|
Atuação: Consultoria multidisciplinar, onde desenvolvemos trabalhos nas seguintes áreas: fusão e aquisição e internacionalização de empresas, tributária, linhas de crédito nacionais e internacionais, inclusive para as áreas culturais e políticas públicas.
sexta-feira, 12 de julho de 2013
Mercado atento com queda de preços de importados e exportados nos EUA em junho
Economia encolheu 1,4% em maio, na maior queda desde 2008, mostra BC
Do UOL, em São Paulo
A economia do Brasil encolheu 1,4% em maio em comparação com abril,
segundo dados divulgados nesta sexta-feira (12) pelo Banco Central (BC).
É a maior queda registrada desde dezembro de 2008, quando o indicador
recuou 4,31%.
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) é considerado uma prévia do PIB (Produto Interno Bruto).
Analistas consultados pela agência de notícias Reuters esperavam queda mensal de 0,9%.
O resultado anulou a alta vista em abril, quando houve crescimento de 0,96%, número revisado ante avanço de 0,84% divulgado anteriormente.
Na comparação com maio de 2012, o IBC-Br avançou 2,61% e acumula em 12 meses alta de 1,89%, ainda segundo o BC.
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) é considerado uma prévia do PIB (Produto Interno Bruto).
Analistas consultados pela agência de notícias Reuters esperavam queda mensal de 0,9%.
O resultado anulou a alta vista em abril, quando houve crescimento de 0,96%, número revisado ante avanço de 0,84% divulgado anteriormente.
Na comparação com maio de 2012, o IBC-Br avançou 2,61% e acumula em 12 meses alta de 1,89%, ainda segundo o BC.
Indústria recuou 2% e varejo ficou estável
O desempenho da indústria exerceu forte peso sobre a economia em maio,
uma vez que recuou 2% ante o mês anterior principalmente com a piora nos
bens de capital, uma medida de investimentos.
As vendas no varejo, por sua vez, não conseguiram atenuar o efeito
negativo da indústria, já que mostraram estabilidade em maio ante abril,
destacando a debilidade do consumo no país, abalado pela inflação alta,
num setor que vinha sendo o motor da economia.
O IBC-Br é uma forma de avaliar e antecipar a evolução da atividade
econômica brasileira. O índice incorpora informações sobre o nível da
atividade dos três setores da economia: indústria, comércio e serviços e
agropecuária.
O acompanhamento do indicador é considerado importante pelo BC para que haja maior compreensão da atividade econômica.
Economia brasileira patina
Na terça-feira (9), o FMI (Fundo Monetário Internacional) reduziu a previsão de crescimento da economia do Brasil para 2,5%. Em abril, a entidade já havia rebaixado a estimativa para o PIB de 3,5% para 3%.
Ainda assim, a previsão do FMI é maior do que a das instituições financeiras consultadas pelo BC para o Boletim Focus, que é de 2,34%.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) também reduziu na semana passada a previsão de crescimento da economia brasileira para 2%.
Ainda na onda de pessimismo com a economia do país, no fim de junho, o Banco Central rebaixou sua estimativa de alta do PIB: cortou de 3,1% para 2,7%.
Até mesmo o governo reconheceu que deve rever para baixo a previsão de crescimento
da economia para este ano, após o fraco resultado obtido no primeiro
trimestre. A previsão de crescimento da economia já havia sido reduzida
em abril, de 4,5% para 3,5%. As estimativas estão no projeto da Lei de
Diretrizes Orçamentárias (LDO).
Ao mesmo tempo, na última quarta-feira, o Comitê de Política Monetária
(Copom) do BC elevou em 0,5 ponto percentual o juro básico do país para
8,50% ao ano, diante da necessidade de combater a inflação elevada.
Brasil cresceu 0,6% no primeiro trimestre
A economia brasileira cresceu 0,6% no primeiro trimestre de 2013 em
relação ao trimestre anterior. Em relação ao primeiro trimestre de
2012, o crescimento foi de 1,9%. Em valores correntes, o PIB alcançou a
marca de R$ 1,11 trilhão.
Os dados vieram abaixo do crescimento esperado pelo mercado (0,9%). Nos
últimos meses, o governo não tem feito previsões sobre os indicadores
econômicos para evitar críticas.
(Com Reuters e Valor)
quinta-feira, 11 de julho de 2013
INDÚSTRIA ‘HALAL’ EMPREGA REFUGIADOS MUÇULMANOS
O perfume de especiarias preenche o ambiente. Ayeda Lotfi Qodiseh
cozinha. Os filhos e o marido acompanham o futebol pela televisão. De um
cômodo a outro da casa de madeira, Ali, o filho do meio, anda e
conversa aos berros com a mãe enquanto coloca os pratos na mesa. Samir, o
marido, sentado no sofá, pede o isqueiro para Ammar, o primogênito, que
lhe entrega, sem tirar os olhos da tela. Doha, a caçula, sai do quarto.
A família tem visitas. Sarmad e Yamen, jovens de 20 e poucos anos,
vieram para ver o jogo. Vão ficar para o jantar.
A cena poderia ser um retrato do cotidiano nos subúrbios de Bagdá.
Mas as araucárias que se veem pela janela e, é claro, o exaltado locutor
brasileiro da partida entre Palmeiras e Internacional denunciam que
estamos no Brasil.
Um Brasil de sotaque árabe, onde, todos os dias, em média, 570 mil
aves são abatidas em nome de Alá. Com pouco mais de 35 mil habitantes,
Dois Vizinhos, no Paraná, já ganhou fama como a capital nacional do
frango. Sua economia, baseada na avicultura, é a consolidação de um
processo econômico de 30 anos, que trouxe, aos poucos, novos
ingredientes à já plural formação cultural da cidade. Gaúchos
descendentes de italianos que subiam para colonizar o oeste paranaense
foram os primeiros a se fixar ali. Em seguida vieram os alemães, de
Santa Catarina, os poloneses, oriundos de colônias mais ao sul, e os
japoneses, que desciam do norte do estado.
O aumento na demanda de importação de carne de frango pelos países
árabes nos anos 1980 gerou uma oportunidade para o setor. Assim como
outros frigoríficos espalhados no Brasil, a empresa alimentícia sediada
em Dois Vizinhos adaptou sua planta à exportação ao Oriente Médio. Para
que o negócio seja efetivado, as aves devem ser sacrificadas de acordo
com um conjunto de regras islâmicas que categoriza o alimento como
halal, “ou seja, lícitos, liberados”, me explica o moçambicano Cubilas
Juma Ibraim, o xeque da mussala de Dois Vizinhos, uma sala de orações
que faz as vezes de mesquita. “As aves têm de estar viradas para Meca, e
a pessoa que realiza o abate deve ser um homem muçulmano, que pronuncia
a palavra bismillah [‘em nome de Deus’] toda a vez que sua faca tira a
vida de um animal”, completa Imad Ismail, supervisor, em Dois Vizinhos,
do Departamento de Halal do Centro de Divulgação do Islã na América
Latina, que presta consultoria para o frigorífico.
A necessidade de homens muçulmanos para o halal trouxe os primeiros
islamitas à cidade. Hoje, por volta de 50 estrangeiros, vindos de
Palestina, Iraque, Jordânia, Líbano, Síria, Egito ou de países da África
subsaariana, como Sudão, Costa do Marfim, Burkina Faso, Congo, Guiné e
Senegal, estão contratados. Há também um número pequeno do Paquistão, de
Bangladesh e, claro, do Brasil – alguns deles convertidos há pouco
tempo. A maioria está em Dois Vizinhos como imigrante. Muitos, porém,
tiveram a condição de refugiados reconhecida. Eles comprovaram que as
razões para deixar os países de origem foram perseguição política,
religiosa ou conflitos armados. Segundo o Ministério da Justiça, existem
no Brasil, hoje, 4 500 refugiados.
A família Qodiseh está nessa lista, e viveu uma odisseia para chegar a
Dois Vizinhos. Sentados na sala, enquanto tomamos café, servido em
pequenas xícaras sem alça, Ali ajuda o pai, Samir, servindo-lhe de
intérprete.
Filho de um palestino refugiado em Bagdá, Samir nasceu em 1953. Em
2003, a guerra no país colocou a família de novo em movimento. Assim
como outros conterrâneos no Iraque após a queda do regime de Saddam
Hussein, os Qodiseh corriam riscos com a onda de violência sectária por
parte de milícias iraquianas. Ele e a esposa venderam tudo e partiram de
Najaf, onde viviam, no interior, em direção à Jordânia. Ainda como
refugiados palestinos – mesmo que fossem nascidos dentro de seu
território, o Iraque não concedia cidadania aos palestinos –, os Qodiseh
cruzaram a fronteira e se estabeleceram no campo jordaniano de
Ruwaished, a 70 quilômetros do Iraque, sob a tutela das Nações Unidas.
Khaled Qodiseh, irmão de Samir, fez o mesmo em Bagdá, onde morava com
a esposa, Ikhlas, e seus quatro filhos. Ao cruzar a fronteira entre o
Iraque e a Jordânia, o primeiro grande problema apareceu. Por ser
iraquiana, Ikhlas não podia ser aceita no campo. Durante seis meses, a
família foi obrigada a ficar em outro acampamento, da Cruz Vermelha.
Dois anos se passaram até que Khaled conseguisse se juntar ao irmão.
À espera de um destino, as famílias viveram todo esse tempo em
barracas de lona. As temperaturas atingiam os 50ºC durante o dia. À
noite, o frio imperava. Tempestades de areia e infestações de escorpião
eram problemas cotidianos. Aos poucos, o campo de Ruwaished foi sendo
evacuado até sua extinção, em dezembro de 2007. Ali Qodiseh, hoje com 20
anos, tinha 15. Sua prima Farah, filha de Khaled, tinha 5.
Em 10 de setembro de 2007, os Qodiseh deixaram a Jordânia. A família
fez parte dos últimos 108 palestinos que foram trazidos de lá ao Brasil
pelo programa Reassentamento Solidário, do Comitê Nacional para
Refugiados, o Conare, órgão vinculado ao Ministério da Justiça, em
parceria com o Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados, o
Acnur. O programa é dedicado ao atendimento especial de refugiados que
já estiveram em outros países, ou seja, que receberam um primeiro
refúgio antes de chegar ao Brasil. Aqui, foram levados a Mogi das
Cruzes, em São Paulo, onde, por meio de uma organização não
governamental, receberam documentos, aulas de português e apoio
financeiro. A primeira oportunidade de trabalho surgiu para Ammar
Qodiseh e seu primo Mohammed. Os dois jovens foram pioneiros em Dois
Vizinhos. Os pais de ambos, os irmãos Samir e Khaled, se juntaram a eles
depois de uma tentativa frustrada de se estabelecer em Chuí, no Rio
Grande do Sul.
Pergunto aos Qodiseh o que acharam da cidade quando chegaram. A
resposta é direta: muito tranquila, mas difícil para os estrangeiros.
Ali, que já carrega o sotaque cantado dos paranaenses, conta sua
história emblemática do dia em que um garçom de uma lanchonete lhe pediu
para que parasse de conversar com os amigos em árabe, pois isso
incomodava os outros clientes. Após um silêncio enfático, Ali sublinha
com o olhar quão ofensivo isso lhe pareceu.
Ayeda, a mãe, fala que sente falta do convívio com outros moradores.
“No Iraque, as pessoas se visitam muito. Moramos nesta casa há três
anos, mas só começamos a conversar com uma das vizinhas após a morte de
seu marido”, diz ela.
Dois Vizinhos é uma cidade jovem. Fundada em 1961, o conjunto
arquitetônico é composto por belas casas de madeira, com pequenos
jardins bem cuidados, onde as famílias se reúnem para o chimarrão nos
fins de tarde, e residências de alvenaria e prédios de dois ou três
andares nada charmosos – sintoma do progresso econômico. O comércio do
centro é agitado. Os carros fazem filas na avenida principal e, às
vezes, competem por espaço com uma ou outra charrete. Aos domingos,
jovens montados em caminhonetes brilhantes circulam com música sertaneja
em volume alto pelas ladeiras.
Em um conjunto de sobrelojas de um bairro afastado, o Igrejinha, vive
a maioria dos estrangeiros não árabes que trabalham no abatedouro. Nos
horários de troca de turno, é comum ver homens negros de quase 2 metros
de altura caminhando pela longa rua em declive que se origina no alto do
morro, onde está o frigorífico.
Encontro o senegalês Cheikh Beye à porta de um dos apartamentos, ao
lado de uma loja que expõe fogões a lenha na calçada. Vestido com o
uniforme da seleção de futebol do Senegal, Beye me cumprimenta sem
levantar os olhos. Assim como outros encontros com africanos em Dois
Vizinhos, ele a princípio se recusa a compartilhar sua história. Mas a
presença de Ali Qodiseh, meu guia na cidade, aos poucos alivia a
desconfiança.
Em 2009, com 30 anos, conta ele, em um português arrastado, Beye
deixou a esposa em Dacar, capital de seu país, para buscar trabalho em
São Paulo. Na metrópole, foi absorvido pelo comércio informal da rua 25
de Março. Dois anos depois, cansado de perder mercadoria para os
fiscais, ele decidiu aproveitar a indicação de um amigo senegalês para
trabalhar em um abatedouro no Paraná. Os planos de Beye incluem ficar no
Brasil, mas não em Dois Vizinhos. “Em São Paulo, você se sente parte da
multidão. Aqui, não. O ônibus pode estar lotado que ninguém se senta a
nosso lado, mesmo se só tiver aquele lugar vago.”
Um pequeno livro, Português para Falantes de Árabe, repousa em uma
mesa na casa de Ikhlas Qodsieh. Ela esforça-se para contar sua história
em português, mas logo pede socorro à filha Farah Qodiseh, de 12 anos,
que domina com fluência os dois idiomas.
Khaled, marido de Ikhlas, tinha problemas cardíacos. Quando chegaram a
Dois Vizinhos, buscaram acompanhamento médico, mas não conseguiram
realizar o exame pelo sistema público de saúde brasileiro. Khaled
contatou o escritório da Acnur em Brasília para pedir ajuda financeira e
recorrer a clínicas particulares. A garota, então com 7 anos, era a
única que falava e compreendia nosso idioma. Farah conta, com veemência,
que, meses depois, seu pai “não foi ao médico, teve um infarto e
morreu”. A informação é confirmada em um aceno de cabeça de Ikhlas.
Segundo o Acnur, Khaled recebeu todo o apoio possível dentro das
condições do programa Reassentamento Solidário – que atua por mais tempo
com os refugiados realocados mais de uma vez (portanto mais
vulneráveis) do que com aqueles que estão em seu primeiro asilo. Como
Dois Vizinhos está fora da área de atuação de uma associação parceira – a
mais próxima é a Associação Antônio Vieira, de Porto Alegre –, o
acompanhamento de situações particulares é mais difícil. “Em um país do
tamanho do Brasil, fica impossível ter logística e recursos para atender
a todas as demandas. Por isso, recomendamos que permaneçam próximos às
regiões em que haja uma instituição parceira”, diz Andrés Ramirez,
representante do Acnur no Brasil.
Após o término dos benefícios do programa em 2011, Ikhlas conta com a
ajuda dos filhos, e vive com as filhas Farah e Hanan, de 21 anos, que
trabalha, estuda e faz cursos profissionalizantes – sua jornada de três
períodos impede que eu a encontre em sua casa. Farah, porém, está sempre
com a mãe. Sorridente, traz, orgulhosa, o boletim do colégio enquanto
conta que quer ser médica. Ao lado das notas do terceiro bimestre, sua
caligrafia, ainda infantil, declara: “Passei!” O único espaço em branco é
ao lado da matéria de ensino religioso. “Mas essa não vale nota”, diz.
Quando transcrevo o nome da garota em meu bloco de anotações e mostro
para Ikhlas conferir a grafia. Ela confirma: “Farah. ‘Alegria’”.
O jantar está quase servido. Na casa da família Qodiseh, o clima é de
festa. Ammar provoca Ali com sua camisa vermelha do Internacional. O
time vence o Palmeiras por 2 a 1. Doha vem do quarto observar os últimos
minutos da partida. Os jovens Sarmad e Yamen, no Brasil há pouco,
interagem menos. Ainda não tiveram tempo de ser arrebatados pelo culto
ao futebol brasileiro. Samir, o pai, observa a movimentação sentado no
sofá. E fuma, quieto.
Ayeda Qodiseh põe os pratos na mesa: biryani, um arroz cozido com
especiarias, macarrão, frango, batata, amendoim e ervilha. O iogurte é
caseiro, e serve tanto para cobrir o biryani quanto como bebida, em
versão mais líquida, batida no liquidificador com um pouco de sal.
Repetimos os pratos. Dona Ayeda está satisfeita com a casa cheia. Só
depois de todos comerem, ela se senta à mesa. Sorri e murmura algo para o
filho traduzir. Ali, com seu inconfundível sotaque paranaense, diz:
“Piazada, esta casa é de vocês! As portas estão sempre abertas”.
Confirmo, então, a frase que li em um panfleto que me foi entregue na
mussala de Dois Vizinhos. “O profeta disse: ‘Não é um crente aquele que
enche seu estômago enquanto seu vizinho está com fome’.” E, em meio aos
perfumes e às vozes que tanto viajaram, degusto meu café e a
hospitalidade árabe nos rincões do Paraná.
Fernando Honesko
(NatGeo Brasil – 04/07/2013)
ESTRANGEIROS REDESCOBREM O NORDESTE
O Nordeste vem se consolidando, cada vez mais, como o principal
destino de quem chega ao Brasil em busca de oportunidades de emprego; de
acordo com o Ministério do Trabalho, o volume de vistos concedidos a
profissionais tendo a região como destino cresceu 310% entre 2010 e
2012, enquanto a média nacional subiu 21%; em números absolutos, os
estados nordestinos atraíram 4.635 trabalhadores, acima da Região Sul
(3.553); o Sudeste ainda segue bem à frente, com 57.573 vistos
concedidos.
O Nordeste vem se consolidando, cada vez mais, como o principal
destino de quem chega ao Brasil em busca de oportunidades de emprego. De
acordo com o Ministério do Trabalho, o volume de vistos concedidos a
profissionais tendo a região como destino cresceu 310% entre 2010 e
2012, enquanto a média nacional subiu 21%. Em números absolutos, os
estados nordestinos atraíram 4.635 trabalhadores, acima da Região Sul
(3.553). O Sudeste ainda segue bem à frente, com 57.573 vistos
concedidos neste período.
Em relação aos imigrantes europeus, por exemplo, os dados apontam que
esses imigrantes (pessoas físicas) investiram quase R$ 150 milhões na
Região Nordeste, em 2012, acima das aplicações no Sudeste (R$ 115
milhões). O mercado imobiliário é o setor predileto desses investidores.
“São muitos investidores de países como Espanha e Portugal. Pessoas com
alguma reserva financeira e que, com medo da crise, enxergam boas
possibilidades por aqui”, observa o sócio da consultoria Emdoc,
especializada em expatriados, Fabiano Kawai.
Mas não é só o crescimento econômico e nem a chegada de
multinacionais que colocam a Região Nordeste como a que mais cresceu em
relação ao número de vistos concedidos. A outra sócia da Emdoc, Ana
Catarina Mousinho, afirma que a expectativa de melhor qualidade de vida
também é outra questão levada em conta pelos estrangeiros.
Um outro sócio da empresa, Fabiano Kawai, explica, em entrevista ao
jornal Valor Econômico, que a possibilidade de investimentos em energia
eólica é o que mais tem atraído os espanhóis, por exemplo, em
consequência do potencial de ventos do Nordeste, que passou a receber
mais aportes na fabricação de equipamentos geradores deste tipo de
energia, como torres e pás.
No caso dos italianos e americanos, Kawai afirma que a instalação da
fábrica da Fiat, em Goiana, Zona da Mata Norte pernambucana, é o que
mais tem levado esses estrangeiros a desembarcarem em Pernambuco. Além
disso, japoneses também têm se transferido para o Estado por conta do
Estaleiro Atlântico Sul (EAS), que tem como sócia a empresa
Ishika-wajima-Harima Heavy Industries (IHI).
No Ceará, a siderúrgica de Pecém, sociedade entre a Vale e as
empresas coreanas Dongkuk Steel e Posco, resultou em uma mini comunidade
asiática naquele estado. Já em Sergipe, os principais estrangeiros são
os egípcios, por conta de exploração de petróleo no litoral sergipano.
E, devido à atração de estrangeiros por esses estados e por toda a
Região Nordeste, a Emdoc abriu, em janeiro, uma filial em Recife (PE).
“Não dava mais pra atender essa demanda a distância”, declara Kawai.
(Brasil 247 – 08/07/2013)
Após saída de ministros, pai de Eike Batista deixa conselho de empresa
Do UOL, em São Paulo
-
Daniel Marenco/Folhapress
6.abr.2012 - O empresario Eike Batista e a presidente Dilma Roussef, junto com o pai do empresario, Eliezer Batista, em evento de celebracao do inicio da producao de petroleo da OGX
Quatro executivos deixaram nesta quarta-feira (11) o conselho do
estaleiro OSX, de Eike Batista. Dentre eles, está o pai do empresário,
Eliezer Batista, que ocupava a vice-presidência do órgão.
No final de junho, os ex-ministros Pedro Malan (Fazenda), Rodolpho
Tourinho Neto (Minas e Energia) e Ellen Gracie (Supremo Tribunal
Federal) já haviam deixado o conselho de administração da OGX.
Eliezer Batista já foi ministro de Minas e Energia, durante o governo João Goulart, e presidente da mineradora Vale.
Ampliar
FILHO
DE ELIEZER BATISTA - Seu pai, Eliezer Batista (foto), foi ministro de
Minas e Energia do governo do presidente João Goulart (1961-1964) e
presidente da Vale por dez anos, durante a ditadura militar. Mais tarde,
assumiu a Secretaria de Assuntos Estratégicos do governo de Fernando
Collor de Mello (1990-1992). Foi também membro do Conselho Coordenador
das Ações Federais no Rio de Janeiro, órgão ligado à Presidência da
República, durante o segundo governo de Fernando Henrique Cardoso
(1998-2002) Reprodução
Ontem, os conselheiros independentes - isto é, não vinculados ao
controlador - Samir Zraick, Luiz Pereira e Rodolpho Tourinho também
renunciaram. Os três também abandonaram os cargos que ocupavam no
conselho da petroleira OGX, empresa "irmã" do estaleiro.
Com isso, o conselho da OSX ficou apenas com dois membros: o próprio
Eike Batista e Aziz Ben Ammar. De acordo com o estatuto da companhia, o
órgão deve ser formado por pelo menos cinco membros, dos quais 20%
independentes. A OSX informou que convocará assembleia extraordinária
para deliberar sobre novos conselheiros.
Com a falta de resultados e o pessimismo em relação ao futuro do grupo
EBX, o mercado vem castigando as ações das empresas de Eike Batista na
Bolsa de Valores.
Ampliar
Em
2011, com uma fortuna estimada em US$ 30 bilhões, Eike Batista disse
que se tornaria o mais rico do mundo até 2015. De lá para cá, suas
empresas deixaram de cumprir cronogramas e de atingir metas, as ações
das empresas do grupo EBX vêm perdendo valor na Bolsa e,
consequentemente, a fortuna do brasileiro vem encolhendo. O império do
bilionário enfrenta uma crise de confiança no mercado, o que virou
motivo de piadas em redes sociais Reprodução/Twitter
Eike reduziu fatia na OGX em junho
Eike Batista reduziu sua participação na OGX em junho,
e sua fatia da empresa passou para 57,18%, segundo informações enviadas
à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A participação anterior de
Eike era de 58,92%.
Foram realizadas operações de venda, entre os dias 7 e 13 de junho, de 56,16 milhões de papéis em um total de R$ 75,37 milhões.
Em 13 de junho, Eike havia dito que não tinha intenção de vender em Bolsa mais ações da sua petroleira, após se desfazer de papéis da companhia no fim de maio, o que na ocasião aumentou a desconfiança de investidores sobre a empresa.
Desde o ano passado, as campanhas exploratórias da OGX têm obtido resultados muito inferiores ao estimados pela companhia.
No começo do mês, a empresa suspendeu três campos de petróleo, parou a
construção de cinco plataformas e avisou que não investiria mais no
aumento da produção dos poços do campo de Tubarão Azul, que pode parar
de extrair petróleo em 2014.
(Com agências)
Em dia de "greve geral", SP registra congestionamento abaixo do normal
SÃO PAULO - A
“greve geral” convocada pelas centrais sindicais para esta quinta-feira
não parou trens, ônibus nem metrô. No entanto, fez com que o trânsito
da cidade de São Paulo registrasse média muito abaixo do normal para uma
manhã de quinta-feira.
Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), às 10h, havia 8
km de congestionamento na cidade. O normal para esse horário é de 60 km a
94 km.
O pico da manhã, às 9h30, foi de 12 km de congestionamento. O normal é que o trânsito neste horário fique entre 68 km e 102 km.
A pior via da cidade, às 10h, era a avenida Robert Kennedy, na zona
sul da cidade, onde ocorria um protesto da Força Sindical. A via
registrava 1,6 km de congestionamento, também muito menos do que
tradicionalmente ocorre.
De acordo com a CET, o baixo índice de congestionamento ocorre pela
redução no número de veículos – a companhia ainda não tinha uma
estimativa. Parte das empresas liberou seus funcionários de irem ao
trabalho diante da ameaça de greve geral dos transportes, que acabou não
ocorrendo.
O principal ato em São Paulo será, às 12h, na Avenida Paulista,
importante via da cidade, com reunião das oito centrais sindicais e dos
movimentos sociais que organizam o protesto para pressionar a presidente
Dilma Rousseff a dar andamento à pauta de reivindicação dos
trabalhadores.
quarta-feira, 10 de julho de 2013
EUA exigem que equipamentos de rede possam ser monitorados
|
A
informação é do site Teletime, que ouviu engenheiros das empresas de
telecomunicações. Segundo o site, nenhuma operadora brasileira coloca limitações
à contratação de equipamentos que atendam às regras do CALEA, e nem têm
nenhuma forma de controlar se os equipamentos estão sendo monitorados remotamente.
A CALEA foi aprovada em 1994 no governo do presidente Bill Clinton, e visava aumentar a capacidade das agências de inteligência de conduzir vigilância eletrônica exigindo dos fabricantes de equipamentos facilidades de vigilância que permitam ao governo monitorar todo o tráfego telefônico. A lei americana exige que possam ser coletados os metadados das comunicações, ou seja o dia, a hora, remetente e destinatário das comunicações e endereço IP, quando não for uma chamada telefônica. Um diretor de tecnologia de uma operadora, acrescenta, entretanto, que é possível descobrir o conteúdo do que se trafega nas redes, se o monitoramento estiver sendo feito naquele momento. Outro ponto que pode ser uma porta aberta para a espionagem dos EUA, segundo apurou o Teletime, é o fato de que boa parte da comunicação da internet brasileira desaguar em servidores instalados nos EUA. Se o ministro Paulo Bernardo erra o alvo ao mandar a Anatel investigar as teles, talvez ele acerte quando suspeita das conexões com os servidores estadunidenses. Em declaração à imprensa nesta segunda, 8, Bernardo levantou a hipótese de que o monitoramento possa ter ocorrido por meio dos cabos submarinos e reconheceu que o acordo com as teles daqui seria "mais complicado", já que a Constituição garante sigilo da comunicação. Outra informação relevante apurada pelo Teletime junto a fontes de operadoras é que hoje um volume muito pequeno do tráfego de dados é criptografado. "Em geral, as operadoras só criptografam alguns canais corporativos quando isso é solicitado pelo cliente", diz um diretor de engenharia. Isso porque a criptografia consumiria recursos e tornaria o processamento dos dados mais lento, e não existe razão para fazer isso. Segundo esse engenheiro, isso seria mais um fator "facilitador" para que o governo norte-americano, por meio do acesso privilegiado que tem aos equipamentos "CALEA compliance". Segundo a análise dos especialistas ouvidos pelo Teletime, é improvável que todas as comunicações sejam monitoradas em relação ao conteúdo. "Isso exigiria derivar o tráfego todo para algum servidor para serem posteriormente analisados, o que comprometeria o desempenho do sistema e certamente nós ficaríamos sabendo", diz um técnico. O que é mais provável que aconteça, diz essa fonte, é a análise dos metadados, ou seja, os logs de acesso. "Isso pode ser obtido com mais facilidade", diz. Mas esse analista reconhece que todas as operadoras têm equipamentos que permitem o chamado "deep package inspection", justamente para acompanhamento do desempenho da rede e análise do perfil de tráfego. Esse tipo de equipamento permite, com mais facilidade, uma visão melhor sobre o conteúdo do que é trafegado. Fonte: http://www.teletime.com.br |
Assinar:
Comentários (Atom)
