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Esta
quarta-feira (20/3) foi marcante para o mercado da soja em Chicago e no
Brasil, com a cotação do grão oscilando bastante, em função de apostas
de compradores e vendedores em torno de dificuldades de embarques do
produto no Brasil.Na Bolsa de Chicago, de manhã (7h40 horário de Brasília), os principais vencimentos operavam com altas entre 4 e 9,75 pontos.
Mas
ameaças de uma trading chinesa de cancelar a compra de até 2 milhões de
toneladas de soja do Brasil, devido a atrasos em embarques, reduziram
os diferenciais pagos nos portos e reduziram o ritmo de vendas por parte
dos produtores brasileiros.Segundo
a agência Reuters, traders e analistas brasileiros disseram que um
volume tão grande seria de difícil cancelamento, acrescentando que eles
duvidam que a China, país responsável pela compra de 70% da soja
brasileira, irá de fato desistir dos embarques."Eles
podem até conseguir desvencilhar-se dos contratos para janeiro e
fevereiro que não foram cumpridos, porque nossa situação logística é
complicada, mas não é tão simples cancelar contratos futuros", disse Paulo Molinari, analista da Safras & Mercados.Tradings
internacionais estão assumindo os custos e multas com os atrasos na
liberação dos navios, mas devem tentar compensar o custo adicional ao
pagar aos produtores menos pela soja."Por isso o mercado está paralisado, ninguém compra ou vende", disse o trader.Dados
da Safras & Mercados mostram que 58% da safra brasileira de soja,
com mais da metade colhida, haviam sido vendidos até 8 de março, ante
52% no mesmo período no ano anterior.O
Brasil, eventualmente, vai revender os pedidos cancelados de soja,
apesar de que a partir de outubro os grãos brasileiros competirão com a
oleaginosa norte-americana, o que pode pressionar os preços na América do Sul.Alguns
analistas suspeitam que os produtores brasileiros estão na verdade
segurando os carregamentos a espera de preços melhores, jogando com o
mercado da mesma maneira que eles acusam a China de estar fazendo."No
Brasil há a ideia de que poderia novamente haver um problema (com o
clima) para a colheita dos EUA. Os produtores brasileiros venderam mais
da metade de suas colheitas em
vendas antecipadas, eles podem dar-se ao luxo de fazer apostar um pouco
no mercado em relação à safra norte-americana", disse Molinari.Por
outro lado, autoridades do Japão, que estiveram, esta semana, em
Brasília e Mato Grosso para conhecer o sistema de produção e logística
envolvendo o milho, manifestaram
interesse em aumentar a compra do produto brasileiro durante reunião no
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).Segundo
o diretor do Departamento de Assuntos Comerciais da Secretaria de
Relações Internacionais (DAC/SRI), Benedito Rosa, o Japão está à procura
de uma fonte para complementar as importações de milho. “Esse
país é dependente do cereal para a fabricação de rações. Diante da
estimativa de queda na produção americana, eles estudam a possibilidade
de aumentar as importações do nosso milho para garantir o abastecimento interno”, disse.A
comitiva japonesa visitou a cidade de Sorriso (MT), e também
propriedades na região. “Nós apresentamos aos japoneses nossa cadeia
produtiva e nossos cronogramas de cultivo e colheita. Eles saíram confiantes na parceria”, ressaltou o diretor.Em
2012, o Japão comprou três milhões de toneladas de milho brasileiro,
totalizando US$ 814,6 milhões. A produção do cereal no Brasil também
deve aumentar na safra
atual. O sexto levantamento de grãos da temporada 2012/2013, realizado
pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), aponta que devem ser
colhidas 76 milhões toneladas do produto no País, representando uma evolução de 4,2% em relação ao resultado obtido no ano passado.Fontes: Mapa, Notícias Agrícolas e agência Reuters.
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