Em
busca de anista, a multinacional alemã Siemens fez acordo com
autoridades antitruste brasileiras e delatou a existência de um cartel
--do qual fez parte-- em
licitações para compra de equipamento ferroviário, construção e
manutenção de linhas de trens e metrô em São Paulo e no Distrito
Federal.
A notícia foi destaque no domingo e
nesta segunda-feira do jornal Folha de S. Paulo que apurou que o esquema
delatado pela companhia envolve subsidiárias de multinacionais como a francesa Alstom, a canadense Bombardier, a espanhola CAF e a japonesa Mitsui.A Alstom disse que "está colaborando
com as autoridades" após receber um "pedido do Cade para apresentar
documentos relacionados a um procedimento administrativo referente à lei concorrencial".
A Mitsui disse que tem "diligentemente cooperado com as investigações", mas não comenta o caso em andamento.A Serveng afirmou que não tem
conhecimento aprofundado da investigação para se manifestar. As demais
empresas não se manifestaram.Combinações ilícitas entre empresas
podem resultar em contratações com preços superiores (entre 10% e 20%,
segundo estimativas) aos praticados caso elas concorressem normalmente.No início do mês, a
Superintendência-Geral do Cade (Conselho Administrativo de Defesa
Econômica) realizou busca e apreensão nas sedes das companhias delatadas.
A Operação Linha Cruzada executou mandados judiciais em São Paulo, Diadema, Hortolândia e Brasília.Pelo menos seis concorrências estão na
mira das autoridades. Em São Paulo, são as da linha 5-lilás (fase 1) do
metrô e da CPTM (Companhia Paulista de
Trens Metropolitanos) e a extensão da linha 2-verde do metrô. A
manutenção e contratação de trens e o projeto Boa Viagem, todas da
CPTM, completam a lista.
No Distrito Federal, a apuração é sobre o contrato de manutenção do metrô.
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