"A internacionalização é um caminho que vem sendo trilhado por todos os
emergentes, e aqueles que não fizerem terão dificuldades em competir
mais à frente. E o Brasil ainda faz pouco".
Com um cenário
interno mais morno e várias barreiras de competitividade no país, como a
inflação e o aumento dos custos, as empresas brasileiras aproveitam
para expandir os negócios no exterior. É o que apontam os dados mais
recentes do BC relativos aos investimentos brasileiros diretos no
exterior. A parte desse montante destinada ao aumento de capital em
outros países - aplicações feitas na criação, ampliação ou aquisição de
novos negócios - teve aumento de 60,6% no primeiro semestre de 2013 ante
o mesmo período em 2012.
Até
junho as empresas com sede no Brasil investiram US$ 11,3 bilhões em
novos negócios no exterior, retomando um processo de internacionalização
que, após uma leva de expansão em 2010 e 2011, havia perdido fôlego no
ano passado. "Várias razões têm levado as empresas brasileiras a
buscarem espaço fora", diz Luis Afonso Lima, presidente da Sobeet. "Pode
ser um mercado que já está saturado no Brasil, pode ser para estar mais
próximo da matéria-prima, ou então para buscar em outros países
expertise que não temos aqui." É o que acontece, por exemplo, com o
setor de tecnologia da informação, diz Lima, citando o exemplo da
Stefanini, empresa brasileira de tecnologia que fez diversas aquisições
internacionais desde 2009, focadas principalmente no mercado dos Estados
Unidos. O setor tem pouco peso na balança comercial, mas seu tamanho
triplicou em 2013: os investimentos das companhias nacionais de TI em
outros países passaram de US$ 11 milhões no primeiro semestre de 2012
para R$ 32 milhões nos seis primeiros meses deste ano.
"É
natural imaginar brasileiros investindo no exterior", diz Fábio
Silveira, analista da GO Associados. "O risco do país piorou sob a ótica
internacional, passa por piora doméstica, por período de inflação alta.
Tudo isso estimula o investidor a pôr mais dinheiro lá fora." Isso não
significa, porém, que esteja ocorrendo um desinvestimento no país e uma
fuga do capital para outras regiões. "Os investimentos internos
desaceleraram, mas não estão caindo", destaca Lima. Ele lembra que o
nível de internacionalização das empresas brasileiras é ainda muito
pequeno, mesmo se comparado a outros países emergentes.
Entre
2011 e 2012, enquanto os emergentes aumentaram a sua participação no
bolo total de investidores externos de 25,2% para 30,6% - os Brics
passaram de 12,9% para 15,5% -, o Brasil perdeu espaço, com queda de US$
3 bilhões no total de capitais aplicados fora do país, segundo dados da
Unctad. "A internacionalização é um caminho que vem sendo trilhado por
todos os emergentes, e aqueles que não fizerem terão dificuldades em
competir mais à frente. E o Brasil ainda faz pouco", afirma Lima.
(Fonte: Valor Econômico)
"A internacionalização é um caminho que vem sendo trilhado por todos os
emergentes, e aqueles que não fizerem terão dificuldades em competir
mais à frente. E o Brasil ainda faz pouco".
Com um cenário interno mais morno e várias barreiras de competitividade no país, como a inflação e o aumento dos custos, as empresas brasileiras aproveitam para expandir os negócios no exterior. É o que apontam os dados mais recentes do BC relativos aos investimentos brasileiros diretos no exterior. A parte desse montante destinada ao aumento de capital em outros países - aplicações feitas na criação, ampliação ou aquisição de novos negócios - teve aumento de 60,6% no primeiro semestre de 2013 ante o mesmo período em 2012.
Até junho as empresas com sede no Brasil investiram US$ 11,3 bilhões em novos negócios no exterior, retomando um processo de internacionalização que, após uma leva de expansão em 2010 e 2011, havia perdido fôlego no ano passado. "Várias razões têm levado as empresas brasileiras a buscarem espaço fora", diz Luis Afonso Lima, presidente da Sobeet. "Pode ser um mercado que já está saturado no Brasil, pode ser para estar mais próximo da matéria-prima, ou então para buscar em outros países expertise que não temos aqui." É o que acontece, por exemplo, com o setor de tecnologia da informação, diz Lima, citando o exemplo da Stefanini, empresa brasileira de tecnologia que fez diversas aquisições internacionais desde 2009, focadas principalmente no mercado dos Estados Unidos. O setor tem pouco peso na balança comercial, mas seu tamanho triplicou em 2013: os investimentos das companhias nacionais de TI em outros países passaram de US$ 11 milhões no primeiro semestre de 2012 para R$ 32 milhões nos seis primeiros meses deste ano.
"É natural imaginar brasileiros investindo no exterior", diz Fábio Silveira, analista da GO Associados. "O risco do país piorou sob a ótica internacional, passa por piora doméstica, por período de inflação alta. Tudo isso estimula o investidor a pôr mais dinheiro lá fora." Isso não significa, porém, que esteja ocorrendo um desinvestimento no país e uma fuga do capital para outras regiões. "Os investimentos internos desaceleraram, mas não estão caindo", destaca Lima. Ele lembra que o nível de internacionalização das empresas brasileiras é ainda muito pequeno, mesmo se comparado a outros países emergentes.
Entre 2011 e 2012, enquanto os emergentes aumentaram a sua participação no bolo total de investidores externos de 25,2% para 30,6% - os Brics passaram de 12,9% para 15,5% -, o Brasil perdeu espaço, com queda de US$ 3 bilhões no total de capitais aplicados fora do país, segundo dados da Unctad. "A internacionalização é um caminho que vem sendo trilhado por todos os emergentes, e aqueles que não fizerem terão dificuldades em competir mais à frente. E o Brasil ainda faz pouco", afirma Lima.
Com um cenário interno mais morno e várias barreiras de competitividade no país, como a inflação e o aumento dos custos, as empresas brasileiras aproveitam para expandir os negócios no exterior. É o que apontam os dados mais recentes do BC relativos aos investimentos brasileiros diretos no exterior. A parte desse montante destinada ao aumento de capital em outros países - aplicações feitas na criação, ampliação ou aquisição de novos negócios - teve aumento de 60,6% no primeiro semestre de 2013 ante o mesmo período em 2012.
Até junho as empresas com sede no Brasil investiram US$ 11,3 bilhões em novos negócios no exterior, retomando um processo de internacionalização que, após uma leva de expansão em 2010 e 2011, havia perdido fôlego no ano passado. "Várias razões têm levado as empresas brasileiras a buscarem espaço fora", diz Luis Afonso Lima, presidente da Sobeet. "Pode ser um mercado que já está saturado no Brasil, pode ser para estar mais próximo da matéria-prima, ou então para buscar em outros países expertise que não temos aqui." É o que acontece, por exemplo, com o setor de tecnologia da informação, diz Lima, citando o exemplo da Stefanini, empresa brasileira de tecnologia que fez diversas aquisições internacionais desde 2009, focadas principalmente no mercado dos Estados Unidos. O setor tem pouco peso na balança comercial, mas seu tamanho triplicou em 2013: os investimentos das companhias nacionais de TI em outros países passaram de US$ 11 milhões no primeiro semestre de 2012 para R$ 32 milhões nos seis primeiros meses deste ano.
"É natural imaginar brasileiros investindo no exterior", diz Fábio Silveira, analista da GO Associados. "O risco do país piorou sob a ótica internacional, passa por piora doméstica, por período de inflação alta. Tudo isso estimula o investidor a pôr mais dinheiro lá fora." Isso não significa, porém, que esteja ocorrendo um desinvestimento no país e uma fuga do capital para outras regiões. "Os investimentos internos desaceleraram, mas não estão caindo", destaca Lima. Ele lembra que o nível de internacionalização das empresas brasileiras é ainda muito pequeno, mesmo se comparado a outros países emergentes.
Entre 2011 e 2012, enquanto os emergentes aumentaram a sua participação no bolo total de investidores externos de 25,2% para 30,6% - os Brics passaram de 12,9% para 15,5% -, o Brasil perdeu espaço, com queda de US$ 3 bilhões no total de capitais aplicados fora do país, segundo dados da Unctad. "A internacionalização é um caminho que vem sendo trilhado por todos os emergentes, e aqueles que não fizerem terão dificuldades em competir mais à frente. E o Brasil ainda faz pouco", afirma Lima.
(Fonte: Valor Econômico)
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