O
penalista uruguaio Raúl Cervini defende diálogo e cooperação entre
juízes e autoridades das nações do Mercosul para promover a integração jurídica no bloco.
Cervini,
um dos maiores colaboradores para a formação de acordos e protocolos
internacionais de colaboração na América Latina, defende meios para que
Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai possam trocar informações mais
rapidamente sobre processos criminais que envolvam esses países.
“Não adianta abarrotarmos o sistema de documentos e pedidos sem efetividade”, afirmou Cervini. Para
ele, não é necessária a criação de uma força-tarefa especial ou a troca
de muitos documentos para efetivar um pedido de busca e apreensão em casos de crimes de fronteira.
“São
fronteiras onde se cruza para outro país a pé ou de bicicleta, por isso
as operações práticas têm que acontecer por meio do diálogo por
telefone ou Skype, para que cada um colabore como pode. Este sistema já tem funcionado muito bem”, observa.
Outra questão levantada pelo professor para garantir a efetividade da cooperação no Mercosul é a necessidade de especificação exata sobre cada crime, como exige o Direito Penal.
Segundo
ele. “a tipificação do crime organizado é flexível na América Latina.
Já na Convenção de Palermo, instrumento das Nações Unidas contra o crime
organizado, este crime está bem classificado e tipificado. Isso fez com
que a cooperação jurídica internacional da comunidade europeia
ajudasse a punir mafiosos italianos”.
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