Salto no diferencial entre as ações ordinárias e preferenciais indica retorno do otimismo do investidor estrangeiro com a mineradora, diz Citi
Os preços do minério de ferro e a produção de aço bruto indicam que a demanda das indústrias chinesas pode estar mais forte do que era esperado
São Paulo - Nas últimas seis semanas, o diferencial entre as ações ordinárias (VALE3) e preferenciais (VALE5) da Vale
saltou de 5% para 15%. Essa mudança chama a atenção porque, segundo
Alexander Hacking e Thiago Ojea, analistas do Citi Research, representa a
volta a um patamar de normalidade.
Ao olhar para o histórico do diferencial, a média fica entre 10% e 20%.
O que está por trás dessa retomada, como explicam os analistas, é uma
visão relativamente melhor sobre a ação por parte dos investidores
estrangeiros. Enquanto os investidores locais são mais inclinados à
liquidez local das ações preferenciais, os estrangeiros preferem as ADRs
dos papéis ordinários.
Hacking e Ojea acreditam que o aumento no diferencial também pode ser
explicado pelos investidores tomando posições compradas em ações da Vale
cobertas com uma posição correspondente negativa contra os preços do
minério de ferro. “Isso nos parece lógico, com a Vale sendo negociada em
uma mínima de vários anos e os preços do minério de ferro
recuperando-se e subindo para 130 dólares a tonelada”, explicam os
analistas.
Apesar das preocupações com a economia chinesa, principal parceira de
negócios da Vale, crescendo a um ritmo mais lento, os preços do minério
de ferro e a produção de aço
bruto indicam que a demanda das indústrias chinesas pode estar mais
forte do que era previsto e os investidores estariam se posicionando
para aproveitar o bom momento.
Outro possível fator por trás do diferencial citado pelos analistas é a
renovação do acordo de acionistas da Vale, em 2017. No entanto,
espera-se que isso ocorra com as ações ordinárias movendo-se dentro do
grupo (da Previ para a Valepar), mas não para fora do grupo. “Isto é, a
mudança não deve ser relevante para o diferencial, em nossa opinião”,
explicam Alexander e Thiago.
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