O
Brasil registrou US$ 6,6 bilhões de deficit em suas transações
correntes em fevereiro, informou o Banco Central nesta sexta-feira
(22/3).
O saldo negativo é quase quatro vezes o registrado no mesmo mês do ano passado, quando atingiu US$ 1,7 bilhão.
No acumulado dos últimos doze meses, o rombo chegou a US$ 63,5 bilhões, o equivalente a 2,79% do PIB (Produto Interno Bruto).
Apesar de alto, o resultado negativo veio em linha com a expectativa do BC no mês passado. A
projeção da instituição era que o deficit cairia à metade do verificado
em janeiro, quando chegou ao valor recorde de US$ 11,4 bilhões, o maior
desde 1947.
O investimento
direto estrangeiro no país (IED) em fevereiro registrou US$ 3,8 bilhões,
sendo US$ 2,3 bilhões referentes a ingressos para participação
acionária em empresas brasileiras e US$ 1,5 bilhão em empréstimos.
Já
os investimentos brasileiros diretos no exterior foram de US$ 819
milhões. Destes, US$ 968 milhões em aquisição líquida de participação em
companhias estrangeiras e US$ 155 milhões em amortizações de empréstimos.
No
mês passado, a dívida externa brasileira chegou a US 316,3 bilhões, um
incremento de US$ 3,4 bilhões em relação ao valor apurado de dezembro.
Já
o estoque líquido de reservas internacionais do país teve queda de US$
1,3 bilhão em fevereiro em relação ao mês anterior, chegando a US$ 376,5
bilhões.O BC informou que elevou a previsão
para o déficit de suas transações com o exterior em 2013 dos US$ 65
bilhões inicialmente calculados para US$ 67 bilhões.
Segundo a nova
projeção, o déficit em conta corrente superará com folga o recorde de
2012, que foi de US$ 54,2 bilhões, atribuído então à queda da demanda
por produtos brasileiros no exterior pela crise econômica internacional.
A
diferença entre os recursos que o Brasil enviará este ano para o
exterior e os que receberá de outros países equivalerá a 2,76% do
Produto Interno Bruto (PIB), segundo as novas previsões da autoridade monetária.
O déficit em conta corrente de 2012 foi equivalente a 2,41% do PIB.
O
BCl revisou para cima sua previsão para o déficit nas transações com o
exterior perante a expectativa que o superávit da balança comercial este
ano não alcance os US$ 17 bilhões previstos e fique em US$ 15 bilhões.
O
BC espera déficit de US$ 43,6 bilhões na conta de serviços (viagens
internacionais, transportes, seguros, entre outros) e um saldo negativo
de US$ 41,4 bilhões na conta de rendas (remessas de dividendos e
pagamentos de juros).
Em contrapartida, o saldo das transferências unilaterais (doações) será positivo para o país em US$ 3 bilhões.
Segundo
o Banco Central, o Brasil registrou no primeiro bimestre deste ano um
déficit em conta corrente de US$ 17,9 bilhões, praticamente duas vezes o
saldo negativo de US$ 8,7 bilhões obtido no mesmo período de 2012.
O
déficit de janeiro, de US$ 11,3 bilhões, foi o maior desde que o
indicador começou a ser medido, em 1947, e o de fevereiro, de US$ 6,625
bilhões, foi quase quatro vezes superior ao do mesmo mês de 2012.
O
Brasil financiou nos últimos anos seu déficit em conta corrente com a
crescente entrada de investimento estrangeiro direto, mas neste ano os
recursos estrangeiros para projetos produtivos no país, segundo o BC, não serão suficientes para cobrir o saldo negativo.
De
acordo com as novas previsões, o investimento estrangeiro direto para
este ano chegará a US$ 65 bilhões, ou seja US$ 2 bilhões abaixo do
déficit em conta corrente.
Fonte: Banco Central.
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