Os
americanos não precisam de acordo com as teles brasileiras para acessar
os dados que trafegam nas redes do Brasil. Isso porque, para ser
vendido no mercado americano,
todo e qualquer equipamento capaz de trafegar dados deve seguir as
regras da Communications Assistance for Law Enforcement
Act (CALEA), segundo a qual os equipamentos devem ter uma
funcionalidade que permite ao governo norte-americano interceptar os dados que trafegam por ele.
A
informação é do site Teletime, que ouviu engenheiros das empresas de
telecomunicações. Segundo o site, nenhuma operadora brasileira coloca limitações
à contratação de equipamentos que atendam às regras do CALEA, e nem têm
nenhuma forma de controlar se os equipamentos estão sendo monitorados remotamente.
A CALEA foi aprovada em 1994 no governo do presidente Bill Clinton, e visava aumentar a capacidade das agências de inteligência de conduzir vigilância eletrônica exigindo dos fabricantes de equipamentos facilidades de vigilância que permitam ao governo monitorar todo o tráfego telefônico. A lei americana exige que possam ser coletados os metadados das comunicações, ou seja o dia, a hora, remetente e destinatário das comunicações e endereço IP, quando não for uma chamada telefônica. Um diretor de tecnologia de uma operadora, acrescenta, entretanto, que é possível descobrir o conteúdo do que se trafega nas redes, se o monitoramento estiver sendo feito naquele momento. Outro ponto que pode ser uma porta aberta para a espionagem dos EUA, segundo apurou o Teletime, é o fato de que boa parte da comunicação da internet brasileira desaguar em servidores instalados nos EUA. Se o ministro Paulo Bernardo erra o alvo ao mandar a Anatel investigar as teles, talvez ele acerte quando suspeita das conexões com os servidores estadunidenses. Em declaração à imprensa nesta segunda, 8, Bernardo levantou a hipótese de que o monitoramento possa ter ocorrido por meio dos cabos submarinos e reconheceu que o acordo com as teles daqui seria "mais complicado", já que a Constituição garante sigilo da comunicação. Outra informação relevante apurada pelo Teletime junto a fontes de operadoras é que hoje um volume muito pequeno do tráfego de dados é criptografado. "Em geral, as operadoras só criptografam alguns canais corporativos quando isso é solicitado pelo cliente", diz um diretor de engenharia. Isso porque a criptografia consumiria recursos e tornaria o processamento dos dados mais lento, e não existe razão para fazer isso. Segundo esse engenheiro, isso seria mais um fator "facilitador" para que o governo norte-americano, por meio do acesso privilegiado que tem aos equipamentos "CALEA compliance". Segundo a análise dos especialistas ouvidos pelo Teletime, é improvável que todas as comunicações sejam monitoradas em relação ao conteúdo. "Isso exigiria derivar o tráfego todo para algum servidor para serem posteriormente analisados, o que comprometeria o desempenho do sistema e certamente nós ficaríamos sabendo", diz um técnico. O que é mais provável que aconteça, diz essa fonte, é a análise dos metadados, ou seja, os logs de acesso. "Isso pode ser obtido com mais facilidade", diz. Mas esse analista reconhece que todas as operadoras têm equipamentos que permitem o chamado "deep package inspection", justamente para acompanhamento do desempenho da rede e análise do perfil de tráfego. Esse tipo de equipamento permite, com mais facilidade, uma visão melhor sobre o conteúdo do que é trafegado. Fonte: http://www.teletime.com.br |
Atuação: Consultoria multidisciplinar, onde desenvolvemos trabalhos nas seguintes áreas: fusão e aquisição e internacionalização de empresas, tributária, linhas de crédito nacionais e internacionais, inclusive para as áreas culturais e políticas públicas.
quarta-feira, 10 de julho de 2013
EUA exigem que equipamentos de rede possam ser monitorados
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