Para dono do BTG, contratado para salvar Eike, otimismo que reinou na OGX foi o começo da ruína do grupo EBX
São Paulo — Em que situação estará Eike Batista depois da crise que abala suas empresas? Para André Esteves, dono do banco BTG Pactual, contratado para salvar as companhias X, ele sairá “pela porta da frente”. A declaração está na revista VEJA deste sábado.
Eike não tem mais a confiança do mercado. A ação da companhia de petróleo OGX,
que chegou a valer cerca de R$ 23 em 2010, hoje custa centavos. A falta
de confiança contaminou as outras empresas X, que têm negócios ligados à
petroleira, e o próprio BTG cancelou uma linha de crédito de US$ 1
bilhão ao grupo. Com uma dívida gigantesca, ele foi obrigado a se
desfazer de sua companhia mais saudável, a geradora de energia MPX,
vendida a alemães, e deixar a empresa.
A derrocada da petroleira começou no dia 1º deste mês, quando anunciou
que seu principal campo de exploração era inviável. “Durante muito tempo
reinaram na OGX uma confiança e um encantamento exagerados, como se
todos ali tivessem esquecido quão arriscado é o negócio”, disse Esteves à
revista. Hoje a CVM investiga os comunicados da OGX ao mercado.
“Mas mesmo com toda a decepção, não dá para acusar Eike de má-fé. Ele
foi, afinal, quem mais perdeu”, completa. “Se depender de nós, Eike sai
da crise pela porta da frente”.
As declarações de Esteves estão em certa sintonia com um artigo escrito pelo próprio empresário no Valor
(para assinantes) de ontem. “Falhei e decepcionei muitas pessoas, em
especial por conta da reversão de expectativas da OGX”, escreveu.
“Ninguém perdeu tanto quanto eu, e é justo que assim seja [...] É
injusto e inaceitável, por outro lado, ouvir que induzi deliberadamente
alguém a acreditar num sonho ou numa fantasia”.
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