sexta-feira, 22 de março de 2013

Fevereiro registra déficit de US$ 6,6 bi em transação corrente; BC prevê déficit externo de US$ 67 bi em 2013



 
 
 
O Brasil registrou US$ 6,6 bilhões de deficit em suas transações correntes em fevereiro, informou o Banco Central nesta sexta-feira (22/3). 

O saldo negativo é quase quatro vezes o registrado no mesmo mês do ano passado, quando atingiu US$ 1,7 bilhão.

No acumulado dos últimos doze meses, o rombo chegou a US$ 63,5 bilhões, o equivalente a 2,79% do PIB (Produto Interno Bruto).

Apesar de alto, o resultado negativo veio em linha com a expectativa do BC no mês passado. 
A projeção da instituição era que o deficit cairia à metade do verificado em janeiro, quando chegou ao valor recorde de US$ 11,4 bilhões, o maior desde 1947.

O investimento direto estrangeiro no país (IED) em fevereiro registrou US$ 3,8 bilhões, sendo US$ 2,3 bilhões referentes a ingressos para participação acionária em empresas brasileiras e US$ 1,5 bilhão em empréstimos.

Já os investimentos brasileiros diretos no exterior foram de US$ 819 milhões. Destes, US$ 968 milhões em aquisição líquida de participação em companhias estrangeiras e US$ 155 milhões em amortizações de empréstimos.

No mês passado, a dívida externa brasileira chegou a US 316,3 bilhões, um incremento de US$ 3,4 bilhões em relação ao valor apurado de dezembro.

Já o estoque líquido de reservas internacionais do país teve queda de US$ 1,3 bilhão em fevereiro em relação ao mês anterior, chegando a US$ 376,5 bilhões.O BC informou que elevou a previsão para o déficit de suas transações com o exterior em 2013 dos US$ 65 bilhões inicialmente calculados para US$ 67 bilhões.

Segundo a nova projeção, o déficit em conta corrente superará com folga o recorde de 2012, que foi de US$ 54,2 bilhões, atribuído então à queda da demanda por produtos brasileiros no exterior pela crise econômica internacional.

A diferença entre os recursos que o Brasil enviará este ano para o exterior e os que receberá de outros países equivalerá a 2,76% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo as novas previsões da autoridade monetária.

O déficit em conta corrente de 2012 foi equivalente a 2,41% do PIB.

O BCl revisou para cima sua previsão para o déficit nas transações com o exterior perante a expectativa que o superávit da balança comercial este ano não alcance os US$ 17 bilhões previstos e fique em US$ 15 bilhões.

O BC espera déficit de US$ 43,6 bilhões na conta de serviços (viagens internacionais, transportes, seguros, entre outros) e um saldo negativo de US$ 41,4 bilhões na conta de rendas (remessas de dividendos e pagamentos de juros).

Em contrapartida, o saldo das transferências unilaterais (doações) será positivo para o país em US$ 3 bilhões.

Segundo o Banco Central, o Brasil registrou no primeiro bimestre deste ano um déficit em conta corrente de US$ 17,9 bilhões, praticamente duas vezes o saldo negativo de US$ 8,7 bilhões obtido no mesmo período de 2012.

O déficit de janeiro, de US$ 11,3 bilhões, foi o maior desde que o indicador começou a ser medido, em 1947, e o de fevereiro, de US$ 6,625 bilhões, foi quase quatro vezes superior ao do mesmo mês de 2012.

O Brasil financiou nos últimos anos seu déficit em conta corrente com a crescente entrada de investimento estrangeiro direto, mas neste ano os recursos estrangeiros para projetos produtivos no país, segundo o BC, não serão suficientes para cobrir o saldo negativo.

De acordo com as novas previsões, o investimento estrangeiro direto para este ano chegará a US$ 65 bilhões, ou seja US$ 2 bilhões abaixo do déficit em conta corrente. 

Fonte: Banco Central.


 
 





 
 

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