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Atuação: Consultoria multidisciplinar, onde desenvolvemos trabalhos nas seguintes áreas: fusão e aquisição e internacionalização de empresas, tributária, linhas de crédito nacionais e internacionais, inclusive para as áreas culturais e políticas públicas.
sexta-feira, 22 de março de 2013
Fevereiro registra déficit de US$ 6,6 bi em transação corrente; BC prevê déficit externo de US$ 67 bi em 2013
Diplomata vê 'momento de ouro" na relação Brasil-EUA
Por Sergio Lamucci | De Washington
A relação entre Brasil e
Estados Unidos vive um momento favorável, com avanços expressivos em
áreas como educação, ciência e tecnologia, inovação e energia, disse
ontem Todd Chapman, ministro-conselheiro da embaixada americana em
Brasília. Ele vê um "momento de ouro" no relacionamento entre os dois
países, discordando da avaliação de que a relação é morna.
Em entrevista a jornalistas brasileiros em Washington, Chapman afirmou que a aprovação, pelo Senado brasileiro, do Acordo de Troca de Informações Tributárias entre Brasil e Estados Unidos, no começo do mês, é "encorajadora", e pode abrir espaço para a negociação de um tratado de bitributação.
Chapman destacou a intensificação dos negócios entre os dois países. Citou a compra da Amil pela American Health, definida em outubro do ano passado, e a da Drogaria Onofre pela CVS, em fevereiro. São investimentos em novas áreas, ressaltou ele,que vão além dos realizados por empresas americanas que há muito tempo têm presença no Brasil. Chapman disse ainda que empresas brasileiras também investem mais nos EUA.
Outro ponto importante, segundo o diplomata americano, é a presença da Embraer nos EUA, que venceu licitação para fornecer aviões para a Força Aérea americana. A parceria entre Embraer e EUA está muito bem estabelecida", disse Chapman, segundo quem não é possível entrar num aeroporto no país em que não haja um avião fabricado pela empresa brasileira.
Sobre as medidas protecionistas adotadas pelo governo brasileiro no ano passado, com a elevação de tarifas de importação de cerca de cem produtos industriais, o que desagradou ao governo americano, Chapman disse que "isso pertence mais ao USTR (a secretaria de Comércio dos EUA). Acho que o mais importante é continuar ampliando o comércio entre EUA e Brasil, e trabalhar nos temas que vão facilitar essa expansão", afirmou o conselheiro.
"Há medidas tarifárias sobre as quais talvez não estejamos 100% de acordo, mas há maneiras de conversar sobre isso. O importante é ter os mecanismos para discuti-los. Eles existem e estão sendo utilizados", disse Chapman. "Nós acabamos de ter o diálogo comercial em Washington, no fim de fevereiro, que foi muito construtivo. Vamos continuar conversando sobre esses temas."
Em entrevista a jornalistas brasileiros em Washington, Chapman afirmou que a aprovação, pelo Senado brasileiro, do Acordo de Troca de Informações Tributárias entre Brasil e Estados Unidos, no começo do mês, é "encorajadora", e pode abrir espaço para a negociação de um tratado de bitributação.
Chapman destacou a intensificação dos negócios entre os dois países. Citou a compra da Amil pela American Health, definida em outubro do ano passado, e a da Drogaria Onofre pela CVS, em fevereiro. São investimentos em novas áreas, ressaltou ele,que vão além dos realizados por empresas americanas que há muito tempo têm presença no Brasil. Chapman disse ainda que empresas brasileiras também investem mais nos EUA.
Outro ponto importante, segundo o diplomata americano, é a presença da Embraer nos EUA, que venceu licitação para fornecer aviões para a Força Aérea americana. A parceria entre Embraer e EUA está muito bem estabelecida", disse Chapman, segundo quem não é possível entrar num aeroporto no país em que não haja um avião fabricado pela empresa brasileira.
Sobre as medidas protecionistas adotadas pelo governo brasileiro no ano passado, com a elevação de tarifas de importação de cerca de cem produtos industriais, o que desagradou ao governo americano, Chapman disse que "isso pertence mais ao USTR (a secretaria de Comércio dos EUA). Acho que o mais importante é continuar ampliando o comércio entre EUA e Brasil, e trabalhar nos temas que vão facilitar essa expansão", afirmou o conselheiro.
"Há medidas tarifárias sobre as quais talvez não estejamos 100% de acordo, mas há maneiras de conversar sobre isso. O importante é ter os mecanismos para discuti-los. Eles existem e estão sendo utilizados", disse Chapman. "Nós acabamos de ter o diálogo comercial em Washington, no fim de fevereiro, que foi muito construtivo. Vamos continuar conversando sobre esses temas."
Valor Econômico
quinta-feira, 21 de março de 2013
Setor espacial terá R$ 9 bi para formar mão de obra
Por Daniel Rittner | De Brasília
José Raimundo Coelho: "A demanda por especialistas vai ser muito grande"
Para evitar um apagão de mão de obra no desenvolvimento de suas
atividades espaciais, o governo pretende acelerar a formação de
profissionais altamente qualificados no setor, com investimentos de R$
9,1 bilhões no período 2012-2021.
Caso todas as promessas de investimentos realmente saiam do papel,
estimativas extraoficiais apontam a necessidade de contratação de mais 3
mil profissionais nos próximos dois anos. O número engloba não só
cientistas e engenheiros aeroespaciais, mas também especialistas
envolvidos em outras áreas da cadeia produtiva, como físicos, químicos e
técnicos de laboratório.
Segundo o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), José
Raimundo Coelho, pelo menos quatro ações sendo preparadas para atacar o
déficit de engenheiros aeroespaciais: a abertura de cursos de graduação
especializados em universidades federais, o envio ao exterior de 300
estudantes de mestrado e doutorado, a importação de profissionais
estrangeiros e novos concursos públicos.
Hoje existem apenas seis faculdades no país com graduação em
engenharia aeroespacial. "Isso não é suficiente. A demanda por
especialistas vai ser muito grande", diz Coelho. Ele afirma que está
negociando a criação de novos cursos com três universidades federais: a
UFF (Federal Fluminense), a UFCE (Ceará) e a UFRN (Rio Grande do Norte).
"Quando a agência foi instalada, há 19 anos, não
havia nenhum apelo
para esses cursos. Hoje é bem diferente."
Nos níveis de mestrado e doutorado, o plano é enviar cerca de 300 estudantes ao exterior, dentro do programa
Ciência Sem Fronteiras. Até agora, a concessão de bolsas na área se
resume a dez alunos de mestrado da Universidade de Brasília, que foram
completar sua formação em engenharia aeroespacial na Ucrânia.
"Estamos estudando a iniciativa de contratá-los. Parte pela própria
AEB, parte pela Alcântara Cyclone Space (empresa binacional constituída
entre o Brasil e a Ucrânia) e parte pela indústria nacional", diz
Coelho. A fim de ampliar o número de brasileiros estudando em centros de
referência mundial, uma proposta de mandar mais 300 mestrandos e
doutorandos, a partir de 2014, foi levada ao Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) no mês passado. Os
países-alvo são principalmente Rússia, Ucrânia, Estados Unidos, Japão,
França e Itália.
Até a importação de especialistas, aproveitando a disponibilidade de
mão de obra por causa da crise internacional, entrou no radar do
governo. "Queremos atrair gente de fora. Sabemos até de americanos que
perderam emprego
na Nasa. A Espanha também tem um programa especial muito ativo e possui
mão de obra disponível", observa Coelho. Segundo ele, os estrangeiros
poderão ser alocados em universidades ou em órgãos oficiais envolvidos
com o programa espacial, como o Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (Inpe) e o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial
(DCTA).
A estratégia de atacar o risco de déficit de profissionais se
complementa com a abertura de concursos. Na AEB, que funciona com
pessoal cedido de outras instituições, a meta é fazer o primeiro
concurso em quase duas décadas de história. Um projeto de lei foi
aprovado na Câmara dos Deputados, criando um quadro próprio da agência, e
ainda tramita no Senado. O primeiro concurso, tão logo seja autorizado,
abrirá vagas para 120 a 150 pessoas. "Daremos prioridade às áreas mais
técnicas", afirma Coelho, garantindo que pelo menos 80% dos cargos serão
para as atividades-fins.
Para ele, não é mais possível trabalhar apenas com cargos
comissionados, que têm salários relativamente baixos e são muito
instáveis. "É um desastre. No princípio, a AEB se restringia a conversar
com os órgãos executores do programa espacial. Hoje, assumimos
diretamente uma parte do programa. Não concebemos mais uma agência sem
um quadro de pessoal próprio."
Para a Associação Aeroespacial Brasileira, uma entidade civil que
congrega representantes do setor, o governo precisa agir urgentemente
para resolver esses problemas. "Já temos um déficit de quadros", diz o
presidente da entidade, Paulo Moraes Júnior.
De acordo com ele, um tema que aflige o setor é a aposentadoria de
"dezenas" de profissionais no Inpe e no DCTA, agravando a escassez de
mão de obra. "É um processo que tem ocorrido a conta-gotas. Se não
houver uma reposição gradual, o problema vai se tornar crítico até
2015", ressalta Moraes, ele mesmo um engenheiro do DCTA que vai se
aposentar no fim do ano que vem.
A associação vê demanda por mais 3 mil profissionais, nos próximos
dois anos, mas destaca que não basta apenas formar gente. A preocupação é
assegurar também que o programa espacial não será descontinuado e que
não vão faltar oportunidades. "Isso geraria uma desmotivação muito
grande", pondera.
O Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE), lançado em
janeiro, define prioridades para o período 2012-2021 e busca justamente
dar mais previsibilidade aos principais projetos do setor. Ele prevê
investimentos anuais perto de R$ 900 milhões, não só com base no
orçamento da própria AEB, mas incluindo parcerias internacionais ou com
empresas. É o caso do veículo lançador de satélites Cyclone-4,
desenvolvido com a Ucrânia, e o satélite geoestacionário de defesa e
comunicações estratégicas, que tem recursos da estatal Telebras.
A projeção de investimentos é uma gota no oceano de US$ 276 bilhões
que a indústria espacial de todo o mundo movimentou em 2010 (último dado
disponível). Países como Brasil, Argentina, México, Coreia do Sul,
África do Sul, Cazaquistão e Ucrânia têm investido uma média de US$ 100
milhões a US$ 200 milhões por ano. Novos atores, como Austrália, Taiwan,
Indonésia, Tailândia, Malásia, Bolívia, Chile e Venezuela têm investido
entre US$ 20 milhões e US$ 50 milhões.
quarta-feira, 20 de março de 2013
Gargalo logístico e especulação impõem ritmo ao mercado da soja no Brasil
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Exigência de conteúdo local assusta, mas não afasta investidores
Por Sergio Leo | De Brasília
Rebbeca Blank, secretária de Comércio dos EUA: "Os níveis de investimento no Brasil poderiam ser muito maiores"
As exigências de conteúdo local para investidores no Brasil são algo
"arrepiante" para os investidores, disse a secretária interina de
Comércio dos Estados Unidos, Rebbeca Blank, que está no Brasil nesta
semana, para acompanhar o Fórum de Altos Executivos Brasil-Estados
Unidos.
Apesar disso, a secretária trouxe um discurso otimista: embora as
exigências de conteúdo local, os tributos e a burocracia nas alfândegas
brasileiras reduzam o potencial de atração de investimentos no Brasil,
há, segundo Rebbeca, um "enorme" interesse das firmas americanas em
participar dos projetos de infraestrutura no país.
Em meados de maio, a secretaria de Comércio dos EUA, com status
equivalente ao de um ministério, trará uma missão de empresários
americanos para discutir com autoridades e o setor privado brasileiro
"como ajudar" na agenda "incrivelmente ambiciosa" para a infraestrutura
no Brasil.
"O foco dos empresários não é tanto em construção direta, e sim mais
em serviços, como os de engenharia", disse Rebbeca. Entre os serviços
oferecidos pelos investidores americanos, que virão em busca de
parcerias no Brasil, estão técnicas de engenharia "verde", voltadas à
preservação do ambiente, a custos sustentáveis.
A secretária elogiou com entusiasmo os "substanciais" avanços obtidos
nas discretas conversações bilaterais mantidas pelos dois países, a
partir das demandas do Fórum de Altos Executivos - entre elas o acordo
de "céus abertos", que permitiu aumento de voos entre Brasil e EUA, a
celebração de um tratado de troca de informações fiscais e a melhoria
dos prazos e condições na concessão de vistos. "O que levava meses, hoje
toma de um a três dias", disse.
Ao comentar as "barreiras" entre os dois países -os diplomatas
americanos preferem usar o termo "desafios" -, Rebbeca mencionou
especialmente a "problemática" exigência de altos percentuais mínimos de
conteúdo local, que deve ser levada ao governo brasileiro pelos altos
executivos, na reunião de hoje, em Brasília. "Os níveis de investimento
no Brasil poderiam ser muito maiores" afirmou.
Enquanto conteúdo local e morosidade das alfândegas estão no topo da
lista de preocupações dos altos executivos, as mudanças na regulação da
infraestrutura, apesar de constarem entre os temas de interesse, não
estão entre as principais preocupações, diz a secretária de Comércio.
"Regras que mudam de forma não transparente ou sem aviso prévio são
problemáticas, mas o Brasil não está entre os principais infratores."
Rebbeca descartou conversas do governo americano sobre negociações de
livre comércio com o Brasil ou outros países dos Brics (Brasil, Rússia,
Índia, China e África do Sul). Segundo ela, esses países não estão, por
enquanto, dispostos ao tipo de negociação abrangente em que os EUA têm
se envolvido, com normas mais estritas sobre propriedade intelectual,
regras de proteção ao investimento e liberalização de compras
governamentais.
A secretária argumentou que os novos grandes acordos buscados pelos
americanos, como o tratado de livre comércio com a União Europeia e a
parceria com países da Ásia e das Américas, deverão fixar novos modelos
de regulação, que tendem a se estabelecer como parâmetro no comércio
internacional, especialmente em setores novos, como o de carros
elétricos.
O fato de o Brasil não participar dessas negociações não é obstáculo,
no entanto, para que brasileiros e americanos negociem a remoção de
barreiras a comércio e investimentos entre os dois países, como já estão
fazendo com o Fórum de Altos Executivos, disse a secretária de
Comércio. "É menos do que algo abrangente, mas, mesmo assim, ajuda a
expandir a relação econômica e comercial entre nossos países", disse.
Segundo Rebbeca, "não se pode descartar o que já conseguimos com o
Brasil". Como parte da "parceria estratégica" Brasil-EUA, autoridades
dos dois países têm mantido reuniões regulares para trocar informações e
reduzir obstáculos no comércio bilateral. Na falta de um acordo de
livre comércio, o governo americano tem apresentado esse esforço como um
bom exemplo da cooperação bilateral.
O setor de serviços em turismo é um dos que têm maior potencial de
trabalho conjunto, avalia a secretária. Por isso os esforços americanos
para facilitar e acelerar a concessão de vistos a brasileiros.
Para Rebbeca, os numerosos obstáculos, de lado a lado, e a
originalidade das iniciativas de comércio promovidas pelos EUA impedem
uma previsão sobre os efeitos que esses acordos terão em países como o
Brasil. Uma parte considerável das exportações brasileiras deve
permanecer "amplamente não afetada" pelos novos acordos, mas nenhum país
poderá ignorar as novas regras a serem criadas, disse a secretária.
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Brasil e EUA dão 1º passo para fim de visto
1,5 mil viajantes assíduos vão participar de programa que descarta fila de imigração
20 de março de 2013 | 0h 10
Iuri Dantas e Rafael Moraes Moura - O Estado de S. Paulo
Diante das dificuldades em acabar com a exigência de
visto entre os dois países, os governos do Brasil e dos Estados Unidos
acertaram ontem a participação inicial de 1.500 viajantes frequentes no
programa Global Entry, que permite a entrada em território americano sem
passar pelas filas de imigração.
Mas a facilidade não vai beneficiar turistas eventuais, apenas os
brasileiros que visitam os EUA com assiduidade, na maioria das vezes em
viagens a trabalho.
Não há data para o início da experiência com brasileiros porque ainda
há pontos em negociação entre o Itamaraty e o Departamento de Estado.
A decisão de entrar
no Global Entry, espécie de prêmio de consolação, foi tomada por causa
da resistência brasileira em atender a exigências do governo de Barack
Obama, segundo revelou o Estado na segunda-feira, 18.
Os EUA querem que o Brasil diga quando o viajante responder a processo
ou for suspeito de terrorismo, o que não combina com o ordenamento
jurídico brasileiro.
Nesta terça-feira, 19, a participação no Global Entry foi anunciada
pelo empresário Josué Christiano Gomes da Silva, executivo da Coteminas.
O anúncio evidenciou a diferença de abordagem entre setor privado e
governo: o empresário informou que os dois países assinaram um acordo de
intenções que resultaria no início do Global Entry em "duas ou três
semanas". Minutos depois, o Itamaraty e o embaixador americano no
Brasil, Thomas Shannon, disseram que mesmo o tratado de intenção ainda
exige negociações.
No caso do Global Entry, o impasse se refere a dados fiscais e
tributários de empresários. As informações são exigidas pelos EUA, mas a
Receita Federal resiste em fornecer o material.
Meta.
"É um passo intermediário para chegarmos à
dispensa do visto", afirmou Gomes da Silva, filho do ex-presidente José
Alencar. "A meta, que era sempre ter a dispensa do visto, parecia
distante e inalcançável, hoje posso dizer que está ao alcance dos
olhos." Indagado se concordava com a visão do empresário brasileiro, o
embaixador Shannon respondeu: "Sim, mas o horizonte às vezes é longe, há
muito interesse dos dois países em chegar a um programa recíproco".
No início do ano passado, o presidente Barack Obama defendeu a
entrada do Brasil na lista de países isentos da exigência de visto em
discurso na Disney. O objetivo era atrair turistas brasileiros para
compras nos EUA.
De acordo com o embaixador americano, o programa-piloto vai começar voltado para viajantes "confiáveis".
As regras do Global Entry são as mesmas para todos os países do programa, como Alemanha, Japão e Reino Unido. O viajante recebe um cartão com código de barras que pode ser lido por um quiosque eletrônico nos aeroportos dos EUA e não precisa entrar na fila de imigração. O cartão tem validade de cinco anos
terça-feira, 19 de março de 2013
DEMANDA URGENTE E BUROCRACIA LENTA
O governo brasileiro está estudando a possibilidade de ampliação da
mão de obra estrangeira qualificada no país para aumentar o crescimento e
a competitividade nacional. A afirmação foi dada (de novo) pelo
subsecretário de Ações Estratégicas da Secretaria de Assuntos
Estratégicos (SAE) da Presidência da República, Ricardo Paes de Barros,
durante encontro promovido pela Associação Brasileira das Empresas de
Serviço de Petróleo (ABESPetro), no Rio na sexta-feira passada
(15/03/2013).
“A ampliação do número de trabalhadores estrangeiros qualificados no
Brasil vai contribuir para evitar o aumento nos custos de produção e
facilitar a incorporação de novas tecnologias, o que resultará em maior
competitividade e crescimento econômico mais acelerado”, afirmou.
Nesta direção, o SAE está trabalhando na formulação de uma proposta
para facilitar e estimular a entrada desses profissionais. Pois, o
Brasil deixou de ser um país de imigrantes para se tornar um país de
descendentes de imigrantes, definiu Barros, ao defender uma maior
abertura para mão de obra estrangeira qualificada que, segundo ele,
contribui para o aumento da competitividade, da inovação e para uma
maior troca de conhecimento.
De acordo com ele, atualmente o Brasil tem um fluxo de pessoas muito
inferior em comparação com outros países do mundo. O país precisaria ter
cinco vezes mais imigrantes para alcançar a média latino-americana, dez
vezes mais para alcançar a média mundial e cinquenta vezes mais para
atingir a média da América do Norte e Oceania.
Em relação ao fluxo e intercâmbio de conhecimento, o subsecretário
disse que o Brasil ainda é um país fechado. Segundo ele na visão dos
imigrantes, o Brasil ainda é pouco atrativo e está na 27ª colocação no
Índice Global de Talentos. Além disso, o processo de imigração no país é
visto como caro e burocrático.
Barros indicou que a SAE está mapeando em parceria com a Confederação
Nacional da Indústria (CNI) e a empresa EMDOC, as principais
dificuldades enfrentadas pelo estrangeiro que precisa ou tem interesse
em atuar no Brasil. O trabalho
contará com a opinião de 700 empresas brasileiras, que sofrem
constantemente com a falta de mão de obra qualificada, como as
companhias de petróleo.
Apenas 0,3% da população brasileira era de imigrantes em 2010, expôs
Paes de Barros, um número que já foi de 7,3% por cento em 1900. Além de
estar bem atrás de outros países, como Canadá, Austrália e Suíça, onde
mais de 20% dos residentes são imigrantes, o Brasil possui uma média de
idade avançada: 36% dos estrangeiros que vivem aqui já passaram dos 65
anos e estão fora da população economicamente ativa. Já a proporção
mundial de idosos entre imigrantes em todo o mundo é de 12%.
O secretário defendeu regras mais claras e que reduzam a burocracia
para contratação de estrangeiros. Ele expôs alguns pontos que já estão
sendo estudados, como a ampliação dos tipos de vistos de trabalho, a
liberação para que profissionais qualificados venham ao Brasil procurar emprego
e a adoção de um sistema de aprovação prévia dos contratos de trabalho
de estrangeiros, com aumento da fiscalização para garantir que não estão
ocupando vagas que poderiam ser de brasileiros.
Outras iniciativas apontadas pelo secretário incluem permissões para
que estrangeiros formados no Brasil possam buscar emprego no país e para
que familiares de profissionais “importados” por empresas brasileiras
tenham liberdade de buscar trabalho. Ao menos temporariamente, Paes de
Barros afirmou que o foco do governo deve ser permitir apenas as
contratações de profissionais com qualificações que não estão
disponíveis no mercado brasileiro.
Representando o ministro da pasta, Moreira Franco, o secretário
participou de um encontro promovido pela Associação Brasileira das
Empresas de Serviço de Petróleo (AbesPetro) para discutir os benefícios
da imigração para o país, que foi considerada um gargalo à produtividade
pela associação.
“Um exemplo é o segmento de apoio marítimo a
embarcações especiais, que dispõe de profissionais formados pela
Marinha. O mercado cresceu muito e muito rapidamente e a formação de
funcionários pela Marinha não acompanhou”.
(Agências – 16/03/2013)
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