quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Leonardo Loewenstein, empresário de comex e especialista em mercado chinês.


Semanas de modas acontecendo e o business fashion a todo vapor. Quando achamos que o mercado de fusões e aquisições da indústria de moda está consolidada eis que surgem novidades e desta vez é Michael Kors!!

O estilista resolveu vender parte de sua participação acionária na Michael Kors Holdings Inc, empresa que administra a sua marca. O marcado foi pego de surpresa poque a MK vai bem obrigado, e anunciou um aumento de vendas algumas semanas antes e as ações da empresa triplicaram de valor desde que foram lançadas na bolsa de NY em dezembro de 2011. É aguardar!
E nós por aqui vamos continuar a nossa saga chinesa e ler a entrevista de Leonardo Loewenstein, especialista em comércio chinês que entende como poucos as nuances deste mercado que desperta uma relação de amor e ódio entre os empresários brasileiros.


Confiram!!

Estamos cada vez mais importando moda da china? porque? mesmo com a burocracia brasileira importar da china é vantajoso?

Sim, importamos cada vez mais roupas da China pois a qualidade e o design tem melhorado muito.

Na última década grande parte das grandes grifes e designers mundiais passaram não só a produzir massivamente na China, eles abriram escritórios nas principais cidades, mandaram seus funcionários para a China para que estes pudessem controlar desde a seleção da matéria prima até a produção, para garantir a qualidade do produto. Isso impulsionou as fábricas chinesas a utilizarem e produzirem itens de melhor qualidade.
O que há uma década era produzido na China e quase 100% exportado, agora começa também a ser consumido pelos próprios chineses, pois a renda deles vem crescendo gradativamente.
Importamos muito da China, mas também exportamos tendências, design e recursos humanos. Sempre que vou a Guangzhou encontro com modelos brasileiros passando uma temporada por lá, fazendo catálogos de roupas de grifes até lojas de departamento Chinês.
Se a seleção do fornecedor/produto for bem feita, mesmo com toda a burocracia e altos impostos do Brasil, a importação pode sim valer a pena. Mas tem de ser bem estudada e toda planificada antes de se efetuar a importação. Muitos empresários têm prejuízos na 1ª importação, pois a fazem sem dar devida ênfase na seleção criteriosa de fornecedores, sem ir à China ou contratar uma empresa que possa lhe ajudar antes de efetuar a compra.




 A qualidade da moda chinesa está em que nível comparada com a brasileira?

O Brasil tem mais nome, experiência e tradição em segmentos da moda mundial, como moda praia, calçados etc, mas a China investe muito na melhoria de todos os seus setores produtivos e isso inclui moda e design. Eles são o país que mais tem investido em educação e há uma nova geração sendo preparada e treinada nas melhores escolas de design, na só da China, mas de todo o mundo. A China é um dos países que mais manda estudantes para cursar universidades no exterior. Ela está ávida para mudar a definição de que produto feito na China é de baixa qualidade, sem design, só cópia. Faz parte do ultimo plano quinquenal deles que todos os produtos chineses devem melhorar de qualidade, inovar, ser tornarem referencia no mercado. Eles querem criar marcas mundiais, com padrões de qualidade respeitados no mundo inteiro. Segundo os chineses, o tempo do Made in China está acabando, é hora de substituí-lo por Design in China. 



A moda chinesa é uma ameaça aos pólos de moda  brasileiros a curto prazo? Porque?

Para os empresários que administram seus negócios sem olhar para o futuro, sem se atentar para  que o comercio hoje é mundial, que é preciso estar ciente e se adequar as rápidas mudanças de um mundo cada vez mais globalizado e interligado,  resposta é sim.
Não existe ambiente de negócios sem competição, seja interna(doméstica) ou externa(internacional).
Os empresários que demoram ou não querem aceitar, enxergar isso, vão passar dificuldades ou serem excluídos do negócio. Já aqueles que estão antenados, investindo em design próprio, a par das tendências e pronto para mudar o rumo de seu negócio, a resposta é não.
Competir diretamente com os chineses, quando se fala de preço e volume é praticamente impossível, então mude sua estratégia, procure parceiros chineses, internacionalize sua empresa! Faça o que o a Europa e EUA já fazem a décadas! Vá a China para estudar e entender o que é o comercio com a China. Transforme um possível competidor em um recurso a ser explorado.




Como é o processo de importação da China?

É um processo que vem aumentando bastante nos últimos anos, e que constantemente é alvo de fiscalizações por parte da receita federal para evitar subfaturamento, emissão de certificados de origem falsos  e triangulações da mercadoria, principalmente pelo Paraguai, Uruguai e Argentina.  Como todo segmento da indústria nacional que sofre com a competição chinesa, a indústria de têxteis e vestuário brasileira reclama e pressiona seus representantes políticos por medidas de proteção da indústria nacional. Eu acho válido que a indústria nacional tome medidas para evitar fraudes, subfaturamento etc, mas na minha opinião, não se deve gastar toda a energia tentando proibir a entrada do produto chinês aqui. Se ele é mais barato e vem dominando o mercado mundial, não há como lutar contra isso, bater de frente! É hora de investir em capacitação do nosso mercado, da nossa mão de obra, flexibilizar nossa legislação trabalhista e diminuir nossa carga tributária, que é o grande inimigo oculto. 

Seguindo exemplo de grandes marcas globais como Gap, Zara e Top shop, grandes marcas brasileiras estão optando pelo Outsourcing chinês com designer próprio. Compensa? o parque industrial têxtil brasileiro corre o risco de se tornar chinês?

Tem compensado, mas já não é tão rentável como há 5, 7 anos atrás. O valor dos salários dos operários chineses vem subindo gradualmente e já não se encontrar tantos chineses vindos do campo com disposição de trabalhar em fábricas sendo mal pagos como seus antecessores. O que diferencia os empresários de moda bem sucedidos hoje em dia é que eles estão antenados nas mudanças e tendências mundiais, pois investiram em Outsorcing quando poucos faziam isso. Viram que outsourcing sem gerencia e design próprio não dava resultados satisfatórios, então mandaram seus gerentes para a China, para morar  lá e gerir o business in loco.

Além disso eles são os primeiros a mudar e se adaptar a novas realidades, como a crise europeia e alta do custo de produção na China, e rapidamente começam a produzir em outros países, como no leste europeu e Turquia, que por estarem mais próximos, não terem barreiras alfandegárias, transporte, logística,  tempo de entrega e necessidade de menor volume de compras, vem ganhando espaço frente aos produtos produzidos na China. 

Mas a China tem um fator que ao invés de ser uma ameaça ao setor têxtil/moda brasileiro, pode se transformar em uma vantagem, se bem usada e prospectada.

Como o povo chinês tem melhorado de vida e é o país que mais tem produzido novos bilionários, tem uma classe média com quase 300 milhões de pessoas, isso a faz ser um imenso mercado consumidor, com potencial inimaginável. Não é a toa que todas as grandes grifes de luxo estão abrindo lojas e escritórios na China. Há uma década atrás era só para produzir lá e exportar tudo para o mundo. Agora está começando a hora de vender para a China, e o chinês com dinheiro não quer produto chinês, ele quer o importado!!

Os empresários brasileiros de visão não ficam parados reclamando da situação, eles arregaçam as mangas e vão para China buscar parceiros, para investir nas suas fábricas, em seus produtos e marcas, para vender pra China!!



Quais as principais dificuldades de se importar moda no Brasil? 

Eu diria que, tanto no setor de moda como em quase todos os setores do comercio no Brasil, os pequenos e médios empresários sempre tem mais dificuldade e isto não está relacionado à falta de capital para importar, mas principalmente pela falta de informação, baixa escolaridade, falta de domínio do inglês, pouco contato e familiaridade com as tendências do comercio internacional e vários outros fatores.

Infelizmente o que acontece com muitos pequenos e médio empresários, é que quando decidem internacionalizar suas compras ou vendas, não dão o devida atenção ao processo de pesquisa, seleção e qualificação de possíveis fornecedores ou parceiros internacionais. A maioria se dispõe a gastar um bom dinheiro comprando produtos, mas poucos se preocupam em gastar com o levantamento de informações, em ir à China, em contratar gente especializada para fazer toda a parte anterior a compra. Também acontece de decidirem importar sem se preocuparem em garantir que o produto esteja de acordo com a modelagem do corpo do brasileiro e não do Chinês, que é totalmente diferente!

Eu comecei a pesquisar sobre a China pois também sou comerciante, e queria comprar uma linha de produtos para revender. Passei mais de 6 meses pesquisando sobre como é o comercio na China, fornecedores, como selecionar, preparando a minha 1ª viagem, me inscrevendo em feiras na China etc. Assim como outros pequenos e médios empresários, tive muita dificuldade de obter informação ou ajuda aqui no Brasil sobre como achar, selecionar e comprar de fornecedores chineses. Antes mesmo de viajar para a China pela 1ª vez já vislumbrei a ideia de criar uma empresa de consultoria e assessoria, para ajudar os empresários do Brasil a selecionar e negociar tudo referente a importação ou exportação com a China. Assim nasceu a Coletiva Trading!





terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

O Brasil e sua hostilidade com os exportadores

Brasil está mais hostil para o exportador, segundo indicadores

Indicadores coletados pelo governo e pelo Banco Mundial apontam que o Brasil, além de ser um dos países mais inóspitos para o surgimento de empresas exportadoras, tem se tornado ainda mais hostil nos últimos anos.

Para especialistas, os resultados refletem a perda de competitividade da produção nacional e lançam dúvidas sobre a solidez do aumento do comércio com o exterior dos últimos anos. Em uma base de dados elaborada pelo Banco Mundial com o desempenho de 45 países, a maioria emergentes, o Brasil aparece com a mais baixa taxa de entrada em sua lista de exportadores.

Entre 2006 e 2008, em média, apenas 22% das empresas exportadoras eram estreantes na venda para o mercado externo, contra 38% no conjunto das economias pesquisadas pela entidade. Há dez anos, quando o volume exportado pelo país não chega a um terço do atual, a taxa de entrada brasileira chegava aos 30%. Números preocupantes, dizem os economistas Otaviano Canuto, Matheus Cavallari e José Guilherme Reis, autores do estudo "Exportações brasileiras: descendo um abismo de competitividade".

"Novos exportadores são em média mais eficientes que os não exportadores. Taxas de entrada baixas e decrescentes podem ser associadas a baixa produtividade das firmas e/ou a altos custos para exportar", diz o texto. "A exportação fortalece a empresa. Ela passa a conhecer seus adversários e se prepara para enfrentá-los melhor no mercado nacional. Se isso não acontece, ela acaba sendo engolida mais à frente pelos importados", afirma José Augusto de Castro, presidente daAssociação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).

As estatísticas mais atualizadas do Ministério do Desenvolvimento mostram que o número de exportadores cai no país desde 2007, quando foi adotado o atual método de contagem, que inclui as vendas pelos Correios. Desde então, o número de empresas caiu de 20,9 mil para 18,6 mil no ano passado, embora as exportações tenham se elevado de US$ 160,6 bilhões para US$ 242,6 bilhões --mesmo com a queda contabilizada em 2012.

Em outras palavras, as exportações ficaram mais concentradas em menos empresas, em geral de maior porte. No mesmo período, aumentou a participação de produtos primários na pauta, com queda dos industrializados.

Segundo a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), hoje cerca de mil empresas são responsáveis por 85% do total de exportações brasileiras.

O câmbio desfavorável - o dólar barato torna os produtos nacionais mais caros no exterior- é frequentemente apontado como a principal razão para os resultados.

Fonte: Folha de São Paulo

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Oriente Médio é mina de ouro para os fornecedores internacionais de alimentos




Só nos Emirados, segunda economia da região do Golfo, atrás apenas da Arábia Saudita, o consumo de alimentos movimentou US$ 7,7 bilhões no ano passado e pode chegar a US$ 9 bilhões em 2013, de acordo com ela.

Os países do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC), segundo a ministra, importam cerca de 90% dos alimentos que consomem. Isso se deve à pouca área cultivável, escassez de água e a uma população jovem e crescente.

Qasimi reiterou que as importações de alimentos pelo bloco deverão mais do que dobrar até 2020, ultrapassando US$ 53 bilhões anuais.

Nesse sentido, ela ressaltou que o setor representa “mais do que um negócio” para a região, é algo vital que coloca a questão da segurança alimentar no topo das preocupações locais. O GCC é formado por Arábia Saudita, Emirados, Catar, Bahrein, Kuwait e Omã.

“Ao longo dos próximos anos eu espero que, além de falar sobre negócios, nós possamos descobrir como fazer esta indústria prosperar para atender as aspirações do povo árabe”, destacou a ministra.

“Eu espero que vocês (empresários) consigam incluir temas essenciais neste diálogo, como sustentabilidade, segurança e comunidade”, acrescentou.

Além da importância como mercado consumidor, Qasimi destacou o papel dos Emirados como entreposto comercial do ramo, sendo o primeiro reexportador mundial de arroz e forte também nas áreas de café, chá e açúcar.
Tanto que o comércio exterior destes produtos movimenta no país muito mais do que o consumo local.

Segundo a ministra, a corrente comercial de alimentos movimentou US$ 80,4 bilhões nos Emirados nos últimos cinco anos, um avanço de 84% em relação ao período anterior. As importações responderam por US$ 59,2 bilhões.

É de olho nesta “mina de ouro” que estão as empresas que participam da Gulfood, uma das feiras de negócios mais movimentadas da região.

É difícil andar pelos corredores do Dubai World Trade Centre sem esbarrar em algum brasileiro de vez em quando.

O Brasil participa da mostra desde 2007 e este ano está presente com mais de 50 expositores de diferentes áreas da indústria de alimentos e bebidas.

Câmara de Comércio Árabe Brasileira tem um estande em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos

(Apex).

Primeira  vez

Além dos expositores tradicionais, o mercado aquecido atrai novos fornecedores, como é o caso do Equador, que participa da mostra pela primeira vez com um pavilhão.

O país abriu em outubro do ano passado um escritório comercial em Dubai e a presença na Gulfood é a primeira promovida pelo órgão em um evento do gênero. 
“É estratégico para o Equador entrar em novos mercados internacionais”, declarou o chefe do escritório, Hussam Hassan, palestino nascido no Iraque, que viveu no país sul-americano e fala espanhol fluentemente.

“Por isso resolvemos participar da Gulfood”, acrescentou. Em sua avaliação, estar nos Emirados facilita o acesso a outras nações emergentes, especialmente do Oriente Médio e África. Hassan conhece bem a comunidade de negócios da região, pois até há pouco tempo trabalhava na Dubai Exports, agência de promoção de exportações do emirado.

A presença equatoriana começa pequena, com quatro empresas, mas com um visual bonito, o que inclui expositores trajando chapéus Panamá, que, apesar do nome, são produzidos no Equador.

As companhias presentes são a Nirsa, de atum, a Earth Fructifera, de frutas e vegetais, a Banalight, que produz purês de banana e manga, e a Pacari, de chocolates.

Hassan concorda com o diretor da feira, Mark Napier, que em entrevista à ANBA publicada no último domingo, disse que há um aumento do interesse pela culinária sul-americana no Oriente Médio.

“Os alimentos, vegetais, frutas, de melhor qualidade, são da América do Sul”, destacou. Ele disse ainda que a facilitação do comércio de itens perecíveis entre as duas regiões, por meio da abertura de linhas aéreas diretas, também incentiva esta demanda.

Fonte: Anba



Brasil precisa de R$ 600 bi em 5 anos para rodovias, ferrovias, portos e aeroportos








 Bernardo Figueiredo (foto), presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), que faz parte do grupo de técnicos de confiança da presidenta Dilma, em seus encontros fechados com empresários e grupos de investidores para expor os projetos de infra-estrutura do governo, tem deixado as plateias impressionadas com um número colossal: os próximos cinco anos vão exigir de R$ 500 bilhões a R$ 600 bilhões para cobrir o déficit de investimentos em rodovias, ferrovias, portos e aeroportos.

Tanto na exposição de Figueiredo na Confederação Nacional da Indústria quanto na Fiesp, ambas realizadas na semana passada, os representantes do setor privado deixaram claro que estão dispostos a participar das concessões e arrendamentos, mas disseram que não têm como cacifar investimentos tão vultosos.

Afirmaram em coro que um investimento desse nível só será possível com o apoio do BNDES. Figueiredo concordou com a presença do banco estatal, mas explicou que o governo não pretende jogar todo o peso da conta nas costas do da instituição pública de fomento.

Alguns dos empresários presentes ao encontro em Brasília e em São Paulo argumentaram que, sem o BNDES, o setor privado não assumirá sozinho o encargo pelos projetos. E lembraram que os grandes bancos privados brasileiros não se dispõem a financiar obras de infra-estrutura com longo prazo de maturação.

Também disseram a Figueiredo que o retorno com tarifas e pedágios não é suficiente para cobrir custos de grandes projetos de rodovias e ferrovias, por exemplo.

O presidente da EPL ouviu atentamente as ponderações, reafirmou que o déficit de infra-estrutura do país hoje está em torno de R$ 500 bilhões, mas insistiu que não se pode esperar que o BNDES assuma todos esses riscos.

O investimento é grande demais até mesmo para o banco de desenvolvimento, cujo desembolso anual nos anos recentes girou em torno de R$ 100 bilhões.

Figueiredo anunciou que aproveitará o road show dos projetos de infra-estrutura que será feito em março em Nova York para visitar Washington, onde tentará convencer o Banco Mundial (Bird) a financiar parte do pacote de infra-estrutura.

E confirmou que o governo decidiu tornar mais atraentes as condições dos editais de privatização.

A taxa de retorno dos projetos de rodovias e ferrovias passará de 5% para 15% e o prazo das concessões e arrendamentos será ampliada de 30 para 35 anos.

Com isso, o governo espera tornar o negócio mais seguro e lucrativo.
Diante da cifra recorde de R$ 500 bilhões, a presidenta Dilma ainda vai decidir se anuncia o pacote de uma tacada só em maio ou o faz de maneira fatiada em quatro blocos, com apresentação em maio, junho, julho e agosto.

Todos os editais serão publicados este ano.
Uma decisão, porém, já foi tomada: Dilma reativou o Conselho Nacional de Infra-estrutura de Transportes (Conit), que terá seis membros do governo, seis do setor privado e seis representantes de trabalhadores.
O Conit também será presidido por Bernardo Figueiredo.



Consultoria – uma tradição humana



 
A consultoria  surgiu através das relações humanas. É uma troca de conhecimento  de qualquer assunto que requeira prudência e reflexão e uma resposta  mais adequada, um conselho ou de forma mais complexa, porém menos objetiva, de um parecer.
Podendo assim  concluir que a consultoria constitui-se na transição do conhecimento e da experiência de um homem em prol de um objetivo humano. Essencialmente, é busca constante do saber preparado para o benefício de outrem. Nas belas palavras de Peter Becker "A consultoria em sua melhor forma é um ato de amor: o desejo de ser genuinamente útil aos outros. Usar o que sabemos, ou sentimos, ou sofremos no caminho para diminuir a carga dos outros.".

Consultoria enquanto atividade profissional

Consultoria é o serviço de apoio aos gestores ou proprietários de empresas, para auxiliar nas tomadas de decisões estratégicas, com grande impacto sobre os resultados atuais e futuros da organização.
O foco da consultoria é definir a melhor alternativa de ação num ambiente de negócios repleto de incertezas, riscos, competição e possibilidades desconhecidas, que representam para os gestores da empresa um problema complexo e de grande importância.
Existem dois tipos de consultoria: a Consultoria Interna e a Consultoria Externa:
1 - Consultoria Interna - Normalmente feito por empregado dentro da empresa , ou seja,  faz parte da estrutura organizacional e está inserido em sua cultura e valores.
2 - Consultoria Externa  ou Autônoma) -  Será um empregado de uma  de consultoria externa  contratado pela empresa para  ajudá-los numa situação especifica e geralmente trabalha em equipe com outros consultores de outras especialidades em uma empresa de consultoria com denominação "Consultores Associados". Muitos autores consideram apenas o segundo  como Consultor efetivamente.
Consultoria e seu enfoque   
Como podemos observar a informação, hoje, está disponível  à todos no mercado. E há muita informação disponível. Umas não custam nada, além da dedicação e do tempo de procurá-las na biblioteca da esquina, ou na Internet. Já, outras, custam muito caro, haja vista o preço cobrado por uma McKinsey, a maior empresa de consultoria do mundo.
A informação sozinha  e esparsa,  não agrega muito valor. É necessário ter uma visão sistêmica das inter-relações entre as diversas informações, compondo um corpo de conhecimento. É necessário agregar ao conhecimento a capacidade de ação na facilitação da obtenção dos resultados esperados pelos clientes.
A consultoria começa com explicações ao cliente sobre benefícios, necessidades, métricas, e outros aspectos do trabalho  e termina, com novas explicações sobre benefícios, necessidades e desejos.
Enfim, é um mercado de prestação de serviço em grande crescimento no país, sendo que em sua grande maioria de consultores são hoje pessoas aposentadas ou acima da faixa etária de 40 anos que não estão conseguindo retornar ao mercado de trabalho e  possuem grande conhecimento técnico e experiência e estão criando esse nicho de mercado, tão necessária nesse mundo competitivo de negócios.
Esilda Alciprete
Advogada Empresarial e Consultora de Negócios Internacionais 

AVANÇOS ILUSÓRIOS

Estas tendências, entre outras, segundo ele, são desindustrialização; reprimarização das exportações; maior dependência tecnológica; desnacionalização; perda de competitividade internacional; crescente vulnerabilidade externa estrutural; maior concentração de capital e política econômica marcada pela dominação financeira.

Até mesmo no campo social o professor da UFRJ vê ilusão onde o governo vende “conquistas notáveis”. Para ele, as políticas distributivas não atingem a estrutura de concentração de riqueza e não alteram a distribuição funcional da renda (salários versus juros, lucros e aluguéis). No que se refere ao desenvolvimento social, tomando o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) como referência, Gonçalves constata “a total ausência de ganhos do país relativamente ao resto do mundo”.

O Brasil Negativado também aparece em outro importante indicador de desempenho econômico, a inflação. Durante os governos petistas a taxa média de inflação é 6,1% (preços ao consumidor). Segundo o estudo, a taxa de inflação no Brasil é maior do que média mundial em 6 anos e maior do que a mediana mundial em 9 anos.

A melhora na distribuição de renda, na visão de Gonçalves, não é vigorosa ou sustentável em decorrência da própria natureza do modelo de desenvolvimento, que envolve trajetória de desempenho fraco e instável. Ele alega que os indicadores capturam fundamentalmente os rendimentos do trabalho e os benefícios da política social, e a Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios (PNAD), que serve de base para o cálculo dos indicadores de desigualdade, subestima os rendimentos do capital (juros, lucros e aluguéis).

Segundo o estudo, a distribuição da riqueza, muito provavelmente, não se alterou tendo em vista a vigência de elevadas taxas de juros reais no governo Lula, o reduzido crescimento do salário médio real, a concentração de capital e a ausência de medidas que inibam práticas comerciais restritivas (abuso do poder econômico) das grandes empresas.

Também como exemplo de concentração de capital e de riqueza, Gonçalves ressalta que no início do século XXI o valor dos ativos totais dos 50 maiores bancos era igual aos ativos totais das 500 maiores empresas; em 2011 os ativos dos 50 maiores bancos eram 78% mais elevados do que os ativos das 500 maiores empresas.

A base de dados do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) com coeficientes de Gini (que mede a desigualdade) num painel de 110 países mostra que, apesar de haver queda da desigualdade na América Latina na primeira década do século XXI, os países da região continuam com os mais elevados indicadores de desigualdade de renda no mundo.

Em meados desta década, lembra Reinaldo Gonçalves, 4 entre os 5 países com maior desigualdade estão na região (Colômbia, Bolívia, Honduras e Brasil). No conjunto dos 10 países mais desiguais, há 8 países latino-americanos. Segundo o levantamento, o Brasil experimentou melhora marginal na sua posição no ranking mundial dos países com maior grau de desigualdade entre meados da última década do século XX e meados da primeira década do século XXI, saiu da 4ª posição no ranking mundial dos mais desiguais para a 5ª posição.

Gonçalves ressalta que os avanços que ocorrem no Brasil não implicam ganhos em relação ao resto do mundo durante os governos petistas. Ele toma como exemplo o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do PNUD. Embora ao longo do período 2000-11 o IDH do Brasil tenha aumentado de 0,665 em 2000 para 0,718 em 2011, este mesmo fenômeno ocorreu com a maioria dos países. Em consequência, destaca Gonçalves, não há mudanças nas diferenças entre o IDH do Brasil, que se manteve praticamente estável (70ª posição) durante os governos petistas, e a média dos IDHs dos outros países.

Merval Pereira
O Globo

Petrobrás vai a China para evitar atraso na produção

Petrobras transferiu para o exterior parte das obras de, pelo menos, quatro plataformas para o pré-sal da Bacia de Santos

Petrobras (Foto: Rede Globo)

Preocupada em acelerar a produção de petróleo e temendo atrasos na entrega de equipamentos, a Petrobras transferiu para o exterior parte das obras de, pelo menos, quatro plataformas para o pré-sal da Bacia de Santos. Contratados por mais de US$ 2 bilhões e regras de conteúdo local de até 70% para estimular a indústria local, os serviços foram iniciados na Indonésia e no estaleiro Cosco, em Dalian, na China.
No Brasil, o cronograma estava atrasado por deficiências nos estaleiros Inhaúma (RJ) e Rio Grande (RS). Uma parte trabalhosa do processo (troca de chapa), intensiva em mão de obra, será transferida para a China, com possível redução de postos de trabalho no Brasil.
 
Serão feitos no Cosco uma parcela da transformação (conversão) de três navios em plataformas (P-75, P-76 e P-77) para a área da cessão onerosa, que produzirá até 5 bilhões de barris no pré-sal. Também serão feitos no estaleiro chinês estruturas do casco de uma plataforma replicante (que repete exatamente o projeto de outro equipamento) para o pré-sal de Santos. "Claramente este é um movimento da Petrobrás para poder acelerar o desenvolvimento dos campos", disse o presidente da Odebrecht Óleo e Gás, Roberto Ramos.
A Petrobras também negocia no exterior para afretar (alugar), e não construir, as cinco plataformas (FPSOs) extras para a área da cessão onerosa. O afretamento facilita o cumprimento de meta de conteúdo local, pois a embarcação é computada dentro do cálculo para todo o sistema.
A petroleira diz que não há decisão sobre afretamento. Mas o jornal O Estado de S. Paulo apurou que pelo menos duas unidades são negociadas com a SBM, de Mônaco, e com a Modec, japonesa. Fontes do setor dão como certo que haverá descumprimento de conteúdo local nas obras subcontratadas ao estaleiro Cosco. A Petrobrás, que precisará prestar contas à Agência Nacional do Petróleo (ANP), nega. "Não haverá descumprimento", afirma, em nota.
O grupo EEP, do estaleiro Inhaúma, responsável pela conversão das P-74, P-75, P-76 e P-77, também afirma que cumprirá o conteúdo local estabelecido no contrato com a Petrobrás, prevendo até 35% de realização no exterior.
Se extrapolar os limites de conteúdo local na conversão, a compensação terá de ser feita na fase de montagem da planta industrial na plataforma (integração). "O conteúdo local é muito mais influenciado pela construção dos módulos e equipamentos para o processamento do petróleo", diz a petroleira.
A decisão da Petrobras de recorrer à China já mostra que a companhia não está disposta a correr o risco de retardar o aumento de sua produção por causa dos atrasos da indústria nacional. O governo usa os contratos da Petrobras para reativar o setor naval. Mas, para acelerar o processo foi necessário fazer as encomendas antes de os canteiros para as obras (dos estaleiros) estarem prontos. Com o avançar dos projetos, os gargalos da indústria nacional ficam mais evidentes.
A Petrobras reconhece que houve uma mudança de estratégia por causa da falta de disponibilidade dos dois estaleiros. No caso da plataforma replicante, parte do casco será feita no Cosco por causa do atraso nas obras de construção dos cascos, a cargo da Engevix, no Estaleiro de Rio Grande. A Engevix não comentou. O contrato inclui oito cascos replicantes e soma US$ 3,1 bilhões.
O diretor de Engenharia da Petrobras, José Figueiredo, esteve na China no fim de janeiro para vistoriar as obras e se certificar de que estão no prazo. Já foi iniciada no Cosco a troca de casco, limpeza e construção de módulos de acomodação, entre outros serviços, para as P-75 e P-77.
A P-76 passa por limpeza na Indonésia e depois segue ao Cosco. Os três navios nem sequer estiveram no Brasil, foram da Malásia direto para Indonésia e China. Apenas a P-74 segue o processo de conversão no estaleiro Inhaúma, no Rio. As quatro plataformas da cessão onerosa, juntas, serão responsáveis por até 600 mil barris/dia, equivalente a 30% da atual produção da Petrobras. Estão programadas para entrar em 2016 e 2017 nos Campos de Franco 1, 2 e 3 e de Nordeste Tupi.
 
Concorrência
Segundo colocado na disputa para a conversão dos quatro navios para a área da cessão onerosa, o presidente da Andrade Gutierrez Óleo e Gás, Paulo Dalmazzo, diz que um descumprimento das regras de conteúdo local seria ilegal. "Perdemos a concorrência por oferecer preço maior, pois iríamos fazer no Brasil. Para fazer no exterior teríamos conseguido preço melhor do que o do vencedor. A Petrobras não pode rasgar uma concorrência."
O consórcio formado pela Odebrecht, UTC e OAS, reunido no EEP-Inhaúma, venceu o contrato das quatro conversões com US$ 1,753 bilhão. A Andrade Gutierrez ofertou US$ 580 milhões a mais.
A ANP disse que, pelas regras contratuais, iniciará a fiscalização somente ao final de cada módulo da etapa de desenvolvimento. Se ao final da fiscalização for apurado o não cumprimento da meta estabelecida no contrato a Petrobrás será multada, informa a agência.
(*Com informações do jornal O Estado de S. Paulo)