço alvo de R$15 para R$10.

Na semana passada, a agência de classificação de risco S&P reduziu a recomendação de crédito da petroquímica de “BB-” para “B+”, e definiu a perspectiva em negativa.

A parceria da petroquímica no México, Braskem Idesa, já havia contratado a Lazard e outros dois escritórios de assessoria para auxiliá-la na avaliação de alternativas financeiras.

Alta alavancagem

A Braskem encerrou o primeiro semestre com uma alavancagem financeira de 10,59 vezes quando medida em dólares, acima do nível de quase 8 vezes de março e do múltiplo de 6,79 vezes do final de junho de 2024.

O presidente da Braskem, Roberto Ramos, fez no início de agosto uma veemente defesa da estratégia de reestruturação da empresa, focada em troca da matéria-prima nafta por gás e produção de químicos “verdes”, derivados de fontes renováveis como cana-de-açúcar e milho.

Na ocasião, o executivo afirmou que o problema da Braskem “não era tamanho da dívida”, citando que a empresa não tem nenhum vencimento de curto prazo e que não era “fã de venda de ativos para amortizar dívida” ao ser questionado sobre rumores na imprensa sobre eventual venda de ativos nos Estados Unidos.

A dívida bruta corporativa encerrou o trimestre em cerca de US$8,5 bilhões, com prazo médio de 9 anos e 68% dos vencimentos a partir de 2030. Ao final de junho, a posição de caixa, excluindo a operação mexicana Braskem Idesa, era de US$1,7 bilhão, sem considerar uma linha de crédito rotativo de US$1 bilhão disponível até dezembro de 2026, segundo dados da companhia.

Novo presidente dos Correios toma posse com desafio de reverter prejuízo bilionário

 

Emmanoel Schmidt Rondon assumiu o cargo de novo presidente dos Correios durante evento realizado nesta sexta-feira (26) em Brasília. A posse ocorre quase três meses após seu antecessor, Fabiano Silva, pedir demissão em meio a sequências de prejuízos registrados pela estatal.

Novo CEO, Rondon foi escolhido pelo presidente Lula após atuar como gerente executivo da diretoria de governo do Banco do Brasil, onde era funcionário de carreira. É economista graduado pela Universidade Federal Fluminense e possui MBA em Administração de Empresas pelo Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais.

“Quem ama, cuida; e é esse amor incondicional pela empresa e a determinação em trabalhar em conjunto que vai restaurar o orgulho e a eficiência dos Correios, que desempenham um papel fundamental no Brasil. Conto com o apoio e a colaboração de todos para enfrentar os desafios e implementar as melhorias necessárias”, afirmou Rondon em seu discurso durante a posse do novo cargo.

A crise dos Correios

A pedido de Lula, Fabiano Silva permaneceu de modo interino no cargo após sua demissão enquanto se buscava um substituto. O centrão cobiçava o posto, porém o presidente optou por um nome com 25 anos de experiência no mercado financeiro como uma tentativa de salvar as contas da empresa.

A empresa registrou um prejuízo de R$ 4,37 bilhões no primeiro semestre de 2025, crescimento de 222% em comparação às perdas de R$ 1,35 bilhão registradas no mesmo período do ano anterior. A empresa responde pela maior parte do déficit total das estatais brasileiras.

Na divulgação do balanço, a empresa afirmou que “enfrenta restrições financeiras decorrentes de fatores conjunturais externos que impactaram diretamente a geração de receitas” e fez referências a uma diminuição da operação internacional após a entrada em vigor da taxa das blusinhas.

Ao abordar o cenário financeiro adverso da estatal, a ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, declarou em julho que a recuperação da empresa está condicionada a um ajuste fiscal. Segundo ela, o caminho envolve tanto a redução de custos operacionais quanto a busca por novas fontes de faturamento.

Entre as estratégias para ampliar os ganhos já anunciadas estão um plano de contingência e a criação de um marketplace próprio para entrada no segmento do e-commerce, em que a empresa concorrerá com gigantes como Mercado Livre, Shopee e Amazon.

 

Ministro das Comunicações, Frederico de Siqueira Filho cumprimenta o novo CEO dos Correios durante cerimônia de posse. 26/09/2026
Ministro das Comunicações, Frederico de Siqueira Filho cumprimenta o novo CEO dos Correios durante cerimônia de posse. 26/09/2026 (Crédito:Shizuo Alves/MCom)

Latam confirma cronograma de entrega da Embraer para E2 e foco em 30 novos destinos

 

A Latam Airlines vai receber os jatos E195-E2 encomendados junto à Embraer “relativamente rápido” e espera que a encomenda sirva para adicionar 25 a 30 destinos em sua malha aérea no Brasil, afirmou o presidente-executivo da operação brasileira do grupo chileno, Jerome Cadier, nesta sexta-feira.

“Uma importante parcela deles será entregue no próximo ano, até o final do próximo ano, e outra parte em 2027”, disse o executivo, acrescentando que a empresa vai decidir nos próximos seis meses que rotas os jatos vão atender.

A unidade brasileira da Latam é a maior companhia aérea em atuação no Brasil em participação de mercado. A empresa anunciou na segunda-feira encomenda firme de 24 aviões E195-E2, com opções de compra de outras 50 aeronaves.